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domingo, 28 de janeiro de 2018

Lula condenado - Começa a eleição

Com a saída de Lula do páreo, adversários ajustam o discurso e aliados ensaiam a debandada. Na esquerda, embora publicamente façam jogo de cena, poucos querem associar sua imagem à do petista condenado. A briga, agora, é pelo espólio eleitoral

A sentença do TRF4, que praticamente anulou as chances do ex-presidente Lula de disputar as eleições de outubro, mexeu definitivamente com o tabuleiro das eleições presidenciais. Ao mesmo tempo em que injeta ânimo nos adversários do líder petista, que liderava as pesquisas, obriga todos os pré-candidatos a repensarem a estratégia de campanha que vinham ensaiando até agora. 

A primeira iniciativa de todos, principalmente dos partidos aliados de Lula, é se descolar da imagem do PT e evitar ser contaminado pelo destino inglório do ex-presidente. Com Lula fora do páreo, o cenário mudou. PDT e PCdoB vão trilhar seus próprios caminhos. Será aberta uma vaga no segundo turno e quem tiver fôlego e garrafas para vender chegará lá. [caso haja segundo turno, uma das vagas já está ocupada por Jair Bolsonaro; a grande dúvida é se haverá essa segunda vaga, simplificando, se haverá segundo turno?]Esse é o desafio que se apresenta para Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Manuela D’Ávila e os demais concorrentes à sucessão de Temer.

Há quem aposte, desde já, numa mudança de tom radical de Jair Bolsonaro, recém filiado ao Partido Social Liberal (PSL). O ex-capitão do exército vinha se apresentando como o principal contraponto ao lulopetismo. Após o confirmação do 3 a 0, ele postou um vídeo na internet comemorando o resultado. Para ele, a condenação praticamente elimina Lula do pleito. “O que queremos é o PT fora de combate”, afirmou. 
Jair Bolsonaro terá de calibrar a retórica, se quiser manter desempenho 



 
Sem uma eventual candidatura de Lula, o discurso dele, porém, ficará esvaziado, pois sua pré-candidatura angariou adeptos que desejam ver o petista fora da política ou até mesmo preso. Bolsonaro terá de calibrar seu discurso e apontá-lo para outros adversários, que agora vão fazer de tudo para se aproximar do atual segundo colocado nas pesquisas, com 17 pontos. Bater no PT não renderá tantos votos quanto antes. [não se trata de bater no PT ou de discurso radical por necessidade.
As bandeiras que Bolsonaro defende podem até fazer o discurso parecer radical; apenas parecer.
O que Bolsonaro defende exige firmeza, decisão, qualidades que são melhor apresentadas em um tom que costuma parecer radical.
A ausência de Lula pouco influi na candidatura Bolsonaro - a aparente e precária liderança de Lula, mostrada  nas pesquisas, era anulada pelo elevado índice de rejeição do condenado;

Bolsonaro defende valores que só ele pode implantar, por ser genuinamente defensor do que propõe.

Imagine Alckmin defendendo pena de morte, prisão perpétua e prisão com trabalhos forçados???

Marina Silva, defende o aborto enquanto posa de defensora da vida; como vai defender a FAMÍLIA? os VALORES CRISTÃOS? os BONS COSTUMES? a MORAL? seu discurso defendendo tais valores vai soar tão falso quanto a Maria do Rosário defendendo ser estruprável (não convence ninguém.
Não esqueçam que Marina que se declara defensora do meio ambiente, silenciou no desastre de Mariana - não deu nem um pio sobre o rompimento da barragem da Samarco.

Ciro Gomes - que esconde o estado onde nasceu (é paulista de Piracicaba e diz ser natural de Sobral, CE).
A propósito, a suposta naturalidade nordestina de Ciro Gomes faz lembrar um filme chamado 'cabra marcado para morrer', Ciro Gomes em eleição presidencial foi, é sempre será um 'cabra marcado para perder'.] 
 
 (...)

Ao elogiar Alckmin, Temer jogou um de balde água fria nas pretensões de seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que pretendia (ou ainda pretende) surfar em cima dos bons resultados da economia. Apesar do importante trunfo que tem em suas mãos, Meirelles não consegue decolar nas pesquisas. Na última simulação do Datafolha, não foi além de 1%, ao lado de outros novatos como Guilherme Boulos, do MTST (nome acenado pelo PSOL) e Paulo Rabello de Castro (PSC), presidente do BNDES. Ficou abaixo de Joaquim Barbosa, que namora com o PSB, Álvaro Dias (Podemos) e Manuela D’Ávila (PCdoB). Para o ministro da Fazenda, a saída de Lula pouco vai alterar o cenário. O mesmo vale para Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara. Seu nome deve constar das próximas pesquisas, mas não é de acreditar que seja bafejado por um milagre nas intenções de voto. Ou que belisque alguma sobra do balaio de votos do PT. [melhor faria Rodrigo Maia se buscasse consolidar seu eleitorado para deputado federal - em 2014 foi eleito com pouco mais de 50.000 votos, 29º lugar, o que desaconselha voos mais pretensiosos.]

Até Guilherme Boulos mantém uma distância regulamentar do PT: recusou-se a assinar manifesto de protestos do partido
Bem diferente é o caso da deputada gaúcha Manuela D’Ávila. Ela, sim, tem boas condições de receber votos do espólio de Lula. Como se sabe, o PCdoB tem bom transito no meio universitário, comandou a UNE por muito anos e conta com a simpatia dos jovens das correntes de esquerda mais combativas. Manuela, obviamente, também vai atrás do eleitorado feminino. Continua a se mostrar solidária a Lula. Antes do julgamento, chegou a reproduzir trecho de uma reportagem do New York Times contra as evidências contra Lula que embasaram sua condenação. Seu partido, porém, não acompanhou o manifesto de protestos do PT. Guilherme Boulos, que corre na mesma raia da comunista, foi a Porto Alegre, mas o PSOL também manteve-se a uma distância regulamentar.

MATÉRIA COMPLETA em Isto É 
 

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