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domingo, 3 de janeiro de 2016

Maratona no escuro

O ano que começa não é dos mais promissores. É um desses em que você dizfeliz ano-novo”, mas reconhece que é apenas uma maneira de dizer: as chances são escassas.

O ano velho terminou com uma vitória do governo no Supremo. Alguns consideram a salvação de Dilma. Se estivesse na UTI e fosse salvo por gente usando frases em latim, desconfiaria. Na penumbra do quarto pode soar como uma extrema-unção. Mais complexo, o impeachment dará tempo a ela para respirar. Resta saber o que fará com essa dose extra de oxigênio.

A troca de ministros na economia nos confunde. Caiu Joaquim Levy, subiu Nelson Barbosa. O discurso é de continuidade e o mercado parece não confiar nele. Já as forças que defendem Dilma parecem confiar no que diz o novo ministro e lamentam seu discurso. Com a manobra Dilma descontentou, simultaneamente, quem a apoia e quem a rejeita.
Indiferente às opiniões, a realidade marcha no ritmo implacável da lama de Mariana.

Crescem a inflação e o desemprego, estados e municípios começam a dar sinais de quebradeira. Aqui, no Rio de Janeiro, a crise eclodiu na saúde, atingindo os mais pobres num momento de vulnerabilidade, buscando socorro médico nas emergências. Este é o ano da Olimpíada. O colapso do sistema de saúde o inaugura. A festa foi programada num momento de euforia com o Brasil e com o petróleo. De lá para cá veio a a crise econômica. No caso específico do Rio, vieram o petrolão, com a ruína da Petrobras, e as quedas no preço internacional do petróleo.

Em 2010 tive a oportunidade de mostrar a fragilidade da saúde pública no Rio, visitando hospitais, com ou sem autorização do governo. Incompetência e corrupção se entrelaçavam e os governantes escaparam com as UPAs, algumas replicadas ao longo do país como uma grande saída . Todos sabiam que não eram em si a solução. No momento em que optaram pela Olimpíada no Rio, os governantes queriam projetar o poder de um Brasil emergente. Havia dinheiro e empreiteiras para tudo. Grande parte desse dinheiro já foi gasta. Impossível reverter o processo. O realmente necessário, no entanto, não foi procurado: a resposta a como tocar a Olimpíada num momento de crise profunda; e como evitar que o estado se desintegrasse, num campo essencial como o da saúde.

Jamais neguei o potencial de uma Olimpíada para o turismo e a economia brasileira. Menos ainda seu papel de projetar um soft power, uma cultura e um estilo de vida do país. Mas um evento dessa magnitude pode revelar exatamente o contrário do que pretendem os políticos. Ele dramatiza a nossa fragilidade. A Baía de Guanabara está sendo projetada pelos atletas que treinam nela como um espaço imundo e perigoso.

Num ano em que os esportes olímpicos se preparam para grandes recordes, nas ruas do Rio vivem-se modalidades mais sinistras: parto na calçada, chacina de adolescentes. O governo do Rio encostou-se no petróleo e na aliança com Dilma. O petróleo caiu, Dilma apenas respira. Foi tudo vivido como se os royalties fossem crescentes e eternos.  Entramos no ano da Olimpíada com uma retaguarda problemática, manchas comprometedoras em nosso traje de gala. E somos os anfitriões.

Esse é um dos nós de 2016. Assim como os outros, já estava rolando no ano velho, mas agora o Rio passa a ser uma agenda internacional. Não apenas o Rio, mas o Brasil. Não é fácil atrair a atenção do mundo, com esperanças de projetar poder, num estado atingido pela combinação da crise com o escândalo na Petrobras. Como realizar a Olimpíada despojado da visão delirante do passado, respeitando as condições reais, sem humilhar uma população vulnerável, que depende do serviço público de saúde?

A Olimpíada ficou um pouco deslocada, como se ela se desenrolasse num mundo à parte, blindado contra a crise. De um ponto de vista político, é preciso reconsiderar tudo. A imagem de um país esbanjando progresso ficou no passado. A pergunta que todos farão é esta: como se faz Olimpíada num país em recessão, com milhões de desempregados e emergências, universidades, hospitais de ponta, como um moderno hospital do cérebro, fechados por falta de grana?

Foi um projeto nacional de grupo dominante. Dilma terá de buscar também essa resposta, aproveitando os momentos em que respira.  A qualquer instante pode voltar a asfixia paralisante. E a Olimpíada está aí. O Brasil será o foco de interesse internacional num dos momentos mais difíceis de sua História.  Sempre se começa um ano com festas e promessas. Só depois examinamos os desafios que nos esperam. A Olimpíada é, ao mesmo tempo, uma grande festa e um desafio.

Nadamos pelados na maré alta e quando ela baixa convidamos todos a nos olhar. É uma das operações de risco em 2016. É o ano que concentrará o maior banco de dados sobre a corrupção no Brasil. Inúmeros depoimentos virão, novas investigações serão feitas, a história secreta do poder vai sendo escrita pela Operação Lava Jato e outras da Polícia Federal.

Nunca as engrenagens e os mecanismos do sistema político ficaram tão claras. O volume de dados, a claridade, tudo isso tem um poder de combustão incalculável, ao longo do ano.  Ano de imprevisíveis eleições municipais. Até que ponto a crise nacional não influirá nelas? Até que ponto a ruína das prefeituras não vai produzir maciças alternâncias? Como o resultado de todo esse enigma influenciará de novo a crise nacional?

Ano de eleição, costuma ser ano de gastança. Um governo que apenas respira, precisa produzir um novo voo de galinha na economia, uma nova ilusão de crescimento. Mas a galinha está alquebrada e precisa de um ano sabático. O Brasil pode terminar 2016 mais pobre, como preveem os economistas. O consolo é prever que cada vez o país saberá mais, cada vez acumula mais elementos para ousar a mudança.

Fonte: Fernando Gabeira - Publicado no Estadão

 

PT se lambuzou, diz Jaques Wagner

Chefe da Casa Civil: PT reproduziu metodologias antigas e 'se lambuzou', diz Jaques Wagner 

Chefe da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner, 64, disse, ao avaliar os efeitos da Operação Lava Jato sobre o PT, que seu partido “errou” ao não fazer a reforma política e “acabar reproduzindo metodologias” antigas da política brasileira. 

O resultado, afirmou, que o PT, “que não foi treinado para isto”, encarnou o ditado: “Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza”. 

Em entrevista a Folha, o ex-governador da Bahia avaliou que 2015 foi um ano “duro” e que em 2016 no deve haver crescimento no pais. 

Wagner fez ressalvas condução da política econômica pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, a quem atribui uma obsessão pelo ajuste sem mostrar para onde o pais iria. Segundo o petista, agora preciso “modular” o ajuste com propostas que apontem para o desenvolvimento.
Ele disse que o governo conseguir “enterrar” o impeachment. 

FolhaO governo começou o ano falando em crescimento e vai acabar com retração de quase 4%, inflação em dois gitos e juros altos. 2015 foi um ano perdido?
Jaques Wagner – Foi um ano difcil. No conseguimos compactar a base de sustentao ao governo no Congresso, a crise da economia mundial repercutiu aqui, assim como repercutiu os ajustes que precisamos fazer no comeo do ano por conta das medidas de 2013 e 2014. 


O ajuste foi exagerado?
Se tivesse feito menos teria conseguido segurar o nvel de emprego que seguramos? O senso comum que exageramos nas desonerações e na equalização de juros para investimentos. Mas as pessoas  olham para as consequncias negativas das medidas. 


Porque o reflexo foi ruim?
Concordo que foi um ano muito duro, mas não vou dizer nunca que foi um ano perdido. Mas se você apurar as  noticias “na boa”, a inflação realmente está onde está, os juros estão em cima, o crescimento foi negativo. A foto de final de ano não foi boa.

 
Continue lendo na Folha

 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Delcídio preso pode impedir aprovação do ajuste fiscal



Senador petista era um dos responsáveis pela melhora das relações entre governo e parlamentares
A prisão do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (MS), provocou abalo imediato no ajuste fiscal e colocou a equipe econômica em estado de alerta, aumentando a apreensão em relação à velocidade de retomada do crescimento da economia.

Sob impacto da prisão do senadorresponsável por ter ajudado a melhorar a relação do governo da presidente Dilma Rousseff com o Senado –, o governo não conseguiu que fosse votado nesta quarta-feira, 25, pelo Congresso o projeto que altera a meta fiscal de 2015 – uma das mais importantes batalhas do ano – para um déficit primário.

O adiamento traz riscos legais para o governo. A presidente ficou diante de um problema dramático, cuja definição pode provocar ainda mais embaraços para seu governo até o fim do ano com o Tribunal de Contas da União (TCU). Ao adiar para o dia 3 de dezembro a sessão do Congresso prevista para ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), colocou Dilma diante de uma escolha difícil. Ela tem até o dia 30 para o editar o próximo decreto de programação orçamentária – ainda sem a nova meta fiscal aprovada.

A escolha de Dilma será entre uma posição que pode “paralisar completamente” o governo, aplicando um duro corte de despesas federais, ou entre repetir uma manobra que já foi considerada ilegal pelos ministros do TCU, baseando o decreto na premissa da nova meta fiscal de 2015, ainda não votada e que permite um rombo de até R$ 119,9 bilhões nas contas públicas.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, demonstrou grande preocupação em contatos com parlamentares com a possibilidade de o ajuste fiscal desandar. Ele voltou a pedir urgência na aprovação dos projetos. Numa conversa com um parlamentar por telefone, Levy mostrou-se perplexo com a prisão de Delcídio. Mas, pragmático, destacou ao interlocutor a necessidade de se encontrar logo um relator para substituí-lo para não haver prejuízo para o ajuste
. [Levy demonstra mais uma vez falta de senso prático ao priorizar pessoas em vez de fatos – Delcídio, assim como qualquer ser humano NÃO é insubstituível.
Aliás, ainda ministro Levy, os cemitérios estão cheios de insubstituíveis.]

O petista seria designado o relator do projeto de repatriação de recursos de brasileiros no exterior nas três comissões temáticas da Casa. Essa é a proposta mais adiantada do ajuste fiscal do governo que tramita no Congresso.

Mercado
As prisões de Delcídio e do banqueiro André Esteves tiveram um efeito devastador na Bolsa. O índice Ibovespa recuou 2,94%, maior queda em um dia desde 13 de outubro, quando caiu 4%.

A avaliação dos analistas é que, no Congresso, a prisão do senador dificulta ainda mais as medidas de ajuste fiscal, já que Delcídio Amaral era o líder do governo no Senado e vinha conduzindo as votações na Casa. Além disso, renasceu o escândalo da compra da Refinaria de Pasadena, em 2006, quando Dilma era ministra da Casa Civil.
[a competência do Delcídio em negociar com parlamentares é indiscutível; afinal, foi sob a liderança do ilustre preso que o reajuste dos servidores do Poder Judiciário foi aprovado no Senado com uma placar de mias de sessenta votos a zero. – reajuste que foi vetado pela ‘neurônio solitário’, veto que foi mantido posteriormente pela Câmara. ]

Fonte: Isto É

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Lula: temos que ajudar Dilma a sair da "encalacrada que a oposição colocou"

Lula é tão estúpido que acusa a oposição pelo ninho de cobras em que a Dilma se meteu - esquece que foi Dilma quem decidiu mentir descaradamente, para vencer as eleições.

Venceu as eleições e agora está desmoralizada - por incompetência e ser uma mentirosa - e prestes a ser expulsa da presidência

O ex-presidente cobrou respostas e propostas da juventude do PT e disse que "escrever num documento 'Fora Levy, ou fora PMDB' é muito pouco"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta sexta-feira (20/11) que é preciso empenho para defender o mandato da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, antes de pensar em 2016 e 2018, é preciso tirar o governo da agonia criada pela oposição. "Temos que ajudar a companheira Dilma a sair da encalacrada que a oposição nos colocou depois das eleições", defendeu, durante o 3º Congresso da Juventude do PT, em Brasília. "Eles não souberam perder."

Lula disse ainda que o partido pode fazer uma "surpresa" para aqueles que acham que o PT já acabou e que é fundamental que o partido se fortaleça ainda mais nas eleições do ano que vem para garantir a continuidade do seu projeto. "Não tem 2018 se a gente não tiver 2016", disse. "Nós precisamos construir 2016, precisamos ter candidatos onde puder ter candidato."


Sem citar os prováveis adversários do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, Lula afirmou que a mídia trabalha para mostrar que a política está apodrecida. "E aí quem tenta resolver possivelmente seja um programa de TV ou um apresentador", disse. Na pré-campanha em São Paulo, nomes de jornalistas e apresentadores como Celso Russomano (PRB), João Dória (PSDB) e José Luiz Datena (PP) aparecem na disputa.

O ex-presidente voltou a dizer que não se pode permitir "que ladrão fique chamando petista de ladrão" e fez uma defesa do ex-tesoureiro João Vaccari, preso por suspeita de corrupção no esquema de propina da Petrobras. "Eu quero saber se o dinheiro do PSDB foi buscado numa sacristia", provocou. [Lula, agora são 99,99% dos petistas que são chamados merecidamente de ladrão e você não está entre as poucas exceções.]


Cobrança dos jovens
Lula minimizou as palavras de ordem que ouviu de jovens do PT e lembrou o episódio de criação do partido, em 1980, para dizer que na época "havia muito mais radicalismo". "As palavras de ordem que estou vendo aqui é como doce de cupuaçu em comparação ao que a gente ouvia no Colégio Sion", disse - o colégio Sion, em São Paulo, foi palco de uma reunião que culminou com a criação do PT.


Lula ouviu cobranças da juventude do PT assim que subiu no palco: "Lula, eu quero ver você romper com o PMDB", gritavam. Os jovens também pediam a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O petista afirmou acreditar que o "ideal" seria que um único partido pudesse governar tudo. "O ideal de um partido é que ele pudesse ganhar a presidente, 27 governadores, 81 senadores e 513 deputados sem se aliar a ninguém", disse. "Seria maravilhoso."

Depois, o ex-presidente ponderou que isso é uma utopia e que é preciso aceitar o resultado das eleições e "construir a governabilidade". "Entre a política e o sonho, entre o meu desejo ideológico partidário e o mundo real da política, tem uma distancia enorme", disse. Lula afirmou que as alianças são fundamentais já que sempre "alguém vai ganhar e alguém vai perder".

Os jovens pediram, ainda, a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy e abriram uma faixa escrita "Nem Meirelles, Nem Levy", numa referência ao ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.Lula nega, publicamente, que esteja atuando para convencer a presidente Dilma pela substituição de Levy por Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central durante seus mandatos. 

Lula cobrou respostas e propostas da juventude e disse que "apenas escrever num documento 'Fora Levy, ou fora PMDB', é muito pouco". Ao discursar, afirmou que em encontro recente com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, os dois conversaram sobre a possibilidade de escrever um livro ou fazer um vídeo para "provocar a juventude a assumir um papel mais importante na política".
Antes das cobranças, o ex-presidente foi recebido aos gritos de "Lula guerreiro do povo brasileiro". A frase também estampa algumas faixas que ocupam o ginásio onde cartazes com fotos estilizadas de petistas que tiveram os nomes envolvidos nos escândalos do mensalão e da Lava Jato, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari - ambos presos

Também estavam presentes no evento presidente nacional do PT, Rui Falcão, o presidente da CUT, Vagner Freitas, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, os deputados Zé Geraldo e Paulo Pimenta.


Fonte: Correio Braziliense


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Joaquim Levy, o Robinson Crusoé

Lula tem vociferado que o ‘prazo de validade do ministro terminou’, como se o próprio não estivesse em situação semelhante

É conhecido o romance sobre Robinson Crusoé, náufrago que aprendeu a arte da sobrevivência e passou anos em uma ilha tropical, defendendo-se, inclusive, de índios canibais.

O personagem lembra a situação constrangedora por que passa Joaquim Levy. A presidente até tentou em algumas oportunidades — ainda que timidamente — evitar que o ministro fosse transformado em “Judas” mas não teve jeito. Levy virou “Geni”.

Os problemas surgiram quando da sua designação. Após mentir deslavadamente na campanha eleitoral, negando qualquer problema na economia, Dilma precisava indicar alguém com credibilidade no meio financeiro, quadro que o PT não possui. Parodiando o poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade, Dilma queria Trabuco (presidente do Bradesco), que indicou Levy, mas Lula preferia Meirelles, de quem Dilma nunca gostou.

Assim, a vida de Levy passou a ser um inferno. Tão logo submeteu ao Congresso as primeiras medidas de contenção de algumas despesas obrigatórias, alterando critérios para a concessão de pensões por morte, abono salarial e seguro-desemprego, o ministro passou a ser bombardeado. Em 2014, a soma dessas despesas atingiu R$ 148 bilhões, e os critérios vigentes facilitavam as fraudes. As propostas, no entanto, foram desfiguradas, sob as barbas da bancada governista. No próprio governo foi derrotado quando pretendia ampliar o contingenciamento e ao discordar do encaminhamento ao Legislativo de Orçamento deficitário para 2016, a gota d’água dos rebaixamentos do Brasil por duas agências de risco. Devia ter pedido o boné. [faltou dignidade e senso de honradez ao Levy. Aceitou ser aviltado, apenas para ser um dos mais desprestigiados ministros da Dilma - aliás, o ministério da Dilma é o mais desvalorizado, mais sem destaque, o com integrantes que estão entre os mais insignificantes desde o ministério de Deodoro.
Os que ainda se dão algum valor, quando deixam o ministério de Dilma cuidam de omitir tal nódoa do curriculum.]

Com a dificuldade para cortar despesas obrigatórias — autorizadas por lei ou pela Constituição — que representam mais de 90% das despesas não financeiras, Levy enfiou a tesoura nas despesas discricionárias, para o que não dependia do Congresso. Diminuiu gastos com passagens, diárias, hospedagens, festividades, cópias e outras despesas administrativas. Mas os cortes burocráticos não são suficientes para impactar o déficit de mais de R$ 100 bilhões no Orçamento deste ano. Assim, os investimentos (obras e equipamentos) também foram atingidos e caíram 43% se comparados os dez primeiros meses de 2015 com o mesmo período em 2014. A retração real também foi observada no PAC, no Minha Casa Minha Vida e no Fies, entre outras iniciativas. Até o Pronatec, uma das bandeiras de Dilma durante a campanha eleitoral, sofreu redução de R$ 1,4 bilhão. [programa destinado ao aperfeiçoamento de profissionais com nivel médio, mas, que em um lance que superou sua própria incompetência - algo até então impossível de ser feito - Dilma recomendou para profissionais com 3º grau e experiência.
Caso da economista do Ceará, formada em economia, tendo exercido a profissão por vários anos, e, mesmo assim, Dilma recomendou que procurasse o Pronatec.]  

Como político sem verba é como neném sem chupeta, na semana passada Levy “foi massacrado” em uma reunião com senadores, sem que os petistas o defendessem. Para aumentar a “fritura”, Lula tem vociferado que o “prazo de validade do ministro terminou”, como se o próprio não estivesse em situação semelhante. Para não falar das críticas permanentes da fundação do PT e dos movimentos sociais chapas-brancas.

Hoje, Levy é o “bode” da Esplanada. Para os petistas, a sua demissão irá resolver todos os problemas. O sucessor abrirá as torneiras do crédito, o povo comprará geladeiras, as empresas voltarão a produzir, a economia crescerá, e os juros e a inflação irão baixar. Com a economia aquecida, a arrecadação aumentará e os municípios serão beneficiados, fortalecendo o PT nas eleições de 2016, estratégia essencial para 2018.

O problema é que a economia é afetada por fatos e expectativas. Para que fatos relevantes aconteçam, o governo depende do Congresso, que não lhe tem sido solidário, em função da baixa popularidade da presidente e até da incerteza que paira sobre a conclusão do seu mandato. Ninguém sabe quem será o ministro da Fazenda nas próximas semanas e o presidente da República nos próximos meses.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles passou a ser a oitava maravilha do mundo, mas não é improvável que surja outra opção, até para Dilma não ratificar a impressão de que entregou o governo ao seu “tutor”. Se assumir, Meirelles fará mais do mesmo e tentará livrar-nos da irresponsabilidade fiscal que gerou a reprovação das contas de 2014 pelo TCU. Com mais apoio político, tentará no Congresso reduzir vinculações que engessam o Orçamento nos grandes grupos de despesas, como Previdência, Saúde e Educação. Se fracassar, as agências de risco irão impor novos rebaixamentos, o que agravará, ainda mais, a conjuntura.

Na verdade, Levy só é o ministro da Fazenda porque seu substituto não foi anunciado no Diário Oficial. Tal como Robinson Crusoé, está ilhado, no bloco “P” da Esplanada dos Ministérios, cercado por canibais que querem sua cabeça.

Fonte: Gil Castello Branco é economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas
gil@contasabertas.org.br

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Nosso Guia está fritando a doutora Dilma

A fritura de Joaquim Levy mudou de qualidade. Habitualmente, presidentes fritam ministros, mas, no caso do doutor, um ex-presidente (Lula) está fritando ao mesmo tempo o ministro da Fazenda e a inquilina do Planalto (Dilma Rousseff).

Quando circula a informação de que Nosso Guia sondou Henrique Meirelles para o cargo e que ele pediu carta branca para assumir, a coisa muda inteiramente de figura. Quem está sendo frita é a doutora Dilma. Nesse caso, surge uma novidade: seu impeachment pelo PT. Isso tudo poderia ser fabulação, mas o ex-presidente do Banco Central soprou o fogo ao dizer que não recebeu um convite “concreto”. O que vem a ser um convite abstrato, só ele pode explicar. 

Certo mesmo é que Levy ainda não chamou o caminhão da mudança, como fez Mário Henrique Simonsen em 1979, porque não quer ser responsável pelo pandemônio que provocaria. Com Lula convidando ministros, e o seu preferido admitindo criticamente que há algo no ar além de aviões de carreira, os escrúpulos de Levy tornam-se despiciendos. O pandemônio já está criado. 

Lula e sua teoria do retrocesso político
Lula disse na Colômbia que sente “um cheiro de retrocesso político na América Latina e na América do Sul” e pediu à plateia que não acreditasse “nas bobagens da imprensa”. Nosso Guia tinha ao seu lado o ex-presidente do Uruguai José Mujica.  Falta explicar o que Lula considera “bobagens da imprensa”. 

Certamente não são as notícias sobre a honorabilidade de Pepe Mujica, um ex-guerrilheiro que presidiu seu país de 2010 até março passado e elegeu seu sucessor. Ele não teve mensalón, nem petrolón. Continuou morando na mesma casa, com o mesmo carro e a mesma cachorra Manuela. Ao assumir, anunciou que doaria 70% de seu salário para a construção de casas para os pobres. Segundo a Transparência Internacional, o Uruguai, junto com o Chile, têm os menores índices de corrupção da América Latina. 

Talvez Lula esteja falando das “bobagens da imprensa” em relação à Argentina, que vai eleger seu novo presidente no dia 22. Lá, 14 anos de domínio do casal Néstor e Cristina Kirchner levaram a economia para o buraco, e a família da presidente, para a fortuna. O país tornou-se conhecido pelos escândalos envolvendo as relações do governo e seus amigos com empreiteiros, petrogatunos e exportadores. 

Uma banda da esquerda latino-americana acumula duas marcas sinistras. Tem a mais longeva das ditadura em Cuba e os dois países mais corruptos do continente: a Venezuela narcobolivariana, seguida pela Nicarágua sandinista da família Ortega. Bolívia, Equador e Argentina têm índices de corrupção piores que o Brasil.

O que há por aí não é um cheiro de retrocesso político, mas a verificação de que existem países assolados pela corrupção e governos que se dizem de esquerda. O Chile e o Uruguai estão na outra ponta. Bolivarianos, sandinistas e petistas chegaram ao poder com a bandeira da moralidade. O que há no ar não é um cheiro de retrocesso político, mas de repúdio aos pixulecos.

Roubalheira não tem ideologia. O general Augusto Pinochet tinha o apoio de grande parte da população chilena enquanto torturava e matava opositores. Quando se descobriu que ele e sua família tinham US$ 15 milhões em 125 contas secretas, a direita chilena jogou sua memória no mar. Quando o filho da presidente chilena Michelle Bachelet foi apanhado em traficâncias, ela demitiu-o e disse que enfrentava “momentos difíceis e dolorosos como mãe e presidente”. Não culpou a elite nem viu conspiração, muito menos retrocesso político”. Viu apenas realidade: seu filho metera-se numa roubalheira. 

Meirelles 2.0
Atribui-se ao doutor Henrique Meirelles o desejo de centralizar no Ministério da Fazenda o comando do Banco Central. É uma malvadeza que se faz com o ocupante da presidência do BC de 2003 a 2011. Enquanto esteve no cargo, Meirelles defendeu a autonomia do banco.  No vazamento de documentos da diplomacia americana pelo WikiLeaks, apareceu um telegrama de 2006 do embaixador americano à época, o empresário Clifford Sobel. Ele narrou um encontro com Meirelles, durante o qual o doutor “pediu que o governo dos Estados Unidos usasse discretamente sua relação com o do Brasil para discutir a importância de se mandar ao Congresso uma legislação garantindo” a “autonomia” do Banco Central. Sugeriu que o secretário do Tesouro americano levantasse o assunto com Lula e com o ministro Guido Mantega.

Meirelles disse que o telegrama não refletia “com propriedade o tema de qualquer conversa que tenha tido.” O embaixador recusou-se a comentar o assunto.  Não há notícia de outro pedido de pressão sobre o governo de Pindorama feito por uma autoridade brasileira com nível ministerial.

Quem vive vê
Enquanto ex-ministros de Dilma e comissários petistas são hostilizados em restaurantes, Fernando Henrique Cardoso é chamado para uma média de 20 selfies quando entra em restaurantes do centrão de São Paulo. Num caso, uma senhora pediu que ele gravasse uma mensagem para seu pai, que está internado num hospital. 

Pedalada elétrica
Pedalando o mercado de energia elétrica desde o ano passado, o governo obrigou empresas geradoras a comprarem a produção de usinas térmicas, que custa muito mais caro. Disso resultou um rombo de, no mínimo, R$ 20 bilhões. As concessionárias de hidrelétricas recusam-se a pagar pela pedalada e vêm ganhando liminarmente sucessivos litígios na Justiça. Se ninguém pagar a ninguém, no fim do ano o mercado de energia entrará num apagão financeiro. 

Como as empresas precisam dar lucro para distribuir dividendos aos seus acionistas, a Agência Nacional de Energia Elétrica ofereceu às geradoras um esparadrapo natalino de R$ 2,5 bilhões, diluindo o resto do espeto para os anos (e governos) vindouros. 

Seja qual for a solução dessa encrenca, a conta irá para os consumidores. Até aí, tudo bem. O que falta é o governo reconhecer o custo de sua pedalada. Ele lida com o assunto como se fosse um problema dos macedônios.  Se a doutora tivesse reconhecido que as hidrelétricas estavam num nível crítico, não precisaria ter recorrido às térmicas. Agora, os eleitores iludidos ficarão com a conta. 

Palpite
Há um ano, no dia de hoje, o juiz Sérgio Moro encarcerou 25 executivos de empreiteiras. Alguns deles colaboraram com as investigações e foram libertados, com ou sem tornozeleiras. 

Quem estuda os horóscopos da turma de Curitiba acha que a proximidade do recesso do Judiciário pode estimular algumas novas prisões. Antes do arrastão do ano passado, havia empreiteiras achando que sairiam da encrenca ressarcindo a Viúva com a construção de presídios. 

Fonte: Elio Gaspari - O Globo
 

domingo, 15 de novembro de 2015

Prazo de validade

Ter um ministro da Fazenda enfraquecido pelos constantes ataques internos e por frequentes derrotas agrava a crise econômica. E é esse caminho que o governo e o PT escolheram. Lula, a sombra de Dilma, acha que Henrique Meirelles será a solução dos aflitivos problemas da economia brasileira. Ninguém tem o poder de sozinho tirar o país do buraco em que este governo o colocou.

O equívoco mais um — do ex-presidente Lula é achar que ministro tem prazo de validade e que o de Joaquim Levy acabou. Então compre-se um remédio novo na farmácia chamado Henrique Meirelles. É o que Lula está determinando que a presidente em exercício, sua criatura, faça. Ela mais cedo ou mais tarde obedecerá ao seu criador.  Joaquim Levy deveria ter saído do governo, por sua própria vontade, quando foi enviado ao Congresso o orçamento deficitário. De todas as vezes que ele não foi ouvido, aquele momento foi o pior. 

Primeiro, porque a decisão foi tomada pela presidente com os ministros Aloizio Mercadante e Nelson Barbosa, enquanto ele cumpria missão de defesa da CPMF junto a empresários. Chamado às pressas a Brasília ele entrou em reunião que já havia decidido enviar aquele orçamento. Levy sabia, e alertou, que a decisão levaria ao rebaixamento do Brasil. E foi o que aconteceu. Naquele momento ele deveria ter deixado o governo, mas ficou e foi seguidas vezes ignorado. Um ministro que não é ouvido pelo governo e cujas propostas o Congresso rejeita ajuda pouco a tirar o país da crise. Pelo contrário, os sinais contraditórios de uma situação como esta aumentam a incerteza e agravam a turbulência.

Nos últimos dias a presidente o ouviu e recuou da decisão de aceitar novos truques na meta. Essa coisa de meta com desconto é também uma forma de manipulação de números. A meta é ou não é. Essa pequena vitória de Levy foi uma forma de a presidente livrar-se da convicção de que ela faz o que o seu mestre manda. Como se intensificaram os ataques de Lula a Levy, ela lhe concedeu uma pequena vitória para simular independência.

A grande questão é se Henrique Meirelles, hoje na presidência da holding do JBS, seria solução para o nosso dilema de uma economia com inflação alta, recessão forte, desordem nas contas públicas e aguda falta de confiança do investidor. Meirelles foi visto como boa opção pelo mercado, tanto que ao circular seu nome a cotação do dólar caiu. Agradou também ao empresariado que o recebeu como quase-ministro na Confederação Nacional da Indústria.

Meirelles tem muitas qualidades e ajudou o país a atravessar um momento de dificuldade e desconfiança que começou com a posse de Lula. O momento atual é muito pior e nada do que ele fez garante que repetirá o mesmo desempenho agora. No começo do governo Lula, o país estava com contas ajustadas, a alta da dívida tinha sido efeito da desvalorização cambial que foi revertida com a nomeação de uma equipe determinada a defender a estabilidade. A crise de confiança foi dissolvida com a nomeação daquela equipe em que Meirelles contava com diretores do período de Armínio Fraga, e o então ministro Palocci havia nomeado Marcos Lisboa, Joaquim Levy e Murilo Portugal. O mundo vivia o início do boom de commodities.

Com a recuperação da confiança na economia, muitos dólares entrando e a unidade na equipe econômica foi mais fácil virar o jogo. Depois Meirelles enfrentou maiores dificuldades quando Guido Mantega assumiu. Muitas vezes houve tentativa de interferência do PT na política monetária. Meirelles teve que várias vezes lembrar ao presidente Lula que ao receber o convite pedira carta branca e recebera essa garantia. Todas as vezes que o então presidente do Banco Central lembrou a Lula daquele compromisso, o ex-presidente recuou da tentativa de interferência no BC.

E agora, ele teria essa autonomia? Não teria. Por temperamento, a presidente Dilma centraliza e interfere em tudo, e está convencida de que sabe economia por ser economista. Seu [des]conhecimento do tema nos trouxe à inflação de dois dígitos e à pior recessão desde o Plano Collor. Um Meirelles sozinho não fará verão. Se ele receber convite “concreto” que se lembre de que a história não se repete.

Fonte: Coluna da Míriam Leitão - O Globo

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Por pouco Levy não comeu sozinho no fatídico jantar dos senadores - Levy foi prato principal em jantar com senadores - Sarney, especialista em fritar ministro, estava presente

Por pouco Joaquim Levy não terminou o desastroso jantar com os senadores na terça-feira comendo sozinho em uma mesa isolada.

Depois de uma hora e meia de explanação sobre a economia e de uma rodada de perguntas e respostas que evidenciou o desgaste do ministro da Fazenda, já se aproximava da meia-noite e todos estavam exaustos e famintos.

Tão logo acabou a exposição, formou-se uma fila para que os senadores se servissem no bufê montado na casa do líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE).  Os senadores pegavam os pratos e se sentavam em grupos. Quando Levy finalmente se serviu, as mesas centrais já estavam ocupadas.

Quando viram o ministro sentado sozinho, coube ao tucano Tasso Jereissati (CE) se levantar de onde estava e ir fazer companhia para o convidado.

Levy foi prato principal em jantar com senadores

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi o prato principal em jantar no qual deveria ser o convidado de honra com cerca de 40 senadores na noite de terça-feira.

Levy ouviu críticas da oposição e um silêncio retumbante do PT – os cinco petistas presentes se abstiveram de fazer perguntas ao titular da Fazenda. O saldo do encontro, para os senadores, é que o prazo de Levy se esgotou, só resta saber quando ele deixará o posto e quem o substituirá.

Fonte: RADAR - Veja 
 

 

 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Lula critica nota de Joaquim Levy a senadores



Em conversa reservada com parlamentares do PT, em Brasília, ex-presidente avaliou que o documento de Levy foi mais um 'libelo' do 'economês', em defesa do arrocho
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira, 12, a nota escrita pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na qual o comandante da economia pregou a segurança fiscal com corte de gastos e disse ser preciso enfrentar "as dificuldades de pagar impostos" para voltar a crescer, sem dar sinais de flexibilidade nas políticas de ajuste adotadas até agora. Em conversa reservada com parlamentares do PT, em Brasília, Lula avaliou que o documento de Levy foi mais um "libelo" do "economês", em defesa do arrocho.

Levy divulgou a carta na tarde de quarta-feira, para agradecer um jantar oferecido a ele na véspera, com 52 senadores de vários partidos, na casa do líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE). O texto também causou mal estar no Palácio do Planalto porque, segundo auxiliares da presidente Dilma Rousseff, não conseguiu apontar com clareza para o futuro. "Como observei, os instrumentos mais habituais de estímulo à economia já foram usados à exaustão. Portanto, teremos que trabalhar para enfrentar questões estruturais, de forma a dar competitividade ao país em um período em que não poderemos contar com os mesmos preços favoráveis para nossas matérias primas", escreveu Levy, em nota divulgada na quarta-feira. "Enfrentar a burocracia, as dificuldades de pagar impostos e a incerteza nas regras de negócios é o imperativo para voltarmos a crescer e a espinha de nossa estratégia econômica."

Lula pressiona Dilma, nos bastidores, para substituir Levy pelo ex-ministro do Banco Central Henrique Meirelles. Alega que o governo precisa liberar mais crédito na praça e "vender" um discurso de "esperança", indicando onde quer chegar sem falar toda hora em corte, aumento de impostos, desemprego e inflação.

Embora o Diretório Nacional do PT tenha recuado publicamente das críticas mais ácidas a Levy, há duas semanas, nos bastidores o comentário é que o partido perderá toda a sua base social e terá extrema dificuldade nas eleições municipais de 2016, principalmente em São Paulo, se Dilma não der uma guinada na política econômica.

A presidente resiste a dispensar Levy, neste momento, porque, ao contrário de Lula, avalia que trocar o ministro da Fazenda agora passaria um sinal de fragilidade ao mercado financeiro, indicando descontrole nos rumos do governo. Dilma já foi convencida, porém, de que é necessário afrouxar um pouco o ajuste fiscal para evitar que a recessão piore ainda mais. No Planalto, o comentário é que, se Levy não concordar com essas mudanças, sua situação ficará insustentável.

Porteira fechada
Reportagem publicada nesta quarta-feira pelo Estado mostrou que Meirelles já foi sondado informalmente por Lula sobre a possibilidade de ocupar a Fazenda, mas está exigindo uma espécie de "porteira fechada" para, se for o caso, aceitar a missão.

A condição apresentada por ele para assumir o posto, segundo relato de dois interlocutores ouvidos pelo Estado, é a de ter carta branca sobre decisões do Ministério do Planejamento e do Banco Central, além de autonomia para mexer na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil. Meirelles quer ter o controle de toda a área econômica e a última palavra até mesmo no Orçamento e na política monetária.  Desde o primeiro mandato, Dilma nunca permitiu que o ministro da Fazenda tivesse todo esse poder, como Antônio Palocci tinha quando comandava a economia no governo Lula.



Fonte: Estadão