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domingo, 7 de julho de 2019

Bolsonaro e Moro, acabem com a Grampoviadagem

Jair Bolsonaro tem todo direito de se promover, entrando em campo com seu ministro Sérgio Moro, na final da Copa América entre Brasil e Peru, no Maracanã. Depois da diversão, o Presidente e o Ministro da Justiça têm a obrigação de ordenar a abertura de um inquérito para investigar e punir os criminosos que promovem interceptações ilegais de telefones, celulares e de conversas via aplicativos em redes sociais. A grampoviadagem saiu de controle.

Tornou-se um vício criminoso que precisa ser punido com todos os rigores legais. Até o Judiciário, que autoriza legalmente interceptações, tem sido vítima dos abusos e de ameaças. O juiz Marcelo Bretas reclamou, via Twitter: “A Justiça brasileira não pode ser usada como instrumento de disputas políticas”. Bretas até marcou o perfil “@STF_oficial” para que os 11 ministros da Corte Suprema tomem providências sérias sobre o que se transformou em uma grampoviadagem.

O negócio dá margens até a “teorias da conspiração” sobre espionagem internacional – russa, chinesa, norte-americana, chavista, cubana, comunista, petista e por aí vai. Também correm suspeitas de que órgãos de inteligência da máquina pública brasileira adotem as tais “práticas heterodoxas” de investigação e obtenção de provas – nem sempre consideradas legais. A verdade é que a grampoviadagem saiu de controle!

Triste foi ouvir o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, classificar a utilização de dados obtidos criminosamente como “liberdade de imprensa”. Nhonhô Botafogo só pode estar de fanfarronagem... 
 
Maia precisa saber que Liberdade de Imprensa (livre expressão) é o direito de divulgar informação correta, verdadeira e dentro da lei. Fora disto, pode haver crime. Só é legítimo exercer tal liberdade com provas lícitas e nada que recrimine quem os divulga ou a suas fontes (preservadas por sigilo).

No caso Moro e dos Procuradores da Lava Jato, o tal Verdevaldo extrapolou... E por que o Super Moro não parte para cima dele de forma institucional, determinando que a Polícia Federal e a Procuradoria Geral de Justiça investiguem e ofereçam denúncias bem embasadas ao Poder Judiciário. A obrigação do governo Bolsonaro é tratorar a esquerdalha criminosa de forma legítima, a fim de acabar com narrativas e práticas criminosas que já duram 7 meses.

Não se pode aceitar o argumento de que o governo não quer gerar “desgastes” durante o processo de aprovação das principais Reformas. Mas isto não pode justificar tanta leniência de Bolsonaro e de Moro com todas as calúnias, injúrias e difamações da turma do Verdevaldo – que, na verdade, é simplesmente um parceiro operacional dos bem remunerados defensores do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Grampoviadagem tem de acabar! O Brasil tem prioridades políticas e econômicas mais sérias. A Lava Jato tem de ir muito além do que foi até agora... Por incrível que possa parecer, o PT e seus comparsas sofreram muito menos danos e punições do que realmente mereciam... Ainda temos muitos crimes impunes – destaque para os crimes societários que arrasaram com a atividade econômica...

A prioridade é combater o Crime Institucionalizado, que é estrutural. E não ficar perdendo tempo com o ataque e defesa a personalidades que participaram como agentes criminosos. Se não mudar a estrutura, o Crime continuará reinando e se reinventando, impune. Bolsonaro e Moro precisam concentrar seus esforços nesta direção e sentido... O resto é mera promoção pessoal...

O interesse do Brasil está acima de tudo isso... Ou não está?!
 
 
 

quarta-feira, 26 de junho de 2019

O autódromo da decadência

Wilson Witzel (Harvard Fake '15) quer um autódromo para o Rio, mas a cidade precisa de outras coisas

Poucas questões refletem a decadência das administrações públicas nacionais como a crueldade embutida no projeto de construção de um autódromo no Rio de Janeiro. A ela associou-se o presidente Jair Bolsonaro. Ganha um fim de semana em Caracas quem for capaz de dizer que o Rio, falido, violento, com escolas e hospitais em pandarecos, precisa disso. Criou-se até mesmo uma hipotética disputa com São Paulo, como se as corridas de automóveis tivessem grande utilidade. Começando pela história do autódromo de Interlagos, é bom lembrar que o nome da região foi associado a um ambicioso projeto imobiliário dos anos 20 do século passado. O empreendimento ruiu e a conta foi para a Viúva. O que deveria ser um bairro ajardinado virou um autódromo murado. Encravado numa região populosa, ele é um pouco menor que o aterro do Flamengo.

Enquanto o Rio deve a Carlos Lacerda e a Lota de Macedo Soares a transformação de pistas para automóveis numa joia da cidade, São Paulo ganhou uma cicatriz da privataria. A ideia de transformar Interlagos num parque renasce a cada dez anos, mas acaba travada pelos interesse sombrios que se movem em torno da corrida. Se o Grande Prêmio de Fórmula 1 for para o Rio, ou para Pyongyang, a cidade de São Paulo ganhará um jardim público facilmente financiável. São Paulo também não precisa da Fórmula 1. A Parada Gay, a Marcha para Jesus e a Virada Cultural atraem muito mais visitantes, com maior participação popular e valor cultural.

Fica então uma pergunta: o Rio precisa do autódromo? Se precisasse, não teriam demolido o que existiu até 2012. Argumentando-se que voltou a precisar para receber a corrida de automóveis, cria-se um caso clássico de rabo abanando o cachorro. A cidade teve os jogos da Copa, com a roubalheira da reforma e privatização do Maracanã. Logo depois, veio a fantasia da Olimpíada. A vila dos atletas está encalhada. As arenas e o parque aquático têm menos visitantes e atividades que as ruínas romanas das Termas do imperador Caracala.

O Rio fez sua Olimpíada na Barra da Tijuca e para lá estendeu uma linha de metrô. Quatro anos antes, Londres fizera a sua. Exagerando, as grandes obras dos ingleses foram para as cercanias de um bairro parecido com as terras da Baixada Fluminense (sem tiros) e para lá levou-se o metrô. Criou-se uma nova região, bonita e vibrante. Seu shopping center tem mais movimento que qualquer similar do Rio ou de São Paulo. A Olimpíada de Londres legou progresso, a do Rio sacralizou o atraso. Não é à toa que dois governadores estão na cadeia, onde passou uns dias o presidente do comitê dos Jogos. Já o prefeito maravilha perdeu a eleição do ano passado. Foi derrotado pelo juiz Wilson Witzel (Harvard Fake '15). Afora sair por aí dizendo que quer matar gente, sua ideia mais pomposa veio a ser a da construção do autódromo. Evidentemente, o custo seria coberto pela iniciativa privada. Conta outra.

A ideia de dar pão e circo ao povo foi coisa dos imperadores romanos à época em que a cidade controlava o mundo. Roma teve césares doidos, mas nenhum deles acreditou nisso quando o tesouro não tinha como pagar suas contas.
 
 
 

quinta-feira, 6 de junho de 2019

FLAMENGO - Entrevistão! Wallim abre os cofres do Flamengo e aponta caminho sem volta:"Dinheiro não vai faltar"

[FORA DO TEMA - a matéria é excelente apesar de no segundo parágrafo conter algo que não interessa ao Flamengo: um interesse de trazer o cai cai para o Mengão;

ao Flamengo não interessa um jogador que faz tudo - de cair a toa, passando por acusações de estupro, agressão a torcedores, etc...,]

Entrevistão! Wallim abre os cofres do Flamengo e aponta caminho sem volta:"Dinheiro não vai faltar"

Vice de finanças garante que clube não gastou acima do orçamento com reforços, detalha planos financeiros e sonha alto para o futuro: "Um dia vamos chegar ao patamar de trazer o Neymar"

Por Marcelo Baltar e Thiago Lima — Rio de Janeiro
 
Transcrito do Blog do Murilo 


Primeiro nome lançado pela "Chapa Azul" em 2012
(quando teve a candidatura impugnada); vice de futebol entre 2013 e 2014, vice de patrimônio e candidato da oposição em 2015, Wallim Vasconcellos esteve em evidência na política do Flamengo nos últimos anos. De volta ao poder nesta temporada, como um dos pares do presidente Rodolfo Landim, o ex-economista do BNDES hoje está afastado dos holofotes. Tem voz ativa, participa de decisões importantes, mas não está na linha de frente no futebol.

Atualmente, no dia a dia, cuida do dinheiro do clube. Ao contrário do mar agitado e turbulento que enfrentou na pasta do futebol em sua primeira passagem, na vice-presidência de finanças encontrou céu de brigadeiro, com cofres cheios para investir. E assim fez. O Flamengo saiu às compras em janeiro, agitou o mercado nacional e mostrou força. Foram mais de R$ 100 milhões gastos em aquisições de jogadores nos primeiros meses.

As contratações de nomes caros e badalados inflamaram os rubro-negros, mas levantaram questionamentos sobre as finanças do clube. Wallim, no entanto, garante que não houve gasto acima do previsto e que a saúde financeira vai de vento em popa. Além disso, disse que o Flamengo não vai parar por aí. Cada vez haverá mais recursos, o que faz o dirigente até mesmo sonhar com Neymar em um futuro próximo.

Durante quase uma hora e meia de bate-papo com o GloboEsporte.com na última quarta-feira, em seu gabinete na Gávea, o dirigente falou sobre a saúde financeira do Flamengo, mostrou a redução da dívida total rubro-negra, garantiu recursos à disposição do futebol para o segundo semestre, comentou os planos para o Maracanã, justificou o aumento nos preços do sócio-torcedor e assegurou que hoje o clube não precisa vender atletas para fechar o balanço no azul..


Confira a entrevista na íntegra:
GloboEsporte.com: O Flamengo vem há alguns anos arrumando a casa na parte financeira, mas à cada contratação de impacto surge a pergunta dos torcedores rivais: de onde o clube tira tanto dinheiro?

Wallim: – Isso é um processo que vem desde 2013, quando tivemos que resgatar a credibilidade perante a fornecedores, jogadores... Com credibilidade, você começa ter o interesse de patrocinadores, a torcida passou a acreditar. Tudo o que foi prometido foi cumprido. Nosso objetivo sempre foi o Flamengo liderar todos os processos, financeiro e no futebol. Eu vou ganhando, melhorando, todos querem se associar à marca do Flamengo. É um círculo virtuoso.

– Claro que foi um grande trabalho de quem renegociou toda dívida, trouxe patrocinadores, aumentou a receita, e trouxe nosso torcedor, que é o nosso maior ativo. Isso propiciou que o Flamengo crescesse, revelasse novos talentos, outros estão sendo revelados. Infelizmente hoje ainda temos essa dificuldade no Brasil de competir com a Europa, o mundo árabe, o mercado asiático. Mas a venda desses talentos contribuiu para a saúde financeira do Flamengo, que hoje é muito boa. Na área financeira, tivemos o Rodrigo Tostes, depois o Cláudio Pracownik, e agora eu estou aqui. Mas óbvio que todos no clube contribuíram.

Quando o clube começou a se reestruturar?

– Em 2013 tomamos a decisão. Não vamos gastar mais do que ganhamos e vamos pagar tudo. Seja o que Deus quiser. Corremos o risco de ter problemas no campeonato, rondamos a zona de rebaixamento, que tentamos evitar ao máximo e conseguimos. Esse foi o ponto positivo. Montamos um time que deu conta do recado naquela época, foi campeão da Copa do Brasil, do Carioca, trouxemos um pouquinho de alegria para a torcida. Foram altos e baixos e não tinha como ser diferente. Trouxemos jogadores que podíamos pagar naquela época, mas obviamente não era o que gostaríamos de ter.

– A torcida teve a maior paciência do mundo. Entendeu que era aquilo ou o caos total. Nos apoiou, melhoramos a situação, mas ainda não estamos onde queremos. Sempre podemos melhorar e temos que ganhar um título importante.

(...)

-  Podemos até levar para o Conselho de Administração, alegar que precisamos de mais recursos e readequar o orçamento. Gastamos no início do ano porque achamos que tínhamos que começar a temporada com um time base, pelo menos. Se montarmos em julho, como foi nos últimos anos, até o jogador começar a jogar já era. Pode até ganhar uma Copa do Brasil, mas não o Brasileiro. Gastamos no início do ano e agora vamos fazer ajustes para essa reta final. Não basta ter um time, tem que ter um elenco.


Há recursos para novas aquisições de direitos federativos neste ano?

– Recursos há. Mas terei que mudar o orçamento, se for o caso. Teríamos que levar ao conselho e mostrar de onde vem o dinheiro. Se for só luvas e salários, tem que saber se cabe dentro das despesas. Se não couber, será necessário fazer uma readequação orçamentária, levar e aprovar no Conselho de Administração e, aí sim, fazer essa despesa.  Então é possível uma readequação orçamentária para novas aquisições ainda em 2019?

– Com certeza. Aqui, nesse assunto de futebol e outras coisas importantes, não tem situação e oposição no Conselho de Administração. Eu, várias vezes, votei a favor nos últimos três anos para conseguir dinheiro para contratar e reforçar o time. O que importante é gastar bem, acertar nos jogadores. Você nunca consegue ter essa certeza. Só se você trouxer Messi, Neymar e Cristiano Ronaldo. Aí terá 99% de chance de acertar.
(...)

Quanto é a dívida do Flamengo hoje?

(...)
– A dívida grande é o Profut, que está em R$ 310 milhões. O Flamengo paga religiosamente em dia um milhão e pouco por mês, dá uns R$ 15 milhões por ano. De banco a gente não tem quase nada, são R$ 16 milhões. O total está em R$ 326 milhões.

A ideia é zerar?
– Então, essa é uma questão. Uma das perguntas que fiz em nossos grupos: vale a pena zerar a dívida, pegar dinheiro e deixar aqui? Pegar dinheiro e deixar aqui para comprar jogador eu não acho. Mas por exemplo: quero fazer uma ampliação do CT. Vale a pena eu pegar R$ 50, R$ 100 milhões para fazer um CT 2, ou um CT na Baixada? Como essa conta fecha? Vai depender do prazo, da taxa... Então essa é uma conta que a gente tem que fazer. Se eu não tiver nenhum investimento estrutural, zera a dívida e fica no capital de giro. Tem uma linha de crédito, pego R$ 50 milhões, em três meses eu pago e zero de novo. É só administração de fluxo de caixa.


Um dos criadores da "Chapa Azul", Wallim está envolvido na política do Flamengo desde 2013 — Foto: ANDRÉ DURÃO
 
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sábado, 1 de junho de 2019

FLAMENGO: 50 anos do voo do urubu

Saiba como quatro torcedores soltaram urubu no Maracanã e transformaram ave no mascote do Flamengo, há 50 anos


Urubu pousa no gramado do Maracanã em jogo contra o Botafogo, no dia 1 de junho de 1969 | Foto de arquivo/Agência O Globo 

Até o dia 1° de junho de 1969, chamar um flamenguista de urubu era uma provocação com contornos de ofensa. Para boa parte dos rubro-negros, o apelido era um insulto racista sobre torcida. Tudo começou a mudar quando quatro jovens amigos, moradores do Leme, na Zona Sul do Rio, decidiram calar os críticos soltando um urubu no gramado do Maracanã, durante um clássico contra o Botafogo. A ave de rapina virou a sensação do confronto e trouxe sorte ao rubro-negro, que venceu por 2 a 1, quebrando um tabu de quatro anos sem vitórias sobre o rival.
O voo do urubu, que completa 50 anos neste sábado, começou a ser planejado bem antes daquela partida. Hoje, o episódio seria considerado crime ambiental. Urubus são animais silvestres e não podem ser retirados de seu habitat e nem muito menos sofrer maus tratos. Mas, na época, com idades entre 18 e 20 anos, os amigos Victor Ellery, Romilson Meirelles, Luiz Octávio Vaz e Erick Soledade não pensaram nessas questões. Eles estavam decididos a capturar um urubu e soltá-lo no Maracanã. De início, eles foram até a Lagoa Rodrigo de Freitas, numa tarde de sexta-feira, mas não encontraram sequer um exemplar da espécie:

— Naquela hora, não tinha nenhum urubu ali perto dos clubes Caiçara e Piraquê. Então, decidimos ir ao lixão, no Caju, mas era tarde e não pudemos entrar. Disseram para voltarmos no dia seguinte — lembra Vaz.

Pela manhã, com Meirelles como motorista, o quarteto voltou ao local e encontrou vários urubus. Mas, novamente, não conseguiram capturar um animal e decidiram, então, pedir ajuda.

— Oferecemos um valor para quem capturasse um urubu pra gente, algo como uns R$ 50 hoje. Deu até briga. Um gari fez um laço e conseguiu trazer um urubu. Nós o enrolamos em uma espécie de manta e o levamos para o carro — explica Ellery.

O quarteto rubro-negro voltava para casa com o senso de dever cumprido, mas foi surpreendido como em um contra-ataque do adversário. Com o carro parado em um sinal da Avenida Brasil (sim, havia semáforos ali), o urubu se soltou da manta, o que imediatamente instaurou o caos no veículo:

— Foi um desespero total. Eu estava dirigindo abaixado (pausa para risos). Depois de muito custo, conseguimos imobilizá-lo. Levei algumas bicadas, e os outros três foram buscar uma sacola para colocar o urubu. Deve ter sido rápido, mas fiquei sozinho com ele dentro do carro, esse tempo me pareceu uma eternidade — lembra Meirelles.

O urubu passou a noite em um prédio, no Leme, com a cabeça imobilizada para não bicar ninguém. Mesmo debilitado, o animal recusou o cardápio nada adequado oferecido pelo quarteto: macarrão ou feijão com arroz. O jejum seria apenas mais uma das provações a que a ave seria submetida. No dia do jogo, o quarteto amarrou uma bandeira do Flamengo nas patas do animal, com suporte de bambu, e o animal entraria no estádio dentro de uma sacola, que estava enrolada numa faixa.



 

Na edição do dia três de junho. O GLOBO mostra o urubu morto | Reprodução

A REDENÇÃO DO URUBU
Soltar um urubu em pleno Maracanã, com uma bandeira do Flamengo foi, para o quarteto, um ato de desforra que alcançou proporções inimagináveis. Até aquele momento, o mascote do Flamengo era o marinheiro Popeye, uma herança do remo, esporte que deu origem ao clube. Já no dia seguinte ao jogo, o GLOBO trazia a notícia: "Urubu pousa na sorte do Botafogo". O marinheiro Popeye logo foi trocado pelo animal pelo cartunista Henfil, que humanizou o personagem nas páginas do “Jornal dos Sports”. Coordenador de Patrimônio Histórico do Flamengo, Bruno Lucena vê mais uma razão para a rápida aceitação do urubu:  — Aconteceu em um momento propício, porque estávamos em meio à ditadura, em uma época de substituição de símbolos por elementos nacionais, e o Popeye era um personagem americano — explica.

Retirado da sacola, o urubu, uma fêmea, ainda estava atônito quando o quarteto decidiu soltá-lo. Voou sobre a torcida do Botafogo, que, surpresa, não reagiu. A do Flamengo vibrava, gritando “É urubu, é urubu!”, até que o animal pousou no gramado, onde se tornou a estrela do clássico. A ave ofuscou a estreia do atacante argentino Doval, o Diabo Loiro, contratado junto ao San Lorenzo, da Argentina, como estrela da temporada.

Erick Soledade sente que o trabalho do grupo é confundido por causa do desenho de Henfil. Para ele, muitos torcedores desconhecem a ação do quarteto e acreditam que o traço do cartunista ressignificou o urubu como novo mascote do Flamengo.— Os desenhos dele ficaram eternizados nas páginas dos jornais, mas foram reflexo da nossa ação, e isso muita gente não sabe, o que acaba tirando o nosso reconhecimento — avalia.

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

PF cumpre mandado de busca em investigação de ameaça contra Bolsonaro



Objetivo é identificar se há outras pessoas envolvidas com o autor de postagens em redes sociais

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira, 13, um mandado de busca e apreensão contra um jovem de 23 anos que ameaçou o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). A ação da PF ocorre no bairro do Maracanã, no Rio de Janeiro.  Segundo a PF, o objetivo é identificar se há outras pessoas envolvidas com o autor de postagens que "incitaram a subversão da ordem política fomentando a morte" de Bolsonaro, quando ele ainda era candidato. 

O mandado de busca e apreensão foi expedido pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. De acordo com a PF, o investigado teria proferido ainda xingamentos ao vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão (PRTB). 

O Estado de S. Paulo



quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Economia, economia. E só” e outras notas de Carlos Brickmann

Na verdade, o importante é a economia. Se o cidadão tiver emprego, puder comprar alimentos, pagar o aluguel e as contas, o governo Bolsonaro terá dado certo

Se o governo de Bolsonaro der certo, a presença maciça de militares, a redução do número de ministérios e a redução das restrições ao porte de armas serão aprovadas com entusiasmo pelos eleitores. Se o governo de Bolsonaro não der certo, os eleitores dirão que os ministérios cortados fizeram falta, que arma deve ser proibida e que lugar de milico é no quartel.

Na verdade, esses itens são secundários: o importante é a economia. Se o cidadão tiver emprego, puder comprar alimentos, pagar o aluguel e as contas, o Governo terá dado certo. Simples assim: se a economia estiver em bom funcionamento, tudo estará bem. Lembre o grande Nelson Rodrigues, para quem o Maracanã vaiava até minuto de silêncio. O ditador Médici, em cujo governo a economia cresceu, foi aplaudido. Motivo? Pleno emprego.

No caso de Bolsonaro, se a economia crescer e se aproximar do pleno emprego, anote: Ônix vira gênio político, Alexandre Frota passa a ser um parlamentar brilhante cuja vocação demorou a ser descoberta, a bancada da Bíblia recebeu uma ordem divina e a cumpriu juntando-se ao predestinado que iria salvar o país. Se a economia não crescer, o restante do Governo pode funcionar com perfeição que será sempre considerado muito ruim. Oto Glória, técnico brasileiro que levou a Seleção portuguesa ao terceiro lugar na Copa de 1966 (eliminando o Brasil de Pelé), dizia que “em futebol é fácil passar de bestial a besta”. Em Portugal, “bestial” significa “ótimo”.

A voz de Lula
Antes que comecem a insultar este colunista, quem disse que Médici era popular entre os trabalhadores e venceria uma eleição direta foi Lula. Lula corretamente atribuía a popularidade de Médici ao pleno emprego.

Bons sinais
Há bons sinais no caminho de Bolsonaro: a inflação está baixa, há sinais de confiança do mercado na recuperação da economia, o desemprego é um horror de alto, mas baixou, neste fim de ano, ao nível da época de Dilma.

Maus sinais
E há maus sinais: parlamentares dispostos a aumentar as despesas se forem contrariados, magistrados que nesta época não se preocupam com o déficit público, coordenação política do bloco governista ainda inexistente. O buraco nas contas é grande e já se fala em retomar investimentos (aliás, necessários) em obras de infraestrutura e até mesmo em Angra 3, parada há dezenas de anos. De onde sairá o dinheiro? Pergunte ao Posto Ipiranga: só o superministro da Economia, Paulo Guedes, para responder onde buscá-lo.

Educação em (bom) debate
Só feras: um debate promovido pelo MIT, Massachusetts Institute of Technology, uma das principais universidades do mundo, sobre Visões sobre o futuro da Educação no Brasil, com apoio da Fundação Lemann. “O Brasil precisa avançar na Educação para poder escapar da armadilha de renda média”, diz o professor Ben Ross Schneider, do MIT, coordenador do debate e autor de pesquisa com análise comparativa das políticas públicas educacionais e reformas na América Latina, com foco no setor privado e nos sindicatos de professores. O debate, com Schneider, Lucas Rocha, da Fundação Lemann, Ari de Sá Neto (MIT Sloan Alumni do Brasil, CEO da Arco Educação) e Samir Iásbeck, da Qranio, ocorre nesta segunda, 3 de dezembro, das 18h30 às 21h. Inscrições até dia 30 (e detalhes) neste link. Gratuito. Vale a pena: todos têm o que dizer e não entram em discussão de bobagem.

Olha o indulto!
O Supremo deve decidir hoje se o indulto de Natal assinado no ano passado por Temer vale ou não integralmente. Em liminar, o ministro Luís Roberto Barroso suspendera trechos do indulto, para excluir do benefício os presos por crimes de colarinho branco. Hoje, se a decisão de Barroso for derrotada, condenados por corrupção ficarão livres após o cumprimento de 20% das penas, e sem pagar as multas que lhes foram impostas. Barroso tinha liberado para o perdão de Temer só os condenados por crimes sem violência, com sentença de até oito anos, que já tivessem cumprido um terço da pena, sem liberação das multas e sem colarinho branco. Conforme a decisão do Supremo, Temer poderá conceder um indulto gigante.

Só?
Mais uma denúncia contra o ex-presidente Lula, esta oferecida pela Operação Lava Jato de São Paulo, sob acusação de lavagem de dinheiro em negócio na Guiné Equatorial, África. Segundo a denúncia (que, entre os papeis apresentados, traz e-mail do ex-presidente ao ditador Teodoro Obiang), Lula ajudou a empresa brasileira ARG a ganhar contrato na Guiné Equatorial, e em troca obteve propina de US$ 1 milhão (ou doação legal para o Instituto Lula). Bem, se houve propina de US$ 1 milhão, quase nada diante dos números que têm circulado, Lula será processado por dumping.


Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Fim da Lava-Jato em Benfica: Presos serão transferidos para Bangu 8 a partir de hoje



Unidade em Gericinó é dividida em celas para dois e cadeia coletiva, chamada de Maracanã. Cabral já está no presídio



A Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixa de ser a unidade de destino dos presos da Operação Calicute, versão carioca da Lava Jato. Cenário de escândalos envolvendo mordomias a presos liderados pelo ex-governador Sérgio Cabral, o local passará, a partir desta semana, a ser exclusivamente porta de entrada do sistema prisional do Rio, de acordo com a política de reestruturação iniciada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Estado (Seap), com o aval do comando da intervenção federal na segurança pública. Alguns presos já estão sendo transferidos nesta segunda-feira. A transferência das mulheres só começa na semana que vem. Serão realocados na Cadeia Pública Petrolino Werling de Oliveira, mais conhecida como Bangu 8, 121 detentos saídos do presídio de Benfica. Ao todo, serão transferidos 219 presos. 


Exército realizou vistoria no Complexo de Gericinó - Arquivo / 27/03/2018 / Fabiano Rocha / Agência O Globo



Oficialmente, a mudança é justificada pela incompatibilidade entre operar como unidade de ingresso no sistema e, ao mesmo tempo, servir para abrigar presos com curso superior e presos temporários federais. Mas a principal motivação foi a sequência de denúncias sobre as facilidade oferecidas aos presos do grupo do ex-governador. Com a reestruturação, o grupo da Calicute será integralmente transferido para Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó. Já se encontram nessa unidade o ex-governador Sergio Cabral (desde que voltou de Curitiba, há três semanas) e o ex-secretário de Obras de sua gestão, Hudson Braga, transferido recentemente. Todos os demais serão remanejados até sexta-feira próxima. Ainda existe pendências judiciais mantendo alguns presos em Benfica, mas a Seap espera convencer a Vara de Execuções Penais a autorizar a completa transferência dos presos federais em uma semana, no máximo. Carlos Miranda é o único que não será transferido, pois em seu acordo de delação pediu para cumprir sua pena até dia novembro no complexo de Benfica.

Com capacidade oficial para 184 presos, número que pode ser ampliado em caso de necessidade, a unidade é dividida em celas para duas pessoas e uma cadeia coletiva, chamada de Maracanã. Até o momento, Cabral se encontra sozinho em uma das seis celas da galeria E de Bangu 8, que tem seis metros quadrados. As mulheres presos pela Calicute também deixarão Benfica e serão levadas para a Presídio Nelson Hungria.

O Globo