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quinta-feira, 27 de maio de 2021

A pandemia do silêncio começa a ceder - Senadores criticam postura de Aziz e dizem que ele está fazendo papel de ‘advogado’ e ‘comentarista’

Afonso Marangoni

Presidente da CPI fez vários contrapontos às falas de senadores aliados ao governo 

Após fazer vários contrapontos às falas de senadores aliados ao Palácio do Planalto na oitiva do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), foi criticado nesta quinta-feira, 27, por integrantes da comissão que o classificaram como “comentarista da comissão” e “advogado de São Paulo”.

As declarações foram dadas após Aziz afirmar que o governo federal não investiu no Instituto Butantan para o desenvolvimento da CoronaVac. O presidente da CPI afirmou que o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), quis dar a entender que foram repassados recursos para esta finalidade. [esse senador que ainda preside a CPI não deveria ter sequer seu nome indicado para participar da CPI Covidão ou de qualquer outra - menos ainda para o cargo de presidente.
A vantagem é que com o 'cabeleira' na relatoria e o senador Omar presidindo fica ainda mais fácil o desmonte da Covidão; 
o passado de ambos, as folhas.... ops ... os currículos dos dois e de familiares, não permitiriam em um país sério, que sequer fossem candidatos a vereadores.
Mas, o relator Calheiros já levou um arrocho em passado recente - para não perder o mandato teve que cair da cadeira de presidente - e  o senador Omar teve familiares encarcerados por corrupção na área de Saúde. Enquanto aqui, na Pindorama, conseguem ocupar os cargos mais importantes de uma CPI criada para 'prender ladrões da saúde pública'. A presença do 'drácula' - vulgo do senador petista Humberto Costa - seria mais útil para o conceito da Covidão, se ele fosse o ocupante do cargo de vice-presidente.]

Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas; preside da CPI da Covid, Omar Aziz; e relator da CPI da Covid, Renan Calheiros | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas; preside da CPI da Covid, Omar Aziz; e relator da CPI da Covid, Renan Calheiros | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Leia mais: “Dimas Covas: cronograma de entrega da CoronaVac vai atrasar”

“Vossa excelência está atuando como comentarista da comissão. Vossa excelência não é analista da fala dos senadores. Presidente de Comissão não tem este papel”, apontou o senador Marcos Rogério (DEM-RO), que finalizou:Você está atuando como advogado de São Paulo”.  “O senhor está sendo advogado de defesa. Ele [Dimas Covas] está ao lado de dois advogados de defesa, um advogado e um advogado que é o senhor”, criticou o senador Eduardo Girão (Podemos-CE). “Não, eu sou engenheiro”, respondeu Aziz.

O presidente da Comissão afirmou que não estava defendendo o governo de São Paulo, mas o Instituto Butantan, que “não tem politicagem”. Girão ainda alfinetou: “Está ficando feio, senador”. Aziz respondeu: “Pode ficar muito feio, a verdade tem que ser dita, a verdade é uma: não se repassou adiantado nem um real para comprar vacina de ninguém a não ser da AstraZeneca”. “Não dá nem pra disfarçar, presidente”, voltou a criticar Girão.

 Dagomir Marquezi
 
A pandemia do silêncio começa a ceder
Surgem novas evidências de que o novo coronavírus pode mesmo ter sido criado em laboratório. Cientistas e países ocidentais cobram uma investigação transparente 
 
O que aconteceria se um novo vírus mortal paralisasse o mundo a partir de um incidente ocorrido no Brasil? 
O que fariam a Organização Mundial da Saúde e os países mais poderosos do mundo se autoridades brasileiras deixassem que o vírus se espalhasse antes de avisar a comunidade global? 
Em quantos dias teria início uma ampla investigação internacional no nosso território? 
Qual o tamanho da indenização que seria cobrada do governo brasileiro pelo estrago na economia mundial?


Edição de arte Oeste | Foto: Shutterstock

Bem, o Brasil não é a China.A covid-19 explodiu em parte porque o Partido Comunista Chinês foi omisso sobre a saúde em outros países e escondeu a pandemia durante seus meses iniciais ao mentir para organizações internacionais de saúde pública”, escreveu o senador republicano Ben Sasse no Wall Street Journal. “O PCC explorou o sofrimento do mundo em desenvolvimento para fazer avançar seus interesses. Do seu jeito mafioso, Pequim fez com que a distribuição de suas vacinas estivesse vinculada ao rompimento de relações diplomáticas com Taiwan ou à adoção da Huawei — a gigantesca agência de tecnologia e espionagem chinesa — para fornecer serviço de 5G. E está cobrando preços astronômicos por um lixo de vacina.”

Entre 24 e 29 de janeiro de 2020 (segundo o próprio governo chinês), o regime comunista importou uma quantidade massiva de equipamentos de proteção pessoal, incluindo 2 bilhões de máscaras. Só no dia 30 a OMS declarou a emergência médica global, já anunciando que a China não tinha culpa nenhuma. No início de junho de 2020, o ministro de Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que as notícias de adiamento do anúncio da doença eram “completamente mentirosas”.

Ao que tudo indica, enquanto o resto do mundo era devastado pela covid-19, a China se protegia com o equipamento que comprou de outros países antes de dar o alerta. Ou a gente não teria números como estes, hoje:  Como a China, o país mais populoso, onde aparentemente o vírus mais letal dos últimos tempos surgiu e se espalhou antes de ser identificado, está em 99º lugar entre os países mais infectados (90.908 casos), atrás até da Faixa de Gaza?

Perguntas pedem respostas. E o regime do Partido Comunista Chinês resistiu e continua resistindo a dar qualquer satisfação ao mundo sobre seus atos. Depois de muita insistência, o presidente Xi Jinping permitiu, em janeiro deste ano, a entrada de cientistas ligados à Organização Mundial da Saúde para uma investigação sobre as origens da pandemia. A comissão, representando uma organização já submissa a Pequim, enviou 17 cientistas internacionais, estritamente vigiados por igual número de cientistas chineses. Tiveram apenas 14 dias para uma investigação que demandaria meses se fosse séria. O veredicto foi que o vírus havia surgido espontaneamente, como um fruto da natureza. Segundo esse princípio, doenças catastróficas como a covid-19 podem pipocar a qualquer momento em qualquer lugar onde exista vida selvagem.

Aparentemente a pandemia do silêncio começa a ceder. No dia 14 deste mês, um grupo de 18 cientistas (de Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Suíça) publicou uma carta aberta na revista Science com um título simples e direto: “Investiguem as origens da covid-19”. Os signatários dizem que “mais investigações são necessárias para determinar a origem da pandemia; as teorias de liberação acidental do vírus de um laboratório ou o transbordamento zoonótico permanecem viáveis”.

O grupo dos 18 revelou um detalhe pouco divulgado da investigação inicial realizada pela OMS: “Informações, dados e amostras para a primeira fase de estudos foram coletados e sumarizados pela metade chinesa da equipe; o resto do time tirou suas conclusões a partir dessa análise. Apenas quatro das 313 páginas do relatório e seus anexos se referem à possibilidade de um acidente de laboratório”.

Os 18 cientistas, ligados a instituições como o MIT (Massachusetts Institute of Technology) e às universidades de Chicago, Toronto, Basileia e Stanford, não têm receio de dizer o óbvio: “Uma clareza maior sobre as origens desta pandemia é necessária e possível de ser obtida. Devemos desenvolver seriamente hipóteses sobre ambas as possibilidades, o surgimento natural e o vazamento de um laboratório, até que tenhamos dados suficientes. Uma investigação apropriada deveria ser transparente, objetiva, orientada por dados, incluir outros experts, ser sujeita a supervisão independente e gerenciada responsavelmente de forma a minimizar os impactos de conflitos de interesse. Agências de saúde pública e laboratórios precisam abrir seus registros ao público”.

Em março, outro grupo de cientistas já havia divulgado uma carta aberta pedindo uma “investigação legal completa e sem restrições das origens da covid-19”. Essa carta foi além da simples declaração de princípios e listou um manual detalhado de procedimentos técnicos para qualquer investigação do tipo. “Se falharmos em examinar completamente e com coragem as origens desta pandemia, nós nos arriscamos a estar despreparados para uma pandemia potencialmente mais grave no futuro”, completou a carta, que pede à comunidade internacional uma investigação séria e definitiva. Entre os signatários, estão cientistas de França, Austrália, Espanha, Nova Zelândia, EUA, Bélgica, Reino Unido, Áustria e Alemanha.

Os pedidos de mais esclarecimentos não se limitam à comunidade científica. Em 30 de março, governos de 14 países declararam num comunicado conjunto: “Juntos, apoiamos uma análise e uma avaliação transparentes e independentes, livres de interferência e influência indevidas. Expressamos nossas preocupações comuns em relação ao recente estudo convocado pela OMS na China, ao mesmo tempo em que reforçamos a importância de trabalharmos juntos para o desenvolvimento e o uso de um estudo rápido, eficaz, transparente, com base científica e processo independente de avaliação internacional de tais surtos de origem desconhecida no futuro”. Os países signatários, todos democráticos, são: Austrália, Canadá, República Checa, Dinamarca, Estônia, Israel, Japão, Letônia, Lituânia, Noruega, Coreia do Sul, Eslovênia, Reino Unido e Estados Unidos. “Com todos os dados em mãos”, afirma o documento, “a comunidade internacional deve acessar as origens da covid-19 de forma independente, aprender as valiosas lições dessa pandemia e prevenir as devastadoras consequências dos surtos de doenças.”

Laboratórios “brincam de Deus” e criam vírus mais perigosos do que os que já existem na natureza

A pressão por respostas está aumentando. O governo da Austrália é o mais firme na insistência por uma investigação independente, o que azedou a relação entre os dois países. A jornalista Sharri Markson, do canal Sky News australiano, divulgou em 9 de maio uma matéria explosiva sobre um livro escrito por um cientista ligado ao comando das Forças Armadas chinesas, Xu Dezhong, propondo o uso militar do coronavírus — cinco anos antes da atual pandemia. O livro menciona uma “nova era de armas genéticas” por meio da manipulação de vírus, transformados em armas e lançados “de maneira como nunca aconteceu antes”.

A matéria mostra também uma publicação assinada pelo mesmo Xu Dezhong falando abertamente no emprego de coronavírus como arma. Aponta inclusive que elas não devem ser usadas nos períodos mais quentes do dia, o que mataria os vírus antes que entrassem em ação. Vai além, sugerindo que um ataque em larga escala provocaria um colapso no sistema de saúde dos países atingidos, com baixas adicionais. E comenta outra “vantagem”: “Ataques com armas biológicas podem causar doenças psicológicas e mentais agudas e crônicas, como reações de estresse agudo”. Xu Dezhong continua dando aulas para a elite dos militares chineses.

Por citar o livro de Xu Dezhong como um segredo só agora revelado, o texto de Sharri Markson foi classificado de distorcido por “agências checadoras”. E o título está à venda na Amazon, e esgotado. O fato de o livro ser vendido abertamente torna a situação ainda mais preocupante. O uso de coronavírus como arma parece estar sendo discutido sem maiores restrições nos círculos militares chineses.  Por enquanto ninguém leva a sério a teoria do Sars-CoV-2 como arma militar. Mesmo a matéria de Sharri Markson deixa claro que a atual pandemia provavelmente surgiu por acidente. O que nos remete ao texto do autor britânico Nicholas Wade, que escreveu sobre ciências para o New York Times por 30 anos, e já citado aqui na Revista Oeste.

Numa atualização de seu artigo (com o título “Origem da Covid — Seguindo as Pistas”) em 2 de maio, Wade reafirma que não é só o governo da China que teme a conclusão de que o novo coronavírus seja resultado de um vazamento de laboratório. O que está em jogo é toda uma visão da ciência, toda uma cadeia internacional de laboratórios que “brincam de Deus”, criando vírus ainda mais perigosos para o homem do que os que já existem na natureza.

É a pesquisa conhecida como “ganho de função”, ou GOF. Doenças em potencial são criadas para que possam ser combatidas. Nessa linha de ação, o vírus da “gripe espanhola” de 1918 foi recriado em laboratório. Até o vírus da terrível poliomielite, que estava extinto, voltou a existir. Tudo em nome da “ciência”, essa deusa vaga tão adorada ultimamente. Uma descoberta de vazamento em Wuhan poria em xeque toda essa forma irresponsável de “fazer ciência”. Segundo Antonio Regalado, editor da MIT Technology Review, a descoberta poderia “sacudir o edifício científico de alto a baixo”.

Wade coloca em dúvida outra crença do mundo científico. Segundo ele, a manipulação genética era feita realmente de maneira primitiva como “um cortar e colar” de genomas que deixavam marcas evidentes. Não mais. Um novo método, apelidado de seamless (ou “sem costura”), não deixa nenhuma pista de manipulação.

A diretora Shi Zheng-li estava trabalhando no laboratório que dirige, em Wuhan, em vírus chamados de “quimeras”, pois uniam dois vírus naturais para criar um terceiro, artificial. Seguia os estudos e orientações do dr. Ralph S. Baric, pesquisador de coronavírus da Universidade da Carolina do Norte. Nos EUA, a dra. Shi pesquisava em laboratórios de nível de biossegurança 4 (de contenção máxima). Em Wuhan, o nível de biossegurança dos laboratórios era 2 e 3.

Ela teria conseguido criar artificialmente o novo coronavírus como uma “quimera” no seu instituto? Por alguma razão, o vírus teria escapado acidentalmente para o resto do mundo? Não teremos respostas enquanto o governo chinês não permitir uma investigação honesta e completa.

Ditaduras vivem nas sombras, e tornam-se suspeitas mesmo quando não cometem os crimes de que são acusadas. O próprio diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, marxista conhecido pela posição amistosa com o regime chinês, declarou abertamente que a possibilidade de o vírus ter escapado de um laboratório não foi avaliada o suficiente. E defendeu recentemente a formação de “mais missões [à China] envolvendo especialistas”, que ele estaria pronto a lançar.

Enfim, a parte mais livre do mundo começa a sair do torpor e exigir respostas
E o Brasil? Aqui, já temos o veredicto: a covid-19 foi criada pelo presidente Jair Bolsonaro para “matar pretos e pobres”.  
Qualquer crítica ao governo da China é considerada crime de lesa-pátria.  
O Partido Comunista Chinês conta até com o apoio da CPI de Renan Calheiros, que já tem suas musas da submissão: as senadoras Mara Gabrilli (“Eu sinto uma gratidão gigantesca à China”) e Kátia Abreu (“Qualquer um que tiver vacina eu sou capaz de deitar no chão e deixar que pise em cima de mim”).

A pandemia da covid-19 era para ser uma questão sanitária a resolver por critérios técnicos. Mas se transformou numa encruzilhada política. Estamos vivendo um daqueles momentos históricos em que cada cidadão é levado a escolher entre a obediência cega a uma tirania ou à luta pela liberdade. “Nestes tempos especialmente problemáticos, defenda a liberdade”, aconselhou Gordon G. Chang, jornalista e escritor especializado em assuntos chineses. “Nós podemos não ter outra chance.”

Leia também “Como surgiu o novo coronavírus?”


Dagomir Marquezi, nascido em São Paulo, é escritor, roteirista e jornalista. Autor dos livros Auika!, Alma Digital, História Aberta, 50 Pilotos — A Arte de Se Iniciar uma Série e Open Channel D: The Man from U.N.C.L.E. Affair. Prêmio Funarte de dramaturgia com a peça Intervalo. Ligado especialmente a temas relacionados com cultura pop, direitos dos animais e tecnologia.

 


quinta-feira, 20 de maio de 2021

Ordens e internet - William Waack


O Estado de S. Paulo

Jair Bolsonaro conduz um governo confuso e desarticulado

É notório que Jair Bolsonaro governa para e pela internet. Com resultado que está ficando muito nítido pelos trabalhos da CPI da Covid: a existência de uma espécie de dualidade de mando com prejuízos diretos no combate às diversas crises. 
 
“Postagens na internet não são ordens”, disse seu ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, ao depor na CPI da Covid num esforço bem orientado por advogados para desmentir o óbvio. Sim, no caso do governo Bolsonaro, são ordens (mas em juridiquês não são). O próprio Pazuello postou um célebre vídeo – na internet – ao lado de Bolsonaro, dando conta de que um manda (o presidente) e o outro (o general intendente) obedece. “Mas era coisa de internet”, desculpou-se Pazuello. O efeito é o mesmo: Bolsonaro consagrou essa dualidade de mando dentro do próprio governo. Dedicado como sempre à atividade de animador de redes digitais, suas “ordens” que não são “ordens” servem no mínimo (com muita boa vontade) para criar confusão interna. No caso da pandemia, a CPI foi razoavelmente bem-sucedida também em demonstrar a existência de uma estrutura paralela de assessoramento governamental que, no fundo, é a avaliação de quais conteúdos obtêm melhor resposta nas redes digitais que Bolsonaro pretende atingir. [O POVO, que elegeu Bolsonaro com quase 60.000.000 de votos já foi questionado sobre o que acha dessa forma de governo? ou a imprensa militante, com ZERO voto é quem decide?] O pecado original foi o papel importantíssimo das redes sociais na vitória dele em 2018. São ferramentas indispensáveis para ganhar eleições, mas instrumentos precários para governar – e é pensando nelas que Bolsonaro baseia suas ações. (outro absurdo: criaram a tal Covidão com o pretexto de investigar ações e omissões que tenham prejudicado o combate ao coronavírus - não encontraram uma forma legal para incluir nos objetivos que o investigado seria o 'Governo Federal" - que teve por decisão do STF em abril 2020, sua capacidade de atuação subordinada aos estados e municípios = foi rebaixado ao terceiro posto na tomada de decisões, prevalecendo a dos prefeitos e dos governadores.
 
Deram uma enrolada e arranjaram espaço para investigar a roubalheira praticada pelas autoridades locais - com raras exceções, prefeitos e governadores fizeram a festa com dinheiro do governo federal, gasto sem licitação = até adega passou a vender respiradores - entregues parcialmente e a maior parte com defeito.(tem dezenas de outros exemplos de assaltos aos cofres públicos, o dos respiradouros foi escolhido por ser um dos mais absurdos.)
 
Só que investigar as autoridades locais levaria a CPI a tropeçar na roubalheira das tais autoridades (algumas, poucas, agiram com honestidade, mas, a maioria roubou, fez a festa com dinheiro público farto e sem controle severo de como  foi gasto)  autoridades locais - tropeção nada conveniente para interesse de outras autoridades. SAÍDA = mudaram, virtualmente, o objetivo da CPI para investigar o desempenho do governo federal - valeu até exigir que ministro de Estado, ou ex-ministro, depondo sob juramento,  TESTEMUNHE o que achou ou deixou de achar da opinião do presidente da República.  
ESTÃO INVESTIGANDO O QUE? Assim não vão encontrar culpados. 
 
Estão tentando criar um culpado - o presidente da República. Só que quanto mais ciscam, mais vociferam, mais caluniam, mais deturpam os fatos, manipulam as versões mais se consolida a VERDADE, o FATO, que o presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO, é inocente, não cometeu nenhum crime = falar demais, vez ou outra se exceder no palavrório, ter opinião, não ser um excelente administrador, não são práticas criminosas. 
 
Então chegarão a conclusão de que o CORONAVÍRUS é inocente - afinal é um vírus. 
Só que o povo, que está atento a tudo fará sua JUSTIÇA = Bolsonaro será reeleito e com mais votos.]


Ocorre que dualidade de mando paralisa qualquer administração complexa, como é o caso do governo brasileiro. Na prática, Pazuello e seus antecessores se viram divididos entre o que eram as posturas recomendadas pelas áreas técnicas (na questão de uso de medicamentos, por exemplo) e o que o presidente pregava nas suas redes – além da exigência aos ministros de um tipo de lealdade já fartamente comparado ao “Führerprinzip”, a ideia de que o líder tudo sabe e nunca falha.

O que aconteceu no combate à pandemia já era repetição do que afetara anteriormente setores como economia ou política externa (mas não só). Na economia, por exemplo, Bolsonaro promoveu grande alarido, com enormes prejuízos para a Petrobrás, ao dizer que ia interferir na formação de preços de combustíveis. Repetiu a “fórmula” com o Banco do Brasil, deixando os agentes econômicos nos mais diversos níveis preocupados sobre qual seria, afinal, o limite da intervenção estatal. Era o que vinha dizendo o ministro da Economia ou o que o presidente falava para sua turma na internet? 

Na política externa essa “dualidade de mando” criou uma situação esquizofrênica para o principal parceiro comercial brasileiro, a China. Valem os ataques que Bolsonaro reitera nas redes ao regime chinês ou as súplicas dirigidas a Pequim por parte de ministros (como a da Agricultura)  pela manutenção de laços para garantir exportações e suprimento de insumos para vacinas?

MATÉRIA COMPLETA - William Waack, jornalista  - O Estado de S. Paulo

 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Plano São Paulo, fase Miami - Guilherme Fiuza

João Dória foi a Miami e voltou com a rapidez de um Zorro, o cavaleiro mascarado. Esses heróis de cara tapada são muito velozes. A reversão do Plano Miami só não foi mais rápida que a coletiva do Butantã para anunciar que não haveria coletiva.

[em que pese algumas alterações, a matéria permanece atualizada em sua essência. A vacina CoronaVac continua enrolada, agora é com a falta do IFA - tudo indica que mesmo o presidente Bolsonaro tendo entrado com atraso na corrida da vacina, a 'dele' -  Astra Zeneca -   vai passar na frente da do Doria, com maior número de imunizados, salvando vidas, o que é ótimo.]

Os dados da vacina chinesa previamente anunciados não existiam. Nesses casos é melhor mesmo cancelar a divulgação. Que fique claro: não ter o que divulgar não é problema nenhum para a equipe científica do Plano São Paulo. Todos são muito bem treinados no teatro amador e capazes de improvisar horas a fio sobre o nada. Mas nesse caso era melhor uma aparição curta, cirúrgica, apenas para recauchutar as expectativas e prometer que a novidade seria quente. Como se faz nas novelas – o próximo capítulo sempre será o melhor. Mesmo assim, a autoridade do Instituto aproveitou os holofotes para dizer que a sua vacina é a melhor de todas.

Em se tratando de ciência, desinibição é tudo.

Foi assim que o Plano São Paulo avançou para a fase Miami – e recuou em menos de 24 horas. Essa é a beleza da ciência: o monitoramento rigoroso da fenomenologia faz com que tudo possa mudar em questão de segundos. No caso, foi de um sofisticado equipamento chamado desconfiômetro que veio o alarme para a correção de rumo. Dória não tem desconfiômetro ninguém é perfeito – mas como as reações ao Plano Miami bateram no teto da Escala Richter, os androides que assessoram o governador importaram às pressas um desconfiômetro de Pequim e constataram o problema.

Quando João Dória aborta uma missão porque está pegando mal é sinal de que o problema é grande. Como todo mundo sabe, o governador de São Paulo é imune ao constrangimento. 
Nenhum imunizante na história da medicina conseguiu tanta eficácia quanto esse bloqueador de vergonha. 
E não vá achando que Dória perdeu essa imunidade. Ela continua 100% eficaz – ou seja, o paciente permanece sem qualquer vestígio de culpa, remorso ou embaraço no sangue. Mas se os sensores do desconfiômetro chinês indicaram que estava pegando muito mal, era melhor seguir a ciência e mudar a maquiagem.
 
O erro básico detectado estaria no fato de que o avanço do Plano São Paulo para a fase Miami não estava sendo bem compreendido. A população do estado brasileiro trancado pelo seu governador não entendeu por que ele se mandaria para um estado americano sem lockdown. O povo nunca entende nada. 
 
Mas a explicação é simples: Dória sabia que passar o Natal em liberdade era uma experiência arriscada, e se ofereceu sozinho como voluntário para a perigosa missão sob as palmeiras de Miami. É nessas horas que se reconhece um estadista. Na praia e sem máscara se reconhece qualquer um.

Dória se arriscou por seu povo. Agora cabe ao seu povo se arriscar por ele, saindo do trancamento totalitário e hipócrita. Como não haverá jatinho para todos, a fase Miami terá de ser aplicada no Brasil mesmo. Praia, palmeira e coqueiro não vão faltar. Mas sejam solidários e não se esqueçam de retribuir o confinamento ao confinador.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 24 de janeiro de 2021

Duas mulheres. Ou dois sucos de laranja - Revista Oeste

Augusto Nunes

A derrapagem do embaixador chinês lembrou o fiasco dos jornalistas em Buenos Aires 

No fim da tarde, os dois jornalistas da revista Veja desembarcaram em Buenos Aires com a imaginação bailando ao som de sensualíssimas letras de tango. Do aeroporto foram para o hotel no centro da cidade com a libido repartindo com Carlos Gardel a interpretação de Por una Cabeza. Apressaram o check-in e subiram para o apartamento prontos para a missão noturna definida já na decolagem no Brasil. — Hoje vamos pegar mulher — repetiu o repórter sem ter sequer desafivelado a mala.

Vamos — endossou o fotógrafo antes de terminar a contagem dos cabides enfileirados no canto do guarda-roupa.

Começamos pela Corrientes — alegrou-se o repórter, caprichando na pose de expert em noite argentina.

La calle que nunca duerme… — animou-se o fotógrafo, tentando camuflar a escassa intimidade com o sotaque portenho.

Saíram do hotel às 9 da noite. Nas cinco horas seguintes, com sucessivas escalas em pizzarias, bares, churrascarias e cabarés, exercitaram as pernas num buquê de ruas e avenidas — Corrientes, Florida, Rivadavia, Maipu, Tucumán e outras relíquias do velho centro. Poucas esquinas deixaram de ver passar a dupla movida a libido, mas a noitada foi um fiasco: nenhum deles conseguiu companhia feminina. Os dois estavam a 5 metros da entrada do hotel quando o repórter resolveu que ainda não chegara a hora da rendição. Haveria uma tentativa derradeira. — Você faz de conta que está muito bravo, vai para o elevador sem cumprimentar ninguém e deixa o resto comigo — disse ao fotógrafo.

Também com cara amarrada, o pai da ideia rosnou um “buenas noches” ao cruzar a portaria guardada por um homem de cabelos brancos, que pareceu intrigado com as carrancas da dupla que, ao deixar o hotel horas antes, exibia o sorriso do mais otimista amante latino. Os dois subiram pelo elevador em silêncio e mudos entraram no apartamento. O repórter sentou-se numa das camas de solteiro, empunhou o telefone, discou o número da portaria e fez a encomenda com voz de sargento que perdeu a paciência:

Yo quiero dos mujeres!

O homem de cabelos brancos não entendeu direito que o queria exatamente aquele brasileiro de humor instável. E pediu-lhe que repetisse a solicitação.— Dos mujeres! — subiu o tom o repórter. — Dos mujeres! Dos chicas! Dos muchachas!

E então desabou a réplica tempestuosa. Muitos decibéis acima do necessário para que também o fotógrafo ouvisse tudo, o porteiro quis saber se aquele estrangeiro insolente por acaso achava que hotel era puteiro, perguntou se estavam confundindo a Argentina com um imenso viveiro de messalinas, sugeriu que requisitasse mulheres aos familiares no Brasil, sublinhando cada frase com insultos e palavrões. Grogue com a bronca, o repórter esperou que o temporal amainasse para murmurar o pedido alternativo: — Entonces, yo quiero dos jugos de naranja.

Pôs o telefone no gancho, doou ao fotógrafo o segundo suco de laranja e foi tentar dormir.

Lembrei-me do fiasco na Argentina ao conhecer o desfecho da mais recente missão confiada pela ditadura chinesa ao embaixador no Brasil, Yang Wanming. Por determinação de Xi Jinping, gerente-geral da obscenidade comunista fundada em 1949, o impetuoso diplomata abriu a semana propondo uma barganha inverossímil. Em troca da liberação dos insumos necessários para a produção de vacinas contra a covid-19, retidos em Pequim, o governo brasileiro deveria demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O presidente Jair Bolsonaro reagiu à exigência com uma mensagem atulhada de elogios a Araújo. Desconcertado, Wanming miou: já que a barganha ultrajante não colara, os chantagistas se dariam por satisfeitos com uma nota do Planalto celebrando as boas relações entre os dois países.

Os jornalistas que queriam mulheres conformaram-se com sucos de laranja. O embaixador que jurava não admitir menos que a cabeça degolada de um ministro contentou-se com um curto palavrório em burocratês castiço. Mas o confronto dos dois episódios escancara um detalhe de dimensões siderais. Os protagonistas do fiasco em Buenos Aires recordam aquela noitada em meio a risos e gargalhadas. Se os donos da China suspeitarem que Wanming acha divertido o fracasso da missão que tentou cumprir na capital do Brasil, vai aprender do jeito mais difícil que, como disse Mao a seus discípulos, “a guerra é a diplomacia com mortos, e a diplomacia é a guerra sem mortos”. Previsivelmente, as sombras que povoam o horizonte do embaixador apressaram a entrada em ação dos sócios do Clube dos Amigos, Simpatizantes e Adoradores da República Popular da China, o CASAREPOCHIN.

(República Popular da China: eis aí um codinome e tanto para o país asiático cujos governantes revogaram há mais de 70 anos todos os valores republicanos e continuam controlando do parto à morte o que dizem, fazem ou pensam os cidadãos comuns. Só tem direito à existência o partido comunista. Não há eleições: a cúpula decide quem vai mandar em quem e quem vai governar o quê
Os que ousam discordar são presos, mortos ou simplesmente desaparecem. 
Os meios de comunicação são estreitamente vigiados por censores que não se contentam com a ausência de críticas: todo jornalista deve também louvar a clarividência dos condutores da nação. 
Nada disso preocupa os sócios do clube, todos preocupados em tempo integral com a preservação da democracia ameaçada por Bolsonaro
Não há limites para o cinismo no mundo dos libertários de picadeiro.)
O deputado Rodrigo Maia, por exemplo, resolveu despedir-se da presidência da Câmara fantasiado de presidente da República. Depois de visitar o embaixador para uma conversa reservada, culpou o governo brasileiro pela criminosa retenção de vacinas e insumos. 
Durante uma entrevista coletiva em São Paulo, o governador João Doria sacou do coldre o tresoitão retórico para proibir a freguesia de criticar os negociantes malandros. “Tratem bem a China!”, advertiu. “Respeitem a China! Se necessário, eu iria à China para buscar um acordo, sim!”. Que acordo?, quer saber a imensidão de brasileiros crentes de que está tudo acertado desde o dia em que Doria fechou contrato para a aquisição de milhões de doses de CoronaVac. 
Já que o governador exige respeito também a milenares tradições chinesas, que tal aproveitar o possível regresso a  para encarar publicamente uma sopa de morcego?

No calendário chinês, acabou em 31 de dezembro de 2020 o Ano do Rato. O balanço da semana sugere que, no Brasil, o Ano do Rato chegou ao fim de janeiro sem prazo para terminar.

Leia também o artigo de Rodrigo Constantino nesta edição, “Chantagem chinesa?”

Augusto Nunes, jornalista - Coluna na Revista Oeste


terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Anvisa: CoronaVac não usa critérios ‘transparentes’ - AFP

Depois de enviar no começo do mês um grupo de técnicos para inspecionar a unidade da SinoVac em Pequim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirmou que a China não tem critérios transparentes para a aprovação da vacina. 

A CoronaVac virou objeto de uma guerra política entre o governador de São Paulo, João Dória, e o presidente Jair Bolsonaro.

UOL - Notícias

Blog do Josias - Vale a pena ler: Certezas de Doria não ornam com adiamentos 


Depois de enviar no começo do mês um grupo de técnicos para inspecionar a unidade da SinoVac em Pequim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária afirmou que a China não tem critérios transparentes para a aprovação da vacina. A CoronaVac virou objeto de uma guerra política entre o governador de São Paulo, João Dória, e o presidente Jair Bolsonaro.... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/videos/afp/2020/12/15/anvisa-coronavac-nao-usa-criterios-transparentes.htm?cmpid=copiaecola
Anvisa: CoronaVac não usa critérios "transparentes" ... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/videos/afp/2020/12/15/anvisa-coronavac-nao-usa-criterios-transparentes.htm?cmpid=copiaecola