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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

O Brasil comunista de Lula - Marina Helena

Vozes - Gazeta do Povo

O Brasil comunista de Lula
O Brasil comunista de Lula
| Foto: Bigstock


Após Dino ser confirmado ministro do STF pela maioria dos senadores, Lula comemorou: “Vocês não sabem como eu estou feliz. Nós conseguimos colocar na Suprema Corte desse país um ministro comunista. Um companheiro da qualidade do Flavio Dino.”

A felicidade do presidente era esperada. Na abertura do Foro de São Paulo, ele disse claramente que ser chamado de comunista o orgulhava: “Eles nos acusam de comunistas, achando que nós ficamos ofendidos com isso. Nós não ficamos ofendidos… Isso nos orgulha, muito.”

Vou recorrer às palavras de outro ministro do STF, Barroso, para definir o que significa essa ideologia que tanto orgulha nosso presidente: “Comunismo é um modo de organização política e econômica fundado na propriedade coletiva dos meios de produção, em uma economia planificada, na abolição da propriedade privada, e numa fase intermediária conhecida como ‘ditadura do proletariado’, que antecede a abolição final do Estado. Essa é a doutrina comunista baseada no pensamento de Friedrich Engels e Karl Marx.”

Ideias tem consequências, às vezes boas, às vezes ruins, às vezes catastróficas. As ideias de Marx deram origem ao comunismo que Lenin e Stalin implementaram na União Soviética, Mao implementou na China comunista, e inúmeros outros ditadores, como Fidel Castro em Cuba e Hugo Chávez na Venezuela, utilizaram para fundamentar seus regimes.

Enquanto o capitalismo parte do princípio das trocas voluntárias e defende a busca do sucesso individual, o comunismo defende a igualdade, a divisão igualitária de renda entre todos. O capitalismo pode parecer menos nobre em seus ideais que o comunismo, mas onde as ideias comunistas foram implementadas, a vida das pessoas piorou, e muito.

Os regimes socialistas/comunistas mataram cerca de 100 milhões de pessoas, e escravizaram mais de um bilhão. A União Soviética provocou a morte por fome de cerca de 3,9 milhões de pessoas na Ucrânia entre 1932 e 1933, durante o episódio conhecido como Holodomor. 
Mao Tsé Tung provocou a morte de mais de 70 milhões de pessoas em tempos de paz, incluindo 37 milhões na grande fome de 1959-1961. 
Para sobreviver ao período, muitos chineses tiveram que comer ratos ou desenterrar os próprios parentes para servirem de alimento.  
As minorias não eram respeitadas nessas ditaduras. 
Mesmo depois do fim da União Soviética. A Rússia de Vladimir Putin, aliado de Lula, acaba de definir o movimento LGBT como “extremista” para combatê-lo.
 
No Brasil, o PT se orgulha do comunismo e prega justiça social e igualdade.  
Mas o que vemos na prática é um estado faminto para manter seus privilégios. 
Dilma viralizou ao andar de primeira classe num voo da Emirates, que custa cerca de R$ 80 mil. Há menos de um mês, a Presidência abriu licitação para gastar R$ 89 mil em roupas de cama e banho para Lula e Janja, com peças de algodão egípcio
Em seu primeiro ano do terceiro mandato, Lula já torrou cerca de R$ 1 bilhão em despesas de viagens. E seus ministros, incluindo Flávio Dino, criaram agenda às sextas para voltarem para seus respectivos estados de jatinhos da FAB nos fins de semana.
 
Enquanto isso o rendimento médio per capita mensal dos 50% mais pobres no Brasil é de R$ 537, conforme dados de 2022. 
Aqueles com renda média acima de R$ 3500 por mês estão entre os 10% mais ricos da população. Como pode um partido que defende a justiça social usufruir de tantos privilégios em um país de tantos pobres?
 
Como se acha no direito de aumentar impostos, drenando a competitividade do país, de aumentar o endividamento, confiscando a poupança que poderia ser utilizada em investimentos? 
Como defende o aumento do estado e a drenagem de toda a capacidade do país crescer para bancar tantos privilégios?

Durante a campanha de 2022, Lula afirmava que era preciso colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto. Das duas uma: ou realmente o presidente e seus comparsas não conhecem a realidade da população e não se sentem elite, ou intencionalmente utilizam como farsa a justiça social para sustentar seus privilégios à custa da pobreza do povo.


Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Marina Helena, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Chamar Bolsonaro de “genocida” pode; mas vá chamar o STF de “casa da mãe Joana”…

Vozes - Alexandre Garcia

Liberdade de expressão

A ministra Carmen Lúcia, que agora está no Tribunal Superior Eleitoral, além de estar no Supremo, voltou a ser aquela Carmen Lúcia presidente do STF, que disse “cala a boca já morreu”, ao derrubar uma queixa da campanha de Bolsonaro.

Para Cármen Lúcia, chamar Bolsonaro de “genocida” é exercício do direito de crítica.| Foto: Rosinei Coutinho/STF

Em um discurso feito fora da campanha eleitoral, Lula chamou Bolsonaro de “genocida”. Ora, todos vocês sabem o que é genocida. Hitler é um genocida. Stalin é um genocida. Pol Pot, Mao são genocidas. Mataram milhões. Genocídio é a morte coletiva, assassinato coletivo. Ele se referia certamente à pandemia, que é o que tem sido usado contra Bolsonaro. E nós sabemos que, se for aplicada a palavra “genocida” a essa pandemia no Brasil, ela tem de ser aplicada aos que não deram tratamento a uma doença. Isso é gravíssimo. Muita gente acha que 500 mil teriam sido salvos se fossem tratados.

Mas essa é outra questão; voltemos ao “genocida”. Para a ministra Carmen Lúcia, trata-se apenas do direito de crítica, conforme o Supremo já decidiu e está na Constituição, no artigo 220. 
E isso mesmo que as opiniões sejam duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas, humorísticas ou mesmo errôneas; admite-se até a calúnia, nesse caso. 
Só que, ao mesmo tempo, a Justiça Eleitoral está mandando o candidato a deputado federal Deltan Dallagnol, que foi o coordenador da Lava Jato no Ministério Público, retirar um vídeo em que ele chama o Supremo de “casa da mãe Joana”. Aí não é direito de crítica, mesmo que a opinião seja duvidosa, exagerada, condenável, satírica, humorística...
 
E a juíza Ludmila Lins Grilo, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, está sendo investigada no Conselho Nacional de Justiça porque fez críticas ao Supremo.  
Ora, ministros do Supremo têm feito declarações críticas, políticas e ideológicas, inclusive no exterior, e têm servido de exemplo para juízes de primeira instância, que resolvem fazer o mesmo. 
Só que os ministros da suprema corte estão acima do Conselho Nacional de Justiça, não estão sob a jurisdição do CNJ, que não pode processar nenhum ministro do Supremo; só quem pode fazer isso é o Senado, presidido por Rodrigo Pacheco.
 
Então, eu pergunto a vocês: será que a Justiça, naquela imagem tradicional, que está com os olhos vendados, com a espada e a balança, está mesmo com os olhos vendados?  
Os dois pratos da balança estão equilibrados? Fica a pergunta no ar.
  
Alexandre de Moraes organiza reunião para pedir o que já estava previsto em decreto
O ministro Alexandre de Moraes convocou o Conselho Nacional de Polícia Civil e organizou uma reunião para pedir que sejam presos aqueles que aparecerem armados na seção eleitoral. 
Ele já tinha se reunido com representantes da PM. Eu não sei por quê. Isso já está proibido por um decreto do presidente Bolsonaro, de 2019.  
Aliás, é um dos decretos que o Supremo, por nove votos a dois, restringiu: no artigo 20, o decreto diz que quem tem porte de arma não poderá entrar e permanecer com a arma em lugar público como igrejas, escolas, estádios, clubes, agências bancárias e outros locais onde haja aglomeração de pessoas em decorrência de eventos de qualquer natureza, o que inclui a eleição.  
Cassa-se o porte, apreende-se a arma e ainda abre-se o processo. 
O mesmo acontece com alguém que estiver ostensivamente com a arma, ou andar embriagado, ou sob efeito de droga. 
Isso já existe, então, para que chamar a polícia para fazer reunião? 
Ou será que eles cancelaram esse artigo 20 também? 
Porque por 9 a 2 o Supremo restringiu os decretos do presidente sobre armas durante o período eleitoral...

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 27 de agosto de 2022

Medo, medo terrível, é o castigo dos tiranos. - Percival Puggina

Sempre me chamaram a atenção os traços comuns que assinalam a vida dos tiranos através da história. Todos se veem titulares de uma tarefa indelegável e impostergável no seu tempo e todos transformam essa missão em fonte de um Direito que se sobrepõe às normas e ritos.

Fidel Castro foi o tirano sobre quem mais detidamente pesquisei. Tinha um sósia baixinho, Silvino Álvarez, usado em veículos, que funcionava como alvo de plantão. Embora a residência conhecida como Ponto Zero fosse sua moradia oficial, frequentemente trocava de “sede”. Fazia-se acompanhar de uma escolta de 14 guarda-costas dispostos em quatro viaturas, sendo incógnita e errática a posição daquela em que transitava. Preservou o irmão Raúl, mas se livrou de todos os comandantes que por popularidade poderiam ameaçar sua posição: Che Guevara, Camilo Cienfuegos, Huber Matos. E assim foi fazendo ao longo das décadas.

Lênin era muito mais rigoroso. O terror que impôs tornou público o espaço privado, invadia residências, espionava fábricas e eliminava qualquer risco de divergência impondo-se sobre todos
Amotinados, grevistas, críticos eram enviados em balsas com pedras no pescoço e jogados no rio Volga, aos milhares. 
Nos anos de Stalin, tudo piorou porque o georgiano era paranoico, como foram Mussolini, Hitler, Mao, Saddam (cujo sósia cumpria agendas e circulava mais do que ele em ambiente público) e muitos outros.

É comum que tiranos sejam narcisistas. Têm-se em altíssima conta, sendo dessa vistosa autoimagem que seu poder toma vulto e transborda. Na outra ponta do mesmo circuito, porém, aparece o medo. Tiranos assombram-se com fantasmas da própria mente e criam seus bichos-papões. Por medo deles, largam pelo caminho o autocontrole, o senso de medida e de ridículo. Até a vida privada de alguns velhinhos lhes parece ameaçadora.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Fundamentalista na liberdade de expressão - Rodrigo Constantino

Revista Oeste

Não só em universidades, mas também nos jornais, devemos ser livres para fazer as perguntas difíceis, contemplar as hipóteses impopulares, dizer o que algumas pessoas consideram “indizível”

O historiador Genial Ferguson foi o entrevistado do Roda Viva nesta semana. Acompanho seu trabalho faz tempo, e admiro bastante sua capacidade de análise e argumentação. Em determinado momento, quando perguntado sobre o ambiente dos debates na era moderna, Ferguson se disse um “fundamentalista da liberdade de expressão”. Ele explicou que é vital para uma sociedade ter não só liberdade de expressão, mas livre pensamento, livre questionamento, debate aberto.

Para Ferguson, não só em universidades, mas também nos jornais, devemos ser livres para fazer as perguntas difíceis, contemplar as hipóteses impopulares, dizer o que algumas pessoas consideram “indizível”. Há alguma restrição para essa liberdade? Ferguson responde: “Há elementos muito claros para o que pode e não pode ser dito; o que não pode ser dito num espaço público é uma ameaça específica a um indivíduo; mas certamente posso criticar uma ideia sem minha fala ser restringida; discurso não é violência, violência é violência, e quando as pessoas da esquerda — e eles também fazem à direita — tentam censurar certas ideias, pois alegam que são perigosas, meu argumento é que não são as ideias que são perigosas, são os censores, as pessoas que tentam calar o debate que são perigosas”.

Ferguson continua seu raciocínio: “Acho que uma característica bem perturbadora dos últimos dez anos tem sido uma crescente cultura intolerante e iliberal, especialmente em universidades americanas, mas acontece em todo lugar; isso se espalhou por corporações, se espalhou pela mídia, e temos frases vagas, como ‘discurso de ódio’, usadas para justificar a censura. Discurso de ódio é apenas a versão do século 21 para blasfêmia, heresia. As pessoas que se intitulam woke nos Estados Unidos hoje estão engajadas numa espécie de estranha missão religiosa e se comportam como membros de um culto tentando prescrever certas formas de discurso para cancelar ou desconvidar palestrantes de quem discordam. Tudo isso eu considero nojento e uma desgraça. Nada pode ser mais danoso para uma sociedade livre do que calar o livre pensamento e a livre expressão, principalmente em universidades, que são lugares onde essas coisas deveriam ser apreciadas e preservadas”.

No alvo! A história mostra que a liberdade nunca teve muitos amigos sinceros, os tais “fundamentalistas”, pois a maioria a defende até esbarrar em seus interesses. Poucos são os que defendem a liberdade com base em princípios. Defender a liberdade de expressão com a restrição de que ninguém se sinta ofendido com ela, por exemplo, é pregar a censura. Defender a “liberdade” de concordar com a maioria do momento ou o poder estabelecido não é pregar liberdade, e sim o direito de repetir o consenso, de seguir o coro.

Toda tirania, afinal, veio em nome do bem coletivo. Nenhum tirano se apresentou como malvado

Nunca isso ficou tão claro como nessa pandemia. Um clubinho arrogante, que tenta monopolizar a fala em nome da ciência, resolveu barrar até especialistas renomados, médicos sérios ou jornalistas curiosos que simplesmente não repetiam a “versão oficial” sobre a crise sanitária, sendo que essa oscilou bastante, pois a própria OMS se mostrou um tanto errática. O debate foi interditado, os arrogantes rotularam de “negacionistas” aqueles com dúvidas, os verdadeiros crentes dogmáticos que colocaram o Dr. Fauci no papel de profeta passaram a descascar os mais céticos, e as redes sociais suspenderam várias contas suas.

A coisa está tão feia que vemos esse clima asfixiante ao debate nas próprias universidades, sem falar da mídia, um antro de ideologia e arrogância. Um apresentador da CNN Brasil, que se diz liberal, chegou a defender a censura na cara dura, sem nenhum pudor
“A frouxidão do controle interno de conteúdo antivax nas redes sociais no país é, infelizmente, um convite ao controle externo. A autorregulação está falhando miseravelmente. MP e legisladores terão de atuar para preservar vidas.” Stalin, Lenin, Mao, Fidel, Mussolini e tantos outros tiranos não teriam nada a alterar nessa linha de raciocínio.

Toda tirania, afinal, veio em nome do bem coletivo. Nenhum tirano se apresentou como malvado. Era sempre pela raça, pela nação, pelo povo, e, com base nisso, tudo estava permitido. Para proteger o coletivo, quem liga para algumas perdas de liberdade básica individual? Ainda mais quando “sabemos” que esses indivíduos são párias sociais, hereges, negacionistas, sujeitos perigosos que se recusam a aderir ao consenso. Se não é possível persuadi-los, então só resta mesmo calar todos na marra, em prol da saúde geral. Prisão para quem questionar as vacinas vendidas como panaceias! E isso de um suposto liberal…

Além do “jornalista liberal”, uma coordenadora da UFRJ foi na mesma linha, alegando que chegara a hora de as universidades qualificadas criarem estruturas de combate ao negacionismo em seus quadros. Para ela, “não devem ser permitidas palestras tentando travestir de polêmica posições bem estabelecidas na comunidade científica”. Trata-se da Inquisição iluminista! Detalhe: a senhora autoritária publicou outra postagem na virada do ano afirmando que 2022 será uma grande preparação para um 2023 melhor, já que Bolsonaro será derrotado e Lula será eleito para “recolocar o Brasil nos trilhos, revertendo toda a destruição dos últimos anos”. Quem nega a destruição causada pelo PT não é negacionista?

O Ocidente flerta com o crescente abandono dos pilares que fizeram dele a civilização mais avançada de todas. 
 O devido processo legal tem sido substituído pela pressão dos movimentos de minorias
a ciência verdadeira foi trocada pelo dogma da ideologia; 
a noção do certo e do errado vem sendo esgarçada pelo relativismo seletivo (não há mais verdade objetiva, mas é preciso combater as fake news); e o mais sagrado princípio, da liberdade de expressão, para poder questionar isso tudo, vem sendo atacado justamente por quem deveria ser seu guardião, por jornalistas e professores universitários. Não dá para dourar a pílula: o quadro é assustador.
 
PS: na mesma entrevista, a apresentadora militante tentou lacrar e arrancar do entrevistado uma denúncia ao governo Bolsonaro
Ela quis saber se muitas mortes poderiam ter sido evitadas caso o governo fosse outro no Brasil. 
Ferguson, com sutileza, explicou que a direita populista pode pecar em muitos aspectos, mas que dificilmente o resultado seria muito diferente com outro no comando, pois basta ver o que aconteceu no mundo todo, e ainda mencionou os Estados Unidos, com Trump e depois Biden. 
As causas das mortes transcendem a medida A ou B, isso sem falar que, no caso brasileiro, o presidente teve pouca margem de manobra, por conta do arbítrio do STF. Foi uma bela “lapada” de quem faz análise séria em cima de quem só faz militância partidária.

Leia também “O medo do Dr. Fauci”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste



sábado, 3 de julho de 2021

O POVO BRASILEIRO QUER MESMO A DEMOCRACIA? Ponto Crítico

Gilberto Simões Pires

DÚVIDA CRUCIAL

Quem se dispõe a analisar um pouco daquilo que se passa no complicado AMBIENTE POLÍTICO do nosso empobrecido Brasil, por certo não sairá convencido de que a DEMOCRACIA é o regime que realmente interessa e/ou está no horizonte do povo brasileiro em geral. O momento atual, por tudo que se ouve, lê e assiste, serve para aumentar ainda mais esta dúvida, que deverá persistir até o encerramento da contagem dos votos das Eleições do próximo ano de 2022.

OS LADOS

O fato, que estimula sobremaneira esta imensa dúvida, é a seguinte: de um lado há um número expressivo de brasileiros ocupando ruas e redes sociais com o propósito de manifestar constantemente um total apoio ao presidente - DEMOCRÁTICO -; 
e, de outro há um poderoso AGRUPAMENTO formado por inúmeras organizações e/ou instituições com PODER INCOMENSURÁVEL, com apoio total e irrestrito de boa parte da mídia, com dois claros PROPÓSITOS: 1- DERRUBAR O PRESIDENTE a qualquer custo;      e, 2 - emplacar triunfalmente a volta do SOCIALISMO, que sabidamente jogou o nosso país no mais puro arcaísmo.

 FORÇAS PODEROSAS A FAVOR DO SOCIALISMO

Pois, neste ambiente pra lá de complicado, ainda que ambos os lados se mostrem confiantes na obtenção da pretendida vitória, uma coisa está mais do que evidente: a poderosa FRENTE DE OPOSIÇÃO conta com as mais variadas decisões da maioria dos celestiais ministros do STF, que, sabidamente, estão acima da Constituição. Com esta FORÇA PODEROSA a favor do SOCIALISMO, o POVO ORDEIRO e DEMOCRÁTICO, se não se rebelar exemplarmente, acabará sendo derrotado.

TABULEIRO MONTADO

Atenção: sem a menor pretensão de aumentar ainda mais a preocupação daqueles que estão confiantes de que o ideário LIBERAL/CONSERVADOR vai lograr êxito nas próximas eleições, uma coisa o AGRUPAMENTO DE OPOSITORES, que não suportam a presença, nem mesmo tímida, do LIBERALISMO, já está com o tabuleiro montado, cujo escancarado propósito se propõe pela volta imediata do SOCIALISMO.  [eles, os malditos socialistas e outros istas sinistros, já perderam várias vezes e, se tentarem, perderão novamente. 
Eles nunca, jamais, conseguirão fazer no Brasil, o que Mao, o infame, fez na China.]

VITÓRIA A QUALQUER PREÇO

Vejam que, além da CPI da Covid, que sabidamente foi montada com o exclusivo propósito de enfraquecer e, se possível, derrubar o presidente do país, o TSE, com o apoio do AGRUPAMENTO DE OPOSITORES já deixou bem claro que não admite a mínima possibilidade de haver VOTO AUDITÁVEL. Ou seja, os SOCIALISTAS estão focados: o que interessa é a vitória. VITÓRIA A QUALQUER PREÇO.

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Representação truncada - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S. Paulo

A vida dos cidadãos não é levada em conta. A sociedade clama por mudanças [e a sociedade -  no caso, quase 60.000.000 de brasileiros e brasileiras) fez sua parte: elegeu Presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO - que até agora não teve oportunidade de governar: surgiu a pandemia, ainda em curso mas  indo embora, e antes da pandemia e até agora teve a oposição cerrada da turma dos inimigos do Brasil =  a soma dos: arautos do pessimismo + inimigos do Brasil + inimigos do presidente + os contra a Pátria Amada, + adeptos do 'quanto pior, melhor'.  
A soma de todos esses resíduos, sujeiras, tem impedido mudanças, mas aos poucos a corja do mecanismo e do establishment começa a desmoronar e as mudanças ocorrerão.
Por falar em desmoronar, o projeto mirabolante e alucinante do ainda governador paulista, Joãozinho Doria, está afundando de vez. Fez um auê danado com a vacina, iludiu milhões de brasileiros incautos (a maioria eleitor da esquerda), disseminou duas fake news:
- vacina em abundância, disponível para qualquer brasileiro que se deslocasse ao estado paulista;
- que os brasileiros não estavam todos vacinados devido Bolsonaro ser contra.
MENTIRA. Fosse ele um apoiador do capitão, estaria preso, sendo processado por... o crime  cometido é um detalhe que pode ser apresentado depois.]

A pandemia invadiu a vida das pessoas de forma nunca vista, introduzindo a doença e o medo da morte no seio de cada família. Diante de tão aterrorizante realidade, a população vê os países mais avançados se vacinando e abrindo caminho para o futuro, enquanto os responsáveis pelo governo federal se comprazem com malabarismos da pior qualidade, num cenário que, não fosse trágico, seria cômico. Os discursos são tão disparatados e anacrônicos que sua mera listagem, além de longa, seria enfadonha.

Em todo caso, da “gripezinha” à luta contra a vacina “chinesa”, passando pelo dito “tratamento precoce”, uma espécie de poção mágica para incautos, o espetáculo oferecido à Nação é de completa irresponsabilidade. Pessoas adoecendo e morrendo, e a única preocupação dos políticos parece ser a eleição presidencial de 2022. E até lá quantos padecerão? [E, como ficam os vacinados? e os meio vacinados? 
se passar o prazo de validade da primeira dose e não for aplicada a segunda. Que acontecerá?  
A validade da primeira dose da genérica chinesa é contada em dias e a do imunizante da Fiocruz, exige a segunda dose só 12 semanas após a primeira.
Temos que ter atenção com os números para que não sejam manipulados: a soma dos que tomaram a primeira dose, com a dos que receberem a segunda dose, mais os que estão (agora) recebendo a primeira dose não pode ser superior ao total de doses disponibilizadas (agora). E as doses da Fiocruz não podem servir de segunda dose para os que receberam a primeira da Coronavac.]

A crise fiscal se avoluma, os gastos não são cortados, os privilegiados de sempre guardam os seus benefícios e os estamentos estatais defendem os “seus” direitos – aliás, só os deles. Enquanto isso, o País definha economicamente, com alto desemprego, milhões na miséria, à beira da sobrevivência, e a expectativa de vida cai. [estranho... conseguiram com estudos de no máximo dois anos concluírem que a expectativa de vida do brasileiro está em  queda?] O atual governo foi eleito com uma agenda liberal, que, dizia-se, seria conduzida com rigor. No primeiro ano de mandato, nada foi feito, salvo uma reforma da Previdência amplamente preparada pelo governo anterior. No segundo ano, a desculpa foi a pandemia, contra a qual nada foi levado a cabo. E neste começo do terceiro volta o palavrório usual com a reforma da economia e do Estado.

Curiosamente, temos uma situação paradoxal, pois a esquerda retoma a luta contra o “neoliberalismo”, contra a responsabilidade fiscal, sem que liberalismo nem contenção de gastos se tenham realizado. [a esquerda está seguindo a regra de que a pretensão punitiva pode ser exercida antes do delito ser praticado - desde que a vítima da punição seja um apoiador do capitão.
Afinal temos cidadãos encarcerados há anos, sem julgamento, usando apenas o recurso da prisão preventiva sem prazo de validade = pena de prisão com características de perpétua = se sabe a data do começo mas a data do término é desconhecida -   nos remete aos tempos do Stalin, do Mao.
Temos casos em que é politicamente correto (sempre o maldito politicamente correto = esquecem que se é politico não pode ser correto) manter o preso o acusado de um crime. O justo, correto, até democrático, seria julgar o acusado = só que em um julgamento ele seria absolvido - não existem provas que sustentem a acusação. Então mantém o acusado preso, alegando suposto envolvimento em outros crimes e por aí vai.] O pior serviço do atual governo consiste em ter matado a ideia liberal sem que ela tenha sequer existido praticamente.

Os partidos e os políticos, por sua vez, em vez de vocalizarem os anseios da sociedade, estão mais preocupados com suas brigas intestinas, como se estas fossem o mais importante problema da República. Talvez o sejam em sua conotação negativa, ao expressarem o desmonte da representação política. A sociedade não se reconhece em seus representantes. É como se os parlamentares e os partidos vivessem num mundo à parte, só deles, povoado por emendas, cargos e interesses particulares dos mais diferentes tipos, dotados de vida própria. A vida dos cidadãos não é levada em consideração, enquanto esses seres inanimados guardam toda a sua vitalidade. Raras, infelizmente, são as exceções.

As disputas pela presidência da Câmara dos Deputados e do Senado, com suas intrigas e traições, exibiram uma cena parlamentar e partidária desconectada da realidade. O governo procurou eleger os seus e desestruturar as oposições, os parlamentares negociavam individualmente ou coletivamente os seus votos, enquanto o País seguia à deriva. A sociedade, alarmada, observou um processo longínquo, distante dos seus afazeres cotidianos de sobrevivência e de luta pela vida. Há um crescente estranhamento entre a sociedade e a sua representação, tendo como resultado o enfraquecimento das instituições representativas.

A democracia vive na medida em que suas instituições sejam fortes. [a democracia está em declínio - menos de 10% da população mundial vivem em regime de democracia plena. Cabe a pergunta: a rejeição um regime de governo não indica a necessidade de mudança? do regime? ou da forma como é praticado?] a No momento em que os parlamentares e os eleitos em geral, no Executivo e no Legislativo, apresentam, sem nenhum pudor, o jogo do “toma lá dá cá”, sem que dele se siga nenhum projeto ou realização coletiva, numa espécie de tributo que o vício poderia pagar à virtude, ocorre a debacle da representação política. A política esgotar-se-ia nessa negociação, à qual se seguiriam outras, num jogo sem fim.

Os partidos perdem o seu valor, o seu significado. A sociedade não se vê naqueles que deveriam ser os seus representantes. A “velha política”, tão abominada nas últimas eleições presidenciais, bandeira do então candidato Bolsonaro, é agora conduzida por “novos” e “velhos” políticos, incluídos militares que se apresentavam como avessos a tais práticas. A contradição é manifesta.

Se o divórcio entre a representação política e a sociedade se acentua, se a política renuncia a valores morais e a noções de bem coletivo, se instituições e estamentos do Estado não tornam viável o bem público, se os interesses mais comezinhos tomam a cena pública, o caminho está aberto para soluções demagógicas e autoritárias. Se os partidos e as instituições nada valem, líderes procurarão estabelecer contato direto com uma sociedade aflita e desamparada.

Cria-se um caldo de cultura propício à emergência de “salvadores” da pátria, daqueles mesmos que tudo fazem para corroer e desestruturar a democracia. O discurso passa a ser sem mediações entre o líder e a sociedade, vendendo qualquer narrativa, contanto que ela pegue, suscitando a adesão, por mais mentirosa que seja. E aí de nada adianta dizer que foi o resultado das urnas, pois eleições sozinhas, sem instituições democráticas, podem ser também a via para o autoritarismo. 

Denis Lerrer Rosenfield, denisrosenfield@terra.com.br  - Professor de filosofia - O Estado de S. Paulo


domingo, 24 de janeiro de 2021

Duas mulheres. Ou dois sucos de laranja - Revista Oeste

Augusto Nunes

A derrapagem do embaixador chinês lembrou o fiasco dos jornalistas em Buenos Aires 

No fim da tarde, os dois jornalistas da revista Veja desembarcaram em Buenos Aires com a imaginação bailando ao som de sensualíssimas letras de tango. Do aeroporto foram para o hotel no centro da cidade com a libido repartindo com Carlos Gardel a interpretação de Por una Cabeza. Apressaram o check-in e subiram para o apartamento prontos para a missão noturna definida já na decolagem no Brasil. — Hoje vamos pegar mulher — repetiu o repórter sem ter sequer desafivelado a mala.

Vamos — endossou o fotógrafo antes de terminar a contagem dos cabides enfileirados no canto do guarda-roupa.

Começamos pela Corrientes — alegrou-se o repórter, caprichando na pose de expert em noite argentina.

La calle que nunca duerme… — animou-se o fotógrafo, tentando camuflar a escassa intimidade com o sotaque portenho.

Saíram do hotel às 9 da noite. Nas cinco horas seguintes, com sucessivas escalas em pizzarias, bares, churrascarias e cabarés, exercitaram as pernas num buquê de ruas e avenidas — Corrientes, Florida, Rivadavia, Maipu, Tucumán e outras relíquias do velho centro. Poucas esquinas deixaram de ver passar a dupla movida a libido, mas a noitada foi um fiasco: nenhum deles conseguiu companhia feminina. Os dois estavam a 5 metros da entrada do hotel quando o repórter resolveu que ainda não chegara a hora da rendição. Haveria uma tentativa derradeira. — Você faz de conta que está muito bravo, vai para o elevador sem cumprimentar ninguém e deixa o resto comigo — disse ao fotógrafo.

Também com cara amarrada, o pai da ideia rosnou um “buenas noches” ao cruzar a portaria guardada por um homem de cabelos brancos, que pareceu intrigado com as carrancas da dupla que, ao deixar o hotel horas antes, exibia o sorriso do mais otimista amante latino. Os dois subiram pelo elevador em silêncio e mudos entraram no apartamento. O repórter sentou-se numa das camas de solteiro, empunhou o telefone, discou o número da portaria e fez a encomenda com voz de sargento que perdeu a paciência:

Yo quiero dos mujeres!

O homem de cabelos brancos não entendeu direito que o queria exatamente aquele brasileiro de humor instável. E pediu-lhe que repetisse a solicitação.— Dos mujeres! — subiu o tom o repórter. — Dos mujeres! Dos chicas! Dos muchachas!

E então desabou a réplica tempestuosa. Muitos decibéis acima do necessário para que também o fotógrafo ouvisse tudo, o porteiro quis saber se aquele estrangeiro insolente por acaso achava que hotel era puteiro, perguntou se estavam confundindo a Argentina com um imenso viveiro de messalinas, sugeriu que requisitasse mulheres aos familiares no Brasil, sublinhando cada frase com insultos e palavrões. Grogue com a bronca, o repórter esperou que o temporal amainasse para murmurar o pedido alternativo: — Entonces, yo quiero dos jugos de naranja.

Pôs o telefone no gancho, doou ao fotógrafo o segundo suco de laranja e foi tentar dormir.

Lembrei-me do fiasco na Argentina ao conhecer o desfecho da mais recente missão confiada pela ditadura chinesa ao embaixador no Brasil, Yang Wanming. Por determinação de Xi Jinping, gerente-geral da obscenidade comunista fundada em 1949, o impetuoso diplomata abriu a semana propondo uma barganha inverossímil. Em troca da liberação dos insumos necessários para a produção de vacinas contra a covid-19, retidos em Pequim, o governo brasileiro deveria demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O presidente Jair Bolsonaro reagiu à exigência com uma mensagem atulhada de elogios a Araújo. Desconcertado, Wanming miou: já que a barganha ultrajante não colara, os chantagistas se dariam por satisfeitos com uma nota do Planalto celebrando as boas relações entre os dois países.

Os jornalistas que queriam mulheres conformaram-se com sucos de laranja. O embaixador que jurava não admitir menos que a cabeça degolada de um ministro contentou-se com um curto palavrório em burocratês castiço. Mas o confronto dos dois episódios escancara um detalhe de dimensões siderais. Os protagonistas do fiasco em Buenos Aires recordam aquela noitada em meio a risos e gargalhadas. Se os donos da China suspeitarem que Wanming acha divertido o fracasso da missão que tentou cumprir na capital do Brasil, vai aprender do jeito mais difícil que, como disse Mao a seus discípulos, “a guerra é a diplomacia com mortos, e a diplomacia é a guerra sem mortos”. Previsivelmente, as sombras que povoam o horizonte do embaixador apressaram a entrada em ação dos sócios do Clube dos Amigos, Simpatizantes e Adoradores da República Popular da China, o CASAREPOCHIN.

(República Popular da China: eis aí um codinome e tanto para o país asiático cujos governantes revogaram há mais de 70 anos todos os valores republicanos e continuam controlando do parto à morte o que dizem, fazem ou pensam os cidadãos comuns. Só tem direito à existência o partido comunista. Não há eleições: a cúpula decide quem vai mandar em quem e quem vai governar o quê
Os que ousam discordar são presos, mortos ou simplesmente desaparecem. 
Os meios de comunicação são estreitamente vigiados por censores que não se contentam com a ausência de críticas: todo jornalista deve também louvar a clarividência dos condutores da nação. 
Nada disso preocupa os sócios do clube, todos preocupados em tempo integral com a preservação da democracia ameaçada por Bolsonaro
Não há limites para o cinismo no mundo dos libertários de picadeiro.)
O deputado Rodrigo Maia, por exemplo, resolveu despedir-se da presidência da Câmara fantasiado de presidente da República. Depois de visitar o embaixador para uma conversa reservada, culpou o governo brasileiro pela criminosa retenção de vacinas e insumos. 
Durante uma entrevista coletiva em São Paulo, o governador João Doria sacou do coldre o tresoitão retórico para proibir a freguesia de criticar os negociantes malandros. “Tratem bem a China!”, advertiu. “Respeitem a China! Se necessário, eu iria à China para buscar um acordo, sim!”. Que acordo?, quer saber a imensidão de brasileiros crentes de que está tudo acertado desde o dia em que Doria fechou contrato para a aquisição de milhões de doses de CoronaVac. 
Já que o governador exige respeito também a milenares tradições chinesas, que tal aproveitar o possível regresso a  para encarar publicamente uma sopa de morcego?

No calendário chinês, acabou em 31 de dezembro de 2020 o Ano do Rato. O balanço da semana sugere que, no Brasil, o Ano do Rato chegou ao fim de janeiro sem prazo para terminar.

Leia também o artigo de Rodrigo Constantino nesta edição, “Chantagem chinesa?”

Augusto Nunes, jornalista - Coluna na Revista Oeste