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sexta-feira, 3 de julho de 2020

Homem é detido por retirar corpo da avó de túmulo e dançar com cadáver - Correio Braziliense

Correio Braziliense 

Segundo a polícia, o caso aconteceu em Manaus e o homem planejava desenterrar também corpos de outros familiares. Ele foi encaminhado ao hospital e será ouvido após alta 

Um homem de 35 anos foi detido em Manaus na madrugada desta quinta-feira (2/7) após desenterrar o corpo da avó do cemitério São Francisco, na Zona Sul da capital amazonense. Segundo a polícia informou ao Correio, ele foi encontrado a cerca de 1km do cemitério, no Beco Greco, localizado na rua Jacira Goes, dançando abraçado ao cadáver.
Corpo foi retirado de dentro do cemitério Morro da Liberdade, na Zona Sul de Manaus — Foto: Rebeca Beatriz/G1 AM 

A família informou à polícia que ele possui problemas psiquiátricos. O homem foi encaminhado para a delegacia e depois para o pronto-socorro. Depois que receber alta, ele deverá prestar depoimento sobre o caso. 

De acordo com a polícia, o homem saiu do cemitério com o cadáver nos ombros, caminhando pela rua. Após ser acionada, a polícia encontrou o homem amarrado a um poste, devido à ação de populares que presenciaram a cena. O cadáver encontrava-se no chão, ao lado dele.


Saudades da avó
"Ele estava completamente transtornado e dizia o tempo todo que queria fazer na avó um transplante para trazê-la de volta à vida porque sentia muita saudade. Ele disse que ia doar todos os seus órgãos a ela”, afirmou o tenente Paulo Araújo, da 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), ao G 1.

À polícia, testemunhas informaram que ele já teria tentado roubar o corpo do cemitério outras vezes. Ainda segundo o tenente, além da avó, que morreu em 2018, o homem tinha interesse em desenterrar outros familiares. Segundo a polícia, ele não possui passagem ou antecedentes criminais. Se comprovado o transtorno psiquiátrico, o homem não será responsabilizado. A polícia informou que o corpo da idosa foi devolvido ao túmulo.

Correio entrou em contato com a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), que administra o cemitério, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem. O caso foi encaminhado ao 2°  Distrito Integrado de Polícia (DIP).

Correio Braziliense - Notícias/Brasil


sábado, 9 de maio de 2020

O que vai acontecer, na vida real, com o governo Bolsonaro após o inquérito do STF? - J. R. Guzzo




Gazeta do Povo

Rescaldo da demissão de Moro

O ex-ministro Sergio Moro já contou, pelo menos oficialmente, tudo o que sabe. Nos próximos dias e semanas mais três ministros que despacham no Palácio do Planalto vão contar, eles também, as suas versões. Haverá ainda depoimentos de diversos delegados da Polícia Federal que, por um motivo ou outro, estiveram ligados aos obscuros acontecimentos ocorridos durante os últimos quinze meses dentro e nas vizinhanças das áreas de segurança e informação do governo.


É certo que tudo isso vai provocar um imenso calor no noticiário político, dividindo a frente do palco com as desgraças da Covid-19 – como se elas já não bastassem para preencher nossa atual cota de aflições. Mas será que dessa fornalha sairá alguma luz? Não parece provável.

O monumental inquérito que prometem em torno da recente demissão de Moro do Ministério da Justiça, com atuação simultânea do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e sabe lá Deus de quem mais ainda, produzirá milhares de páginas, dezenas de horas de gravações e, no fim de todas as contas, uma maçaroca apavorante de documentos de conteúdo incompreensível para o público que está pagando por tudo. Se a verdade sobre o que realmente aconteceu já está escondida agora, imagine-se como estará no futuro.

Inquéritos deste gênero, quanto mais “rigorosos” são, quanto mais gente envolvem e quanto mais tempo levam, só vão tornando os fatos mais vagos, imprecisos e impossíveis de se determinar com um mínimo de clareza. O mais prático, diante disso, é prestar atenção numa outra coisa: o que vai acontecer, na vida real, com o governo Bolsonaro?
O cenário montado é de um desastre praticamente perfeito. Há uma doença cruel que mata pessoas todos os dias. A produção está parada e as pessoas estão perdendo o seu trabalho. Milhões de pequenos e médios negócios estão ameaçados de extinção. A economia caminha para ruína. Há uma produção maciça de pânico. A atitude da maioria das autoridades é a de produzir desespero: fecha tudo, para tudo, prende, multa, castiga.

Num momento como esse, o governo do país, dividido em seus três poderes, deveria estar com um mínimo de harmonia e com a atenção integralmente focada na sobrevivência nacional. Em vez disso, os poderes estão em guerra, o governo federal vive uma crise por dia e ninguém é mais capaz de prever o que vai ser da vida daqui a uma semana. Fim de linha para o presidente, então? Pode ser, mas está ainda longe de ser uma aposta segura.




O governo Bolsonaro, se não tivesse mais apoio efetivo nenhum por parte da população, como ocorreu com Dilma Rousseff e Fernando Collor, estaria com certeza no rumo do cemitério. Mas até agora não é essa a situação real. De um lado, há uma porção de gente que não parece disposta a abandonar o presidente. Bolsonaro, por sua vez, não dá o menor sinal de que estaria disposto a pedir as contas e ir para a casa, em nome da pacificação dos ânimos – ao contrário, quer ficar e vai brigar por isso, mesmo porque tem a lei ao seu lado.

O impeachment, no momento, é uma impossibilidade, pois não há como fazer dois terços do Congresso Nacional concordarem com ele. O STF, frequentemente, interfere nos atos do governo e cria tumulto na segurança jurídica do país, mas não há sinais de que vá depor Bolsonaro através de alguma liminar concedida a pedido do eixo PT-OAB-etc., ou de quem quer que seja.

Deixe-se andar o “inquérito Moro”. Não é daí que vai sair alguma decisão de verdade sobre o futuro do governo a começar pelo fato de que em suas oito horas de depoimento Moro não produziu nenhuma prova material que ele próprio, como juiz, aceitaria numa denúncia criminal contra o presidente. A única coisa certa é que tudo isso ainda vai dar muito trabalho.

J. R. Guzzo, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo



segunda-feira, 6 de abril de 2020

O risco de não entender - Fernando Gabeira

Em Blog


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

INsegurança pública no DF - Câmara aprova projeto para aumentar segurança de motoristas de aplicativo

Após casos de violência, com quatro motoristas mortos apenas neste ano, distritais votaram proposta com medidas para facilitar a identificação de passageiros. Especialistas alertam, contudo, para possível inconstitucionalidade

Os quatro casos de assassinatos de motoristas por aplicativo neste ano reacenderam debates sobre a lei que regulamenta o serviço no Distrito Federal. Nesta terça-feira (11/2), em sessão marcada por discussões e pela presença de integrantes da categoria na Câmara Legislativa, os deputados aprovaram, em dois turnos, um projeto de lei que altera pontos da norma que trata do tema  (leia Exigências). A proposta será encaminhada para apreciação do governador Ibaneis Rocha (MDB).

[mais uma vez a Câmara Legislativa do DF, campeã nacional de LEIS INCONSTITUCIONAIS, apresenta um projeto que é um simulacro - se virar lei será anulada, por ser inconstitucional  - um engodo para a categoria e para a população do DF.
Além do que, sem uma melhora efetiva, real, concreta, que não seja para inglês ver, da Segurança Pública do DF, o projeto não é lá grande coisa. Sem perder tempo em longa crítica, cito o 'botão de pânico' = que adianta o motorista acionar e não ter disponibilidade de policiais para atender ao alerta.
Autorizar motorista a conferir documentação do usuário de nada adianta.

O governador do DF, a CLDF, e, mais importante, o Congresso Nacional, precisam entender que a causa da INsegurança Pública no DF é a falta de efetivo - seja na PM, seja na PC.
A PMDF trabalha com pouco mais da metade do efetivo ideal e a Polícia Civil está na mesma situação.
On aumenta o efetivo da Polícia Militar e da Polícia Civil, ou pede para fechar e entrega para o Exército.

Projetozinho tipo o noticiado não resolve nada e serve apenas para os distritais alegarem que a Justiça é que não deixa eles legislarem.

Falando em Justiça, as normas da 'audiência de custódia' precisam ser revistas, da forma atual para mais "aundiência de soltura de bandidos'.
A situação exige que valha o princípio: 'na dúvida, o suspeito é culpado até que prove o contrário'.
Vão dizer a Constituição não deixa, esquecem que temos um Poder Legislativo (o FEDERAL, é óbvio) que pode modificar a Carta Magna.]

O PL, de autoria do distrital Daniel Donizet (PSDB), prevê mudanças na operação do serviço e a adoção de procedimentos com foco na segurança dos motoristas, como a necessidade de cadastro de foto para passageiros que pagarem em dinheiro, além da instalação de um botão do pânico em local de conhecimento apenas do condutor. A matéria chegou a ser debatida há um ano, e o projeto de lei, protocolado em outubro. Nesta terça-feira (11/2), os deputados falaram da importância da proposta diante dos casos recentes de violência e da precarização da profissão. Líder da minoria na Casa, Fábio Felix (PSol) se posicionou favoravelmente à matéria. “Esses profissionais têm enfrentado uma situação gravíssima no DF. E não podemos nos calar dado o tamanho da violência nas cidades enquanto trabalhadores e trabalhadoras pegam o carro, mesmo de forma precária, para ganhar dinheiro”, declarou.

Há uma semana, a 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em decisão inédita, entendeu que os motoristas de transporte por aplicativo não têm vínculo empregatício com as empresas. Na ação, um motorista de Guarulhos (SP), que trabalhou na Uber de julho de 2015 a junho de 2016, pedia registro na carteira de trabalho e pagamento de direitos trabalhistas, como horas extras, adicional noturno e 13° salário.

Com voto contrário nos dois turnos, a deputada Júlia Lucy (Novo) chamou a atenção para a implementação do projeto e dos efeitos das mudanças na prática. Para ela, o assunto não foi tratado de forma amadurecida e esbarra em problemas, como custos e execução. “Estamos diante de um projeto que tem tudo para não ser aplicado. A intenção é dizer que se fez algo ou fazer algo que realmente funcionará? A questão está sendo tratada de forma apaixonada. Quem vai arcar com isso?”, questionou a distrital. Única a se manifestar contra a matéria nos dois turnos, Lucy foi vaiada pelos motoristas na galeria pública do Plenário.
Responsabilidade
Representante do Movimento dos Motoristas do Distrito Federal, Manoel Scooby comentou que o projeto de lei atende a solicitações antigas da categoria. Em relação à criação de um botão para casos de emergência, além da instalação de câmeras e de sistema de monitoramento por GPS nos veículos, Manoel disse que os gastos poderiam ser cobertos por meio de parcerias com anunciantes. “Posso fazer um acordo com uma empresa, para que ela anuncie no veículo, e, com o valor da publicidade, pago os gastos (com a instalação dos dispositivos de segurança)”, sugeriu.

No entanto, para o deputado Daniel Donizet, os dispêndios devem recair sobre as companhias de transporte individual por aplicativo. “É responsabilidade da empresa. Ela é quem tem de implementar. Todos os itens citados no projeto: câmera, botão. Tudo por conta da empresa. Ela (a empresa) terá de fazer a contabilidade dela, ver se continuará tendo lucro ou não. A ideia é que ela continue operando. Mas o objetivo do projeto é dar segurança para o motorista”, ressaltou o distrital.
Inconstitucional

Presidente da Comissão de Direito do Trabalho e Sindical da Ordem dos Advogados seccional do Distrito Federal (OAB-DF), Fernando Abdala considera que as mudanças na lei distrital que dispõe sobre o serviço podem extrapolar limites. “O mais provável é que alguma das empresas recorra ao Judiciário para obter uma declaração de inconstitucionalidade da lei. A Câmara Legislativa tem índices muito altos de leis assim no Tribunal de Justiça”, avaliou. “É competência da União legislar sobre transporte. E há uma lei federal que regula o transporte de passageiros por aplicativo.”

Para a especialista em segurança pública e professora da Universidade Católica de Brasília (UCB) Marcelle Figueira, a análise do cenário dos transportes por aplicativo deve acontecer de modo amplo. “Temos de olhar para outros lugares onde ações específicas funcionaram, para saber se podem ser implementadas aqui. Se todas as medidas forem pensadas no calor da emoção, elas têm chances de serem muito opinativas e pouco eficazes. Entretanto, não podemos esperar resultados de estudos para tomar decisões”, frisou.

A 99 informou que está à disposição para colaborar com a polícia na investigação dos casos e que trabalha para aprimorar a segurança dos motoristas. “A companhia mostra aos motoristas informações sobre o destino final, a nota do passageiro e se ele é frequente”, informou, em nota. A Uber alegou que os quatro condutores assassinados não estavam trabalhando pela empresa e que implementa um projeto-piloto adotado no Chile. “Por meio dele, usuários que não adicionarem meios de pagamento digitais no cadastro ou antes de realizar uma viagem serão solicitados a submeter um documento de identificação. O recurso chega ao Brasil no primeiro semestre de 2020.”
Exigências
» Obrigatoriedade da informação de dados pessoais, com RG, CPF e selfie, para passageiros que optarem pelo pagamento em dinheiro;
» Instalação de câmeras, sistema de monitoramento por GPS e botão de pânico nos veículos;
» Permissão para os motoristas consultarem o destino dos passageiros antes de iniciar a corrida;
» Habilitação de meio que permita ao condutor escolher a forma de pagamento que prefere receber;
» Indenização das famílias em caso de morte do profissional durante a corrida;
» Necessidade de senha para o passageiro acessar a plataforma;
» Indicação de parentes e pessoas próximas no cadastro, nos casos de corridas solicitadas para terceiros.
Adeus a mais uma vítima 
Amigos e familiares deram o último adeus a Túlio Russel Cesar, 27 anos, nesta terça-feira (11/2) no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. O sentimento era de indignação e dor por mais um caso de violência contra motoristas de aplicativo. A vítima estava em serviço na hora do assassinato e foi encontrada com um tiro na cabeça, ao lado do carro.

Centenas de pessoas participaram da cerimônia. O jovem foi lembrado por todos como um homem esforçado e alegre. Formado em direito pelo Centro Universitário Iesb, Túlio havia sido demitido da empresa em que trabalhava como caminhoneiro havia cerca de um mês. “Para não ficar parado, ele decidiu alugar um carro e atuar como motorista de aplicativo. Ele estava há menos de 15 dias trabalhando na área”, conta Sheila Russel, mãe da vítima. “O que ele deixou de mais marcante era a felicidade. Sentirei saudades”, acrescenta.

Segundo familiares, desde pequeno, Túlio corria atrás dos objetivos para garantir renda própria. O jovem trabalhou como motoboy, vendedor e mecânico e, recentemente, esperava assumir vaga na Polícia Militar. “Nunca quis nada de ninguém, sempre trabalhou para conseguir o dele”, diz o tio Charles Russel, 45. “Ele passou no concurso, mas não queria ficar parado. Decidiu trabalhar como motorista de aplicativo até entrar na corporação”, explica Charles. Os dois se encontraram no sábado passado e conversaram sobre os perigos da profissão. “Falei para ele largar essa ideia, porque as estatísticas estavam mostrando que era perigoso, mas, infelizmente, recebi a notícia da morte no domingo de manhã”, lamenta o tio.

O advogado morava com a companheira, Andressa Santos, em Valparaíso (GO). “Eles tinham muitos planos pela frente. Haviam acabado de se casar e estavam montando a casinha deles. A família está desolada”, afirma a tia Sherley Russel, 43. No enterro, Andressa se despediu com um discurso ao marido: “Está doendo muito, nem sei de onde estou tirando forças. Agradeço a oportunidade de ter sido escolhida por ele. Estávamos juntos havia dois anos. Vai ficar a saudade.”

Notícias - Cidades/Correio Braziliense 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O silêncio do clã Bolsonaro - O Globo

José Casado

Com o filho Flávio, Jair cultuava o ex-capitão do Bope

Escolheram o silêncio, estranharam amigos de ambos na Polícia Militar do Rio. [ a liturgia do cargo de presidente da República, desaconselha certas condutas, além do que elogios, especialmente para um morto,  são de pouca valia.] para um morto um eAté há pouco não perdiam chance de louvá-lo: um “brilhante oficial”, nas palavras do patriarca Jair, ou, um homem de “excepcional comportamento”, na definição do primogênito Flávio. Viam nele um combatente urbano, treinado no Batalhão de Operações Especiais, hábil no gatilho à distância, sagaz em perseguição camuflada na geografia carioca. 

Os Bolsonaro o reverenciavam. Jair, por exemplo, se apresentou como deputado federal no julgamento do amigo, no outono de 2005. Assistiu à sua condenação (19 anos e 6 meses de prisão) pela execução “de um elemento que, apesar de envolvido com o narcotráfico, foi considerado pela imprensa um simples flanelinha”, como descreveu em discurso de protesto na Câmara. Com o filho Flávio, cultuava o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega como símbolo de uma PM cuja prioridade, julgavam, deveria ser a eliminação sumária de suspeitos, “porque vagabundo tem de ser tratado dessa maneira”. Dedicaram-lhe discursos, homenagens e até inscreveram seus parentes na folha salarial do Estado do Rio. 

Estavam numa cruzada por alguma forma de legitimação das milícias. No plenário da Assembleia, o deputado Flávio argumentava: “Será que um vagabundo sendo preso poderá se recuperar? Temos de deixar de ser hipócritas! Não há recuperação mesmo.” E justificava o avanço desses grupos à margem da lei: “Não podemos generalizar, dizendo que esses policiais, que estão tomando conta de algumas comunidades, estão vindo para o lado do mal. Não estão.”  Era uma visão consensual no clã liderado por Jair. Em 2003, na Câmara, saiu em defesa das execuções feitas por policiais baianos. “Enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio será muito bem-vindo. Se não houver espaço na Bahia, pode ir para o Rio. Terão todo o meu apoio... Meus parabéns!”

Acusado de liderar matadores de aluguel no Rio, o ex-capitão do Bope fluminense acabou morto pelo Bope baiano em Esplanada, cujo cemitério foi erguido por Antônio Conselheiro, líder do fanatismo religioso no sertão do final do século XIX. O clã Bolsonaro preferiu o silêncio.
 
 
José Casado, colunista - Coluna em O Globo
 
 

terça-feira, 2 de julho de 2019

Super Moro Presidente?

Super Moro Presidente?

O Brasil é um País diferentíssimo. Aqui, tivemos de inaugurar a prática dos “protestos a favor”. É o povo na rua, em contraponto ao domínio (ainda consolidado) do Crime Institucionalizado. A turma que trabalha e produz promove manifestações aos domingos. Ontem ocorreu mais uma bem sucedida, desta vez focada em defender a atuação de Sérgio Moro, cobrar a aprovação do Pacote Anti-Crime e da Reforma da Previdência no Congresso Nacional.

Ficou patente que a esquerda perdida jogou contra ela própria quando promoveu o golpe da ilegal intercePTação do aplicativo de conversas de Sérgio Moro e dos membros do Ministério Público Federal. Conforme o Alerta Total previu no primeiro momento, a manobra canalha só reforçou a imagem positiva de Sérgio Moro e da Lava Jato. Ou seja, a estúpida esquerdice conseguiu reforçar, ainda mais, o potencial de uma candidatura presidencial de Moro.

A “sorte” da esquerda é que a aventura presidencial ainda tem baixa chance de se tornar realidade. Motivo: a política profissional (ainda) não faz parte da ambição pessoal de Moro. Ainda, não... Mas como tudo muda o tempo todo, quem garante que Moro não seja convencido a se transformar no sucessor de Jair Bolsonaro.
Espertamente, o Presidente deixa no ar a dúvida se vai disputar ou não sua sucessão. A petelândia fica aloprada e tenta sabotar Bolsonaro a qualquer custo. Enquanto isto, o nome de Moro fica cada vez mais forte perante o senso comum da maioria da opinião pública.


O roteiro está pré-escrito. A esquerdalha promoverá novas manifestações (atrapalhando algum dia normal de trabalho) para tentar se contrapor a mais uma bem sucedida manifestação dominical de quem apóia o governo Bolsonaro. Como de costume, a extrema mídia fará a comparação entre um ato e outro sugerindo que foi mais bem sucedida a algazarra de militantes profissionais, sindicalistas de resultados e estudantes de canhota manipulados. Por fim, ficamos com um Brasil mais dividido ideologicamente – o que interessa à esquerdalha desfalecida e cada vez mais perdida no espaço político.

Sérgio Moro Presidente? Por enquanto, uma possibilidade remota. Só é bom ressalvar que Moro no Palácio do Planalto, a cada momento que passa, é menos improvável que a candidatura do Jair Bolsonaro antes de levar a facada do Adélio. A verdade é que a insatisfação e o radicalismo revoltante ficam mais fortes no Brasil. [2022 chapa ideal: Bolsonaro,  presidente e Sergio Moro, vice.] A Revolução brasileira está em andamento – e não há previsão segura de que será pacífica. A limpeza é irreversível por aqui. Nosso “politiburro” capimunista deve se preparar para a temporada de paredão.

Afinal,  lugar de corrupto é no cemitério – e não só na cadeia.

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Só os defuntos se aposentarão

Cursei a Faculdade de Direito na década  de sessenta.  Durante todo o curso aprendi que para fins de cálculo de indenização por atos ilícitos, como a responsabilidade pela morte de alguém, o tempo de vida médio presumido  do ser humano era  considerado  de 65 anos. É claro que a expectativa de vida tem aumentado  um pouco ,de lá para cá, conforme os índices periodicamente apresentados pelo IBGE, que têm algumas variações.

Pela proposta apresentada agora pelo Governo Bolsonaro, para fins de reforma da previdência,a idade mínima do homem para se aposentar seria de 65 anos, equivalente à idade média de vida presumida da pessoa  nos anos sessenta, e 63 anos para as mulheres. Esse simples “detalhe” significa dizer  que  em grande parte estão acabando com as aposentadorias, apesar das pessoas e os seus patrões serem obrigados a contribuir para a previdência social durante toda a vida útil do trabalhador. Contribuir para que, então? Para nada? Só para manter a estrutura de uma previdência caríssima?

O disparate que enxergo em toda essa proposta “indecente” é que de um lado leio que o Presidente Bolsonaro espera que a Previdência Social  poupe em 10 anos a quantia de 1,1 trilhões  de reais, com essas novas medidas. Por outro lado , também leio que o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Dr. Sérgio Moro, estima  que teriam sido roubados   dos cofres públicos ,direta ou indiretamente, de 2003 a 2018, nos Governos de Lula, Dilma e Temer, a impressionante quantia de 10 trilhões de reais, ou seja, quase 10 (dez) vezes mais do que seria poupado pela Previdência Social nos próximos 10 anos.

Portanto não seria exagero garantir que  na maioria das situações concretas estão  acabando com o direito de aposentadoria, mas não abrindo mãos das contribuições previdenciárias dos trabalhadores. E se tomassem medidas efetivas para recuperar pelo menos em  parte do que foi roubado  pelo PT/MDB desde 2003,nem que fosse a “mixaria” que seria poupada  pela previdências nos próximos 10 anos?

Trocando em miúdos, toda essa injustiça que estão  fazendo, significa o mesmo que dizer que recairá sobre os ombros dos novos aposentados ,e (não)aposentados que morreram antes, a partir da aprovação da “reforma”, o dever de pagar toda a conta deficitária deixada pelos antigos, inclusive de  todos os privilégios absurdos  concedidos até agora, como as aposentadorias integrais  de parlamentares,  com  8 anos de mandato ,e outros privilegiados do Serviços Público, aqueles de “1ª Classe”.
Com essas “reformas” em curso , o trabalhador vai sair  da agência do INSS com a carta de aposentadoria  na mão , embarcando  direto no carro fúnebre que o levará para ser sepultado no cemitério.

Matéria completa, clique aqui

 

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Bandido que reagir ‘vai para cemitério’, diz Doria

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta terça-feira, 13, mais três secretários para sua gestão à frente do Palácio dos Bandeirantes. Em coletiva de imprensa, o tucano confirmou os nomes para Segurança Pública, Relações Internacionais e para a pasta que reunirá Saneamento, Energia, Recursos Hídricos e Meio Ambiente.

O general João Camilo Pires de Campos vai assumir a Segurança Pública. Com 64 anos, ele foi professor da Academia de Guerra e chefiou o Comando Militar do Sudeste. “Aqui em São Paulo bandido não vai ter moleza”, disse Doria ao apresentar o futuro secretário. “Se o bandido reagir, será imobilizado. Se ainda assim reagir, vai deitado para o cemitério.”

Conforme antecipou o jornal O Estado de S.Paulo, Marcos Penido deixa a Secretaria das Prefeituras Regionais no governo municipal para assumir Energia, Saneamento, Recursos Hídricos e Meio Ambiente, reunindo três pastas da administração atual.  Júlio Serson será secretário especial de Relações Internacionais e presidente da Invest São Paulo. Além dos três secretários, Doria anunciou Wilson Pedroso para a chefia de gabinete. Apresentado pelo governador eleito como “militante do PSDB”, Pedroso ocupou a mesma função ao lado do tucano na Prefeitura de São Paulo.

Com o anúncio, Doria já conta com três filiados do PSDB no primeiro escalão do governo: Célia Leão na Secretaria da Pessoa com Deficiência, Penido e Pedroso.


IstoÉ 
 

domingo, 21 de janeiro de 2018

Carta a um amigo ateu

A ideia passou-me pela mente como sombria nuvem enquanto participava da missa de Natal na Igreja São Pedro, em Porto Alegre. E se aquela celebração não fizesse o menor sentido para mim? E se eu não tivesse fé? Poderia acontecer de não tê-la, dado que tantos não a têm. Fui tomado por um sentimento de gratidão, ciente de que nada fiz para merecer tal graça. E os suaves compassos da canção Amazing Grace me vieram à mente – “Esta Graça me trouxe até aqui e me conduzirá para casa”.

Na certeza de que tenho uma alma, sinto-me mais seguro alimentando-a com importantes convicções do que resfolegando meu corpo em dúvidas que nada informam, nem consolam, nem alegram o espírito. Prefiro enfrentar as tormentas da existência segurando a mão de Deus do que as bengalas do mundo material. Aliás, as esperanças divinas são tão superiores às vãs expectativas humanas! Considero vantajoso almejar a vida eterna em vez de crer que tudo acaba num corredor de cemitério, atrás de uma frase saudosa, inscrita em placa de mármore. Prefiro aprender de Deus que se revela do que de filósofos que escutam silêncios e tateiam trevas. Sim, meu caro, é preferível ter fé. Nada se perde com ela e muito se perde sem ela. Falo por mim. E falo para ti.

Durante muitos anos supus, como tu, que a fé fosse um recanto silencioso onde se saciava a ignorância humana perante questões complexas. Ou, dito sem artifícios, que o Deus dos tempos modernos seria sofisticado descendente do trovão reverenciado pelos nossos ancestrais do paleolítico inferior. Agora, convenhamos, quem precisa de um Deus para fins que o Google e a Wikipédia cumprem razoavelmente bem?

O Deus que um dia encontrei no cristianismo é um Deus que se conforma à pequenez do sacrário, à gruta de Belém e à imensidão do Cosmo. Com infinita paciência – vejam que privilégio!- esse Deus é meu pedagogo nos meandros do pensamento e nas picadas da ação. Recebi dEle verdades, princípios e valores que só me fazem bem.

A fé nada me toma em troca do muito que me dá. Rezo para que encontres “such amazing grace”. 


Percival Puggina 

domingo, 12 de novembro de 2017

Rixa entre famílias deixa rastro de sangue e mortes no sertão de Alagoas




Desde o início da tarde de quinta-feira (9), os órgãos públicos de Batalha, no sertão alagoano, estão de portas fechadas. A cidade está com ruas quase vazias e ocupadas por mais de 50 policiais. Tudo isso foi causado pela tensão e pelo medo da população após o assassinato do vereador Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro (PSD), ocorrido na porta da Câmara Municipal naquele dia.

Entrada de Batalha, em Alagoas; cidade vive disputa sangrenta entre duas famílias
Entrada de Batalha, em Alagoas; cidade vive disputa sangrenta entre duas famílias... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2017/11/12/rixa-entre-familias-deixa-rastro-de-sangue-e-mortes-no-sertao-de-alagoas.htm?cmpid=copiaecola

Mais do que um tradicional crime de mando em Alagoas, o caso incendiou de vez uma das rixas políticas mais conhecidas do interior do Estado, envolvendo as famílias Dantas e Boiadeiro, e que já teria resultado em pelo menos seis mortes em 18 anos. Hoje, Batalha é comandada por Marina Dantas (PMDB), mulher do ex-prefeito Paulo Dantas e nora do presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Luiz Dantas (PMDB). Já os Boiadeiro têm uma atuação mais tímida na política: além de  de eleger Neguinho em Batalha, o outro político é Zé de Laércio, vereador na cidade de Craíbas. 

O crime da quinta-feira foi praticado por dois homens que usaram pistolas de uso restrito de forças policiais. Eles esperaram o vereador sair do prédio da Câmara e entrar no carro para atirar. Neguinho morreu minutos depois. Os criminosos também acertaram outras duas pessoas que estavam no carro. Elas sobreviveram e não correm mais risco de morte. 



Câmara de Batalha; atentado a tiros matou vereador na porta da Casa legislativa


O clima pesou. Logo ao saber do atentado que vitimou o pai, José Marcio de Melo, conhecido como "Baixinho", pegou uma arma e foi até a casa de José Emílio Dantas supostamente vingar a morte. Emílio estava armado e reagiu. Houve troca de tiros, e Emílio foi atingido no ombro. Como havia gente ferida do "lado rival" nos hospitais de Batalha e de Arapiraca (a 50 km de Batalha), ele foi socorrido de helicóptero e levado até Maceió, onde foi atendido no Hospital Geral do Estado, e passa bem. "Baixinho" foi indiciado na sexta (10) e teve a prisão preventiva decretada, mas ainda é procurado pela polícia. 

O UOL visitou a casa da troca de tiros na sexta-feira e encontrou o local aberto, já que o portão arrombado foi retirado para conserto. As marcas de tiros, de vidros quebrados e de manchas de sangue no chão denunciavam o cenário de batalha que ocorrera ali horas antes. Por conta do clima de tensão, integrantes da família Dantas foram retirados de Batalha pela polícia. Segundo apurou o UOL, eles devem se ausentar da cidade por pelo menos cinco dias. 

Árvore arrancada pelo carro de Neguinho Boiadeiro para tentar fugir dos assassinos

 O corpo de Neguinho Boiadeiro foi trasladado sob escolta policial até Craíbas, cidade próxima a Batalha e onde a família tem uma fazenda. Centenas de pessoas participaram do velório e do enterro, ocorrido na tarde de sexta. Muitos políticos alagoanos também foram ao sepultamento ou visitaram a família.  A viúva, Mércia Boiadeiro, precisou ser amparada por familiares próximos. Muitos carros e militares estavam espalhados por todo o trajeto do cortejo, desde a fazenda até o cemitério.

Quase duas décadas de mortes
Para entender a rixa familiar, é preciso voltar a pelo menos 1999. As primeiras mortes de que se têm notícia foram a do ex-prefeito de Batalha José Miguel Dantas e a de sua mulher, Matilde - eles foram assassinados em uma emboscada em março de 1999. José Miguel era irmão do então presidente da Assembleia, Luis Dantas. O crime foi imputado a Laelson Rodrigues de Melo conhecido como "Laércio Boiadeiro". Ele foi condenado a 35 anos de prisão em júri popular em 2012 pelo duplo homicídio. Laelson é irmão de Neguinho Boiadeiro e nega até hoje ter cometido o crime.

A partir dali, as famílias acirraram uma disputa por poder na cidade. Em 2006, outro crime aconteceu. Samuel Theomar Bezerra Cavalcante e o sargento Edvaldo Joaquim de Matos foram mortos em Batalha. Eles eram, respectivamente, cunhado e segurança de Paulo Dantas --que na época era prefeito da cidade. O autor dos disparos foi José Emanoel Boiadeiro. Emanoel confessou os disparos e alegou legítima defesa. Ele chegou a ser condenado e estava em liberdade condicional quando morreu durante uma operação policial em outubro de 2016, na cidade de Belo Monte, vizinha a Batalha. 

A versão oficial é que ele foi alvejado em uma troca de tiros com a polícia --que também resultou em um policial ferido na mão. Emanoel seria segurança de um candidato a prefeito da cidade de Belém e estaria armado. Um outro homem que estava com ele também foi morto. A família Boiadeiro contesta a história e alega que foi a família Dantas que ordenou a morte de Emanoel por vingança do crime ocorrido uma década antes.

Segundo o comandante do 7º Batalhão da PM, tenente-coronel Genival Bezerra, "desde a morte de Emanoel a polícia havia ficado atenta para possíveis ânimos acirrados pelas famílias em Batalha, mas clima aparentava total tranquilidade. Desde aquele momento ficamos monitorando [a situação], mas os retornos que tivemos eram de que estava tudo calmo, até demais. Aí infelizmente ocorre isso, num lugar de grande movimentação, ao meio-dia", afirmou.