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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

A PANDEMIA E OS POLÍTICOS - Percival Puggina

O "FENÔMENO" MANDETTA
Tudo começou com Luiz Henrique Mandetta. No início da pandemia, o então ministro da Saúde mudou-se do gabinete de trabalho para o auditório do ministério. Diante dos holofotes, das câmeras, dos flashes e dos microfones estava ele em seu melhor ambiente. Ali, diga-se de passagem, tinha um desempenho brilhante. A nação, temerosa, lhe rendia apreço e confiança. Sabe-se, hoje, que mais desorientou do que orientou, mas fez isso com maestria. Sua suposta ciência e muito jeito convenciam qualquer sujeito. Apesar de tão mal no que era importante, foi tão bem no supérfluo que saiu do ministério e entrou na lista dos presidenciáveis de 2022.

OS APRENDIZES

A dita classe política assistia cada apresentação de Mandetta com olhos e ouvidos de aprendiz. Rapidamente, a moda pegou. Por todos os rincões do país, onde houvesse imprensa, o modelo de aproveitamento político da pandemia se foi reproduzindo e, com igual velocidade, a autoridade se desdobrou em autoritarismo. Seu mais esforçado aluno foi João Dória.

PANDEMIA, VACINA E "PAU NO BOLSONARO": JOÃO DÓRIA
O governador de São Paulo percebeu o lugar vago, tomou para seu Butantã a pauta da vacina e rompeu com Bolsonaro. As abelhas do jornalismo brasileiro voaram em enxame para a nova colmeia onde se concentrava o mel de seus noticiários: pandemia, vacina e “pau no Bolsonaro”. João Dória se vislumbrou como futuro presidente.

BOLSONARO E A ANIMOSIDADE COLIGADA

“E o Bolsonaro?”, perguntará o leitor. Pois é, o presidente, sabe-se hoje, estava certo em quase tudo, mas a animosidade estudada e coligada contra ele concentrou-se em alguns erros menores para lhe causar todo dano político possível. O inteiro pacote de factoides da CPI da Covid, ao virar vento e ir para a camada de ozônio, faz prova disso.  
Se há algo de que acusá-lo é de não ter buscado tirar repugnante proveito eleitoral da crise sanitária. 
Manteve e mantém uma retórica teimosa que o prejudicou, mas fez o que tinha que ser feito, forneceu o que tinha que ser fornecido (o Brasil é o 4º país que mais vacinas aplicou) e socorreu as vítimas que os vírus paralelos do “fique em casa” e do “fecha tudo” geraram aos milhões pelo país.

RESUMO E CONCLUSÃO
Mandetta virou presidenciável em abril de 2020, caiu no esquecimento em 2021, tentou voltar ao palco, mas acabou sumindo da lista, por desinteresse dos eleitores. [Mandetta sumiu, por completa e total falta de importância da sua presença, mas continua em atividade nos botecos da vida jogando sinuca.]

O senador José Aníbal, tucano bom de bico, ex-presidente do PSDB, praticamente esfarelou ontem as pretensões eleitorais do saracoteante governador paulista. Numa sucessão de entrevistas, disse que se Dória tivesse um mínimo de bom senso retiraria sua candidatura porque o pré-candidato tucano só tem números grandes em listas que medem rejeição... 
Acrescentou que o eleitor percebeu o uso político do palco para atacar o presidente e tirar proveito eleitoral da pandemia e estava, por tudo isso. perdendo credibilidade. 
São palavras de um derrotado por Dória nas prévias tucanas, mas tudo que ele diz corresponde aos fatos.

Conclusão, também no âmbito da política, a pandemia só fez estragos. Até mesmo para quem, como Bolsonaro, defendeu a liberdade, o direito ao trabalho, ficou rouco e somou inimigos advertindo para a tempestade perfeita que adviria das medidas em execução por estados e municípios (hoje até a OMS admite o erro), já disponibilizou 350 milhões de vacinas e distribuiu centenas de bilhões de reais em auxílios às famílias necessitadas. [o capitão vai se recuperar, com sobras, dos percalços que lhe foram impostos.]

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

"TUDO PASSA, TUDO PASSARÁ" - Percival Puggina

Durante muitos anos, em palestras sobre problemas institucionais brasileiros, afirmei que visitar Roberto Marinho era condição indispensável para uma bem sucedida campanha eleitoral à presidência. Eu não estava errado. Errado era o sistema, que funcionava assim mesmo, e o poder concedido à Globo.
As redes sociais, democratizando o direito de opinião e a subsequente eleição de Bolsonaro, derrubaram a mesa desse jogo. Nem tudo é para sempre. Ao sentir-se demitida de seu poder, a Globo contra-atacou
Decidiu acabar com o presidente e desmoralizar as redes sociais, mesmo que para isso fosse necessário apoiar a prisão de jornalistas que atuam nesse segmento e causar dano ao país.
 
Durante meses, a covid-19 e a urgência da vacinação foram as principais armas dessa investida. 
A pressão, no começo deste ano, era terrível. Começar a vacinar um mês depois dos Estados Unidos virou escândalo. A Anvisa, porém, tinha suas regras, as compras públicas tinham suas exigências e os contratos de fornecimento, cláusulas leoninas (entre elas o “vendo, recebo, entrego quando puder e não me responsabilizo”). Aqui, Butantã, Dória e sua parceria chinesa arrumavam a vitrine de uma vacina praticamente caseira, testada em brasileiros. Para serem aprovadas as vacinas, que poderiam, em tese, alcançar uma eficácia de 100%, precisavam atingir qualquer número significativo após o piso mínimo de 50%.  A vacina paulista bateu martelo em 50,7%. Duas doses vieram parar no meu braço. Com ela, porém, não posso entrar em inúmeros países. Na próxima semana tomarei a terceira dose com a vacina da Pfizer.

***

Leio em Poder 360: “Na última terça-feira (05.out) o Ministério da Saúde informou que não vai comprar a vacina CoronaVac em 2022 por ela ter sido autorizada só para uso emergencial pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A pasta ainda declarou que o imunizante, desenvolvido no Brasil pelo Instituto Butantan, tem “baixa efetividade entre idosos acima de 80 anos”. A informação foi divulgada na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, nessa 5ª feira (7.out.2021). (...)

A razão sobre a possível descontinuidade da vacina CoronaVac no ano de 2022 está diretamente relacionada com condição de sua avaliação pela Anvisa. Até o presente momento, a autorização [da CoronaVac] é temporária, de uso emergencial, que foi concedida para minimizar, da forma mais rápida possível, os impactos da doença no território nacional”, responderam os servidores da pasta.

Um império desaba. Gradualmente, a vida volta ao normal. A Ciência segue seu curso enquanto a onisciência dos sabichões da política e da mídia, oportunistas de poucas letras e ainda menos juízo, se vale dela para seus fins. Daí a menção à canção de Nelson Ned no título desta crônica.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


domingo, 28 de fevereiro de 2021

Decálogo da folia científica - Guilherme Fiuza

[Válido em qualquer época, em aglomeração, lockdown meia-boca em Brasília]

É normal que você esteja inseguro com tanta informação nova circulando por aí nessa epidemia de fake news. Por isso fizemos um esforço de reportagem para te oferecer uma lista de certezas científicas limpinhas e de boa aparência que todo mundo confia e dá até pra levar pra casa. Use sem moderação:

1 - O lockdown funciona que é uma maravilha, tanto que o Ministério do Interior da Alemanha contratou uns pesquisadores baratinhos para escrever a teoria do ferrolho salva-vidas – documento científico que estava fazendo tanta falta em um ano de pandemia. Como se viu em emails vazados, os pesquisadores tiveram total liberdade para encontrar a ciência que o contratante  * 2 - Tanto o lockdown com isolamento total é eficaz contra a Covid que o prefeito Bruno Covas deixou São Paulo trancada no fim de semana e foi ver o jogo do Santos no Maracanã no meio de 2,5 mil pessoas. Só podia entrar no estádio com credencial e o coronavírus não foi credenciado. Isto é ciência;                                                    3 - A OMS declarou que o coronavírus não escapou de um laboratório chinês. Alívio geral. O mundo chegou a temer que a ditadura chinesa pudesse ser um lugar perigoso. Mas uma missão da Organização Mundial da Saúde foi lá e perguntou a todos os porteiros de laboratório se eles tinham visto algum vírus novo fugindo de madrugada quando estava todo mundo dormindo. 99,8% dos porteiros responderam à OMS que “não viram nada, não senhora”. 0,2% dos porteiros responderam que até viram um vírus passando, mas não era esse aí que se espalhou pelo mundo, não. Fim de papo; 
4 - Artigo na revista científica Lancet sustenta que Donald Trump matou os americanos de Covid com seu governo insensível e malvado. As evidências científicas desse estudo não estão visíveis porque na hora da conclusão acabou o papel higiênico. É um problema comum na vida de todo pesquisador sério;                  5 - O Dr. Fauci, aquele médico americano fofo que diz que os seres humanos talvez possam voltar um dia a se cumprimentar com aperto de mão, ou talvez não, declarou que uma máscara é pouco. Melhor usar duas. É como se diz na ciência: se um equipamento é ruim, use dois. O mesmo vale para os médicos. Se um charlatão te deixa em dúvida, consulte dois charlatões para ter certeza. Não se deixe enganar;                                                                                    6 - O laudo da Anvisa constatou que as duas vacinas em aplicação emergencial no Brasil não têm estudos suficientes para atestar a eficácia e a segurança na imunização de idosos. No entanto médicos estão mandando seus pacientes idosos se vacinarem. É elementar. Se está todo mundo tomando, você também tem que tomar. Não vai discutir sozinho com a ciência;       7 - O Ministério Público do Trabalho recomendou às empresas demissão por justa causa de funcionário que não quiser se vacinar. Perfeito. Nem a taxa de letalidade, nem os grupos vulneráveis sustentam a necessidade da vacinação de todos, mas já que está todo mundo se vacinando, por que não tornar a vacina obrigatória? A verdadeira ciência é aquela que serve de chicote para tiranete;                                                                                               8 - Pensando nisso, o PSOL, devoto do chavismo venezuelano, criou o projeto de cassação de direitos sociais do cidadão que não se vacinar – plano genial já aprovado em Niterói, RJ. Aécio Neves também saiu das sombras propondo coisa parecida. Só negacionistas haverão de duvidar dos benefícios claros da vacina para almas penadas;                                                                          9 -  Fique sozinho e isolado no carnaval. A não ser que precise pegar um ônibus lotado. A ciência já deixou claro que a Covid não anda com ralé;                                                                                   10 - Pesquisadores propõem lockdown mais severo no Amazonas. Como o governo alemão está demonstrando, ciência à la carte funciona que é uma beleza. Qualquer dúvida é só pedir ao Butantã um daqueles panfletos de número de vidas salvas pelo Plano Miami.
 
Leia também:  " ..... Nessa pandemia, igrejas e escolas foram fechadas, mas as aglomerações continuaram em festas clandestinas, em "pancadões" e bailes funks, além do metrô e dos ônibus, claro. Isso sem falar das manifestações esquerdistas!

Quando os membros do Black Lives Matter tocaram o terror nas cidades americanas, chegamos a ver manchetes alegando que "estudos" comprovavam que não ocorrera aumento nos casos de Covid depois. É o vírus ideológico, que não ataca aglomerações socialistas.
.....

O problema é agravado, porém, quando o povo percebe o duplo padrão. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, foi ao jogo do Maracanã com seu filho, mas igrejas e escolas seguem fechadas?
.........

Quando o estado, em nome da "ciência" e do coletivismo, decide fechar igrejas e proibir cultos, isso é ultrapassar e muito suas prerrogativas.
A esquerda quer substituir Deus pelo "deus" estado, e por isso aplaude. Mas há muita gente que se recusa a colocar o estado nesse lugar. E com boas razões!

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

sábado, 16 de janeiro de 2021

Bolsonaro colhe uma derrota que poderá abreviar o seu mandato - Blog do Noblat

Ricardo Noblat

O Brasil só teria a ganhar com isso

Políticos de faro aguçado e olhar de águia, alguns com mandato e outros sem, detectaram nos últimos dias o crescimento do número de deputados federais e de senadores favoráveis à abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Isso poderá se dar enquanto Rodrigo Maia (DEM-RJ) ainda for presidente da Câmara – e faltam apenas 16 dias para que deixe de ser. Ou então se o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Maia e da oposição ao governo, sucedê-lo no cargo.

[os inimigos do Bolsonaro não se conformam com o fato de que desde janeiro 2019, acordam todo dia e o presidente está  firme e forte.

Aliás, pesquisas da popularidade do capitão continuam sendo realizadas, só que não são divulgadas - o motivo é que a divulgação da popularidade presidencial segue a máxima do ex-ministro Rubens Ricupero - "Eu não tenho escrúpulos; o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde." -   e divulgar pesquisa com o capitão crescendo não está, na ótica de seus inimigos,  entre o que é faturável.]

Bolsonaro, como qualquer presidente da República até mesmo na época da ditadura militar, coleciona derrotas. O Presidente pode muito, não tudo. Mas ele só faz perder desde que decidiu tratar a Covid-19 como se não passasse de uma reles gripezinha. Não procedeu assim somente por ignorância, embora no seu caso a ignorância seja abissal, também por cálculo. Acreditou que o vírus seria detido matematicamente depois de infectar 70% dos brasileiros. [Bolsonaro defende a imunidade de rebanho, que existe, sendo reconhecida por cientistas, o inconveniente é que o custo é caro - por depender de elevado número de contágios. 
De qualquer modo a frase sobre o que o presidente acreditou - acima, negritada - não teve e nem terá (a pandemia será controlada antes) oportunidade de se concretizar = o número de brasileiros infectados não alcançou, nem alcançará, sequer 5%. Assim, o percentual de 70% é absurdo. Além de que a vacina, ou vacinas, somada ao número de contagiados, ajudará no alcance da imunidade coletiva.] Acima de tudo, o importante era salvar a economia.

Que morressem, portanto, os que tivessem de morrer – e Bolsonaro jamais imaginou que morreria tanta gente que não fosse apenas velha e sofresse de outras doenças. [em 2020, em dez meses e quinze dias, morreram de doenças cardiovasculares mais de 350.000 pessoas. Este ano, já morreram mais de 17.000.] O kit de drogas ineficazes recomendado por ele era para dar tempo ao tempo.O vice-presidente Hamilton Mourão disse mais de uma vez que a situação estava sob controle rigoroso – só não sabia por quem. Depois de livrar-se de Luiz Mandetta na Saúde e de Sérgio Moro na Justiça, Bolsonaro achou que controlava todas as ações.

Quebrou a cara, como agora deve ter percebido. Ocorre que quebrou a cara a um preço para além do suportável pela maioria dos seus governados. Líder político algum desdenha da morte sem ser punido, e ele desdenhou. Pagará caro por isso. Bom que pague. Por mais que fale que o Supremo Tribunal Federal o impediu de combater o coronavírus,  - como só ontem falou mais de 20 vezes em 53 minutos de palanque que lhe ofereceu Luiz Datena em seu programa na BAND, é difícil que consiga novos adeptos. [Bolsonaro apenas aponta um fato. Aliás o presidente, sabiamente, destacou
o feito, ou malfeito, do STF, ainda em abril passado,  quando marchou até a sede do Supremo, dando um destaque inusitado à suprema decisão.]

Por mais que ataque o governador João Doria (PSDB-SP) dizendo que ele não é homem, veste calça apertada e quis destruir a economia com medidas de isolamento social, não apagará a realidade de que Doria tem [tem? se tem, o que impede que comece a vacinação?]  a vacina e ele, não. Quando Manaus parou de respirar devido à falta de oxigênio, Bolsonaro tentou distrair a atenção do seu público cativo com a promessa de que a vacinação em massa teria início na próxima terça-feira – o tal do Dia D do general Eduardo Pazuello.

Não havia vacina garantida. O avião com destino à Índia para buscar 2 milhões de doses ficou retido no Recife. O jeito foi Bolsonaro se render à vacina da China, do Butantã e de Doria. Quer confiscar todo o estoque guardado em São Paulo. [todo o quantitativo de vacinas que for solicitado pelo Ministério da Saúde, será entregue pelo Butantan - o Programa Nacional de Vacinação é administrado pelo Governo Federal e tem prioridade sobre qualquer programação estadual.] Essa é uma fragorosa derrota capaz de marcar para sempre um desgoverno. Maior do que essa, talvez o impeachment que para Bolsonaro não seria tão mal assim. Diria que foi vítima de um golpe, desfrutando até morrer dos privilégios de um ex-presidente. [até morrer? será que sugestão de suicídio, menção a morte do presidente Bolsonaro, expressa algum desejo? 
(Bolsonaro e  todos os seres humanos morrerão, cabendo unicamente a DEUS decidir a data, quando, onde e como.]

De todo modo, o Brasil sairia no lucro se isso de fato acontecesse.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA

 

Sem vacinas da Índia, governo decide usar avião para entrega de oxigênio no AM

Com a negativa da Índia em entregar dois milhões de doses de vacinas da AstraZeneca/Oxford ao Brasil, o governo decidiu dar um novo destino para a aeronave que iria a Mumbai.[a decisão da Índia não foi de negativa de fornecimento das doses contratadas e sim um adiamento por problemas logísticos.
A Índia, população superior a 1.300.000.000 (1,3bi) de pessoas, sofreu  pressões internas para dar prioridade máxima à vacinação para seus habitantes,  e o embarque das doses para o Brasil, dois milhões, estava previsto para o mesmo dia do inicio da campanha de vacinação dos indianos - gerando problemas de logística,o que motivou o adiamento em dois ou três dias.]

Em nota oficial, o Ministério da Saúde informou que o avião da Azul, que está em Recife (PE), seria enviado ainda nesta sexta-feira, 15, às 23h, até Campinas (SP), para carregamento de cilindros de oxigênio que serão transportados a Manaus (AM) no sábado, 16. “A aeronave levará a capacidade máxima para esse tipo de carga. O pedido foi feito pelo Ministério da Saúde a fim de abastecer as unidades de saúde da região”, informou a pasta.

O voo será realizado pela mesma aeronave que partiria hoje para Mumbai, na Índia, uma vez que a missão foi reprogramada devido questões diplomáticas entre Brasil e Índia e deverá ocorrer nos próximos dias. A decisão da Índia frustrou a expectativa do governo federal, que havia preparado um plano para que o imunizante chegasse ao País até domingo, 17, a tempo de ser usado no início da vacinação em todo o País, prevista para quarta-feira, 20.

Após a resposta dos indianos, o Ministério da Saúde solicitou nesta sexta-feira, 15, a entrega “imediata” de seis milhões de doses da Coronavac, produzidas pelo Instituto Butantã, em parceria com a chinesa Sinovac. O Instituto Butantã, por sua vez, respondeu que vai liberar o imunizante assim que houver autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e questionou o quantitativo de vacinas que será destinado ao Estado de São Paulo, além da data e horário em que será iniciada a campanha de vacinação “simultaneamente” em todo o País.

A negociação pela vacina gerou crise entre os governos federal e de São Paulo. Bolsonaro chegou a forçar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a recuar da promessa de compra, em outubro. Bolsonaro disse também que não compraria a vacina “pela sua origem”.[notícia requentada, visto que o suposto recuo do ministro da Saúde, ocorreu em outubro 2020.]  Ainda assim, Bolsonaro ironizou a eficácia de 50,4% da vacina, próximo do patamar mínimo exigido pela Anvisa.

Em entrevista ao programa Brasil Urgente, apresentado por José Luiz Datena, o presidente havia dito que o envio de doses pela Índia poderia atrasar “um ou dois dias”, até o início da vacinação fosse iniciada no país asiático, prevista para sábado, 16. Na nota oficial, o governo não informou a nova data do voo para a Índia. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chegou a telefonar na noite de quinta-feira, 14, ao chanceler da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e reiterou o pedido para importação das vacinas. A Índia, no entanto, alegou “problemas logísticos” para liberar as doses ao Brasil.

O governo federal comprou 46 milhões de doses da Coronavac neste mês. Há ainda a opção de adquirir mais 54 milhões de unidades. A Anvisa deve decidir no domingo, 17, se libera o uso emergencial da Coronavac e da vacina de Oxford. Antes deste aval, estes imunizantes deveriam ficar sob guarda do Butantã e da Fiocruz.

Isto É

 

 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Doria apostou tudo no cavalo errado e deveria renunciar - Rodrigo Constantino

Vozes - Gazeta do Povo

Humanos podem sempre errar. Somos falíveis. Pessoas bem intencionadas erram o tempo todo, e buscam aprender lições, consertar os rumos, melhorar. Não é o caso do governador João Doria nessa lamentável divulgação do Butantã, de que a eficácia da coronavac é de apenas 50,38%, no limite da aprovação pela Anvisa e OMS.

Doria vem monopolizando a fala em nome da ciência desde o começo, politizando a pandemia de olho em 2022. Apostou todas as fichas na vacina chinesa, desqualificou quem desconfiava da origem (uma empresa acusada de corrupção numa ditadura sem transparência) e chegou a marcar data do começo da vacinação, ignorando os passos necessários para sua aprovação.

Em suma, Doria virou um garoto-propaganda da vacina, chegando a colocar outdoor em Mato Grosso do Sul. A Anvisa tinha apenas uma forma de demonstrar sua imparcialidade técnica: aprovar a vacina. A mídia doriana logo começou a enaltecer o governador de SP enquanto demonizava o presidente Bolsonaro, seu jogo sujo desde o primeiro dia da crise.

Pois bem: de 100% de eficácia a coisa caiu para menos de 80%, depois para 60%, e agora se chegou a esse patamar mínimo, que passa raspando pelo critério técnico. Os tucanos que festejaram, sem qualquer apreço pelo verdadeiro método científico e pelo necessário ceticismo, estão hoje em silêncio, desejando apagar da nossa memória mensagens antigas. Mas estamos aqui para refrescar a memória de todos:

 ...............

Os apressadinhos falam tanto em nome da ciência, ciência, ciência, mas esquecem que a ciência se faz com desconfiança, paciência e prudência, não com confiança cega em autoridades ou na mídia. Quem confia cegamente numa ditadura chinesa, aliás, é o típico gado, que se oferece para ser cobaia e ainda chama de "negacionista" aquele mais racional. Mas a "assessoria de imprensa" do Doria segue tentando vender o peixe podre:

Ora, isso é ciência, por acaso, ou fé cega? Agora imaginem só se essa "confusão" (empulhação?) toda fosse no governo federal, e não com o governador queridinho da mídia. Qual seria a reação da imprensa? Se continuar assim, a "vachina" será apenas um placebo arriscado em breve! Aliás, um pesquisador usou os dados oficiais e chegou à seguinte conclusão:  4653 voluntários foram vacinados; 85 dos vacinados foram infectados; 4599 voluntários no placebo; 167 do grupo placebo foram infectados; usando esses dados, a eficácia global seria de 49,7%, inferior ao limiar de 50% da Anvisa e OMS.

VAR JÁ! O mínimo que se espera de quem preza pela saúde da população é cobrar uma nova rodada de pesquisas antes de liberar uma vacina nessas condições suspeitas. 
Os tucanos da mídia estão afirmando que "bolsonaristas" comemoram a notícia ruim e torcem pelo vírus. É inversão leninista, as usual. Atacam os outros diante de um espelho, esses pandeminions. O fato é que Doria apostou tudo no cavalo errado, e tentou impor sua vachina sem qualquer comprovação.

Sobre os casos graves, há um "detalhe" espantoso: foram sete pessoas testadas apenas. SETE PESSOAS! Lembram da turma dizendo que os vários estudos com cloroquina, em milhares de pessoas, eram "inconclusivos"? Não é difícil entender por que agora dizem que não devemos ser tão científicos assim. E isso foi dito pelo secretário de Saúde do governo Doria!

O que a gestão Doria fez com a credibilidade do Butantã é algo criminoso. Diante do ocorrido, só há uma coisa sensata a fazer: levantar a hashtag #ForaDoria e exigir a saída do governador imediatamente do seu cargo. Doria deveria renunciar já!

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - Vozes

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

 

sábado, 14 de novembro de 2020

Procura-se a ciência do lockdown - Por Guilherme Fiuza

A Seita da Terra Parada anunciou a chegada da segunda onda. Ela quer te trancar de novo. Tudo bem, você topa. Mas com uma condição: que te mostrem os laudos comprovando que o lockdown resultou na detenção eficaz do contágio pelo coronavírus e na proteção aos grupos de risco. Pede os laudos agora, tá? Você precisa organizar logo a sua quarentena.

Pediu? Ótimo. E eles? Já te mostraram os laudos com a eficácia do trancamento geral na defesa da população contra a Covid? Não mostraram? Tudo bem, pede de novo. Eles estão muito ocupados espalhando a notícia da segunda onda, é preciso um pouco de paciência. Pediu de novo? Ótimo! Nada ainda? Que estranho.
Liga pro Mandetta. Ele com certeza tem esse atestado científico, porque vivia o dia inteiro na televisão dizendo para ninguém botar o nariz fora de casa que seria fatal. Ok, de fato ele foi filmado se abraçando e dançando com assessores num ambiente aglomerado, mas isso não tem nada a ver. A máscara de um picareta cairá mais cedo ou mais tarde, então ele não tem mesmo como se prevenir. Ligou pro Mandetta? E aí? Não atende? Insiste, que ele deve estar terminando um comício e daqui a pouco te explica tudo.

Enquanto isso vai ligando pro Butantã. Ligou? E aí? Caiu errado? Como assim? Na telefonia não existe mais esse negócio de “foi engano”, você deve ter discado errado. Ou melhor: teclado. Teclou certo? Estranho. Quem atendeu disse o quê? “Comitê do Bruninho”?! Não é possível. Você ligou pro Instituto Butantã e caiu no comitê de campanha do Bruno Covas?! É, então essa telefonia não presta mesmo. Tem que privatizar. Já privatizou? Então tem que estatizar.

Liga pro Dória. Ele deve ter outro telefone do Butantã. Ligou? Ele atendeu de primeira? Maravilha, o Dória é muito solícito mesmo. E aí, ele te deu outro telefone do Butantã? Não?! Por que? Disse que só te dá se você tomar a vacina chinesa? Espera aí, deve ter entrado uma linha cruzada. A vacina nem existe e você só queria um laudo do Butantã sobre a eficácia do lockdown... Por que você não disse isso com todas as letras? Ah, você disse? E aí, o que ele respondeu? A ligação caiu? É, não dá. Tem que privatizar. Ou melhor, estatizar. Faz o seguinte, dá uma ligada pra Fiocruz. Lá com certeza você consegue o atestado de eficácia do lockdown. Aí pode voltar tranquilo e convicto pro buraco. O que não dá é pra ficar na dúvida, que aí o vírus te pega. Esse vírus é que nem cachorro: se você demonstra insegurança ele te ataca.

Conseguiu falar com a Fiocruz? Maravilha! E aí, te deram os laudos da contenção da Covid pela quarentena horizontal? Não?! O que houve dessa vez? Eles disseram que os laudos existem mas não estão com eles? Ah, menos mal. Hoje em dia tem motoboy pra tudo. Estão com quem, os laudos? Com o Witzel?? A Fiocruz montou um plano de lockdown total com o Witzel e naquela confusão da chegada da polícia os documentos ficaram com ele? Poxa, que azar.

Bom, tenta pegar com ele assim mesmo. Não vai dar? Por que não vai dar? Ele se mudou? A Justiça despejou o Witzel do palácio? O que aconteceu? Não pagou o aluguel? Essa lei do inquilinato é absurda, coisa da ditadura. Por isso é que tem que parar tudo e fazer uma assembleia constituinte. Coitado do Witzel. Por que você não faz uma visita de solidariedade no cafofo novo dele e aproveita pra pegar a papelada científica do lockdown? Não vai dar? Por quê? Foi tudo perdido na mudança?!

Aí fica difícil. Não há ciência que aguente tantos incidentes. Vamos fazer o seguinte: como está a taxa média de letalidade da Covid? Abaixo de 70 anos é inferior à da gripe sazonal? Ok. Então liga pra Seita da Terra Parada, conta isso a eles e avisa para continuarem em lockdown mental, que você vai ficar aqui fora vigiando o perigo.

Guilherme Fiuza, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes


quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Regina Duarte está pronta para dominar o “serpentário” que é a classe artística - Alexandre Garcia





Gazeta do Povo

A atriz Regina Duarte está aceitando o desafio da Cultura brasileira, que envolve uma estrutura gigantesca. São aquelas fundações que a gente conhece
a Agência Nacional do Cinema (ANCINE); 
o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); 
o Instituto Brasileiro de Museus; 
a Fundação Nacional das Artes (Funarte); 
a Fundação Palmares; 
a Fundação da Biblioteca Nacional; 
a Fundação Casa Rui Barbosa; a Lei Rouanet. [algumas dessas fundações nem os funcionários sabem para que servem e outras institucionalizam o mau uso do dinheiro público.]

O que se pode dizer é que aquele prêmio que o Alvim Goebbels [ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim] estava anunciando é bom, e vai ser mantido. É um prêmio para estimular as artes de um modo geral – a literatura, a escultura, a pintura, a música, a ópera. O valor chega a R$ 20 milhões.

Conselho da Amazônia e Segurança Pública
No caso da Amazônia, o Ministério de Minas e Energia relatou ao presidente Jair Bolsonaro que não pode fazer tudo sozinho, porque tem que lidar com questões fundiárias, de produção agropecuária, que envolvem Exército, Marinha e Aeronáutica, questões de policiamento, de legislações locais, estaduais.

Criou-se esse conselho para dar prestígio e uma Polícia Nacional ambiental, que foi aprovada pelo ministro Paulo Guedes, que tem que dar os recursos para isso. Os recursos vão vir do dinheiro que a Lava Jato conseguiu trazer de volta da corrupção.
Por falar nisso, os secretários de Segurança Pública estão reunidos em Brasília e estão apresentando resultados. Quando a gente olha para o ano passado, vê que todos os números de homicídios estão caindo – até no Rio de Janeiro. [e ainda não deixaram o presidente Bolsonaro e o ministro Moro executarem, conjuntamente, os projetos que ainda estão guardados.]

Os números voltaram a 1991, quase 30 anos. Interessante que há menos policial morto e mais bandido morto. Bandido que reagiu. Ou seja, nesse faroeste, o mocinho está ganhando. Isso é um número bom não só para nos tranquilizar como brasileiros, mas para atrair turistas também para o Brasil, já que eles não têm vindo para cá por causa disso.

Regina Duarte e mulheres na política
Tenho uma pergunta a fazer no dia em que a Grécia escolheu a primeira mulher presidente, uma juíza. Ela foi escolhida pelo Parlamento. Nos EUA, a gente vê que Nancy Pelosi é a presidente da Câmara dos Deputados.

Aqui no Brasil, já tivemos uma presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) mulher (Carmén Lúcia); uma presidente da República mulher (Dilma Rousseff); mas nunca tivemos uma presidente mulher do Senado ou da Câmara dos Deputados. São 15% de mulheres lá. O que há com os nossos legisladores? Será que estão com medo ou é machismo? Que história é essa? [atualizando: duas mulheres, sendo a primeira a ministra Ellen Gracie Northfleet, também a primeira mulher a ser ministra do STF.
Quanto a carência de parlamentares femininas é que o sistema de cotas não funciona - o eleitor não segue cotas;
assim, poucas são eleitas e, lamentavelmente, a maioria nada produz e as vezes ainda pisa na bola. 
Mas, temos algumas mulheres que deram um show. E tivemos a Dilma para prejudicar, e muito, a imagem das mulheres.]

Ainda sobre a Regina Duarte: ela está com inteira liberdade, sinal verde. O presidente chegou a dizer para ela: "Quando você precisar demitir, não precisa me avisar, não". O mesmo para as nomeações. São vinte cargos, por aí, a critério de escolha dela. Ela está muito cautelosa para escolher o seu time.
Vai ser um desafio, mas ela está acostumada. Eu tenho dito que ela é do ramo. Essa área é um serpentário. A gente que trabalha nesse ramo sabe que é um verdadeiro Butantã.

Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Coluna Gazeta do Povo