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domingo, 13 de agosto de 2023

Questionar resultado eleitoral não é crime - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

No mundo ideal, dois adversários se enfrentam no segundo turno, numa campanha limpa sobre projetos políticos, e o perdedor aceita a derrota, num processo transparente, e deseja o melhor ao vencedor e diz que será uma oposição vigilante e construtiva. Alternância de poder e responsabilidade: eis aí o sonho democrata...

No mundo real, isso parece cada vez mais distante. Adversários se tratam como inimigos mortais, campanhas sujas focam em ataques pessoais e muitas vezes assassinato de reputação incluindo mentiras, o processo eleitoral é opaco e o derrotado alega ter sido vítima de fraude ou eleição manipulada.

Não estou falando de um país onde existe até um Tribunal Superior Eleitoral para comandar todo o processo de forma centralizada; estou falando dos Estados Unidos mesmo. 
E Trump pode ter exagerado na repetição de que houve fraude, o que ele não foi capaz de provar na Suprema Corte, mas isso não configura crime algum.

O Partido Republicano possui uma página em que mostra as 150 vezes em que democratas rejeitaram os resultados eleitorais. Diz o site: "Biden e os democratas têm uma longa história de contestação de resultados eleitorais. Muitos democratas, incluindo Hillary Clinton e Barbra Lee (D-CA), Maxine Waters (D-CA) e Sheila Jackson Lee (D-TX), lançaram dúvidas sobre todas as vitórias presidenciais republicanas nas últimas duas décadas. Todos os presidentes democratas desde 1977 lançaram dúvidas sobre a legitimidade das eleições nos Estados Unidos. Ainda neste ano [2022], Biden lançou dúvidas sobre a legitimidade das próximas eleições".

Al Gore afirmou repetidamente que ele era o verdadeiro vencedor da eleição de 2000. 
Eu sei, pois fui em uma palestra sua em Moscou e ele abriu exatamente com essa afirmação. 
Hillary Clinton, mais de uma vez, questionou a legitimidade da eleição de 2000. A lista é bem longa. 
Quase sempre, quando os democratas perdem, eles bancam a vítima e alegam que houve algum tipo de fraude eleitoral. 
Mas só Trump é indiciado por "conspirar um golpe" contra a democracia.
 
No Brasil não foram poucos os políticos que apontaram para supostas fraudes eleitorais quando derrotados. A começar pelo próprio presidente Lula, que disse que poderia haver fraude nas urnas no passado. Em entrevista à rádio CBN, ele disse que "desviar dois ou três milhões de votos neste país é mais fácil que tirar pirulito de criança". 
Entre os indícios de fraude, Lula disse que que já foram descobertas cidades na Bahia e em Tocantins onde há mais eleitores que habitantes. "Nestas cidade não poderia haver eleição", reclamou.

Outro que vivia repetindo que havia farsa eleitoral era Brizola. "Os votos que faltarem para eleger Fernando Henrique serão dados a ele pelos computadores", disse Brizola no passado.
Ele comparou a situação à enfrentada por ele, em 1982, quando disputou e venceu a eleição para o governo do Rio.
Na ocasião, a Proconsult, empresa encarregada de totalizar votos, foi acusada de criar um programa de computador que desviava votos para Moreira Franco, candidato do PDS.

Roberto Requião também já criticou bastante as urnas e defendeu o voto impresso. "Eu acredito que as urnas eletrônicas possibilitam a fraude", chegou a afirmar. 
Vários políticos já defenderam o voto impresso no passado recente, receosos do processo eletrônico sem tanta transparência. Foi o caso de Simone Tebet, atual ministra de Lula. Não obstante, quando bolsonaristas dizem basicamente o mesmo, isso é tratado como "ataque contra a democracia".
 
Não cabe aqui sequer entrar no mérito da questão, se é ou não possível fraudar as urnas eletrônicas. 
Vale simplesmente apontar para o escancarado duplo padrão do sistema, que persegue conservadores quando eles agem exatamente como esquerdistas, ainda que sejam apenas maus perdedores, e frisar o óbvio: numa democracia, questionar o resultado eleitoral jamais deveria ser confundido com um ataque às instituições ou à própria democracia.

Mas no Brasil virou tabu questionar o processo eleitoral, a ponto de ser esse o principal motivo de perseguição ao jovem libertário Monark pelo ministro Alexandre de Moraes. Vale repetir então o que disse o advogado constitucionalista André Marsiglia: "Uma democracia que se vê em perigo pelo que Monark pensa não precisa ser protegida, precisa ser repensada".

Será que nossas instituições são tão frágeis assim que se alguns comentaristas repetiram que acreditam na fraude eleitoral isso vai abalar todo arcabouço democrático a ponto de necessitar do arbítrio supremo para "proteger" o edifício democrata?


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo

 

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Prestígio, reputação, caráter - Percival Puggina


         É dispendioso o esforço que Lula faz para se tornar figura carimbada da cena internacional e é exaustiva a dedicação de seus apoiadores em exaltar o que seria um retorno do Brasil às grandes partidas da diplomacia mundial. A ideia central da empreitada consiste em mostrar que Lula tem prestígio no circuito das grandes capitais da Eurásia.[empreitada impossível, por razões incontestáveis e simples: - o presidente petista até teria um certo prestígio se posasse de humorista, mas escolheu posar de estadista o que não combina com  sua total ignorância sobre os preceitos elementares para pensar em ter tal qualificação - e sua reputação, cuja definição inicia o qualificando com ex-presidiário.
Somos CATÓLICOS e respeitamos Sua Santidade, o Papa, quando fala ex-Cathedra, mas quando se manifesta como líder político e tem como  interlocutor o petista que preside o Brasil, ousamos discordar - nem Sua Santidade, nem o petista possuem qualidades de estadistas, ao contrário lhes faltam = Sua Santidade por não ter experiência política e o petista por faltar todas as qualidades que um estadista deve possuir. 
Ao contrário, abundam características = ou qualidades ruins, péssima = que desabilitam qualquer um que pretenda ser estadista.
Quanto aos dois conversarem sobre a guerra da Ucrânia, respeitosamente expressamos o entendimento de que Sua Santidade consegue tornar atual a pergunta se Stalin "'... quantas divisões possui o Papa?...' .
Já o apedeuta esquece que as FF AA do Brasil - pelas quais temos grande respeito, mas não podemos tapar o sol com uma peneira - não possuem condições sequer de deslocar um batalhão, por meios próprio, para prestar modesta contribuição em uma FORÇA DE PAZ. ]

Então, Lula viaja e Janja, que diz “sofrer todos os dias” em sua missão, descobre aquilo que os navegadores do século XV já haviam percebido: viagens intercontinentais são um saco, quer numa caravela, quer em voo lotado de turistas, quer, ainda, em avião presidencial carregado de puxa-sacos. “Compra um avião novo, meu bem, o Brasil merece”, presumo que tenha dito. Merece sim, senhora. Puxa se merece!

O casal não descobriu ainda, e seus apoiadores jamais perceberão, a enorme diferença existente entre comparecer a eventos internacionais fazendo a coisa certa e ali estar arrotando desinformações e autolouvações, apoiando a quem não deve, falando mal do antecessor e do próprio país, costurando pactos com malfeitores, agradando ao imperialismo russo invasor da Ucrânia, protegendo criminosos como Daniel Ortega e Nicolas Maduro.

Hoje, enquanto escrevo, chegou a vez do Papa servir de palco para Lula. Como ambos falam demais, deve ser uma conversa fatigante. Ontem, Lula teve proveitoso reencontro de alto nível cultural com o italiano Domenico de Masi. Como o sociólogo é famoso pela criação do conceito de ócio criativo, imagino que tenha ajudado na formatação da agenda de futuras viagens do peregrino casal brasileiro. Amanhã, Paris e os abraços de Emmanuel Macron que, como ele, vê o Brasil e o agronegócio nacional com muito maus olhos.

Há, contudo, três surpresas no fim dessa estrada. Elas se revelam ao descobrir que:

1 – Prestígio costuma ser atributo de quem é visitado; não do visitante. Na política, é mais comum que dependa do cargo do que da pessoa. Quando Lula deixar de ser procurado por pedintes e criminosos e abandonar as más companhias de sempre, essa improvável transição poderá contribuir para atenuar seus problemas em relação, também, a outro conceito fundamental:

2 – Reputação, boa ou má, ela nos acompanha ao longo da vida como luz ou sombra e depende do que os outros pensam sobre nós;

3 – Caráter, diferentemente de reputação, depende exclusivamente de cada um. Ou se tem ou não se tem.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


quarta-feira, 18 de agosto de 2021

ESSA NÃO É A CASA DE RUY BARBOSA! - Percival Puggina

“Senhores, estamos em uma época em que passa como irritante o fiel cumprimento dos mais sagrados e imperiosos deveres da honra política pelos representantes do povo” (Ruy Barbosa, em discurso no Senado, 1911)

Que fique clara, desde logo, minha opinião. A maior parte de nossos senadores decaiu na confiança da sociedade.  
Os 81 membros da Câmara Alta da República não forneceram sequer as 27 assinaturas necessárias para instalar a CPI da Lava Toga, que já era vista como necessidade nacional no início desta legislatura! 
O Senado brasileiro, junto com a Câmara dos Deputados, não se mostrou capaz de atender ao audível clamor nacional a favor da prisão após condenação em 2ª instância!

Definitivamente, esse Senado não é mais a “Casa de Ruy Barbosa”.

Por muitas vozes, esse poder de Estado alegou que a Lava Toga “desestabilizaria as instituições republicanas” e por igual motivo travou a tramitação das várias acusações encaminhadas contra ministros do STF. Tratava-se, porém, de um falso zelo institucional. 
A absurda CPI da Covid-19 foi entregue à maioria oposicionista e a senadores de má reputação, em deliberado esforço para desestabilizar o governo. 
O Senado preserva, reitero, a regra da eterna impunidade, o melhor guarda-chuva de criminosos que o mundo já viu:  cumprimento de pena só iniciar após trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Quem não sabe que o corporativismo da Casa e os problemas pessoais de tantos senadores com a justiça ocupam os primeiros lugares na lista de motivos dessa descomunal omissão?

O Senado silencia quando o STF, sob sua vigilância institucional, prende jornalista, prende deputado, censura meios de comunicação e transforma a Constituição em arma pessoal, de ataque, para uso ao gosto, como sal em batata frita. [sem exagerar: temos a convicção, em nossa modesta opinião, que só não prendeu o presidente da República, como habitual por decisão monocrática, devido, digamos, "problemas de logística".]

A sociedade se vê ao relento! Desprotegida e receosa. Teme o órgão máximo do Poder Judiciário e percebe que não pode contar com o Senado.

Eu sei que há eleições logo ali e que o voto popular é o poder mais alto que se levanta. Verdade? Tal poder nos é surrupiado a cada omissão de nossos representantes, invalidado quando o silêncio dos parlamentos nos leva ao grito das praças e também este, por fim, se dissipa no calculado silêncio dos parlamentos.

Sim, há eleições e, de momento, o jogo político é para profissionais. Pois é aí que a democracia desanda e vira farsa, enganação. É salve-se quem puder para derrotar adversário e preservar mandato. E dane-se a dignidade!

Até outubro do ano que vem, o dinheiro resolverá tudo. Mesmo? Comprará o passado e o futuro? A memória e o esquecimento? O bem não feito e o mal feito?

Antecipo minha convicção de que os senhores senadores não acolherão o pedido de impeachment de dois ministros do STF, se proposto pelo presidente da República. E o rejeitarão de modo furtivo, esquivo como de hábito, sem colocar o nome na tela. Numa atitude que, esta sim, tem nome e é bem coerente com o que observo.

Como reagirão os bons senadores que ainda restam nesse gulag das esperanças nacionais?

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 29 de setembro de 2019

O Titanic Lava Jato - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Gilmar Mendes está na posição de ‘quem ri por último ri melhor’, mas...

Com a sucessão de eventos da semana passada, a Lava Jato começa a ir a pique como o Titanic. Hackers, The Intercept Brasil, Supremo, Congresso, Planalto e, agora, a absurda, inacreditável, chocante história do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que entrou armado na mais alta corte do País para assassinar o ministro Gilmar Mendes. [a listagem neste parágrafo de personagens e fatos, que, podem, produzir o 'naufrágio' da Operação lava Jato, não merece ser vilipendiada com a inclusão do 'the intercept Brasil = intercePTação', tendo como motivo a classificação que a ilustre colunista aplicou ao assunto = 'o escândalo que encolheu'.]

Depois das “flechadas” contra Michel Temer, Janot queria assassinar Gilmar a tiros. Não tirou o mandato de um nem a vida do outro, mas acaba de matar sua própria reputação. Procuradores são servidores públicos e ele não era apenas um procurador qualquer, era o procurador-geral e estava disposto a cometer não um crime qualquer, mas o mais grave de todos: assassinato. E de um ministro do Supremo!

Janot agia como justiceiro, Gilmar era o crítico mais feroz dos personagens, métodos e atos da Lava Jato. O procurador era endeusado e o ministro, trucidado, principalmente nas redes sociais. Mas a gangorra inverteu. Janot cai do pedestal, Gilmar está exultante e a maior operação anticorrupção da história afunda fragorosamente.

Com seu partidarismo, arrogância e falta de limites, Janot foi o pivô da gravação que Joesley Batista, da J&F, fez com o ex-presidente Michel Temer. O resultado foi uma conversa mole, induzida, picada, que não conseguiu derrubar Temer, mas derrubou a reforma da Previdência e a retomada do crescimento. O País pagou um alto preço.

A J&F virou gigante internacional com o ex-presidente Lula, mas Janot e sua turma atiraram em Temer. Como a gravação não ficou forte o suficiente, eles adulteraram a ordem das frases e correram ao STF sem aprofundar as investigações, seguir o dinheiro ou sequer fazer perícia no áudio. E que acordo camarada com os irmãos Batista! Foi, portanto, uma ação política, que fica ainda mais irritante com a confissão de Janot justamente na semana da inversão da gangorra também no STF. [punir Janot pelo que quase fez é impossível - suicídio não é crime, além do mais não ocorreu e do assassinato ele desistiu por sua própria vontade e não por intervenção de terceiros; 
 
mas, talvez seja a hora de punir Janot por usar recursos públicos e o prestígio e autoridade de seu cargo para forjar provas?
também por causar imensos prejuízos ao Brasil com as denúncias falsas?
também de cancelar TODOS os beneficios concedidos aos irmãos Batista - participaram da fabricação de provas falsas, crime posterior a delação premiada que os contemplou com a anistia de centenas de crimes?
Sem contar que o presidente Temer pode, para ficar no mínimo, buscar reparação pelo que sofreu devido as acusações falsas?]

A força-tarefa ganhava todas. Lula, por exemplo, perdia todas. [só que todas as derrotas de Lula foram contestadas pela sua brilhante defesa, em todas as instâncias - incluindo até o Plenário virtual do STF - que foram unânimes em produzir novas derrotas para o presidiário.]   A mudança começou com liminares monocráticas (contra o uso de dados do antigo Coaf e investigações de poderosos pela Receita). Evoluiu com a Segunda Turma derrubando a condenação de Aldemir Bendine, sob o pretexto de que delatados falam após o delator. Por fim, o plenário consolida a guinada, com maioria a favor dessa tese, perfeita para favorecer dezenas de condenados.

A partir daí, é fazer a festa nas próximas votações: prisão após condenação em segunda instância, suspeição do então juiz Sérgio Moro, revisão ou anulação de sentenças e ações contra Lula... Os mocinhos da Lava Jato vão sendo transformados em bandidos, os réus viram vítimas. [será? por enquanto, nada está decidido e a suspeição do juiz Sérgio Moro, até o presente momento, se baseia em 'fake news'.
A maior parte da imprensa considerava Temer culpado ou, na concessão máxima, apresentava as versões de forma a deixar sérias dúvidas sobre a inocência do ex-presidente.
Agora, surge o FATO de que o principal acusador de Temer agia de forma irresponsável, insana.]

Do outro lado da rua, o Congresso aprova uma lei de abuso de autoridade que, apesar de necessária, chega num momento, e num formato, que exala revanche e soa como ameaça a juízes, procuradores, delegados e auditores que ousem mexer com poderosos. [óbvio que a versão resultante da lei de abuso de autoridade, resultante da derrubada parcial dos vetos impostos pelo Presidente da República, pode dificultar o combate à corrupção, mas, todo o processo contra eventual autoridade que praticar, ou for acusada de, abuso de autoridade, terá seu processo analisado pelo Poder Judiciário e a denúncia continua dependendo do MP.
Assim, haverá o respeito ao devido processo legal o que inclui o amplo direito de defesa - não é uma lei excelente, conforme o desejado pelos que combatem à corrupção mas, não chega a ser um golpe de morte no combate àquela prática;
 
pior será o CAOS resultante da INSEGURANÇA JURÍDICA que cairá sobre o Brasil se o Supremo anular processos com-base na filigrana jurídica de prazos diferentes para réus.] 
E no Planalto? O presidente Jair Bolsonaro tenta parecer mero espectador do naufrágio da Lava Jato, mas soltou a voz contra a PF, deixou suas digitais nas mudanças no Coaf (agora UIF) e na Receita Federal e só vetou várias partes da Lei de Abuso de Autoridade para inglês ver. Ou melhor, Moro ver, seus seguidores verem.

Gilmar Mendes passou esses anos todos como Judas nacional, por enfrentar Janot, Dallagnol, Moro e o “lavajatismo”. Hoje, os Judas passam a ser Janot e Dallagnol. Gilmar está na posição de “quem ri por último ri melhor”. Mas... com erros maiores ou menores, personagens maiores ou menores, o fato é que o petrolão existiu, há montanhas de provas da corrupção sistêmica e era preciso dar um basta vigoroso. A Lava Jato afunda, mas a história saberá calibrar erros e acertos, reconhecendo o enorme bem que fez ao País.
 Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 22 de julho de 2019

Bolsonaro chama de 'melancia' general que o criticou por fala sobre nordestinos - Folha de S. Paulo nordestinos

 Folha de S. Paulo

MELANCIA = O termo é comumente usado por militares da direita para se referir aos de esquerda, que seriam verdes por fora (cor da farda) e vermelhos por dentro  

Militar classificou declaração do presidente sobre 'paraíbas' como antipatriótica

"Daqueles GOVERNADORES... o pior é o do Maranhão". Foi o que falei reservadamente para um ministro. NENHUMA crítica ao povo nordestino, meus irmãos. Mas o melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PCdoB de Flávio Dino, p/ me chamar de antipatriótico.
20,8 mil pessoas estão falando sobre isso


O presidente Jair Bolsonaro criticou neste domingo (21) o general da reserva Luiz Rocha Paiva, que o acusou de ter sido antipatriótico ao se referir a nordestinos como “paraíbas”. Em mensagem nas redes sociais, o presidente disse que o militar se aliou ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), e o chamou de “melancia” e “defensor da guerrilha do Araguaia”.

“O melhor de tudo foi ver um único general, Luiz Rocha Paiva, se aliar ao PC do B de Flávio Dino para me chamar de antipatriótico. Sem querer, descobrimos um melancia, defensor da Guerrilha do Araguaia, em pleno século 21”, disse Bolsonaro. A gíria "melancia" é empregada para definir um militar do Exército cujo uniforme é verde— que defende propostas de esquerda, uma vez que o interior da fruta é vermelho, cor identificada com o comunismo. Integrante da Comissão de Anistia do governo federal, o general da reserva já disse que a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho de Bolsonaro e deputado federal pelo PSL-SP, para o cargo de embaixador nos Estados Unidos era um "suicídio de reputação".

Paiva também foi atacado nas redes sociais pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, que afirmou que o militar nunca havia liderado nem guerra de travesseiros. Bolsonaro voltou a ser questionado por jornalistas neste domingo sobre a declaração relativa aos nordestinos. Ele disse duvidar que alguém tenha ficado ofendido, afirmou que, caso seja convidado, viajará ao Maranhão e ressaltou que a Bahia "é o Brasil". Para ele, é a imprensa que tenta separar o Nordeste do Brasil. "A Bahia é Brasil. Sem problemas. Sou amigo do Nordeste, poxa", disse. "Vocês mesmo da mídia querem separar o Nordeste do Brasil. O Nordeste é Brasil, é minha terra. E eu ando qualquer lugar do território brasileiro", acrescentou. [nos tornando recorrente, o termo 'paraíba' usado pelo presidente Bolsonaro, certamente foi utilizado com o mesmo sentido quando  se usa 'candango' para definir os brasilienses, sem nenhum sentido pejorativo.
 
Lembro ao competente governador de um estado do Nordeste que declarou que o presidente Bolsonaro foi racista; está enganado, no máximo ele poderia ser acusado de descriminação por local de nascimento e/ou moradia.]

Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentar populares, ele perguntou se algum nordestino que o esperava na porta da residência oficial tinha ficado ofendido. Em resposta, simpatizantes responderam que não. O general Paiva disse ao jornal O Estado de S. Paulo neste sábado (20) que a declaração de Bolsonaro era antipatriótica. "Tem que ter calma, mas mostrar para ele o quanto perdeu com essa grosseria com que menosprezou uma região do Brasil e seus habitantes. Um comentário antipatriótico e incoerente para quem diz ‘Brasil acima de tudo'."

O presidente voltou a negar em rede social que tenha feito crítica ao povo nordestino, apesar de vídeo feito pelo próprio Palácio do Planalto mostrá-lo chamando os governadores do Nordeste de “paraíba”. O termo costuma ser usado de forma pejorativa como referência a nordestinos. “Daqueles governadores, o pior é o do Maranhão. Foi o que falei reservadamente para um ministro. Nenhuma crítica ao povo nordestino, meus irmãos”, escreveu.

A guerrilha do Araguaia foi um movimento armado de esquerda de resistência à ditadura militar na década de 1970.[foi um movimento covarde em que os esquerdistas assassinavam corretamente - até mulheres grávidas, ou mesmo 'companheiros' que desejavam deixar o movimento e voltar para casa;
apenas como exemplo, teve um jovem que por ter servido de 'mateiro' - guia - para os militares foi capturado, e cortado em pedaços, vivo, na frente dos familiares.
Quanto a ficha militar do general, com o devido respeito, não registra participação em nenhum combate de destaque - e o fato de defender a guerrilha do Araguaia, que começou por ação dos guerrilheiros, é uma justificativa para a classificação que lhe foi atribuída pelo presidente Bolsonaro, sem esquecer que é aliado do PCdoB.]

Cerca de 4.000 homens das Forças Armadas integraram as operações contra os militantes do PC do B (Partido Comunista do Brasil) nas matas da região do rio Araguaia, na atual divisa dos estados do Pará e de Tocantins. Em reação a Bolsonaro, os governadores do Nordeste cobraram explicações. À coluna Painel, Dino afirmou: "Só sei que sou o pior dos gestores na visão dele, o que para mim é uma honraria".
Para tentar argumentar que a relação com a região é boa, Bolsonaro disse que sua esposa, Michelle Bolsonaro, é filha de cearense. “A maldade está no coração de vocês. Eu tenho tanta crítica ao Nordeste que eu casei com uma filha de cearense."

Em nota, o Colegiado de Presidentes de Assembleias Legislativas dos Estados do Nordeste (ParlaNordeste) disse ter recebido "com repulsa as declarações preconceituosas" de Bolsonaro. "A região, terceira maior economia do Brasil, é morada de 53 milhões de brasileiros que têm orgulho de viver não só na Paraíba, mas também no Maranhão, em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí", diz o texto. [as declarações do presidente Bolsonaro serviram para tornar conhecido e conceder  aqueles famosos e por muitos desejados cinco minutos de fama, a um colegiado cuja utilidade é desdconhecida - deve empregar algumas dezenas de apadrinhados.]

O colegiado afirma que lutará contra todo tipo de retaliação em função de diferenças políticas ou preconceito. "Exigimos respeito e não abriremos mão do cumprimento dos deveres do Governo Federal para com a nossa região.
Folha de S. Paulo - Opinião -  Gustavo Uribe, colaborou Fernanda Reis  


sábado, 20 de abril de 2019

Só o Exército pode salvar a reputação do Exército



A reputação de uma instituição é a soma dos palavrões que ela é capaz de inspirar nas esquinas. Em Guadalupe, na zona oeste do Rio de Janeiro, ocorre uma incoerência: o Exército acha que é uma coisa e sua reputação nas esquinas é outra. "O Exército matou meu filho", disse Aparecida Macedo, ao enterrar nesta sexta-feira o filho Luciano Macedo Moraes. Trata-se do catador de material reciclável alvejado pela mesma chuva de 83 tiros com que uma patrulha do Exército executou o músico Evaldo Rosa.



Na véspera, o comandante militar do Sudeste, general Luiz Eduardo Ramos, comentou as mortes do catador Luciano e do músico Evaldo. "Foi uma fatalidade", disse o general, após participar de almoço com Jair Bolsonaro, em São Paulo. "O pessoal tem colocado 'assassinatos', mas não é", acrescentou o general. "Os soldados que estavam em missão tinham sido emboscados. Quem, como eu, já teve numa situação dessa Tensão, é difícil." Na semana passada, após cinco dias de silêncio, o próprio Bolsonaro dissera: "O Exército não matou ninguém. O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de ser assassino." Para Bolsonaro, o que houve foi "um incidente". Fatalidade, a palavra usada pelo general, significa uma consequência inevitável do destino. Incidente, o vocábulo empregado pelo capitão, é um fato que desempenha papel secundário, incidental. As duas expressões desrespeitam a dor das famílias de Luciano e Evaldo.


Ironicamente, o catador Luciano morreu levando consigo uma noção sobre a reputação do Exército que sua mãe já não consegue cultivar. Ao enterrar Luciano, Aparecida relatou um diálogo que mantivera com ele: "Ainda falei para ele: 'Vai fazer barraco aí?'. Ele disse: 'Fica calma coroa, o Exército está ali. A gente está seguro'. O Exército matou meu filho. O Exército matou meu filho", declarou Aparecida. Luciano morreu por ter tentado ajudar os familiares de Evaldo, que estavam com o músico no carro que a patrulha do Exército fuzilou. Ferido, ele não foi socorrido pelos soldados. 

Hospitalizado, não mereceu nenhuma atenção do Exército. Morto depois de duas cirurgias, tornou-se uma fatalidade, um incidente. Gente que não tem nada a dizer, como o general Luiz Ramos e o capitão Jair Bolsonaro, deveria se abster de demonstrar em palavras a sua falta de respeito com os mortos. Só o Exército pode salvar a reputação do Exército. Mas a instituição, com a ajuda de Bolsonaro, parece determinada a assassinar também a própria imagem.

[dois assuntos dignos de destaque:
- já passa da hora do incidente lamentável ocorrido em Guadalupe e que resultou na morte de duas pessoas, ser deixado por conta da Justiça Militar que já está realizando com o acompanhamento do Ministério Público Militar e da Polícia Judiciária Militar  as investigações cabíveis;

- como bem disse o general Luiz Eduardo Ramos, a situação de tensão dos soldados que estavam em missão e que tinham sido emboscados é algo que só quem viveu tal situação pode falar com autoridade - Freirice Forsyth é um excelente escritor, mas, nem ele consegue descrever tal situação;

- até que prove o contrário (não por palpites da Polícia Civil, que sequer deveria ter adentrado a cena do crime e se o fez foi se aproveitando das condições de tensão em que estavam os militares envolvidos, permitindo o ingresso de estranhos na cena do crime e até mesmo sua provável alteração, ainda que involuntária) não pode ser descartada a possibilidade do incidente ter como causa relevante alguma manobra do condutor do veículo envolvido;

de igual modo, a morte do catador Luciano pode ter sido consequência do mesmo, por inexperiência e também por espírito de solidariedade humana, decidiu entrar na área do incidente para socorrer a vítima quando tiros ainda eram disparados (algo também que será apurado).

Agora um assunto que deveria ser apurado, comentado e resultar em punição imediata do tagarela (demissão sumária, sem direito a sequer a famosa ressalva: ' a pedido'), é a indiscrição do boquirroto ainda ministro Lorenzoni, que sem atentar para a liturgia do cargo passa a prestar informações 'privilegiadas' para terceiros, no caso um caminhoneiro, diretamente envolvido no assunto discutido.

Certamente o dono do Blog e milhões de brasileiros ainda lembram do incidente havido com o ministro Ricupero no Governo Itamar Franco, também conhecido por 'escândalo da parabólica' e que resultou na demissão imediata do mesmo.

Lorenzoni já deveria ter sido demitido - além de tagarelar sobre assuntos de Estado, ainda o faz com parte interessada na questão.]