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segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Lula se esquece do direito internacional e diz que Putin não será preso se vier à reunião do G20 - Alexandre Garcia

Vozes - Gazeta do Povo

Compromissos internacionais

O ex-presidente Bolsonaro se interna hoje em São Paulo para fazer mais uma cirurgia. Já é a quinta, se não me engano, na região atingida pela facada de Adélio Bispo e outros
Ele está com suboclusão nos intestinos. São aderências que se formam. Problema de hérnia de hiato, refluxo, esses incômodos na digestão. 
A facada foi para matar. Ele não morreu porque foi atendido imediatamente. Se não estivesse em Juiz de Fora (MG) e perto da Santa Casa, com cirurgiões lá dentro, teria morrido. 
E sobre Adélio Bispo, até hoje a gente fica esperando. 
Quem foi o deputado que botou o nome dele lá para criar um álibi? 
Caso ele não fosse preso lá em Juiz de Fora, teria prova de que estava na Câmara. Vamos em frente!
 
Os problemas causados por Jean Willys
Eis que o deputado Jean Wyllis, que saiu de repente do país, pois disse que estava ameaçado de morte, agora voltou. 
A ameaça de morte desapareceu e, obviamente, acabou brigando com o seu chefe, o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom).

Ele foi levado ao palácio pela primeira-dama Janja, que conseguiu lá um cargo para ele na Secom e acabou não dando certo com o ministro Paulo Pimenta. Wyllis, dentro da Secom, resolveu criticar um governador: o governador do Rio Grande do Sul. Recebeu uma reprimenda do seu chefe, Paulo Pimenta, que disse que ele (Wyllis) é tóxico e radiativo.

Wyllis respondeu que o Paulo Pimenta é mau caráter. Digo sem medo que ele está se sentindo ameaçado. "Se para estar no governo, eu não posso criticar Eduardo Leite, nem apontar os equívocos do próprio Lula, eu não quero estar". Incrível, incrível. Uma lambança. Levou uma lambança lá para dentro.

Por que Juscelino Filho continua no ministério?
Aliás, por falar nisso, né? 6 de janeiro, na primeira reunião ministerial, o presidente Lula deu um aviso: quem fizer errado sabe que só tem um jeito, a pessoa será convidada a deixar o governo.   
Aí, eu vejo o editorial de “O Estado de São Paulo” do outro dia cobrando a realização dessa promessa em relação a Juscelino Filho, que é o ministro das Comunicações, que fez muito errado. 
Está com os bens bloqueados em uma espécie de conspiração com a irmã dele, com empreiteiras, Ele faz a emenda, depois a emenda é usada na área da Codevasf. Aquela confusão toda lá. 
Já tem problema de asfalto, de leilão de cavalo, de uso do avião da FAB. E continua lá. Por quê? Porque o ministério é entregue a um partido político. Não é do presidente, exatamente. 
O presidente se entende com o partido político União Brasil, certo? Ainda não decidiu se troca por outro ou não. E ele continua lá. Essa é a questão...
 
Lula desagrada Janja e o PT com demissão de Ana Moser
Uma outra questão que o presidente vai ter que enfrentar quando voltar
Vai ter que resolver muitos casos. 
Com a demissão de Ana Moser, desagradou o PT. Desagradou a Janja. A Janja postou dizendo que não ficou feliz com a demissão de Ana Moser. Ela está cada vez mais influente.
As mulheres dos chefes de estado lá do G20 não participaram, mas ela participou das reuniões, das recepções etc... 
Onde estavam os homens sozinhos, o único que não estava sozinho era o nosso presidente brasileiro. [quando o ignorante que preside o Brasil começar a ser desconvidado ou sequer convidado,  para reuniões de autoridades que realmente honram o cargo que ocupam, não haverá do que o Brasil reclamar.]

Os rescaldos da reunião do G20
Bom, e Lula deu aquela entrevista dizendo que vai convidar Putin para vir para reunião do G20 no ano que vem, no Rio de Janeiro, e que aqui ele não vai ser preso.Ele está esquecendo do Direito Internacional.
[com o devido respeito ao articulista: 'não é possível esquecer o que não se sabe'; Aliás, o petista em seu penúltimo mandato declarou que o Brasil precisava reforçar a segurança da fronteira com os Estados Unidos - declaração que vale como um atestado de desconhecimento do significado do adjetivo em referência.]  
O Brasil é signatário do Tratado de Roma.  
Tem os compromissos com o Tribunal Penal Internacional (TPI), que tem uma ordem de prisão para Putin por crime de guerra, deportação de menores de idade ucranianos, de crianças ucranianas. Tem que cumprir.

O presidente Fernando Henrique incluiu na legislação brasileira através de um decreto. Inclusive, é o Decreto 4.388/2002, que diz que será executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém o Tratado de Roma do Tribunal Penal Internacional.

E além disso, o presidente não sabe que essas coisas não são dele. Ele não tem poder de prisão sobre as pessoas. É o Judiciário que trata desse assunto. Meu Deus do céu!

Eu não sei se a jabuticaba não fez bem, depois da parada de 7 de setembro. Em vez de ir para o Rio Grande do Sul, ele foi comer jabuticaba, de faixa presidencial, dizendo que estava colhendo o que plantou.   
Plantou, aliás, em terreno próprio da União, né? No pátio do Palácio do Alvorada, que é terreno da União.

Bom, mas enfim, o Mangabeira Unger foi ministro de Lula, foi ministro de Dilma, ministro de Assuntos Estratégicos. Em uma entrevista ao Estadão, está dizendo que Lula, ao viajar para o exterior, só faz discursos entediantes, enquanto o Brasil afunda. Pois é!

O destino do dinheiro da corrupção
E tem outra coisa que a gente tem que pensar urgentemente: o que nós vamos fazer com R$ 6,2 bilhões que foram devolvidos pelos corruptos à Petrobras depois dessa decisão do ministro Toffoli.  
A Procuradoria do Tribunal de Contas da União (TCU) age como se fosse Defensoria Pública e já está pedindo que que haja uma compensação aos pobres coitados dos corruptos que devolveram dinheiro.  
Meu Deus do céu, é uma bola de neve essa decisão do ministro Toffoli!


Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 9 de julho de 2023

Lula, a Venezuela e a vida real - J. R. Guzzo

Revista Oeste

O presidente veio com a história de que “a democracia é relativa”. Não existe isso. O que há, no mundo das realidades, são democracias e ditaduras

 Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião privada | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O sonho do presidente Lula, pelo que se constata ouvindo os desvarios cada vez mais agitados que ele não para de produzir todas as vezes que abre a boca para falar em público, é ser o ditador Nicolás Maduro.  
É isso, no fundo: ele quer ser um Maduro, e quer que o Brasil seja uma Venezuela. 
Como passa as 24 horas do dia cercado pelo cordão de puxa-sacos mais tóxico que já se viu na história brasileira, ninguém tem coragem, nem a decência mínima, de lhe dizer que tanto uma coisa quanto a outra são mais complicadas do que ele imagina. 
O resultado é que Lula continua, com o gás todo, nessa viagem perturbada rumo às suas miragens; 
- deu para dizer agora que tem “orgulho” de ser chamado de comunista, e que o Brasil precisa acabar com essa conversa de família, religião e patriotismo. 
 Isso é coisa de “faxista”, como diz, e ele tem horror ao “faxismo”. Imagina-se com o cartaz de um Nelson Mandela, pronto a receber o Prêmio Nobel, e o cordão à sua volta se ajoelha e diz: “Isso mesmo, presidente”. Está tão perto de Mandela como o Jabaquara do Real Madrid; o que acaba acontecendo, na prática, é a sua transformação em mais um projeto de ditador bananeiro, um misto de Pancho Villa com João de Deus, que dá nesse sub-Maduro que se vê por aí.

O crescente tumulto mental de Lula coincide com os piores momentos que a Justiça brasileira já teve desde que o governador Tomé de Sousa, há quase 500 anos, colocou em funcionamento um sistema judicial neste país, com a instalação do ouvidor-geral da Bahia. 
Desses piores momentos, possivelmente nenhum foi pior que o mais recente — a cassação dos direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, em quem os 140 milhões de eleitores brasileiros estão agora proibidos de votar, por decisão da junta judicial que hoje governa o Brasil em parceria com Lula e o seu sistema.  
É uma dessas espetaculares coincidências da vida. 
No mesmo momento em que as Cortes Supremas do Brasil cassaram Bolsonaro, as Cortes Supremas da Venezuela cassaram María Corina, a candidata mais forte do que sobrou de oposição por ali para as próximas eleições presidenciais.  
 
Essa eleição é uma piada — na Venezuela também existe um TSE, e também lá ganha quem o TSE deles diz que ganhou
É uma farsa em estado puro, segundo atestam as avaliações de todas as democracias sérias do mundo e, até, dos órgãos de militância esquerdeira, como as ONUs, as OEAs e as coisas parecidas. 
Mas, assim como aqui, o governo não quer correr o menor risco de algum acidente; é mais prático, logo de uma vez, proibir o adversário de concorrer.

Como é que Lula, Janja, Flávio Dino e os outros imaginam deixar o Brasil do mesmo tamanho? Se querem uma democracia venezuelana, vão precisar de uma economia venezuelana

Venezuela e Brasil, ao estilo do consórcio STF-Lula — tudo a ver? Há, sem dúvida, um imenso esforço para que tudo tenha cada vez mais a ver. O presidente da República, justo neste momento, resolveu ter mais um dos seus surtos madureiros — disse que a Venezuela é uma formosa democracia, porque tem “mais eleições que o Brasil”. 
A declaração foi um assombro — China, Cuba, Coreia do Norte têm eleições; todas as ditaduras do mundo têm eleições
De que adianta a Venezuela ter eleições se a oposição não pode ter candidato? 
 
Lula, diante do despropósito que tinha acabado de dizer, quis fugir, como sempre faz nessas ocasiões — e, como sempre, disparou um despropósito maior ainda. Veio com a história de que “a democracia é relativa; cada um acha que é uma coisa”. Não existe isso. Não há “democracia relativa”. Quem achava isso eram os generais da ditadura militar do AI-5. O que há, no mundo das realidades, são democracias e ditaduras. Se é democracia é democracia; se é ditadura é ditadura. Até o ministro Gilmar Mendes (ele e Alexandre de Moraes são os únicos que realmente contam no STF; os demais só cumprem a tabela, sem disputar o campeonato) achou que assim também já era demais. Disse, e insistiu, que a noção de democracia relativa é um completo disparate.

🚨NA LATA
Porque o senhor e o seu governo tem tanta dificuldade em reconhecer a ditadura na Venezuela?
LULA tem alma de ditador! pic.twitter.com/o5Mik8Fu4f

— @Jopelim (@PrJosiasPereir3) June 29, 2023

Eis aí, então — há dificuldades, e não são poucas, com as fantasias de Lula e dos extremistas que mandam em regiões inteiras do seu governo. Ele pode querer ser um novo Maduro. Mais difícil é fazer com que o Brasil seja uma nova Venezuela. Há, é claro, muita encenação, muito fingimento e muito adereço de mão para exibir ao público — há o palavrório do “Foro de São Paulo”, dos novos “empréstimos” para se somarem aos que a Venezuela nunca pagou e das teorias sobre como seria bom juntar o Brasil com a miséria da América Latina. Mas uma coisa é dizer bobagem. Fazer com que aconteça já são outros quinhentos. 

Gilmar Mendes, por exemplo — Lula provavelmente não estava esperando levar uma bronca, em público, dele. Democracia relativa? Só o STF tem o direito de praticar democracia relativa no Brasil; para os demais, é exercício ilegal da profissão. Quer dizer que o Supremo não assina embaixo de tudo o que o presidente diz ou faz? Nesse caso não assinou. Tem dado a Lula tudo o que interessa a Lula, como se dá a César o que é de César — ou se dava, nos velhos tempos. 
Mas outra maneira de ver a mesma coisa é refletir que o STF só dá o que quer dar; não está claro o quanto quer, nem o que quer, mais exatamente. Há ainda mais um ângulo: como na Bolsa de Valores, resultados do passado não garantem resultados no futuro. A ver, portanto.

Outro problema é o Brasil em si. Lula, Janja, Flávio Dino e outros dos grandes cérebros do seu governo talvez tenham chegado muito tarde à cena do crime, como diria Geraldo Alckmin. 
Se quisessem mesmo um Brasil comunista, como o partido em que o ministro militou se propõe a criar, deveriam ter começado uns 60 anos atrás, ou algo assim. De lá para cá, o Brasil virou outro país. Tem um PIB de US$ 2 trilhões, tornou-se um dos dois ou três maiores produtores de alimentos do mundo — o que vale mais que qualquer reserva de petróleo — e criou uma cadeia de interesses grandes demais para ser desmanchada com despachos no Diário Oficial. 
A Venezuela, ao contrário, andou para trás. Já tinha, antes da ditadura, uma economia de terceira categoria, que vivia unicamente de um produto, o petróleo. Não tinha empresas privadas de verdade, não tinha capital, não conseguia exportar um prego, nunca passou do pré-capitalismo. De lá para cá, ficou muito pior — hoje não tem mais nem papel higiênico, a não ser para Maduro e a casta de generais, de milicianos e de traficantes de drogas que manda no país e fica com todos os dólares que ainda entram ali. Dá para pagar as suas Maseratis. O Brasil já é bem mais complicado.

 Com todos os seus problemas, e põe problema nisso, o Brasil está com um PIB 20 vezes maior que o da Venezuela de Maduro.  
Como é que Lula, Janja, Flávio Dino e os outros imaginam deixar o Brasil do mesmo tamanho? 
Se querem uma democracia venezuelana, vão precisar de uma economia venezuelana. É fácil transformar a Venezuela numa Cuba — aliás, Cuba tem hoje um PIB maior
Outra coisa, bem mais difícil, é transformar o Brasil numa Venezuela. Fazer discurso no “Foro de São Paulo”, proclamar-se comunista e ficar fazendo turismo pelo mundo com a mulher e com Celso Amorim não vai ser suficiente.

Em encontro do Foro de São Paulo, Lula diz que sente orgulho de ser chamado de Comunista e diz que as pautas dos Costumes, da Família e do Patriotismo são discursos fascistas pic.twitter.com/Ee07omW1Ux

— O Corvo (@0C0RV0) June 30, 2023

Lula e o Sistema “L” ficam muito animados, naturalmente, quando veem aberrações em modo extremo, como a cassação dos direitos políticos de Jair Bolsonaro. 
É esse o paraíso venezuelano que pediram a Deus — um país onde nenhuma lei vale nada, e a Constituição pode ser anulada a qualquer momento do dia ou da noite para atender aos desejos e interesses de quem manda no governo
Nunca existiu qualquer fato, mesmo daqueles mais ordinários, que pudesse ser apresentado para dar um mínimo de legalidade, ou mesmo de simples lógica, à decisão tomada pelo complexo STF-TSE. Bolsonaro não fez nada de errado, ou proibido por lei, para ser declarado “inelegível”; estava condenado antes do processo começar, pela única razão de que Lula e o Comissariado Supremo que governam o Brasil de hoje não admitem que os brasileiros possam votar nele, em nenhuma hipótese ou circunstância. 
Fabricaram, então, uma desculpa para dar alguma roupagem jurídica ao que tinham decidido fazer — e a desculpa que escolheram foi um desastre sem nexo, sem inteligência e sem qualquer contato com os fatos.
 
Bolsonaro foi cassado, como se viu, porque fez uma reunião com embaixadores na qual reclamou das urnas eletrônicas do TSE, que nenhuma democracia do mundo, mesmo da segunda divisão, utiliza. 
E daí? O ministro Edson Fachin, aquele que descondenou Lula por erro no CEP, tinha feito uma reunião com os mesmos embaixadores — só que para falar bem das urnas. 
Dilma Rousseff, a mártir da esquerda nacional que hoje está num empregão de R$ 300 mil por mês doado por Lula, também se reuniu com embaixadores pouco antes do seu impeachment, para ver se arrumava alguma coisa. Não arrumou nada — mas fez exatamente a mesma coisa que Bolsonaro. Dizer que ele gerou “desconfiança no sistema eleitoral”, então, é ainda mais prodigioso. 
O presidente do PDT, que pediu ao TSE a cassação de Bolsonaro, fez um discurso inflamado contra esse mesmo sistema, tempos atrás; disse que onde há voto eletrônico a “fraude impera”. 
A ministra do Planejamento, a quem Lula se refere como “Simone Estepe”, exigiu que as urnas do TSE tivessem comprovante impresso. O próprio Flávio Dino, com todo o seu comunismo, disse, repetiu e disse de novo que o sistema de votação não merecia confiança e tinha de ser reformado. Por que está certo com eles e está errado com Bolsonaro? Poderiam dizer, já que era para inventar alguma coisa, que ele cometeu genocídio; talvez ficasse um pouco menos idiota.

ministros lula tse

Jair Bolsonaro | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Lula se livrou de Bolsonaro em boa hora, já que na sua última entrevista, no programa Pânico, da Jovem Pan, o ex-presidente teve uma audiência final de 1,4 milhão de ouvintes, enquanto Lula não conseguiu passar de miseráveis 6 mil, ou coisa que o valha, nas suas lives produzidas com toda a majestade da máquina do Estado e um caminhão de dinheiro público. 

Será que vai ter o apoio do TSE, ou STF, ou STJ, ou seja lá o “S” que for, se fizer as mesmas coisas que a democracia da Venezuela faz — como torturar presos políticos, prender jornalistas e levar 7 milhões de venezuelanos a fugir do país para não morrer de fome? 
Enquanto isso não fica claro, Lula também não governa nem fica no Brasil; ultimamente andava mais uma vez pela Argentina, e só neste mês de julho tem mais duas viagens para o exterior, agora para a Colômbia e a Bélgica. 
 A Rede Globo e suas vizinhanças descrevem essa alucinação como “intensa atividade internacional”, e Lula, para eles, é uma “liderança latino-americana”. É por onde estamos indo — cuesta abajo, como no tango de Gardel. Lula, Venezuela e mídia brasileira: uma só paixão.

 YouTube video

Leia também “A guerra contra a Jovem Pan”

 

Coluna J. R.Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

 

domingo, 8 de novembro de 2020

Como a esquerda tenta se livrar do ex-presidente Lula [presidiário, multicondenado, temporariamente em liberdade]

O que os caciques da esquerda pensam sobre o gesto de aproximação de Lula

Marcela Mattos, Daniel Pereira

Até o próprio PT busca uma forma de convencer o ex-presidente de que seu tempo passou, mas ele insiste em continuar se colocando na condição de protagonista

Os partidos de esquerda há muito teorizam sobre a oportunidade de testar uma estratégia eleitoral que já deu certo em alguns países: unir forças para derrotar um adversário comum. Foi essa perspectiva que levou muita gente a festejar um encontro do ex-presidente Lula (PT) com seu ex-ministro Ciro Gomes (PDT) — ocorrido há dois meses, mas só revelado recentemente — como se fosse o início de um projeto nessa direção. A conversa entre eles seria um sinal de reaproximação de dois líderes que se afastaram depois do embate das eleições de 2018. Mais: indicaria, inclusive, que Lula estaria disposto a abrir mão do projeto hegemônico e até da candidatura presidencial petista para apoiar um aliado na próxima disputa presidencial. Em suma, estaria se materializando uma chapa encabeçada por Ciro tendo Lula como vice para enfrentar Jair Bolsonaro em 2022. O problema é que isso não passa de uma miragem. O ex-presidente é dono de algumas qualidades políticas, mas a magnanimidade não é uma delas.

 As eleições deste ano são uma prova disso. Setores importantes do PT defendiam a ideia de que o partido abrisse mão de candidaturas em capitais e grandes municípios em favor de postulantes de legendas de esquerda, como o PSB, o PDT e o PSOL. O intuito dessa ala era não disputar, por exemplo, as prefeituras do Rio e do Recife. Não deu certo. Sob influência de Lula, o comando partidário decidiu lançar o maior número de candidatos a prefeito, com o objetivo de defender não só o legado da sigla, mas principalmente a biografia e os feitos governamentais de seu maior líder. A ordem pode até ajudar na recuperação da imagem do ex-presidente, que ficou um ano e sete meses preso, mas até agora não rendeu frutos em colégios eleitorais importantes. Em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os candidatos do PT estão, segundo as pesquisas, fora do segundo turno. “O Lula hoje é o nosso caudilho. Nenhuma decisão das alianças políticas passa sem a autorização dele. É uma subserviência total. O PT é governado quase que por um papa. Enquanto isso continuar assim, as derrotas continuarão no horizonte”, diz um integrante do partido que, por razões óbvias, pede para não ter o nome revelado.

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É dessa época a célebre frase “O Lula está preso, babaca”, proferida pelo senador Cid Gomes, irmão de Ciro. Hoje, o PDT mantém conversas com o PSB, com quem fechou parcerias em oito disputas em capitais, e até com o DEM, legenda que tenta costurar uma candidatura presidencial de centro (veja a reportagem na pág. 38). Por enquanto, uma aproximação com Lula não faz parte do projeto — a não ser, é claro, que ele ceda a cabeça da chapa.

Entre esquerdistas, há quem defenda uma saída à la Cristina Kirchner. 

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Lula ainda é um político popular. Mas é também um ex-presidiário, condenado a 26 anos de cadeia, [e respondendo a mais meia dúzia de processos criminais, com grandes possibilidade das penas unificadas ultrapassarem os 75 anos de cadeia - caindo a bizarra prática de bandido rico só ir para a cadeia após a sentença ser confirmada em todas as instâncias, o multicondenado petista será encarcerado e só um indulto humanitário.] artífice e beneficiário de um dos mais impressionantes esquemas de corrupção já descobertos. Em seus dois governos e nos dois de sua sucessora, Dilma Rousseff, empresas estatais foram saqueadas em bilhões de reais. O dinheiro roubado engordou os cofres de empreiteiras amigas do PT, subornou parlamentares e enriqueceu políticos e dirigentes partidários. Apesar dos recursos jurídicos que podem até anular os processos do ex-­presidente, esse roteiro revelado pela Operação Lava-Jato é indelével. É um peso que Lula levará consigo aonde quer que vá, tóxico a ponto de contaminar e comprometer quem dele se aproxime. Só Lula parece não perceber isso — ou faz de conta que não percebe, e insiste em tentar continuar enrolando a plateia.

MATÉRIA COMPLETA em VEJA - POLÍTICA

Publicado em VEJA, edição nº 2712,  de 11 de novembro de 2020

 

terça-feira, 14 de julho de 2020

Crítica a Bolsonaro, não aos militares - Merval Pereira

O Globo

É inegável que os erros cometidos no combate à pandemia atingem a imagem do Exército

[sendo jurista e conhecendo profundamente o significado do termo GENOCÍDIO, fica óbvio que a intenção do senhor Gilmar Mendes  era a de atingir as Forças Armadas, que são as vítimas do ato ofensivo.
Assim, cabe a elas, notadamente ao Ministério da Defesa, que tem a administração imediata das 'forças singulares', com o aval do presidente da República - que foi conferido - envidar esforços para apuração e, caso cabível, punição do ministro.]
Quem deveria estar processando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes por tê-lo acusado de genocídio era o presidente Jair Bolsonaro, não as Forças Armadas. Quando disse que o Exército se associou ao genocídio, em crítica à maneira como o governo vem tratamento da pandemia do Covid-19, o ministro alega que estava justamente alertando que os malefícios das decisões governamentais cairiam inevitavelmente na conta dos militares, pois estamos, há meses, na maior crise sanitária já registrada no século, sem ministro da Saúde.

A pasta está sendo comandada por um General de Brigada da ativa, Eduardo Pazuello, e é inegável que os erros cometidos atingem a imagem do Exército. O debate sobre genocídio tem cunho político, apesar de existirem queixas em tribunal internacional acusando o presidente Bolsonaro de genocídio contra os povos indígenas muito antes da pandemia, pela política de fim da demarcação das reservas e permissão para garimpo em terras indígenas.

Com a Covid-19, justamente devido à falta de proteção durante a pandemia, essas acusações foram reforçadas. Há também acusações de crimes contra a humanidade devido às políticas de combate à Covid-19 contrárias às orientações da Organização Mundial de Saúde. O próprio ministro Gilmar Mendes já teve conversas pessoais com o presidente Bolsonaro advertindo-o de que a política de meio ambiente coloca o Brasil em posição fragilizada na Europa, e alcança ainda a política indigenista brasileira, que é classificada por ONGs e organismos internacionais de genocida.

Em uma dessas conversas, Gilmar Mendes chegou a lembrar que o caminho está aberto para uma denúncia no Tribunal Penal Internacional, em Haia. O ministro Gilmar Mendes preocupa-se com a imagem do Brasil na Europa, onde se encontra no momento. “Brasil se tornou tóxico”, lamenta. Sua crítica ecoou um sentimento que existe nas Forças Armadas, de que militares da ativa não deveriam ocupar postos civis, e por isso o General Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, anunciou que foi para a reserva este mês.

A crítica do ministro tem o mesmo sentido das que advertiam os militares palacianos de que não deveriam avalizar as manifestações antidemocráticas que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo. Sobrevoar as manifestações de helicóptero junto ao presidente Bolsonaro, como fez o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva, passa a ideia errônea de que estava ali apoiando uma manifestação política, o que não poderia fazer. Na live em que fez essa crítica que levou as Forças Armadas a uma representação junto à Procuradoria-Geral da República, o ministro Gilmar Mendes ouviu o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta fazer duras acusações ao desmonte do ministério da Saúde, citando que já estão alocados lá mais de 20 militares, que substituíram os quadros técnicos que estavam à frente das ações contra a pandemia.

Os ministros militares e o da Defesa tiveram a anuência do presidente Bolsonaro para fazer a representação contra o ministro do STF, e esta crise representa mais um passo na confrontação do governo Bolsonaro com o Judiciário.  O decano do Supremo, ministro Celso de Mello, já provocara a irritação dos militares, e do próprio Bolsonaro, ao comparar o período que vivemos no governo Bolsonaro, sem citá-lo diretamente, àquele em que Hitler destruiu a ordem democrática da Constituição de Weimar.

Esse confronto teve seu ponto alto quando o STF decidiu que governadores e prefeitos têm autonomia para definir suas políticas contra a Covid-19. Com isso, o presidente Bolsonaro perdeu a capacidade de impor suas ideias de como combater a pandemia, especialmente o uso da cloroquina e seus derivados, e a abertura mais rápida da economia. A presença de um general da ativa à frente do ministério da Saúde seria, na percepção de Gilmar Mendes, uma maneira de Bolsonaro usar as Forças Armadas como um escudo para suas decisões que se tornaram exemplares de como não agir no momento da maior crise de saúde pública que já tivemos. [o que mais desagrada aos ministros do Supremo, governadores e prefeitos é que no futuro sejam movidas ações contra a decisão do Supremo, destacada no inicio do parágrafo, e prevaleça o entendimento do que é fato = a isenta interpretação do articulista sobre o sentido do que o STF decidiu.
Aliás, o último parágrafo do POST é uma magnifica peça para defesa do presidente Bolsonaro caso seja questionada na Justiça - até em Haia.]

Merval Pereira, jornalista - O Globo