Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador termômetros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador termômetros. Mostrar todas as postagens

domingo, 27 de dezembro de 2020

A régua que mede o inchaço pós-vacina - Por Laryssa Borges

Diário da Vacina - VEJA

Um alvo com raio de sete centímetros foi distribuído aos voluntários para que medissem o inchaço que a vacina poderia provocar após a aplicação

26 de dezembro, 16h48: ‘Seu braço esquerdo pode ficar inchado e com dor no local da aplicação da vacina’, me informou a médica após aplicar, há exatos 39 dias, uma ampola da vacina experimental desenvolvida pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson. Explicação corriqueira para todos que, em campanhas nacionais de vacinação, recebem imunizantes. Mas no caso de uma voluntária como eu a coisa muda de figura. Para medir a extensão do possível estrago, recebi uma régua larga, de 12 centímetros com uma ponta em forma de alvo. Neste alvo, um raio de sete centímetros marca o que talvez a equipe de cientistas considere o pior cenário possível: 14 centímetros de inchaço e vermelhidão no local onde foi injetada a substância em testes.

Não tinha examinado a régua até poucos dias atrás. Ele ficou esquecida no meio de oxímetros, termômetros e da papelada que detalha o estudo em busca do medicamento anti-Covid. Deve ser desesperador ver seu braço chegar ao ápice do inchaço previsto no alvo. No meu caso, nada aconteceu. Nem um mísero pontinho vermelho. Dor, febre, vermelhidão, nada. Mas, se a régua existe, é porque algumas pessoas que testam a vacina apresentam este tipo de reação adversa. O inchaço, aliás, é um dos 22 efeitos colaterais mais comuns de imunizantes em geral.

O único e importante efeito adverso que senti desde que recebi minha dose em um centro de pesquisa no Rio de Janeiro foi dor muscular e nas articulações. Torço para que aquela sensação de ter sido atropelada por um caminhão seja um indicativo de que tomei a vacina verdadeira, e não o placebo.

17h26: Falta um mês para voltar, mais uma vez, à clínica que me selecionou como voluntária em busca de uma vacina contra o novo coronavírus. A equipe de pesquisadores quer medir se, neste intervalo, desenvolvi anticorpos e os mantive como proteção contra o patógeno ou se, por eventualmente estar no grupo que recebeu placebo, continuo vulnerável. Uma das médicas havia ficado particularmente preocupada com a possibilidade de eu contrair Covid-19 em Brasília, onde moro, e eles, do estudo clínico, estarem no Rio.

Todo voluntário que acaba infectado tem acompanhamento médico domiciliar e, estando médico e paciente em cidades diferentes, isso obviamente não é possível. Minha solução: manter isolamento social extremo para, no caso de ter recebido soro fisiológico no lugar do imunizante experimental, ficar menos exposta ao vírus.

E uma nota mental: perguntar a eles se houve muitos relatos de pacientes medindo danos colaterais com a régua em forma de alvo.

Diário da Vacina -  Laryssa Borges - VEJA On-line

 

sábado, 4 de abril de 2020

O vírus da guerra cultural - Fernando Gabeira

Em Blog


sexta-feira, 6 de março de 2020

A economia da epidemia - Revista Época

 Monica de Bolle

A esta altura da epidemia que se alastra rapidamente pelo planeta é razoável dizer que não sabemos absolutamente nada. Nessas situações, a reação é a mais extrema possível

Já compraram montanhas de desinfetantes para as mãos, máscaras, papel higiênico? 
E quanto a pilhas, antitérmicos, termômetros e vitamina C? Velas e lanternas? Já não há álcool ou sabonete líquido nas farmácias? 
 Vai faltar comida?

O comportamento que tem levado ao desaparecimento de medicamentos das farmácias, ao sumiço de produtos de higiene pessoal e de alimentos não perecíveis das prateleiras dos supermercados é o mesmo que leva às corridas bancárias. Explico: a crise bancária típica ocorre quando as pessoas, temendo que os bancos não serão capazes de devolver seus depósitos, correm para sacá-los o mais rapidamente possível.

Como os bancos não mantêm 100% dos depósitos em caixa, se todos os depositantes correrem ao mesmo tempo, alguns de fato não receberão o dinheiro de volta, justificando o pânico inicial. Nenhuma farmácia ou supermercado estoca toda a quantidade de suprimentos que a população pode vir a demandar em casos excepcionais. Logo, quando há uma epidemia, ou o risco de que ela aconteça, as pessoas farão exatamente a mesma coisa que fazem quando imaginam que não terão acesso a seus depósitos: correm para as farmácias e para os supermercados, esgotando produtos. Os afortunados garantirão seus suprimentos, enquanto os demais ficarão a ver navios. Esse é apenas um dos aspectos da economia da epidemia.

Outro aspecto é o comportamento das pessoas diante de situações de incerteza. Incerteza não é risco — incerteza é tudo aquilo que pode ser descrito como um imponderável desconhecido, enquanto risco envolve algum conhecimento sobre a probabilidade de diferentes cenários. A esta altura da epidemia que se alastra rapidamente pelo planeta é razoável dizer que não sabemos absolutamente nada — inclusive não sabemos aquilo que não sabemos.

Nessas situações, a reação é a mais extrema possível: cancelam-se de viagens a eventos de massa, exaltam-se a quarentena e as medidas que cerceiam brutalmente as liberdades individuais. Mas, vejam: não entrem em pânico! Trata-se de precaução, nada mais. E lavem as mãos com sabão, usem desinfetantes, não se esqueçam de estocar medicamentos, produtos de higiene e limpeza, alimentos não perecíveis.

A Organização Mundial da Saúde divulgou a nova taxa de mortalidade global desse coronavírus, ou SARS-CoV-2, para os íntimos. É de 3,4%, dizem. Mas, por favor, não entrem em pânico, ainda que a taxa seja uma média ponderada de países atingidos de modo diferente, com sistemas de saúde distintos, com as mais variadas capacidades de resposta das autoridades responsáveis.

Ou seja, a taxa de mortalidade gravíssima é nada mais do que uma média sem sentido, sobretudo quando se considera a enorme variância entre países, para não falar da variância dentro da própria China, epicentro da epidemia. Na Coreia, o país com maior número de casos depois da China e que está testando gente por meio de drive-through, a taxa é de 0,7%; aqui nos Estados Unidos, o país mais rico do planeta, a taxa de mortalidade é de 7%. Falta explicar que os 7% são todos os casos de morte registrados em um estado apenas (até agora), onde um lar de idosos foi duramente atingido. A divulgação de números sem as qualificações necessárias acelera o pânico e o desabastecimento generalizado que as mesmas autoridades querem evitar.

Em meio a isso, está a economia — a global, a brasileira. A paralisia que resulta da incerteza haverá de retirar um bom pedaço do que se esperava para o crescimento mundial em 2020, ainda que o mundo mais do que descoordenado de hoje, ao contrário de como estava na crise de 2008, consiga fazer medidas de estímulo mais ou menos simultâneas. 

O Brasil, pobre Brasil, continua entregue à historinha de que se as reformas andarem a coisa vai, mesmo que isso não tenha acontecido nos últimos três anos. O corre-corre de nossas galinhas sem cabeça entregou crescimento de 1,1% em 2019, ano da reforma da Previdência. No ano do coronavírus não é difícil imaginar que o país pare de crescer ou mesmo sofra uma leve recessão no melhor dos casos, quiçá cheguemos a nossa marca registrada, o PIB de 1%.  A economia da epidemia, afinal, é isso aí. Uma grande balbúrdia em meio à falência cognitiva generalizada. Para os que aterrissaram do Carnaval, feliz 2020.

Monica de Bolle, colunista Época 


sábado, 8 de junho de 2019

O insustentável peso real

Chance de união monetária é nenhuma

A moeda única não está sendo negociada e, do ponto de vista monetário, hoje tudo nos distancia da Argentina

A possibilidade de uma união monetária entre Brasil e Argentina é nenhuma. Os dois países são seres inteiramente diferentes nesta área. O presidente Bolsonaro falou que isso está em estudo, achando que assim ajuda o presidente Mauricio Macri na sua campanha eleitoral. O Brasil tem US$ 380 bilhões de reservas e contas externas equilibradas, a Argentina depende de empréstimos do FMI para cumprir seus compromissos cambiais. Eles têm 55% de inflação e nós estamos voltando aos 4%.

O mesmo ministro Paulo Guedes que, durante a transição, disse que o Mercosul não era nossa prioridade, agora ecoou o presidente e disse que tem realmente a ideia de união monetária, apesar de o Banco Central brasileiro não a estar estudando. Ter ideia para um futuro remoto é diferente de afirmar que isso está acontecendo após um encontro presidencial. Dá uma impressão de concretude ao projeto que ainda não existe. A ex-presidente argentina Cristina Kirchner cometeu todos os desatinos econômicos possíveis. A inflação voltou e como resposta ela interferiu no instituto de estatísticas argentino. Mentes autoritárias brigam com termômetros. Depauperou os cofres públicos e quis usar as reservas. Quando o presidente do Banco Central discordou, ela derrubou o presidente quebrando a lei de autonomia do BC. Mentes autoritárias não gostam da autonomia dos órgãos do Estado.

Mauricio Macri assumiu prometendo organizar a economia do país, tirar o Estado de onde ele não deveria estar, trazer de volta a verdade das estatísticas econômicas que haviam sido fraudadas. O problema é que ele fez os primeiros movimentos e depois parou. Apesar de se dizer liberal, recentemente decretou o congelamento de preços numa medida populista com olho nas urnas deste ano. As pesquisas, contudo, favorecem Kirchner. A ex-presidente finge ser candidata só a vice na chapa de Alberto Fernández. Nos anos 1970, Hector Cámpora se elegeu presidente para que Juan Perón pudesse voltar à presidência. A Argentina adora repetir erros e enredos.

O que fez Bolsonaro anunciar a união monetária, uma ideia ainda não concebida, e nem remotamente possível no momento, foi seu sonho de costurar uma aliança conservadora na América Latina. Alianças por razões ideológicas dão tão errado na direita quanto na esquerda. Os países se unem por razões menos efêmeras e menos conjunturais. O liberalismo de Macri não resistiu às agruras do poder, o liberalismo do Bolsonaro não existe. Ele nunca professou a mesma fé que o seu ministro da Economia e vai empurrado para a reforma da Previdência. O presidente brasileiro ao falar da reforma só repete frases feitas. Se fosse obrigado a explicá-la estaria em dificuldades.

Por outros caminhos, o Brasil deu um passo importante nesta última semana para uma economia com menor presença do Estado. Não foi do Executivo, mas sim do Judiciário. O STF, ao dar o veredito na quinta-feira depois de três longas sessões destinadas a discutir a liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowsky contra a privatização, favoreceu a interpretação mais liberal da Constituição. 

Para a maioria dos ministros, a exploração de atividades econômicas pelo Estado deve ser a exceção e não a regra. A venda de estatais matrizes exige um pedido ao Congresso, mas o mesmo não é necessário na alienação de suas subsidiárias. A venda pode ser de diversas formas, desde que haja ampla publicidade e competição entre os possíveis compradores. O debate foi acirrado. O que estava em jogo era que tipo de economia a lei maior favorece. As teses do estatismo ficaram vencidas, tanto nos votos, quanto na formulação do resultado.

Ter um caminho de maior integração regional é bom e vem sendo perseguido há muito tempo. Diminuir a presença do Estado na economia é tarefa à qual o Brasil se dedicou de 1990 a 2002, mas de forma lenta. Os governos Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique privatizaram e abriram um pouco a economia. As administrações petistas criaram tantas estatais quanto a ditadura militar. Os polos se assemelham. O melhor a fazer na atual administração é trocar a pregação liberal pela prática. E quanto ao proselitismo de fronteira é bom que fique bem longe da moeda que foi conquistada há 25 anos por um governo socialdemocrata.

Coluna da Miriam Leitão, jornalista - O Globo

 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

"Pode ter certeza que alguém do PT vai vazar a prova", diz Bolsonaro, em Davos, sobre o Enem



Exclusivo: Um (quase) café com o presidente

"Pode ter certeza que alguém do PT vai vazar a prova (do Enem)." 

 Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro pontuou sua primeira conversa na manhã desta quarta-feira, 23, em Davos, permeada ainda por críticas à imprensa, comentários sobre o poder das redes, futebol, dólar, a situação da Venezuela e até mesmo perguntas sobre a ortografia de palavras.  

Enquanto os termômetros na cidade suíça marcavam 9 graus negativos na manhã desta quarta, Bolsonaro iniciava o dia em um café  em seu hotel, cercado por assessores, pelo chanceler Ernesto Araújo e o filho Eduardo Bolsonaro.  A reportagem do Estado, sentada à mesa ao lado, pode acompanhar cerca de 20 minutos da conversa da comitiva com o presidente em sua viagem de estreia no cenário internacional, para participar do Fórum Econômico Mundial. Parte da troca de impressões foi gravada, enquanto o debate percorria diversos temas. Assuntos estratégicos eram pontuados por questões corriqueiras e mesmo brincadeiras. 

Quando um dos assessores de Bolsonaro chegou para o café, o presidente comentou: "Viu os pobretões que estavam na minha mesa ontem?", provocando risada geral. Ele se referia ao fato de que, na noite de terça-feira, 22, o jantar de abertura do Fórum incluiu em sua mesa o presidente da Suíça, Ueli Maurer, a rainha Rania, da Jordânia, o fundador do Fórum, Klaus Schwab, o presidente da Apple, Tim Cook, a rainha da Bélgica e o presidente da Microsoft, Satya Nadella.   Parte do debate se concentrou na reação dos mercados e da imprensa sobre seu discurso em Davos, feito na terça-feira e que foi o mais curto já pronunciado por um presidente brasileiro no evento.  

Mas, entre os assessores e mesmo o presidente, não foram poucas as críticas à imprensa e à interpretação publicada de que houve uma relação entre a queda do real e o conteúdo de seu discurso. "Tem cinco dias de alta e da uma baixadinha e dizem que é o discurso", se queixou Bolsonaro, em referência à moeda.  Araújo destacou, de forma elogiosa, como dois jornais estrangeiros tinham dado destaque a certos trechos da fala do presidente, enquanto o resto da comitiva reclamava de que, no Brasil, foram as críticas que dominaram no que se refere aos trechos do discurso sobre meio ambiente. "E no Brasil dizem que eu me equivoquei ao falar das florestas", protestou o presidente. [no Brasil grande parte da Imprensa não aceitou a eleição de Bolsonaro;
e, agora, já que vão ter que aceitar, querem pautar o Governo Bolsonaro.]

Eduardo Bolsonaro dava uma atenção especial à cobertura do discurso realizado pelo jornal espanhol El País, que tem uma versão em português. Uma das pessoas na mesa chegou a qualificar o jornal de "vagabundo". "Um jornal vagabundo", insistiu. O deputado se surpreendia como, segundo ele, havia uma manchete no jornal espanhol diferente do título que o mesmo jornal havia dado para o discurso de Bolsonaro no Brasil. Eduardo, repetindo o que um grupo de jornalistas brasileiros tinha explicado um dia antes, tentou contar para o restante da mesa como ele ficou sabendo que, de fato, quem faz os títulos das matérias nem sempre são os repórteres, mas sim os editores.  

Conspiração no Enem
A conversa então migrou para a situação do Enem. "Pode ter certeza que alguém do PT vai vazar a prova", disse Bolsonaro, num dos trechos da conversa que está gravado. "Vai vazar", repetiu, insistindo para a facilidade que seria "tirar uma foto".    Nesta semana, o governo Jair Bolsonaro tornou sem efeito a nomeação de Murilo Resende, que assumiria a coordenação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e o nomeou para o cargo de assessor da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC).  
 
Ele havia exonerado a presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, no dia 14. Dez dias antes, Bolsonaro havia criticado a "doutrinação em salas de aula".   Outro assunto discutido durante o café da manhã foi a Venezuela, que hoje pode ter um dia decisivo com a convocação que foi feita ao povo para sair às ruas. Eduardo Bolsonaro não disfarçava o temor de que isso gerasse mortos diante da reação que o governo de Nicolás Maduro poderia ter.  Jair Bolsonaro, que nesta quarta-feira, 23, terá de debater o tema com os demais chefes-de-estado da América do Sul, pediu que seu assessor internacional, Filipe Garcia Martins, fosse chamado para uma conversa sobre o assunto. Martins, de 30 anos, é considerado como um "discípulo" de Olavo de Carvalho e tem causado certo ciúme dentro do Itamaraty por conta de seu papel na política externa.  
 
Durante o café, não faltaram comparações ao futebol e mesmo comentários sobre os times do São Paulo e Vasco, que disputam a final da Copinha nesta sexta-feira. "O sr. vai ter de entrar para dar parabéns", sugeriu uma das pessoas à mesa.   Ao longo da conversa, um dos pontos centrais foi o poder das redes sociais e comentários sobre como o governo deve se comportar nesses meios. "É outro idioma", insistiu um dos assessores. A mesa também confirmou como Olavo de Carvalho é mesmo uma referência para o grupo. Num dos momentos da conversa, o brasileiro que vive no exterior foi citado como exemplo do que se deve fazer ao gravar vídeos para as redes sociais. "Você viu como ele faz?", perguntou uma das pessoas.  
 
Eduardo, porém, alertava para o fato de que "muita gente nem lê o que postamos".  "Olham a foto e já comentam, sem nem ler. Acho que apenas 5% das pessoas de fato leem o que se escreve", disse. Instantes depois, ele perguntou ao grupo: "Trilionário e bilionário têm (a letra) H?". "Não, né?".    Ao terminar o café da manhã, a reportagem se aproximou do presidente, ainda que a segurança tentasse evitar. Ao ouvir que o repórter era do Estado, Bolsonaro disse que já trabalhou no jornal. "Eu entregava jornal." 
Questionado se comentaria a situação de seu filho, Flávio Bolsonaro, o presidente virou as costas e, entrando em um elevador, apenas repetia: "Não, não".  
O dia estava apenas começando em Davos. 

Economia & Negócios - O Estado de S. Paulo