O ministro da Comunicação Social,
Edinho Silva, ladeado pelos líderes do governo na Câmara e no Congresso, José
Guimarães (PT-CE) [Zé Guimarães, irmão do criminoso Zé Genoíno e mais conhecido como 'capitão cueca'.] sendo que o e o senador José Pimentel, ambos do PT do Ceará, concederam uma
entrevista coletiva nesta segunda sobre as manifestações de protesto deste
domingo. Não tem jeito, não, gente! Eles são arrogantes demais para aprender
com a realidade, mesmo quando estão, como agora, na pindaíba.
Escrevi nesta manhã
um texto em que afirmei o seguinte:
“[Os esquerdistas] têm a ambição de conhecer o futuro da história e o futuro da humanidade. E delegam necessariamente a partidos e a entes de razão a tarefa de conduzir a luta e a revolução. Quando são obrigados a se confrontar com homens reais, com mulheres reais, com famílias reais, com aquelas pessoas que sustentam a máquina do estado — incluindo a sua (dos esquerdistas) boa vida —, então eles se revoltam e pespegam nos verdadeiros pilares da sociedade a pecha de “reacionários”, de ‘coxinhas’, de ‘golpistas’.”
“[Os esquerdistas] têm a ambição de conhecer o futuro da história e o futuro da humanidade. E delegam necessariamente a partidos e a entes de razão a tarefa de conduzir a luta e a revolução. Quando são obrigados a se confrontar com homens reais, com mulheres reais, com famílias reais, com aquelas pessoas que sustentam a máquina do estado — incluindo a sua (dos esquerdistas) boa vida —, então eles se revoltam e pespegam nos verdadeiros pilares da sociedade a pecha de “reacionários”, de ‘coxinhas’, de ‘golpistas’.”
Afirmei ainda mais, referindo-me aos
esquerdistas:
Esses teóricos da desgraça só aceitam
como legítimos movimentos que consideram “disruptivos”, que provocam fratura e
trauma na sociedade. A suposição de que reformas possam tornar o mundo melhor e
de que se possa avançar também conservando valores é dolorosa para a sua
pequena inteligência.”
Pois é… A entrevista concedida pela trinca me dá razão. Oh, sim, eles disseram respeitar
os protestos, que são coisa da democracia e tal. À
diferença dos petistas que estavam reunidos no Instituto Lula neste domingo, procuraram não
minimizar o evento. Foi o combinado com Dilma em reunião prévia. Mas… Bem, o PT segue
sendo o PT. Não é um partido socialista em sentido clássico, é evidente — a não ser pela socialização, entre eles, dos bens
que são da população —, mas segue sendo autoritário.
Depois de atribuir as dificuldades a
uma suposta crise internacional e a se negar a reconhecer erros, o ministro
decidiu criticar o pessimismo, sempre reconhecendo, não me diga!, a importância
das manifestações, mas deixou escapar esta pérola: “O governo se preocupa, neste momento, muito mais
com a construção de uma agenda para o país, de diálogo com o Congresso, com a
sociedade, o empresariado e os movimentos sociais”.
Entenderam? Os mais de 600 mil que foram às ruas no domingo, números das PMs dos
Estados, são “não pessoas”. Na categorização de Edinho Silva, não são o Congresso,
não são empresariado, não são movimentos sociais, não são a sociedade. Os pagadores de impostos, que ocuparam pacificamente o país inteiro,
sem um único incidente, estão fora do radar oficial. Não são nada!
Mesmo dizendo que
respeita as manifestações — e ouso dizer que o ministro não está falando a
verdade, ele procurou desqualificá-las, com a sua conversinha de
cerca-Lourenço, buscando associá-las a grupos que pedem intervenção militar: “Parte dos movimentos assumiu uma conotação
ideológica muito forte. Às vezes, fica até difícil a presidente conversar com
as ruas, porque não tem uma pauta”.
Bem, a pauta existe: é
a saída de Dilma e o cumprimento da lei. Quanto à questão da intervenção
militar, dizer o quê? Os que defendem essa proposta são uma minoria
inexpressiva, irrelevante, sem importância no movimento de rua. [a intervenção militar, fatalmente, será solicitada por milhares e
milhares de manifestantes, será o clamor das ruas, se a classe política
continuar enrolando, mantendo Dilma e a corja de ladrões, em uma troca de apoio
nefasta ao Brasil.
Quando o
povo entender que Dilma não quer sair e os políticos não a querem fora, pedirá,
mediante o clamor das ruas, intervenção militar e será atendido.] Grave,
isto sim, foi Vagner Freitas, companheiro de Edinho, ter pregado luta armada
dentro do Palácio do Planalto.
Então ficamos assim,
segundo o governo:
-
- a: a
crise por que passa o país veio de fora;
- b: os milhares que foram
às ruas são excrescências que não interessam ao poder de turno;
- c: a pauta das ruas está
ligada ao golpe.
Calma! Não acabou. Indagaram a
Edinho se o governo pensava em pedir desculpas.
Sabem o que ele respondeu?
Isto:
“Eu penso que, se trabalhar para a manutenção dos empregos no Brasil, trabalhar pela renda da população, principalmente a mais marginalizada historicamente desse país, se trabalhar pela manutenção de programas sociais é um equívoco, então que se constate o equívoco”.
“Eu penso que, se trabalhar para a manutenção dos empregos no Brasil, trabalhar pela renda da população, principalmente a mais marginalizada historicamente desse país, se trabalhar pela manutenção de programas sociais é um equívoco, então que se constate o equívoco”.
Viram?
Para Edinho Silva, na prática, os mais de 600 mil que foram às ruas estavam se manifestando contra a elevação de renda, contra o apoio aos marginalizados e contra os programas sociais.
Para Edinho Silva, na prática, os mais de 600 mil que foram às ruas estavam se manifestando contra a elevação de renda, contra o apoio aos marginalizados e contra os programas sociais.
Voltemos, então, ao ponto daquele texto desta manhã. Como é que se pode dialogar com alguém
que tem a certeza de que o adversário é necessariamente movido a má-fé? Ou se está com eles, ou se está contra o povo. Ocorre que o governo, em nome do qual fala
Edinho Silva, é aprovado hoje por
apenas 7% dos brasileiros. Nada menos de dois
terços da população querem o impeachment de Dilma. Ninguém representa o
povo à força, não é mesmo?
A fala de Edinho, no entanto, revela uma das razões do desespero do PT. O partido nunca teve
de lidar com a sociedade civil do outro lado, com o povo do outro lado. A sua experiência histórica é herdeira do
bolchevismo — um
bolchevismo de fancaria, mas é… Os petistas só
reconhecem quadros partidários; só reconhecem militantes; só reconhecem companheiros. Só reconhecem os tais
movimentos sociais.
Ora,
peguem esse tal Guilherme Boulos, esse megacoxinha mimado pelas tias que
acha que coxinhas são os outros. Ele apoia
e ataca o governo na medida exata do interesse do seu movimento. O MTST vai ter algum benefício? Ele puxa o saco de
Dilma. Não vai ter o que espera? Ele ataca. É a fisiologia de esquerda. Ele não é diferente
de um deputado que vende o seu apoio em troca de uma emenda.
O povo que estava na
rua neste domingo é gente autônoma. Não depende do governo pra nada — este, na verdade,
só o atrapalha com a sua incompetência e com a roubalheira que acaba, direta ou
indiretamente, patrocinando. Os que
protestaram neste domingo não querem nada de Dilma, não esperam nada de Dilma, não se ajoelham para
Dilma.
São indivíduos
LIVRES. E o PT não reconhece o valor supremo da liberdade.
Precisamente por
isso, Dilma não tem saída a não ser a porta de
saída.
FONTE: VEJA - Blog Reinaldo Azevedo
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