Retração de 5,4% na comparação anual é a pior entre 31 países, segundo Austin Rating
A queda de 5,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre do ano
em relação a igual período de 2015 colocou o Brasil na lanterna do
crescimento global. Levantamento feito pela Austin Rating coloca o
Brasil na última posição entre 31 países pesquisados. — A economia brasileira vem perdendo força desde 2014 e foi se
agravando, já que não houve uma mudança da matriz econômica. O melhor
dado foi o consumo de governo, o que não é saudável. É um gasto de
dinheiro que deveria ser transitório, como em 2009, mas isso continuou e
o efeito foi o contrário. Houve queda de confiança, do investimento e
da produção, afetando o PIB — afirmou Alex Agostini, economista-chefe da
Austin.
O Brasil piorou o seu desempenho e ficou atrás inclusive de economias
que também enfrentam crises financeiras graves, como a Grécia (29º) e
Rússia (30º), com queda de 1,2%. A Venezuela, que ocupou a lanterna nos
rankings anteriores, ainda não divulgou os resultados para o primeiro
trimestre.
Na avaliação de Agostini, o governo interino de Michel Temer ainda não
teve tempo de colocar em prática algumas medidas que podem resultar na
melhora do ambiente econômico e, consequentemente, na recuperação do
PIB. Com isso, a expectativa de retração do PIB em 2016 foi mantida em
2,9%, mas a de 2017 sofreu uma melhora, com uma projeção de
estabilidade, ante queda de 0,7% da previsão anterior. — A crise debilitou muito os agentes econômicos. O novo governo ainda
está fazendo um balanço da situação para só em um segundo momento
anunciar medidas práticas e implementá-las. O anunciado até agora ainda é
insuficiente para se obter o equilíbrio fiscal e assim resgatar a
confiança dos empresários — avaliou.
O melhor desempenho entre as economias avaliadas ficou com a
Filipinas, com um crescimento de 6,9% no primeiro trimestre em relação
aos três primeiros meses de 2015. A China ficou na segunda colocação,
com 6,7%, seguida pela Indonésia, com 4,9%.
Os Estados Unidos, maior
economia do mundo, apresentou uma expansão de 2% nessa mesma base de
comparação. Ainda de acordo com os dados da Austin, a média do crescimento global
no período foi de 1,8% e entre os países conhecidos como Brics (Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul), ocorreu uma estabilidade.
Fonte: O Globo
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