Danúbia Rangel, mulher do traficante Nem, foi presa do Morro do Dendê nesta terça-feira. Seiscentos homens das Forças Armadas atuam na região.
As Forças Armadas retornaram à comunidade da Rocinha, na Zona Sul do
Rio, no início da manhã desta quarta-feira (11). Na terça (10), os
agentes realizaram uma ação de varredura na comunidade e chegaram a
deixar o local no fim do dia. O objetivo é que a ação desta quarta não
seja de permanência, mas de apenas um dia.
De acordo com o Comando Militar do Leste, a operação desta quarta é um
desdobramento da operação realizada no dia anterior, quando a ação dos
militares se concentrou do lado do bairro da Gávea. Nesta quarta, no
entanto, a ação vai se concentrar do lado de São Conrado. Seiscentos
homens das forças armadas estão na comunidade e o espaço aéreo tem
restrições. As tropas dão apoio à Polícia Militar na busca de armas,
drogas e criminosos nas áreas de mata da Rocinha.
A mulher do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, foi presa nesta
terça. Danúbia Rangel estava escondida na casa de uma amiga no Morro do
Dendê, na Ilha do Governador. Ela foi condenada a 28 anos de prisão por
tráfico de drogas, associação criminosa e corrupção ativa.
“Não é uma operação de cerco como as demais. Ela é um apoio técnico no
sentido de realização de operações de varredura. É um trabalho que
emprega detectores de metais e pólvora para detectar materiais que
estejam escondidos”, explicou o porta-voz do Comando Militar do Leste,
coronel Roberto Itamar, no inicio da manhã desta terça. No total, 1.100
homens atuam na favela, sendo 550 homens das forças armadas (Fuzileiros
Navais, Exército e Força Aérea Brasileira) e 550 da Polícia Militar.
Prisão de Danúbia
"Eu não fiz nada", disse Danúbia, chorando muito, ao ser questionada
por repórteres se estava arrependida e se foi expulsa da comunidade. Por
volta das 20h20, Danúbia estava na Delegacia de Combate às Drogas, na
Cidade da Polícia, prestando depoimento. Em seguida, será encaminhada
para o Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio.
A prisão de Danúbia foi feita por agentes da 39ª DP (Pavuna) e da 52ª
DP (Nova Iguaçu). No fim da tarde, a "primeira-dama do tráfico da
Rocinha" foi levada para a Cidade da Polícia. Ao ser presa, Danúbia saía na casa de uma amiga, dirigindo um carro na
Rua Carlos Magno, um dos acessos ao Morro do Dendê. Segundo agentes que
efetuaram a prisão, Danúbia não quis dar muitas declarações. Disse
apenas que que tem poucas informações do marido, já que não podia
visitá-lo por estar foragida, e que não sabe praticamente nada da guerra
da Rocinha.
Segundo os policiais, a mulher de Nem estava sendo monitorada há um
mês. Há duas semanas, Danúbia conseguiu escapar de uma operação na
comunidade Vila Pinheiros.
A criminosa foi expulsa da Rocinha pelo bando de Rogério 157, rival do
grupo de Nem na disputa pelo tráfico na comunidade. A batalha sangrenta,
intensificada há semanas, levou à realização de operações de segurança
quase diárias, inclusive com o reforço das forças militares – nesta
terça, houve novos tiroteios. Segundo investigações, mesmo expulsa pela
quadrilha rival, Danúbia ainda tem influência na Rocinha.
Na segunda (9), foi um dia de intensos tiroteios na comunidade. Na parte da tarde as escolas chegaram a ficar fechadas. Adailton Soares, de 30 anos, foi preso
na Baixada Fluminense. Ele era conhecido como "Mão" e era segurança do
traficante Rogério Avelino, o Rogério 157. Nos últimos dias ocorreram,
pelo menos, sete confrontos na comunidade e três pessoas ficaram feridas
por balas perdidas.
Há cerca de três semanas, alguns moradores estão sem luz por causa dos
intensos tiroteios que aconteceram na comunidade devido a uma guerra
entre criminosos. Na época, os transformadores de energia foram
atingidos por tiros.
No dia 29 do mês passado, as Forças Armadas deixaram a comunidade da
Rocinha depois de permanecerem na região por uma semana. A presença dos
militares foi solicitada após o início de uma guerra entre criminosos de
facções rivais que iniciaram uma disputa pelo controle do tráfico na
comunidade. Após a saída das tropas, homens de batalhões de Operações Especiais passaram a atuar na chegaram à comunidade.
Fonte: G 1
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