A escolha do general Antônio Hamilton Martins Mourão (PRTB) para vice na
candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) dividiu opiniões de militares ouvidos pelo
UOL.
Para alguns, Mourão está preparado e agrega conhecimento, prestígio e uma aliança
para o PSL. Outros dizem que uma chapa puramente militar pode isolar Bolsonaro
na direita. A reportagem conversou com cinco oficiais influentes do Exército,
alguns deles ligados à cúpula da instituição e outros da reserva. Todos eles se
disseram simpatizantes da candidatura de Bolsonaro, mas ainda não decidiram
seus votos. As opiniões deles são individuais e não refletem a posição do
Exército. O comandante da força, general Eduardo Villas Boas, vem adotando
medidas nos últimos meses para reforçar a neutralidade político-partidária da
instituição. Ele já afirmou que nenhum candidato, de qualquer espectro
político, fala pelo Exército.
Parte dos oficiais ouvidos pela reportagem disseram que a presença de
Mourão na chapa deve render a Bolsonaro a maioria dos votos dos militares e de
suas famílias. "Alguns militares ainda estavam em dúvida sobre Bolsonaro,
agora com Mourão isso deve acabar", disse um coronel ao UOL. Porém, quatro
dos cinco entrevistados disseram se preocupar com um possível isolamento de
Bolsonaro e Mourão à direita. "O ideal não seria outro militar [para vice
de Bolsonaro], mas alguém que aproximasse a candidatura dos eleitores do
centrão. Bolsonaro não vai ter sucesso se optar pela polarização", disse
um general ligado à cúpula do Exército.
(...)
Hierarquia
O fato de Mourão ser um general e
ter sido apontado como vice de Bolsonaro, que chegou até a patente de capitão
antes de entrar para a política, incomoda alguns militares. "Tem muito
oficial que não vai aceitar um general de Exército como vice de um capitão. A
hierarquia está no nosso sangue, não sai", disse um general. "Acho
que não será uma convivência tranquila. Um capitão com um general? Não será
fácil", disse um tenente. [comentário sem sentido e provavelmente feito por algum oficial interessado em criticar a candidatura Bolsonaro;
as FF AA são instituições fundadas na disciplina e hierarquia e mesmo quando na reserva os militares estão sujeitos a deveres e direitos, o que garante - não poderia ser diferente - que um general continua sendo superior a um capitão e mesmo a um coronel.,
Mas, no caso da candidatura a vice-presidente, de Bolsonaro, o general Mourão assume uma postura de postulante a um cargo político, vice do Bolsonaro e tendo em conta que ambos eleitos, o general Mourão - da mesma forma que qualquer outro oficial-general passa a ter o presidente da República - no caso Jair Bolsonaro - como seu Comandante Supremo.
A hierarquia e a disciplina impõe tal postura.
Na hipótese - improvável - de serem derrotados a situação volta ao padrão da subordinação usual.]
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