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sábado, 4 de agosto de 2018

No STF, médico se emociona ao falar em público sobre aborto feito pela mulher

[o aborto é um ato covarde, desumano, amoral, em qualquer circunstância e se torna mais reprovável, mais desumano, mais hediondo, quando sua vitima, o assassinado,  além de ser a de sempre - um ser humano inocente, indefeso - tem como pai um médico - que melhor do que ninguém conhece os meios de evitar uma gravidez indesejada. 

 Ele contou que resolveram interromper a gravidez para cuidar melhor do filho com deficiência que havia nascido menos de um ano antes

Penúltima pessoa a falar na audiência pública realizada no Supremo Tribunal Federal (STF) para debater a descriminalização do aborto, o pediatra Sérgio Tavares de Almeida Rego foi, de longe, o que mais se emocionou. Ele aproveitou os poucos minutos a que tinha direito para contar sua própria história como pai de um filho com deficiência, ou, nas suas palavras, o "filho eterno", que precisa de cuidados mesmo já sendo adulto

Quando o bebê não tinha nem 1 ano de idade, sua mulher ficou grávida novamente. Mas, para poder cuidar melhor da criança com deficiência, eles decidiram interromper a segunda gestação. [uma escolha de Sofia? só que a necessidade da escolha surgiu  por opção dos próprios pais. Não havia condições de ter outro filho naquele momento, eles alegam. Foi a primeira vez que Sérgio contou a história em público. 

Seu filho, Pedro, foi o único a sobreviver dos trigêmeos prematuros que ele e a mulher, Marisa, tiveram em 1985. Mas a gestação de apenas 25 semanas fez com que ele tivesse muitos problemas, como dificuldades motoras, pulmonares, renais, de desenvolvimento, e surdez. Ainda assim, e apesar dos prognósticos de que morreria logo, ele tem hoje 33 anos.  (Pedro) Sobrevive porque é bem cuidado, amado, porque pudemos cuidar dele integralmente — disse, se emocionando e concluindo: — Pesava pouco mais de dois quilos de açúcar. Ele ainda não tinha mais de um ano de nascido. Queríamos mais filhos. Havia muita dificuldade no cuidado diário dele. Não desistimos do sonho de família grande. Só não podia ser naquela hora. Precisamos do aborto não por sermos irresponsáveis ou mesquinhos, mas porque erramos no uso de métodos (contraceptivos), ou porque talvez eles falharam, e queríamos ser bons pais de nosso filho eterno. Nunca contei essa história em público, nem mesmo em minhas aulas de bioética.

Em entrevista ao GLOBO, o médico contou que apenas uma amiga sabia dessa história.
— Foi ela que nos instigou, nos instou a falar aqui. Ninguém na família sabia. Minha irmã me mandou agora uma mensagem de WhatsApp assim (faz expressão de espanto). Na verdade, são coisas com as quais você lida na intimidade, ainda mais com a proibição.
Questionado se foi fácil tomar a decisão de contar a história em público, ele respondeu:
— A decisão de contar aqui foi fácil. O difícil não é falar do aborto. O difícil é compartilhar todo esse processo de sofrimento, a realidade e a dureza que é você conviver e criar uma criança com múltiplas deficiências. Remorso? Nenhum, nenhum, nenhum. Não acho que haja nenhum problema moral. A emoção vem junto desse processo de relembrar aquela época, como foi o primeiro ano de vida... Isso é o mais difícil.


Segundo Sérgio, o fato de ser médico não tornou mais fácil o acesso ao aborto. O diferencial, segundo ele, é ter dinheiro para recorrer a um procedimento seguro. — Todo mundo sabia onde se fazia aborto — contou ele. [ o aqui chamado procedimento seguro é para evitar que um dos assassinos - a mãe -  não morra.]
O médico falou na audiência em nome da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB).

O Globo

 

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