Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Edson Fachin submeteu à Segunda Turma o julgamento
do novo pedido de habeas corpus formulado pela defesa de Lula. Em
privado, ministros da Corte consideram improvável que a alegada
suspeição de Sergio Moro resulte na libertação de Lula.
Após
assistir à entrevista concedida por Moro nesta terça-feira, dois
ministros do Supremo conversaram sobre o caso. Impressionaram-se com a
“firmeza” com que o ex-juiz da Lava Jato refutou o que chamou de ''álibi
falso de perseguição política''. Consideraram “consistentes” os
argumentos de Moro.
Na avaliação dos ministros, Moro foi
especialmente feliz ao ressaltar três pontos que fizeram da condenação
de Lula uma obra coletiva do Judiciário, não de um juiz:
1) A sentença em que Moro condenou Lula foi lavrada em 2017, quando não havia perspectiva de vitória de Jair Bolsonaro.
2) O veredicto foi referendado posteriormente por três desembargadores da Oitava Turma do TRF-4, que determinou a prisão.
3) O próprio Supremo indeferiu pedido de habeas corpus preventivo formulado na época pela defesa de Lula.
Um
dos ministros considerou “ruim para a imagem do Judiciário” a
transferência de Moro para a Esplanada dos Ministérios. Mas os dois
concordaram que é juridicamente frágil a tese da defesa segundo a qual a
aceitação do convite de Bolsonaro teria comprovado a falta de isenção
de Moro na condução do processo sobre o tríplex.
Integram a
Segunda Turma do Supremo, além do relator Fachin, os ministros Gilmar
Mendes, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia.
Ex-presidente do Supremo, Cármen ocupa na turma a poltrona que era de
Dias Toffoli, que a sucedeu no comando da Corte. A data do julgamento
ainda não foi marcada. Fachin requisitou informações à 13ª Vara Federal
de Curitiba e ao TRF-4, sediado em Porto Alegre.
Na manhã desta
terça-feira, horas antes da entrevista de Moro, Toffoli discursou no
Congresso numa solenidade que festejou os 30 anos da Constituição de
1988. Mesmo sendo um adepto da política de celas abertas, Toffoli
declarou que episódios como o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão
de Lula foram feitos ''com total respeito à Constituição e às leis do
país.''
Disse isso ao lado de Jair Bolsonaro, o futuro chefe de Sergio
Moro.
Blog do Josias de Souza
LEIA TAMBÉM: Sergio Moro colocou para rodar a Lava Jato 2.0
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quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Novo habeas corpus de Lula deve ser indeferido
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