Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Diferentemente dos pacientes que nos anos 1980 e 1990 viam o vírus como
sentença de morte, eles levam uma vida saudável, mas ainda precisam
lidar com estigmas
A escritora Thaís Renovatto, de 38 anos, trabalha na área de marketing de uma multinacional. DJ nas horas vagas, ela se apaixonou pelo marido em uma das festas que organizou para os amigos do escritório. Em pouco tempo, estavam casados e eram pais de duas crianças. Hoje, Thaís se divide entre tarefas profissionais, da casa e da vida em família. Uma vida que pode parecer comum, mas traz uma história especial narrada em seu livro “Cinco anos comigo”: Thaís faz parte da geração de “indetectáveis” que carregam o vírus do HIV, mas em carga tão baixa que a infecção não se manifesta nem é transmissível. Diferentemente dos pacientes que, nos anos 1980 e 1990, viam o vírus como sentença de morte, eles levam uma vida com cuidados, mas saudável e, sobretudo, feliz.
Após descobrir que havia sido infectada pelo ex-namorado, em 2014, Thaís transformou sentimentos de revolta e medo em perdão. A terapia fez voltar a confiança. Um comprimido ao dia mantém o resto de sua rotina normal. Thaís e o marido Rodrigo são “sorodiferentes” —ela tem o vírus; ele não —, mas a diferença nunca foi problema. Os filhos, nascidos após a infecção, não são soropositivos. — Engravidei de forma natural. Procurei me aceitar e comecei a me abrir para as pessoas. Daí, já não estava mais preocupada com o preconceito — diz a escritora, que na gestação tomou cuidados especiais e não amamentou, seguindo o protocolo médico.
Hoje, além de tomar regularmente medicamentos antirretrovirais, garantindo que a carga viral se mantenha indetectável, ela se examina a cada oito meses, para acompanhamento: — Hoje em dia não uso preservativo com meu marido. A gente tem um relacionamento fechado, fomos ao médico, que nos orientou, e decidimos isso.
(...........)
Os “indetectáveis” escrevem um novo capítulo na história da doença. Cada vez mais o HIV é tratado como uma patologia crônica. Em 1977, a médica dinamarquesa Margrethe Rask, que esteve na África investigando o Ebola, foi a primeira a morrer com uma pneumonia após desenvolver “quadro clínico estranho”. A epidemia explodiu nos anos 1980. No Brasil, uma imagem marcante foi a de Cazuza, levado pela doença aos 32 anos, no auge da carreira musical. Casos eram associados erroneamente à sexualidade.
Especialistas esclarecem que o baixo volume de água nos
reservatórios brasileiros é consequência do ciclo natural da chuva
Não é novidade que o Brasil passa por uma das piores crises hídricas dos
últimos 91 anos e que o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um
alerta de emergência hídrica para a Bacia do Paraná, que abrange as
Regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. Especialistas apontam o baixo
volume de chuva dos últimos dez anos como o responsável por esse
cenário. No entanto, ambientalistas a serviço da desinformação
encontraram outro culpado: a produção agrícola no Cerrado.
Cenário das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, no dia
16/6/2021 | Foto: Luis Moura/WPP/AE
Atualmente, o Cerrado é o segundo maior bioma do país, atrás apenas do bioma Amazônia, e tem cobertura de 2 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a 204 milhões de hectares — mais de 200 milhões de campos de futebol. O bioma inclui os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e o Distrito Federal, mas também está presente em pequenas coberturas no Paraná e em Rondônia.
E, apesar de sua maior cobertura ficar na região central do país, nas últimas semanas parte da imprensa relacionou a produção agrícola e pecuária no bioma com o baixo volume de água nas Cataratas do Iguaçu, localizadas em Foz do Iguaçu, no Paraná. Mas, afinal, as Cataratas do Iguaçu têm alguma relação com a produção agropecuária na Região Centro-Oeste do Brasil?“Nada!”, explica Luiz Carlos Baldicero Molion, professor e pesquisador aposentado da Universidade Federal de Alagoas. “Como o próprio nome diz, as cataratas são do Iguaçu, que divide o Paraná e Santa Catarina. Não tem nada a ver com o Centro-Oeste. É um argumento falso, que não sei se foi feito por ignorância ou de propósito.”
Molion explica que, para entender a atual situação, é preciso olhar o regime de chuvas. Desde o segundo semestre de 2020 até o começo de maio de 2021, a Região Sul ficou sob efeito do fenômeno La Niña, responsável por deixar o tempo mais seco e com pontos de estiagem em algumas localidades. O La Niña, ao contrário do El Niño — outro fenômeno climático —, diminui a temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical central e oriental, gerando uma série de mudanças nos padrões de precipitação (queda de água do céu) e também em relação à temperatura.
Quando esse fenômeno está vigente, o que acontece é uma mudança no padrão de ventos, que se tornam mais ou menos intensos, o que muda a chegada das frentes frias. Como efeito, há redução no volume de chuvas na Região Sul, enquanto no Norte e no Nordeste há aumento. Mas esses baixos volumes de chuva na principal estação úmida não foram registrados somente nos últimos meses. “Se fosse só um ano, aí, tudo bem, é uma crise passageira, mas como é o acumulado dos últimos dez anos, o problema fica um pouco mais grave”, esclarece o pesquisador, que fez uma análise nacional da precipitação no período 2011-2020, comparada com o ciclo de 1981-2010 (média usada pela Organização Meteorológica Mundial):
No mapa, é possível ver o efeito ao longo do país. O leste (cor verde-abacate), por exemplo, apresentou reduções de até 30 milímetros de chuva por mês, em média. Isso resulta em uma baixa anual da precipitação de 360 milímetros. “Como houve uma tendência entre 2010-2021 de a pressão atmosférica aumentar nessa região entre Bahia, Centro-Oeste, na Bacia do São Francisco, na costa leste brasileira como um todo — e isso vai desde São Paulo, norte do Paraná até lá no Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí —, por toda essa faixa leste o país apresentou nos últimos dez anos uma redução de chuva”, diz Molion. “A problemática é exatamente essa: a chuva. As Cataratas do Iguaçu não têm nada a ver com a agricultura.”
Brasil mais seco? Recentemente, algumas pesquisas mostraram que regiões brasileiras estariam perdendo água da superfície, com destaque para o Pantanal, conhecido pelas enchentes causadas pela alta do nível dos rios durante o trimestre chuvoso (entre novembro e janeiro). Isso, de fato, é verdade, pois houve uma “redução de chuva na ordem de 10% no país desde 2010”, destaca Molion. Porém, não é a expansão de áreas destinadas à produção agropecuária no Cerrado ou o desmatamento da Amazônia que provocam esse efeito.“A floresta existe porque chove, e não o contrário”, ressalta. “Uma árvore não é uma ‘máquina’ de produzir água, apenas recicla a água da chuva que caiu anteriormente e que estava armazenada no solo.”
A agricultura irrigada também tem sido alvo de críticas nesse momento de baixo volume de água nos reservatórios
Vale lembrar que, em anos anteriores, o país já passou por quadros hídricos semelhantes ao atual. Em 1926, por exemplo, quando nem se falava em desmatamento da Amazônia e o Brasil não era um grande exportador de alimentos, a população vivenciou um período de seca causado pelo fenômeno climático El Niño. Já em 1964, foi o Oceano Atlântico tropical norte mais quente que provocou a deficiência de chuva. Essa última “variabilidade natural” é o agente causador da seca de 2021. “Portanto, o desmatamento não afeta as chuvas no restante do país.”
Como se trata de um ciclo que se repete ao longo dos anos, a irregularidade climática tem um início e um fim. Os mais pessimistas acreditam que uma regularidade só será vista a partir de 2040. Entretanto, Molion estima que “entre 2030 e 2035 já poderemos ver uma normalidade”, sem eventos excepcionais, como secas extremas. O último longo período de precipitação baixa foi entre 1946 e 1975.
Uso da água para irrigação A agricultura irrigada também tem sido alvo de críticas nesse momento de baixo volume de água nos reservatórios. A categoria corresponde a menos de 20% da área total plantada no Brasil e produz mais de 40% dos alimentos, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Atualmente, os pivôs centrais (estrutura de irrigação suspensa com motor e rodas para que haja o deslocamento na lavoura) são o principal sistema de irrigação brasileiro, superando o método de inundação adotado para o cultivo do arroz na Região Sul.
Originalmente, os pivôs centrais começaram a ser usados para o cultivo de grandes culturas, como soja e milho. Porém, já são encontrados em plantações de batata, cenoura, café nas áreas de Cerrado, cebola, alho e cana-de-açúcar. “Esses equipamentos são também indutores do cultivo das culturas de inverno, como o trigo e a cevada na região do Cerrado”, comenta Daniel Pereira Guimarães, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo. “Sob condições irrigadas, o trigo tem apresentado alta produtividade, inclusive no semiárido brasileiro, indicando o potencial da irrigação para a redução das importações desse cereal.”
Apesar dessa contribuição, o aumento da rigidez na gestão de distribuição da água por parte de governos estaduais volta seu olhar para os agricultores que utilizam a técnica. Há um receio por parte do poder público e de ONGs do uso excessivo de recursos hídricos com os pivôs. No entanto, eles se esquecem de que muitos produtores rurais têm açudes(tanques) em suas propriedades para armazenamento de água no período de abundância. Além disso, “sistemas eficientes de irrigação podem inclusive contribuir para a mitigação da deficiência hídrica nos períodos de estiagem”, explica o pesquisador.
Diante desses fatores, ao que tudo indica, o único setor que registrou crescimento econômico em 2020, mesmo durante uma pandemia global, continuará a ter pela frente inúmeros desafios, não só climáticos, que atingirão diretamente a produção no campo. Apesar de seu protagonismo mundial na produção de alimentos — ou justamente por isso —, terá de lidar com críticas de ambientalistas que atribuem ao setor a responsabilidade pelo desmatamento e pela falta de chuva no país
Fico imaginando quanta gente importante no seu ramo de atividade está precisando sair de sua bolha para conhecer os brasileiros
Num debate com empresários cearenses, o ministro Paulo Guedes admitiu
que enquanto vivia numa bolha, não conhecia o Brasil. A bolha,
certamente, era o seu mundo acadêmico e financeiro, mas não o da
diversidade do país. O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães,
me revelou a mesma sensação. Disse que vivia o mundo da Av. Faria Lima
e, agora, está conhecendo o Brasil real. Sai toda semana para lugares
como pantanal, alagados, floresta de babaçu, lixão… E está maravilhado
com a descoberta do Brasil real.
Fico imaginando quanta gente importante no seu ramo de
atividade está precisando sair de sua bolha para conhecer os
brasileiros. Assim como Paulo Guedes, talvez, só conversasse com seus
semelhantes, quantos médicos só se relacionam com seus colegas na redoma
das clínicas; quantos jornalistas só convivem com os companheiros de
redação, inclusive nas happy hours; assim como políticos que se limitam a
ouvir as louvações de seus assessores. Às vezes, esse círculo é tão
fechado que se casam com colega de profissão.
É o risco do mais do mesmo, de não ter portas e
janelas abertas para o outro mundo, o do lado de fora da redoma. O risco
de não aprender o que esteja fora do círculo. Às vezes, encontro
empresários que vivem para sua grande empresa, como se ela fosse seu
próprio país, e esquecem que o país real pode dispensar suas empresas,
esquecendo que elas dependem da situação do país. Não sei se é uma forma
de egoísmo ou uma tentativa de proteção. Os fechados em seus círculos
se isolam do país e vão se alienando. Depois, podem ser surpreendidos e
não entendem por quê. Boa parte do mercado já percebeu isso e se blindou
contra narrativas.Os recordes de valorização das ações brasileiras são
prova de confiança na economia do Brasil real.Os dados de ontem do
IBGE confirmam essa confiança.
Há dias, o presidente da República esteve na região conhecida como
Cabeça do Cachorro. Um grupo de naturais da região expressou uma
reivindicação básica: conexão digital, wi-fi. Querem estar conectados ao
Brasil, aos demais brasileiros, querem acompanhar mais, querem ter a
liberdade de buscar informação — tanto que não pediram parabólica.
Querem liberdade para se informar fora da bolha.E dão exemplo aos que,
nas cidades, se fecham em suas bolhas.
Se oagronegócioe o governo brasileiros soubessem se defender um pouco melhor na guerra religiosa, e em geral suja, que há anos se dedica a destruir o sucesso da agricultura e da pecuária do Brasil nos mercados mundiais, bem que poderiam propor aos países europeus, os mais excitados em traficar a crença de que a soja e o boi estão acabando com “a Amazônia”, uma nova abordagem para este negócio todo.
Que tal, a partir de agora, a França, a Alemanha, a Inglaterra e outros passarem a aplicar em todas as suas propriedades agrícolas as mesmas regras e as leis que o produtor rural brasileiro é obrigado a obedecer aqui dentro – e obedece mesmo, ponto por ponto, sob pena de perder o seu negócio?
Pelo que dizem lá fora da gente, não deveria haver problema nenhum em se fazer isso, não é mesmo? Afinal, presidentes da República, primeiros-ministros, reis, rainhas, os funcionários que mandam nas organizações públicas, mais as classes intelectuais e a mídia, repetem há anos que o Brasil é uma terra de ninguém em termos de responsabilidade ambiental; aqui vale tudo. Bandos de bilionários andam por aí derrubando uma floresta por dia para socar soja, milho e boi em cima.
Não há lei nenhuma para controlar essa gente.
Os governos deixam fazer tudo – o governo atual, então, praticamente organiza incêndios no Pantanal e está mandando derrubar as últimas árvores da Amazônia. Em suma: é nisso que acreditam, ou que fingem acreditar.
Nesse caso, aplicar a lei brasileira na Europa não iria incomodar ninguém; tudo continuaria, lá, exatamente como é agora, pois leis que não existem não mudam nada. Não é assim? Mas aí é que está: as leis ambientais brasileiras existem, estão entre as mais duras do mundo e, se um dia pudessem ser aplicadas na agricultura e na pecuária dos países europeus, provocariam uma revolução.
Apenas uma exigência, uma só, à qual o produtor rural brasileiro já se acostumou, como está acostumado com o sol e a chuva: 20% da área de todas as propriedades rurais brasileiras (mais que isso, dependendo da região)têm de ser reservadas para matas.
O proprietário não pode tirar um galho de árvore nenhuma. Não pode ganhar um tostão com esse quinto da sua propriedade. Mais: se não houver mato na sua terra, tem de plantar, com dinheiro do seu próprio bolso, ou então comprar, também com dinheiro do seu próprio bolso, uma nova área só com árvores para juntar à sua terra. É óbvio que não recebe nenhuma compensação do Estado, nem abatimento de um centavo de imposto, pelo investimento que faz em favor do meio ambiente; ao contrário, a única coisa que recebe são multas a cada vez que a vigilância por satélite ou o fiscal detectam que está faltando alguma árvore que deveria estar lá.
Então: podemos sugerir, por exemplo, que o presidente Macron crie um esquema igual para a França – já que ele vive à beira de um ataque de nervos diante do agro brasileiro. O Brasil pode propor, também, que os agricultores europeus não cheguem a mais de 50 metros dos seus rios, nem toquem nas matas ciliares.
Melhor ainda: por que não aplicam por lá o novo “zoneamento econômico e ecológico” de Mato Grosso? Essa última criação dos ambientalistas militantes em nosso serviço público considerou 4 milhões de hectares do Vale do Araguaia como “zona úmida” e em “zona húmida”, por decisão dos autores do “zoneamento”, não se pode produzir nada, nem peixes criados em tanques de água.
Seria interessante ver o que aconteceria se os governos ecológicos da Europa declarassem “zonas húmidas” de 4 milhões de hectares nas bacias do Rio Sena, ou do Rio Reno, ou do Rio Pó – e botassem o povo de lá para fora.
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O embate entre os ministros Luiz Fux e Marco Aurélio Mello em torno da soltura de André Oliveira Macedo, o André do Rap, levou
quem entende das movimentações no Supremo Tribunal Federal a vislumbrar a
formação de uma espécie de bloco interno na Corte para tentar controlar
o poder (real e imaginário) de seu presidente.
A expectativa é de que Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski
e o próprio Marco Aurélio atuem em contraponto ao papel de “juiz de
revisão das decisões dos colegas” que Fux adotou desde sua posse no
comando do STF.
Ficou… Para além das discussões em torno do mérito ou não da soltura, a leitura na comunidade jurídica é de que a decisão de Luiz Fuxexpôs Marco Aurélio ao escrutínio das redes sociais e da opinião pública.
…largado.
Diante da ficha-corrida de André do Rap, será difícil achar, fora dos
círculos do direito, quem defenda a soltura dele determinada por Marco
Aurélio Mello (posteriormente derrubada por Fux).
Ofensiva. A comissão externa do Senado que acompanha os esforços para conter os incêndios no Pantanal
quer se reunir com Jair Bolsonaro na semana que vem para entregar a ele
o pedido para que o bioma seja incluído entre as atribuições do
Conselho da Amazônia até 2025.
Ajuda.A ideia é
que as ações de combate ao fogo e ao desmatamento na região sejam
contínuas e não apenas nos momentos de crise. A inclusão depende de um
decreto presidencial.
(.....)
Pode… O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) promete questionar na Comissão de Assuntos Econômicos motivo de a sabatina de Jorge Oliveira para o TCU já ter sido até agendada, sendo que a vaga só ficará disponível em dezembro.
… esperar.“Estão confundindo o Senado com agência de emprego, que faz cadastro de
reserva”, afirmou. Se não tiver sucesso na Casa, ele quer judicializar a
questão. Para o senador, a indicação ficou “eclipsada” pela de Kassio
Marques ao Supremo Tribunal Federal.
CLICK. Bia
Doria, primeira-dama de SP, na tradicional campanha de arrecadação de
cobertores e agasalhos do Fundo Social: 329.591 cobertores novos
recebidos.
Ibope confirma: realidade e racionalidade não definem
popularidade
[podem até não definir, mas apresentam o fato = popularidade = que não é para os que a desejam e sim para os que a conquistam, fazendo por merecer.]
O que o presidente Jair Bolsonaro,
o ex-presidente Lula e o presidente
americano,Donald Trump,
têm em comum? Chova ou faça sol, seus seguidores se mantêm firmes e fortes e,
quanto mais eles erram, mais bobagens falam, mais consolidam e ampliam sua
popularidade. É um fenômeno político que resvala para a seara religiosa, de
crença, de dogmas.
Quando a paciência do então ministroSérgio Morose
esgotou, a deputada bolsonaristaCarla Zambelli,
sua afilhada de casamento, ficou apavorada: “Bolsonaro vai cair se o senhor
sair”. Pois é. Bolsonaro não caiu e, muito pelo contrário, não para de crescer
nas pesquisas. Se nem a queda de Moro o afetou, o que poderia afetar?
Pelo CNI/Ibope, a aprovação de Bolsonaro deu um salto de 29% para 40% e
a desaprovação caiu de 38% para 29%, entre dezembro de 2019 e agora. E o que
marcou esse período? A pandemia,
que já matou perto de 140 mil brasileiros e
milhões de empregos, [os empregos 'mortos' ficam em torno de UM MILHÃO - fruto das medidas erradas de isolamento, fechamento - tudo fora de hora - adotadas pelos governadores e prefeitos. Os milhões representam a soma dos quase 12.000.000 herdados pelo governo Bolsonaroe que já estava em processo de redução - sustado pela pandemia e adicionados ao pouco de mais de 1.000.000 gerados pelo desastre dos estados e municípios no controle da pandemia.]e as queimadas, que devoram aAmazônia, o Pantanal e
a confiança do mundo no Brasil. Os fatos, que seriam contra qualquer
governante, não atingiram Bolsonaro e ele até saiu lucrando. Seria simplista
atribuir isso só aos R$ 600.
Daí a comparação com Lula, que passou
incólume pelo mensalão, esquema engendrado e operado no Planalto, e pelo
petrolão, que resultou até em prisão, e levouFernando Haddad ao
segundo turno em 2018. Daí, também, a comparação com Trump, que mente,
tripudia, se lixa para direitos humanos, afugenta todos os principais
assessores, inclusive os militares mais graduados, mas dividiu a potência em
torno dele. Em 3 de novembro, os americanos não estarão votando entre Trump
e Joe Biden,
mas a favor ou contra Trump.
É o que ocorre neste momento no Brasil, com
o mundo e boa parte da opinião pública nacional aterrorizados com a ojeriza ou
descaso de Bolsonaro com educação, saúde, meio ambiente, cultura, política
externa, direitos humanos. A ponto de os opostos – agronegócio e ambientalistas,
bancos e cientistas, ex-ministros tucanos e petistas – se unirem para defender
a Amazônia. De quem? De Bolsonaro. Mas, apesar disso tudo, ele não só mantém
como amplia apoios.
Além do auxílio emergencial, Bolsonaro
cresce nas pesquisas porque deixou de ser o presidente que lidera manifestações
golpistas e faz tudo errado na pandemia e no meio ambiente para voltar a ser o
candidato que viaja pelo País, sobe no palanque e é fotografo sorrindo para
pequenas multidões. Só entra na boa. O que a população vê? Os governadores e
prefeitos correndo para lá e para cá, com as pessoas morrendo, as indústrias
com a corda no pescoço, as lojas fechando, shoppings e ruas populares às moscas
e milhões na escuridão do desemprego. E o presidente? Não está nem aí, não é com
ele.
E os filhos? Bem... com o governador do Rio
afastado, o prefeito do Rio inelegível, as denúncias de corrupção correndo
soltas, até no combate ao coronavírus, quem está preocupado com o 01, o 02, o
03, Queiroz, rachadinhas, fantasmas, dinheiro vivo, dezenas de imóveis? Ou com
interferência política na PF? [Já se percebe um certo movimento de preparação para a hegemonia total do Governo Bolsonaro.
Começa por alguns pretenderem interpretar de forma diversa uma decisão escrita, sacramentada, confirmada, ratificada, corroborada, que passa o protagonismo, o comando do combate ao coronavírus para estados e municípios.
Começa a tentar vingar a ideia de que houve má interpretação da decisão.]
O recado da pesquisa é claro: Bolsonaro se
salvou de Bolsonaro. Vai continuar perambulando de aglomeração em aglomeração e
colhendo os louros de não fazer nada. É um efeito religioso, de fé, de crença,
de dogma. A inteligência, a racionalidade e a realidade não movem moinhos, não
definem popularidade, muito menos eleições. Ele é um exemplo vivo disso.
Não foi uma boa para mim lá embaixo, pensava eu quando o
carro alcançava a Rodovia Reginaldo Rossi, saindo de Porto de Galinhas
para Recife. O trabalho duro transcorreu bem. Mas as notícias pareciam
me espancar. A mais importante delas, a decisão do Supremo de acabar com
a prisão para condenados em segunda instância. Já escrevi muito sobre isso. Sabia que esse seria o resultado. Achei
até que Toffoli se esforçou no jogo de cena para buscar uma atenuante.
Mas era a pura e simples queda da prisão em segunda instância que estava
em jogo. Com essa decisão e também com o bloqueio de investigações
sobre atividades financeiras, demos um passo atrás, depois de tanta
esperança popular no combate à corrupção.
Que sentido tem argumentar de novo? Agora é esperar as consequências,
não apenas na inquietação popular, mas também na vida política em
geral. Não voltamos à estaca zero. Mas foi uma guinada que interessa
àqueles que ainda esperam enriquecer com dinheiro público. Como se não bastasse, a grande pancada, Bolsonaro atingiu três vezes
minhas convicções, isso num prazo de 24 horas. No campo da cultura,
promoveu um diretor de teatro que ofendeu Fernanda Montenegro. O governo
não reconhece os grandes talento nacionais porque está envenenado pela
luta ideológica.
Bolsonaro decidiu ainda que vai mandar um projeto de mineração nas
terras indígenas. Compreendo que os militares veem uma vantagem
estratégica na exploração de minério na Amazônia. Tenho uma visão
estratégica diferente; além do mais, venho de Minas. Aprendemos a dizer:
olhem bem as montanhas. Não só no sentido de cuidar delas. Mas de
olhar mesmo porque elas desapareceram. Segundo a Constituição, será preciso uma lei complementar para
autorizar esse passo. Romero Jucá tentou muito. E não conseguiu ao longo
dos anos em que tive a oportunidade, entre outros, de combater essa
ideia.
Não contente, Bolsonaro revogou um decreto que proibia o avanço da
plantação de cana-de-açúcar no Pantanal. Um dos grandes defensores dessa
ideia foi o governador André Puccinelli, que ameaçou inclusive Carlos
Minc, na época ministro do Meio Ambiente. Puccinelli foi preso por
corrupção e deixou a cena. Romero Jucá não foi preso nem deixou totalmente a cena política.
Perdeu a eleição e foi várias vezes citado na Lava-Jato. De qualquer
forma, a luta desses dois políticos do PMDB é hoje recompensada pela
visão de Bolsonaro. Não se trata, como se vê, de um problema partidário.
São duas grandes questões que precisam ser respondidas com argumentos
adequados. Quero dizer:não basta ser contra a mineração nas terras
indígenas, mas é necessário também apresentar uma visão estratégica para
a Amazônia que seja mais interessante e moderna do que a velha
expectativa de enriquecer com o minério,quando outras fontes de riqueza
da produção do conhecimento e a indústria do turismo devem ser levadas
em conta. [em termos de curto prazo investir na indústria do turismo e na produção de conhecimento, não é um bom negócio para o Brasil - por enquanto com a promoção dos indígenas à condição de maiores latifundiários do Brasil, ficamos com grandes riquezas intocadas e que poderiam ser exploradas de forma não destruidora do meio ambiente e favorável à Economia nacional. Investir nas fontes sugeridas será manter a ociosidade total das terras das reservas e colocar mais dinheiro público para atender a um suposto desenvolvimento das novas fontes.] O Pantanal já teve canaviais no século XIX. Havia indústrias e quase 200 quilômetros de plantação. O Pantanal não acabou. Acontece que estamos no século XXI, e o Pantanal não é mais o mesmo.
Tornou-se mais vulnerável com os grandes incêndios, explorou suas
belezas naturais e sua fauna, tornando-se um polo turístico nacional.
Assim como a mineração nas terras indígenas, o crescimento de canaviais
no Pantanal não aparece hoje num contexto de falta de alternativas
econômicas.
Pelo que conheço do Congresso, não foi até hoje, nem será simples
agora, aprovar a mineração nas terras indígenas. É bandeira de
Bolsonaro? É. Mas significa de fato a aspiração da maioria dos
brasileiros ou a bandeira ficou meio dobrada diante de outras mais
sedutoras eleitoralmente? Combater a proposta de Bolsonaro não significa nem combater as ideias
da maioria. É combater uma visão minoritária sobre a Amazônia. Numa semana em que se apanha na Justiça, na cultura, nas propostas
antiecológicas de Bolsonaro, felizmente, como todos, segui trabalhando.
Idas e vindas na Rodovia Reginaldo Rossi. Ele tentou ser vereador e
perdeu. As derrotas nem sempre derrubam. Costumam dar um samba-canção ou
um bolero.
A Amazônia tem diante de si uma ameaça maior do que a cana, a do plantio de soja
As ameaças à floresta amazônica vão muito além do fogo e aumentaram
depois que as queimadas saíram de cena, em meio ao espanto internacional
causado pela omissão ativa do governo de Jair Bolsonaro. O desmatamento
continua crescendo a ponto de tornar inviável a meta de reduzi-lo em
80% até 2020, obrigação assumida pelo Brasil nas Conferências do Clima. O
governo brasileiro não só não está muito interessado nisso, como passou
a trabalhar ativamente para que a livre exploração de terras amazônicas
possa ocorrer sem entraves legais ou barreiras de nenhuma espécie.
[O Brasil, especialmente o Governo Bolsonaro, tem que ficar atento as interpretações xiitas sobre a Amazônia.
Se o objetivo dos xiitas é manter a Amazônia intocada, uma vitrine de luxo, destina a ser saqueada em um futuro próximo por ambientalistas estrangeiros, ela não serve os interesses soberanos do Brasil.
Condenam as queimadas, condenam a pecuário, condenam o plantio da cana, começam a falar mal da soja, condenam restrições eventuais ao abuso da imensidão das reservas indígenas - milhares de hectares para poucos índios - querem impedir qualquer atividade que traga o progresso para a região e propicie a melhora das condições vida dos que lá habitam, incluindo os índios.
Para completar o deputado Rodrigo Maia, passou a agir como INTERVENTOR GERAL SUPREMO da Amazônia, quando decreta: "vai
arquivar o projeto do governo para mineração em terra indígena, acha
“inacreditável” a moção de repúdio aprovada pela comissão presidida por
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) contra o presidente eleito da Argentina e diz
que preservar o meio ambiente é a forma de proteger a economia."
A Amazônia já é uma terra de ninguém, mesmo com proteção legal
existente, que é frágil, carece de recursos, pessoal e fiscalização.
Anteontem, o presidente Jair Bolsonaro, a ministra da Agricultura,
Tereza Cristina e o ministro Paulo Guedes, da Economia, por meio do
decreto 10.084, revogaram decreto de 17 de setembro de 2009, que
estabeleceu o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar e, em função
dele, normas para o financiamento do setor. O zoneamento excluiu a
possibilidade de exploração da cultura na Amazônia, no Pantanal e na
Bacia do Alto Paraguai.
O governo julga a legislação obsoleta, mas ela foi efetiva para afastar
mais um meio de pressão sobre a floresta e, tão importante quanto, criar
um selo verde informal para o etanol brasileiro como alternativa
bem-sucedida de energia mais limpa e menos agressiva ao ambiente. Graças
ao decreto, apenas 144 mil hectares, ou 1,5 % da área total plantada
com cana no país, estão na Amazônia.
A penada do governo em uma iniciativa bem-sucedida não resultará na
invasão da floresta por vastos canaviais porque boa parte da região é
inapta para o cultivo. Mas a ocupação produtiva nas franjas da floresta
ocupada por pastagens, por exemplo, empurrará os bois mais para dentro
da floresta, uma das linhas de frente do desmatamento contínuo da
região. A posição oficial é deplorável do ponto de vista ambiental e
visa continuar com o desmonte legal e institucional dos meios de
proteção da Amazônia, em nome da liberdade de produção sem freios. É
obscurantista e retrógrada, porque há uma grande quantidade de terras
disponíveis para isso fora dos biomas protegidos.
A Amazônia tem diante de si uma ameaça maior do que a cana, a do plantio
de soja, da qual o Brasil é o maior exportador mundial. Após contar com
o beneplácito do governo e do presidente Jair Bolsonaro, a Associação
dos Produtores de Soja abriu campanha contra a “moratória da soja”, um
acordo feito entre a Abiove (produtores de óleo vegetal) e 13 tradings,
entre as maiores do mundo, para que não fossem comprados e
comercializados grãos produzidos em áreas desmatadas após 22 de julho de
2008. O estopim para a campanha, que desembocará no Cade contra o
suposto cartel, que estaria impondo condições aos fornecedores, parece
ter sido a ação dos organizadores da moratória para barrar o avanço do
desmatamento a partir da nova fronteira agrícola do Matopiba (Maranhão,
Tocantins, Piaui e Bahia) e no norte do Pará.
A moratória da soja tornou-se um caso de sucesso internacional. Na
prática, a área com soja no bioma amazônico desde 2006 mais do que
quadruplicou de 1,1 milhão para 4,66 milhões de hectares em 2018 (Valor,
7 de novembro), mas dentro de padrões ambientais aceitáveis. A Aprosoja
argumenta que têm o direito de desmatar até 20% da propriedade no bioma
amazônico e em 65% no Cerrado, e que não podem ser discriminados por
isso. A esse argumento fez eco um secretário da Casa Civil, Abelardo
Lupion, que disse que era preciso “acabar com essa palhaçada da Abiove”.
O direito ao desmate precisa ser qualificado. 12% da soja cultivada na
Amazônia e no Cerrado, numa área de 2,6 milhões de hectares, ocorre em
imóveis sem Cadastro Ambiental Rural (Luís Paulo Guedes e Toby Gardner,
Valor, 31 de outubro). Por pressão da bancada ruralista, foi aprovada
uma MP que acabou com o prazo legal para esse cadastramento.
Destinar dinheiro do Fundo da Amazônia para regularizar terras de
grileiros, abrir as áreas indígenas para mineração e outras atividades,
restringir a ação do Ibama contra madeireiros ilegais são ações que se
sucedem sem parar, fruto de planejada e insistente intenção de pôr fim a
restrições legais à exploração privada sem limites dos recursos
naturais do país. A soja, porém, é o carro chefe das exportações
brasileiras de commodities.O prejuízo pode ser é severo.
O Brasil tem floresta até
demais, mas a sua capacidade de cuidar dela é miserável. Eis aí o
desastre real. Não há por que inventar desastres que não existem
Que tal, em vez de indignar-se
automaticamente de um lado ou de outro, ir ver o que está realmente
acontecendo? (Claudia Martini/Futura Press/Folhapress)
Há uma porção de opções ao seu dispor para tomar uma posição
sobre a questão da Amazônia e da sua floresta. Numa ponta, há um mundo
de gente convicta de que a Amazônia está sendo destruída pelo fogo neste
exato momento e de que essa calamidade, entre outras coisas, vai
impedir daqui a pouco a população mundial de respirar. A solução
sugerida, nessa confederação de ideias, fantasias e interesses que
anuncia a breve transformação em deserto dos 4 milhões de quilômetros
quadrados hoje cobertos pela mata amazônica no Brasil,é alguma
modalidade até agora não esclarecida de “intervenção internacional”—
afinal, dizem, a Amazônia é uma propriedade comum “da humanidade”.Como?
Via ONU ou via outra força qualquer que também ainda não está definida
com clareza. Na ponta oposta, há o bloco dos que classificam todos os
alertas sobre os riscos ambientais existentes na região de conspiração,
estrangeira e interna, contra o Brasil, com propósitos políticos,
econômicos e ideológicos. Entre as duas, há cinquenta tons de cinza.
Vai aqui uma sugestão: que tal, em vez de indignar-se automaticamente
de um lado ou de outro, ir ver o que está realmente acontecendo? Não é
assim tão complicado. Basta tomar nota de quais são exatamente os fatos,
primeiro — e só dar a sua opinião depois. A Amazônia, afinal de contas,
é uma realidade com existência física; não é uma causa. Faz parte do
mundo das coisas, e não do mundo das ideias, e tudo o que acontece
dentro de seus limites pode ser atestado pela verificação objetiva dos
fatos. A região amazônica pode ser definida pelo seu bioma — ou seja,
por um espaço geográfico que tem características específicas,
estabelecidas de acordo com critérios científicos, e não por crenças,
desejos ou atos administrativos. Todos, naturalmente, têm direito às
próprias opiniões — mas não aos próprios fatos, como dizia um antigo
sábio político americano. Eles são o que são. Parece sensato, assim,
tentar entender o problema a partir da razão. Ou há alguma ideia melhor?
A razão mostra, com base na constatação material dos fatos, que o
Brasil é o país que mais conserva as suas florestas, mesmo porque não há
mais florestas na maioria dos países — e o que sobrou são desertos
verdes cobertos quase totalmente pelo mesmo tipo de vegetação, com
baixíssima diversidade e reduzido interesse para o equilíbrio ambiental.
É preciso, já de saída, fazer a diferença entre o bioma amazônico e uma
coisa chamada Amazônia Legal. O “Bioma Amazônia” é a Amazônia de
verdade, onde existe floresta de verdade. Tem 4,2 milhões de quilômetros
quadrados e representa, muito simplesmente, a metade do território do
Brasil. A “Amazônia Legal”, com 1 milhão de quilômetros quadrados a
mais, é apenas uma ficção burocrática, nascida de manobras tributárias —
e engloba um espaço geográfico muito maior que o da mata verdadeira
para permitir que as áreas ali localizadas ganhem vantagens no pagamento
de impostos.
Nas contas que correm o mundo, essa Amazônia de papel, com mais de 5
milhões de quilômetros quadrados e onde entra até o Pantanal, é a que
vale. Obviamente, a “devastação” anotada ali é muito maior do que na
floresta verdadeira. Como poderia ser diferente se os cálculos de
“desmatamento” incluem regiões já cultivadas e utilizadas pela pecuária
há mais de cinquenta anos? O que interessa mesmo, em termos de mata com
árvore, galho e folha, é o Bioma Amazônia.Já estão preservados por lei
65% de toda a área ocupada por ele — não se pode mexer mais ali, nunca
mais, mesmo porque boa parte disso são terras indígenas, parques
nacionais, espaços do Exército. Esse mundo de floresta pode até crescer;
diminuir não dá mais. A verdade, em suma, é que a vegetação nativa na
Amazônia ocupa mais de 350 milhões de hectares —uma área em que
caberiam dezessete países da Europa, do extremo norte da Suécia ao
extremo sul da Itália, de Portugal à Polônia.
O verdadeiro problema, na verdade, é o exato contrário da visão
vendida mundo afora. O Brasil tem floresta até demais — mas a sua
capacidade de cuidar dela, e cumprir as leis que a protegem, é
francamente miserável. O Estado não tem nem aviões-bombeiros para
apagar incêndios. Não consegue dar documentação aos mais de 500 000
pequenos proprietários de terras que vivem ali. Não é capaz de evitar o
desmatamento ilegal. Não atende às necessidades sanitárias básicas de
seus 25 milhões de habitantes. Eis aí o desastre real. Não há nenhuma
necessidade de inventar desastres que não existem.