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sábado, 2 de junho de 2018

Personagem da semana: a batata



Um desabafo franco do tubérculo que sumiu das prateleiras 

Empoderadas pela greve dos caminhoneiros, nós, batatas, atingimos uma valorização de 150%. Nossa autoestima está quente. Conquistamos nosso lugar de fala e também queremos fazer nossas reivindicações. Disputaremos narrativas com coxinhas, mortadelas e pamonhas que pedem intervenção militar.  Primeiro, é importante deixar claro que o sistema nos oprime. Uma penca de expressões e piadas reforça preconceitos contra nós ao longo dos séculos.  Vamos aos fatos: nossa reprodução é uma atividade malvista pela sociedade desde que “vai plantar batata” virou xingamento. Um sujeito descadeirado pode ser descrito como um saco de batatas sem que ninguém seja repreendido por isso. E ninguém contesta o tétrico estereótipo construído pelo Sr. Cabeça de Batata.

Machado de Assis, talvez o maior escritor brasileiro, contribuiu para o nosso mau agouro ao cunhar a irônica expressão “ao vencedor, as batatas”. Sem falar no tom pejorativo que ganhou a poesia “batatinha quando nasce/ se esparrama pelo chão”.  Não estamos representadas na novela das 9 da TV Globo. Não há conto de fadas em que a Rainha Má ofereça uma batata envenenada para a princesa. A carruagem vira abóbora. Popeye come espinafre. Magali, melancia. A cenoura se envolveu num boato maldoso na carreira de Mario Gomes. “Morango do Nordeste” virou sucesso nacional. Enquanto isso, nem Romero Britto se digna a pintar uma batata. té mesmo para noticiar as variações da inflação, a imprensa se esparrama no clichê das variações de preço do pãozinho. Pagamos nossos impostos em dia, e o Datena nos ignora. Luciano Huck nunca ajudou um morador de periferia a abrir uma batataria gourmet.

Basta!
A greve dos caminhoneiros parou o Brasil: faltou comida, gasolina, remédios. Centenas de voos cancelados. Sabemos que os prejuízos estimados pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA) podem ultrapassar os R$ 6,6 bilhões. A situação expôs a fragilidade do governo Michel Temer, que já é mais impopular que uma porção de inhame no prato de uma criança.  Também colocou em xeque a política da Petrobras que — mesmo sendo um monopólio — flutua o preço dos combustíveis de acordo com o mercado internacional.
Tudo isso fez com que o caos se instaurasse por todas as classes sociais. Desde as famílias mais pobres, que não encontram itens de primeira necessidade, aos acionistas da Petrobras, que não encontram seus dividendos. Os áudios de WhatsApp, como de costume, deram conta de disseminar o medo generalizado.

É o que diz o poeta: não se faz uma revolução sem quebrar alguns ovos. Ou descascar algumas batatas.  É por isso que vamos lutar daqui para a frente. O povo brasileiro precisa conhecer nossa trajetória de luta!  Somos tubérculos de origem latino-americana sem dinheiro no banco e vindos do interior da Cordilheira dos Andes há cerca de 8 mil anos. Hoje, pela meritocracia, estamos em todos os continentes e somos o 4º alimento mais consumido no mundo. Muito provavelmente por causa da doutrinação comunista em nossas escolas, os jovens são privados do conhecimento de que batatas, quando plantadas, dão flores. Podem ser brancas, púrpuras ou rosadas — jamais vermelhas.  E mais: cada 100 gramas de batata possuem, em média, 65 calorias. Além de todas as vitaminas essenciais — exceto A e D. Disso a imprensa golpista não fala.
Por isso, apresentamos aqui uma lista de reivindicações. Michel Temer, sua batata está assando.

“Exigimos a criação do Dia do Orgulho Tubérculo e do
 Programa de Fritas Mínimas, em parceria com o senador Suplicy”
 
Os caminhoneiros pararam, as batatas minguaram, e os preços desembestaram. Em alguns mercados, o aumento superou 150% (Foto: CELSO PUPO/FOTOARENA)
 
 
1. Criação do dia do Orgulho Tubérculo
Batata é agro. Batata é tech. Batata é pop. Nesse dia, uma campanha em rede nacional vai elencar nossas qualidades.

2. Fritas Mínimas
Em parceria com Eduardo Suplicy, vamos estabelecer um programa em que toda criança poderá comer uma pequena porção de batata frita em todas as refeições.

3. Presença na cultura
Todos os imitadores de Carmen Miranda terão de respeitar uma cota de 10% para o empilhamento de batatas no chapéu. Caetano Veloso, que já fez até “Jenipapo absoluto”, ganhará incentivos fiscais toda vez que emitir opiniões sobre os mais variados tubérculos. Paulo Coelho será distribuído em todas as escolas públicas se escrever “Às margens da plantação de batatas, eu sentei e chorei”.

4. Nova política de preços
Também exigimos ser um monopólio, como a Petrobras. Queremos controlar a flutuação de preços, sem concorrência, para manter nossa valorização tão suada.

5. Aumento de impostos
Além de ajustar para cima toda a taxação de nossa cadeia produtiva, queremos a criação do ISM, Imposto Sobre Mordida.

6. Autossuficiência em batata
Temos todas as credenciais para entrar na política de Campeões Nacionais do BNDES. Wesley e Joesley não tinham nem metade de nosso potencial. Exigimos um financiamento gordo do BNDES para que — junto com o monopólio — a gente transforme o Brasil numa nação autossuficiente em batata.

7. Garantia de maioria no restaurante do Senado
Para compor uma base unida — seja ela frita, cozida ou rosti —, queremos pratos comissionados no restaurante do Senado.

8. Combate às fake news
 
Com frequência somos covardemente acusados de aumentar o colesterol, os triglicerídeos e de engordar. Não toleraremos mais ataques descabidos. Medidas legais serão tomadas.

9. Imunidade alimentar
Para não podermos mais ser acusados de crimes de indigestão.

10. Uma concessão nossa
Para deixar claro que não somos só exigências, também estamos dispostos a ceder. Isso se chama cidadania. Caso todos os nossos pontos sejam atendidos em 24 horas, vamos batalhar para alterar o slogan que pede a saída do presidente. Nossa nova proposta será “Frita, Temer”.
Caso contrário, vamos tomar medidas realmente drásticas. O povo brasileiro precisa ser avisado, pois o pior está por vir: bloquearemos roteadores para — pasmem — cortar o fornecimento de memes. Aí o bicho vai pegar.

 Revista Época


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Esse pessoal do #342, são, majoritariamente, do JÁ FORAM, do EX isso, EX aquilo e tentam sem sucesso voltar a ser; poderiam aproveitar e chamar o FHC

Movimento #342 grava vídeo contra intervenção federal do Rio

Artistas e ativistas do Movimento #342 também estão entrando na questão da intervenção federal na segurança pública do estado do Rio. Ontem,  reuniram-se  novamente na casa de Paula Lavigne e Caetano Veloso para falar sobre o tema. Dessa vez, fizeram o vídeo  denunciando, segundo eles,  "a farsa da intervenção militar no Rio, que foi   criada por Michel Temer para tentar sair do fundo do poço da popularidade". 

No filme, o grupo apresenta propostas para o caos da segurança pública no estado. Conta  com participação de Luiz Eduardo Soares, autor do livro que deu origem ao filme "Tropa de Elite",  o coronel reformado e ex-comandante geral da PM, Ibis Pereira, além de Camila Pitanga, Alinne Moraes, Sônia Braga, Letícia Sabatella, Nathalia Dill, Maria Padilha, Guilherme Boulos e o pessoal do Porta dos Fundos. 

Ancelmo. Com





domingo, 4 de fevereiro de 2018

A rotina do maior acampamento de sem-teto do Brasil e o fim de uma mentira: as lideranças falam em 8 mil famílias, quando lá vivem apenas 230 pessoas

Como se organiza a ocupação onde vivem 230 pessoas – e não 8 mil famílias – lideradas pelo maior expoente da esquerda pós-PT 

Num fim de tarde de um sábado de janeiro, as calçadas do Viaduto Mário Covas, em São Bernardo do Campo, estavam tomadas por homens, mulheres e crianças caminhando a pé. O viaduto corta a Rodovia Anchieta, em uma área erma da cidade incrustada na região metropolitana de São Paulo. Aqui as avenidas são largas, rodeadas por estacionamentos e fábricas. A multidão caminhava como se estivesse em procissão, espalhando-se também pelas ruas próximas. Vestiam vermelho e, em vez de cânticos, proferiam palavras de ordem. O destino de todos era o mesmo: a Rua João Augusto de Souza, único acesso a um terreno baldio de 70.000 metros quadrados da construtora MZM, onde hoje está o maior acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST.

De longe, do alto, o que se vê é apenas um mar de tetos de lonas pretas e coloridas potenciais residências de passagem de cerca de 8 mil famílias cadastradas na invasão, batizada Povo Sem Medo. Entretanto, apenas 230 pessoas vivem de fato no terreno. Naquele sábado, era dia de assembleia. Em meia hora, o descampado que fica aos fundos do terreno foi ocupado por cerca de 2 mil pessoas que receberam mensagens em um entre dezenas de grupos de WhatsApp de coordenadores da invasão, usados para mobilizar a turma. 

Criado em 1997, como um braço urbano do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MTST desvinculou-se do MST. É uma organização autônoma com presença em 14 estados. Oficialmente, não contabiliza o total de casas conquistadas por meio das ocupações de militantes. [o motivo salta aos olhos: o número de moradias conquistadas é mínimo e bem inferior ao 'oficiosamente' divulgado.
A propósito, manipular dados, sempre inflando-os é a tônica do movimento do agitador Boulos, tanto que transformaram um acampamento de passagem, usado por integrantes do movimento apenas para 'trânsito' - não permanecem nem por um dia ou um pernoite - são contados e o resultado apresentado como número de moradores.

O número dos que vivem por lá, na vagabundagem, é de apenas 230 desocupados, moradores de ruas;  as oito mil famílias são apenas cadastradas e muitas sequer sabem onde fica o considerado maior acampamento e há fundadas dúvidas se realmente este cadastro de oito mil é verdadeiro.]

Às 7 da noite, Joana Darc Nunes, uma das coordenadoras, subiu ao pequeno palco de madeira – que nunca é desmontado – para conduzir a reunião. 

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui


sábado, 6 de janeiro de 2018

Pergunta eliminatória

Com que cara o PSOL denuncia Bolsonaro enquanto celebra a ditadura chavista?


Pense nas clássicas perguntas eliminatórias. Existem as vitais (“está grávida?”, para receitar certas drogas), as pertinentes (“você já tem 18 anos?”, para servir bebidas alcoólicas), as burocraticamente tolas (“é ou foi filiado a um partido comunista?”, para conceder vistos americanos) e as infames (“define-se como negro?”, para aceitar a inscrição do candidato em concursos com reservas “raciais”). Eu sugiro aos jornalistas que escrevam nos seus blocos de notas (ok, jovens repórteres, nos celulares) uma indispensável questão eliminatória a ser formulada em entrevistas com figuras icônicas da esquerda brasileira: “e a Venezuela, camarada?”.

Na Folha (29/12/17), Marcelo Freixo, líder do PSOL, passou ileso. A entrevista navegou por Guilherme Boulos (“essa radicalidade é a melhor coisa que pode acontecer pro Brasil”), Lula (que circula “de braços dados com Renan Calheiros”), Sergio Moro (“não dá para achar que os fins justificam os meios”) e os direitos humanos (“quem trabalha com direitos humanos não trabalha com zona sul” do Rio), mas nadica de Venezuela. “Quem trabalha com direitos humanos” seleciona ditaduras virtuosas, autorizando-as a violá-los? –eis a pergunta, tão óbvia quanto esclarecedora, que nunca foi formulada.

Nicolás Maduro rasgou um véu diáfano em julho de 2017, trocando a Assembleia Nacional eleita democraticamente, de maioria oposicionista, por uma Constituinte chavista. A inauguração ditatorial foi saudada por uma nota do PSOL de “solidariedade à revolução bolivariana”. “Não há meio-termo”, alertava sinistramente o partido que junta no seu nome as palavras “socialismo” e “liberdade”.

Liberdade só para o partido governista, liberdade como privilégio –é essa a liberdade da “esquerda do século 21”? A pergunta ausente definiria o lugar político e filosófico de Freixo –e, ainda, do próprio Boulos, seu candidato presidencial.  A Venezuela converteu-se em Estado falido. Sob o chavismo crepuscular, as carências estendem-se até o universo dos alimentos básicos, dos itens de higiene cotidiana, dos remédios simples e materiais hospitalares rudimentares. O desespero popular, a violência policial e a corrupção pervasiva formam o caldo de uma guerra civil de baixa intensidade.

O “socialismo do século 21” produziu uma crise humanitária comparável à que aflige zonas de guerra no Oriente Médio e na África. Quantos saques de supermercados, quantos emigrantes, quantos mortos em corredores de hospitais depauperados serão necessários para que a Venezuela ingresse no diálogo político brasileiro? Com que cara o PSOL denuncia Bolsonaro e sua corja de saudosos da ditadura brasileira enquanto celebra a ditadura chavista?

Freixo conta que levou Boulos à casa de Paula Lavigne, “para conversar com setores da intelectualidade, do meio artístico”. Lá, perguntaram-lhe se “o que vocês fazem é invadir a casa de alguém?”. Imagino o sopro de angústia que atravessou a reunião dos com-teto (e que tetos!) do eixo Leblon/Lagoa.  Sei que o Brasil é um país paroquial, absorto, ensimesmado –mas Caetano Veloso pontifica sobre a Palestina. Ninguém perguntou nada sobre a Venezuela? Num ato público, em setembro, ao lado de representantes consulares venezuelanos, Boulos qualificou o regime de Maduro como “o bastião da resistência na América Latina”. É esse o teu candidato, Freixo?

A pergunta que a repórter da Folha não fez é sobre o Brasil –mais precisamente, sobre a natureza da esquerda brasileira. Nem todos, nesse campo, estão dispostos a reproduzir o discurso liberticida de Boulos –mas quase todos preferem calar.  A pergunta eliminatória cumpre a função indispensável de fazê-los falar, marcando um divisor de águas. Com Maduro ou contra ele? Os segundos têm um lugar legítimo no nosso debate público. Os primeiros são Bolsonaros, apenas com sinal invertido.

*Demétrio Magnoli é sociólogo

sábado, 4 de novembro de 2017

Quando os chacais, hienas e ratos puderem se candidatar, escolherão o PT ou o PSOL - neste caso com assessoria do terrorista incendiário Achiles Lollo

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)Guilherme Boulos, queridinho da mídia alternativa e de artistas globais, está em evidência na grande imprensa por conta principalmente de duas notícias: a Ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo, e a possibilidade dele ser candidato à Presidência da República pelo PSOL ou pelo PT se Lula estiver impedido de concorrer por causa das condenações judiciais decorrentes da Operação Lava Jato. Mas, afinal, quem é e o que pensa Guilherme Boulos? O #ProgramaDiferente vai fazer uma série de reportagens especiais com os principais presidenciáveis de 2018. Assista.

A ação do MTST em uma área particular no ABC ocupada por cerca de 8 mil famílias ganhou as manchetes nesta semana pelo apoio manifestado por partidos de esquerda e um grupo de artistas liderados por Caetano Veloso, que faria no local um show exclusivo para os manifestantes, mas acabou impedido pela Justiça. O Ministério Público, a Polícia Militar e a Prefeitura de São Bernardo alegaram falta de estrutura e de segurança para a apresentação do cantor.
O jovem Virgilio Mattei, pouco antes de morrer carbonizado no atentado praticado por Lollo, um dos criadores do PSOL

[talvez alguns desavisados tenham esquecido quem foi Achiles Lolo: terrorista italiano Achiles Lollo - que entre outros delitos tocou fogo, com gasolina, em um casal e duas crianças;
Lollo de inicio foi assessor do PT, mas, nem o partido PERDA TOTAL conseguiu tolerar o covarde terrorista, que agora presta assessoria ao PSOL. 
 
Aos 35 anos de idade, o ativista Guilherme Boulos é uma das principais lideranças surgidas dos movimentos sociais e vem sendo apontado por muitos como possível sucessor eleitoral de Lula pelo carisma, pela formação teórica e pela capacidade de mobilização. Filósofo, professor e escritor, filho de um renomado professor de medicina da USP, sabe como ninguém manipular a mídia e seus seguidores de MTST, que ganham pontos por atividade cumprida. [manipular petista, psolista, bandido dos movimentos sociais terroristas oligopolista e cão vira-lata é coisa fácil - o dificil mesmo é evitar que roubem, já que a exceção dos cães, os demais são em sua maioria ladrões e não merecem nenhum tipo de confiança.
Veja Lula, que ainda pretende ser o chefão dessa gente: agora faz tudo para se descolar do seu posta Dilma Rousseff.] Transita bem tanto entre os partidos tradicionais quanto nos movimentos pela renovação da política com viés esquerdista.

Fonte:  TV-destaque, TVFAP -


sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Afirmação de que portaria 1.129 facilita trabalho escravo é “fake news” esquerdopata, mas seduz

A verdade inquestionável é que texto aumenta o rigor contra o trabalho escravo para os criminosos e protege os inocentes da sanha ideológica de alguns “justiceiros”

Se eu não conhecesse a capacidade que têm as esquerdas de substituir a verdade por seu amor homicida à humanidade, eu me espantaria com o que está em curso. Mas eu conheço. E faz tempo. Tanto pior quando esses esquerdistas estão na pele de auditores fiscais do trabalho ou de integrantes do Ministério Público do Trabalho. Qual o busílis? O Ministério da área baixou a Portaria 1.129 que trata da concessão do seguro-desemprego a pessoas que tenham sido submetidas a trabalho análogo à escravidão e afins. A íntegra do texto está aqui. Tentem achar uma única linha que atente contra os interesses dos trabalhadores. Não há.

Inventou-se a mentira grotesca de que a portaria relaxa a investigação e flerta com os exploradores da mão de obra alheia. FHC caiu na conversa. Raquel Dodge, a nova procuradora-geral da República, caiu na conversa. A imprensa caiu na conversa. E, por óbvio, a Organização Internacional do Trabalho também. E todos eles caíram de pau num texto que nem sequer devem ter lido.

A exploração do chamado trabalho análogo à escravidão é um crime. Está no Artigo 149 do Código Penal, alterado pela Lei 10.803, de 11 de dezembro de 2003. Prevê pena de dois a oito anos a quem “reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”. A pena é aumentada de metade se o explorado é criança ou adolescente ou se o crime é cometido por “preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem”.

Esse é o único risco que corre o empregador? Não! O Artigo 243 da Constituição determina a expropriação da propriedade, se rural, para fins de reforma agrária. Mais: a Portaria Interministerial nº 2, de 12 de maio de 2011, do Ministério do Trabalho e Emprego e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República criou a “Lista Suja” do trabalho escravo. Quem integrar a dita cuja está perdido. Não vai mais conseguir empréstimo em banco público ou privado. Também estará proibido de vender a entes estatais.  Para os verdadeiramente culpados, as punições me parecem justas. E notem: uma portaria não teria o condão de mudar a lei. Mas esperem! O que caracteriza cada um daqueles dos termos do Artigo 149 do Código Penal? É justamente o que faz agora a Portaria 1.129. Ela define o que é “trabalho forçado”, “jornada exaustiva”, “condição degradante” e “condição análoga” à escravidão”.

Hoje, isso fica para o juízo, com larga margem de subjetividade, do auditor fiscal do trabalho, que é ligado ao Ministério da área, e dos representantes do Ministério Público do Trabalho. Sim, há histórias horripilantes de, diria eu, escravidão propriamente, não apenas de “condição análoga”, mas também há uma fila imensa de casos escancarados de abuso de autoridade e de confusão entre rigor técnico e alinhamento ideológico. 

A portaria exige detalhamento e provas da infração, incluindo fotos. E impede que o nome do empregador seja lançado na lista suja até que não se conclua o processo. Tal atribuição será do ministro do Trabalho, mas não como ato discricionário. Leiam a portaria e vejam as etapas da investigação. Ao contrário do que alardeia a gritaria que está por aí, a portaria torna mais difícil a vida do eventual criminoso que explora trabalho degradante. A partir da 1.129, o auto de infração já enseja, simultaneamente, uma investigação criminal. Mais: a Polícia Federal será chamada a participar das ações e há uma elevação da multa que pode chegar a 500%.

Qual é a razão da histeria, então? Simples e fácil de responder: a partir de agora, não basta que o auditor fiscal do trabalho, frequentemente em parceira com um membro do Ministério Público da área, decida olimpicamente o que é e o que não é cada uma daquelas formas de degradação da mão de obra. Estreitou-se a margem de subjetivismo e discricionariedade. A reação que está aí, lamento, nada tem a ver com a proteção ao trabalhador. Trata-se apenas de uma corporação lutando para manter prerrogativas que foram sendo arrancadas no berro e ao arrepio da lei.

No fim das contas, esses senhores estão reclamando porque também eles estarão submetidos ao império da lei.  A pressão sobre o governo para revogar a medida é grande. Daqui a pouco, o Caetano Veloso e a Paula Lavigne vão dizer o que acham do assunto. É possível que os outros “zartista” também resolvam entrar no debate. Espero que o governo Temer não recue. Em defesa dos trabalhadores. Em defesa dos empregadores. Em defesa da lei.

E, podem esperar, em “O É da Coisa”, a partir das 18h, volto ao assunto. Ainda há muito a dizer a respeito.

Fonte:  Blog do Reinaldo Azevedo

  LEIA TAMBÉM: PELA ORDEM! Pesquisa que aponta SP como a cidade em que mais se estupra é uma fraude

Fraude pior que a do estupro é a criada pelos fiscais do trabalho


segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Menos ética e mais estética no Brasil! Caetano e Gisele para a Justiça e o Meio Ambiente! E já!

Deixo como alternativa para o cantor uma vaga no STF, no lugar de Barroso, que vai fundar uma ONG progressista, e as Minas e Energia para a modelo

Sim, vou escrever mais tarde. Por enquanto, digo apenas o que quero: as demissões de Torquato Jardim e Zequinha Sarney e as nomeações de Caetano Veloso e Gisele Bündchen, respectivamente, para a Justiça e o Meio Ambiente. Podemos pensar alternativas: Roberto Barroso renuncia ao Supremo e abre uma ONG “progressista”, e Temer indica Caetano para o tribunal. Gisele também pode aspirar ao Ministério de Minas e Energia.

Caetano, como se sabe, anda opinando bastante na área do direito. Seu professor é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Mas quem canta melhor? Aí que está! Entenderam?  Eu quero Caetano na Justiça ou no STF para ver se ele volta a compor e a soltar seus trinados. Admito ser um raciocínio meio raso, mas o próprio cantante não me deixa alternativa: se, como membro da categoria “DOZARTISTA”, ele opina sobre Código de Processo Penal, impedimento de juiz, habeas corpus, prisão preventiva, impeachment, eleições diretas e fala, invariavelmente, bobagem —. quem sabe, exercendo um cargo público, o cabra se dedique à sua profissão original.

Gisele, bem, Gisele… O que vocês querem que eu diga? Dançou, Zequinha, já era! Chegou-me a sua indignação com a questão da reserva mineral, de que ainda falarei.  Ficou claro que ela, a exemplo de quase todo mundo que opinou a respeito, não sabia do que estava falando. Deve ter acreditado em André Trigueiro…

Bem, a exemplo de Caetano, eu a quero ministra em nome da arte, não do que ela sabe sobre clorofila, minas de cobre ou exploração do ouro.  Ah, sei lá, gente, estou pensando em lançar um movimento na política: “Menos ética e mais estética”.  Menos ética? É! Considero aético o indivíduo usar de sua projeção pública adquirida numa determinada área para opinar sobre outra, da qual nada sabe.
Não parece bom!

Blog do Reinaldo Azevedo
 

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

No ato com Caetano, artistas e juízes em apoio a Bretas, ninguém assume a vírgula mal colocada

Apoio à Lava-Jato no Rio une grupos que estavam em lados opostos no impeachment de Dilma

Empunhada por Caetano Veloso, por outros artistas e pelo juiz federal Marcelo Bretas, a faixa de apoio ao magistrado fluminense, exibida no ato de desagravo a Bretas e de crítica ao ministro Gilmar Mendes, do STF, chamou a atenção por um detalhe sem relação com os debates jurídicos: o uso errado da vírgula, separando sujeito do verbo na frase "O Rio, está com você" (sic).
 Marcelo Bretas, Caetano Veloso, juízes e outros artistas empunham a faixa de apoio ao magistrado, com a vírgula indevida - Márcio Alves / Agência O Globo

O escorregão gramatical rendeu comentários irônicos na internet desde a última quinta-feira. Entre artistas, políticos, juízes, procuradores e movimentos sociais presentes ao ato, ninguém assume a autoria do tropeço. Participantes do evento contaram que os dizeres foram levados pelo movimento Vem Pra Rua, que ajudou a promover o desagravo junto da Associação de Juízes Federais (Ajufe) e da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O Vem Pra Rua tira a vírgula equivocada de seu colo.
- Não era nossa a faixa. Nós levamos duas faixas, uma bem maior, que por ser muito grande não foi usada para a foto, e outra menor ("Precisamos de mais Moros e Bretas e menos Toffolis e Gilmars"). Mas, como tinha o nome do Gilmar Mendes, assessores da Justiça Federal pediram para ela não ser usada na foto, porque o Bretas estaria ali também. Algum cidadão levou essa faixa, que acabou indo para a foto. Na hora ninguém reparou nem comentou a vírgula - explica Adriana Balthazar, coordenadora do Vem Pra Rua no Rio.

O grupo de artistas (além de Caetano, estavam Paula Lavigne, Lucinha Lins, Christiane Torloni, Marcelo Serrado, Paula Burlamaqui, Thiago Lacerda, entre outros) havia levado uma faixa com os dizeres "Bretas, tamo junto", que foi substituída na hora do registro dos fotógrafos.

Além dos juízes e procuradores, estavam presentes políticos da Rede (o senador Randolfe Rodrigues e o deputado Alessandro Molon) e do PSOL (os deputados estaduais Marcelo Freixo e Eliomar Coelho). O desagravo a Bretas acabou unindo grupos que estavam em lados opostos na conjuntura política brasileira há pouco mais de um ano. Caetano Veloso, Paula Lavigne, Randolfe, Molon e o PSOL foram contra, por exemplo, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, enquanto o Vem Pra Rua foi um dos movimentos que organizaram as manifestações de rua que pressionaram pelo afastamento da petista.
No apoio às ações da Lava-Jato no Rio, todos se posicionaram junto do juiz Marcelo Bretas, numa convergência pontual no Rio. - Queria muito ver se eles estariam num ato de apoio ao Moro em Curitiba. Duvido. Mas aqui no Rio tem essa convergência, que bom - ironizou um dos integrantes do Vem Pra Rua. - Convidamos todos eles a irem pras ruas com a gente no domingo - completou, em referência aos atos "Contra a Impunidade e Pela Renovação" que o Vem Pra Rua está convocando em todos o país para este domingo.

Fonte: O Globo


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Quando até a indignação é corrompida



Um grupo de atores e artistas liderado por Caetano Veloso, criou o blog “342 Agora” e produziu um vídeo convocando a sociedade para mobilizar congressistas a aprovarem o processo contra Michel Temer. Com estudada indignação, proclamam frases como:

• Ele merece ser julgado pelos crimes que cometeu;
• Qualquer cidadão que está sob suspeita tem que ser investigado, por que teria que ser diferente com o presidente da República?
• Eu posso ser investigada, você pode ser investigado, ele tem que ser investigado;
• Um presidente ser acusado de corrupção passiva, formação de quadrilha e obstrução da justiça, não dá!
• Agora é deixar de lado nossas diferenças e se juntar por uma causa que é importante: o Brasil.
• O futuro do Brasil depende de você.

Tudo muito certo, mas não recordo de ter ouvido qualquer desses senhores e senhoras expressando indignação com os bilhões de reais desviados para contas privadas, para operadores partidários, para dirigentes de estatais com rateios previstos entre partidos, sempre cabendo ao PT a maior quota-parte. Não ouvi um murmúrio sequer que pudesse ser entendido como decepção com o Bolsa Magnatas distribuída a figuras como Eike Batista e os irmãos Wesley e Joesley, com as contas-correntes nas grandes empreiteiras, com o conteúdo das delações que nominam pessoalmente dirigentes do PT, do PMDB, do PP (todos com 13 anos de serviços prestados ao governo petista). Nem um pio deram quando a Petrobras, tendo Dilma Rousseff como presidente do Conselho Deliberativo, fez a negociata de Pasadena, ou quando o BNDES jogou bilhões de reais nossos no poço sem fundo dos comunistas cubanos e venezuelanos, e de ditadores companheiros mundo afora. Uma cortina de silêncio parece encobrir de seus ouvidos o que as delações berram quase todo dia.

Muito oportunista, portanto, essa empolgação moral. Sobreviveram sem qualquer incômodo através de uma década inteira de falcatruas, de inusitadas fortunas que luziam ante os olhos mais distraídos, de famílias inteiras, como a Da Silva, que saíram do subemprego para o mundo dos grandes negócios. Agora, que a acusação recai sobre o odiado Michel Temer – o primeiro a sentar na cadeira que tinham como sua para sempre – retomam o discurso golpista que grita “Fora!” a qualquer um que apoie o traseiro onde querem sentar.

Quando o Congresso Nacional, em constitucional e prévio juízo político assim decidir, responda Temer por todos os crimes que tenha cometido. Celebrarei o evento! Mas não venham os irados do blog “342 Agora” com essa indignação de meia boca, hipócrita, corrompida, cuja exclusiva finalidade é atender suposta conveniência de quem comandou o maior esquema de corrupção política da história nacional.




Fonte:  Percival Puggina