Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador vírgula. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador vírgula. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 31 de março de 2023

Sherloques de picadeiro - Augusto Nunes

Revista Oeste

Todo detetive de agência de checagem quer ser, quando crescer, mais um Jornalista Investigativo que nada apura 
Ilustração: Shutterstock
 
Ilustração: Shutterstock
 
Na tarde deste 29 de março, um recado por e-mail desembarcou na redação da Revista Oeste. A primeira linha tem uma palavra só: Prezados. Assim mesmo: Prezados, no plural e sem o acompanhante obrigatório. O plural sugere que o texto foi endereçado a mais de um vivente, mas a ausência de nomes impossibilita a identificação dos destinatários. 
Também o remetente refugiou-se no anonimato. Depois de um entediado “Att” na penúltima linha, aparecem três palavras — Equipe Aos Fatose o logotipo dessa obscenidade parida pelos discípulos de Lula: a agência de checagem.

O palavrório se divide em três parágrafos, reproduzidos abaixo em negrito, com apartes do colunista entre uma e outra sopa de letras.

“Estamos fazendo um especial investigativo que reuniu mais de 690 conteúdos desinformativos ou golpistas virais que circularam desde o segundo turno das eleições e até a invasão dos prédios dos Três Poderes no dia 08/01. Entre os conteúdos estão trechos de vídeos da Revista Oeste em que seus comentaristas disseminam desinformação ou defendem pautas golpistas.”

Vamos lá. O que é um “especial investigativo” Um trabalho escolar? 
Uma composição à vista de uma gravura? 
Um teste eliminatório para o ingresso num curso de formação de detetives? E por que o “virais” depois do “golpistas”?  
Querer derrubar o governo já é uma enormidade. Espalhar tamanho ato antidemocrático pela internet é coisa para 20 anos de prisão preventiva e 30 de domiciliar (com tornozeleira e sem passaporte), além da multa de US$ 15 milhões (por semana). 
O “e” entre eleições e até só existe em discurso de lulas e dilmas. 
O zero antes e 8 e do 1 é tão dispensável quanto revelador: quando se trata de datas, o zero à esquerda é apreciado apenas por gente que vale menos que um zero à esquerda.
Por que o deserto de vírgulas? O poeta Ferreira Gullar ensinou que a crase não foi feita para humilhar ninguém. Nem a vírgula, parece desconfiar o autor do recado. 
Quando não se sabe onde colocar os sinaizinhos, melhor assassiná-los. Mas uma dupla de vírgulas sobreviventes geme nos curtos parágrafos seguintes:

“Dessa forma, gostaríamos de abrir espaço para a revista se posicionar sobre o assunto”.

Posicionar, posicionamento e outros palavrões do gênero só servem para revelar a posição do orador: está de cócoras para Lula e no meio do bando que voltou à cena do crime.

“Nosso prazo para publicação é hoje (29/03) até as 19h. Caso não consigam responder dentro do prazo, podemos incluir o posicionamento posteriormente sem prejuízo.”

O prazo concedido pelos sherloques de picadeiro já se esgotara quando o e-mail foi repassado à direção de Oeste
Nenhum problema, consola a agência, que se dispõe a examinar “o posicionamento posteriormente sem prejuízo”. 
Sem prejuízo do quê?, perguntaria qualquer professor de português convidado a avaliar o palavrório insolente — antes de castigá-lo com o merecidíssimo zero com louvor.

A cópia em papel do recado já decolava rumo à lata de lixo quando bati os olhos num aviso no rodapé: “Viu algum conteúdo suspeito nas redes? Fale com a Fátima”. Acabara de ver um conteúdo mais que suspeito: a mensagem é uma sequência de agressões à Constituição, à democracia, à liberdade, ao idioma, à moral e aos bons costumes. Estava pensando na conversa com a Fátima quando notei que também é sigiloso o paradeiro dessa misteriosa padroeira dos caçadores de fake news.

Fórum Econômico Mundial
Oeste e a constante batalha contra a censura disfarçada de 
agência de checagem | Foto: Shutterstock
Pausa para a viagem no tempo. Aos 14 anos, estreei como redator da seção de nascimentos e óbitos do Nosso Jornal, semanário em que meu irmão mais velho mantinha uma coluna política. Ocorrida a primeira morte, Flávio me passou instruções. 
Cumpria-me investigar informações indispensáveis: o nome do defunto, a grafia correta, a idade e quantos parentes próximos deixara (além de avaliar pessoalmente o tamanho do enterro). No dia seguinte, a chegada ao mundo de mais um taquaritinguense expandiu o manual de regras. Além dos nomes dos pais e do dia do parto, era preciso investigar o peso do bebê e, com especial rigor, o prenome dos recém-nascidos. 
Já começara a praga dos Wellyngttons, das Myrellas e outras misturas de duplas consoantes com rabiscos com som de vogal ausentes do abecedário oficial.
 
Poucos meses num semanário do interior paulista bastaram-me para compreender que todo jornalismo é investigativo. Notícia sem apuração é como texto sem palavra: não existe. 
Por muitas décadas, pareceu-me claríssimo que não se pode separar os profissionais da imprensa entre os que investigam e os que nada apuram. Sempre houve bons e maus perseguidores da verdade. Mas todos os que exercem a profissão são jornalistas investigativos, certo?  
Não no Brasil, decidiram em 2002 os fundadores da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, a Abraji. 
É um clube reservado a Jornalistas Investigativos, com o J e o I em maiúsculas truculentas como nas manchetes de tabloides sensacionalistas europeus.

O silêncio cúmplice da Abraji, o fanatismo dos sindicatos lulistas e a covardia dos que se ajoelham diante de patrulhas ideológicas geraram o filhote repugnante autodenominado agência de checagem

De lá para cá, a entidade promoveu cursos de aperfeiçoamento, seminários e premiações, engordou abaixo-assinados ou manifestos, divulgou notas oficiais para comunicar à nação quem dizia a verdade e deu palpite em tudo, fora o resto. Só ficaram faltando descobertas históricas resultantes de investigações feitas por associados decididos a justificar a presunçosa denominação da entidade. 
Nos últimos 20 anos, assunto é que não faltou: Mensalão, Petrolão, revelações da Lava Jato, roubalheira institucionalizada, impeachment de presidente, prisão de intocáveis — pela primeira vez na história da imprensa brasileira, o dia começava com dois ou três fatos disputando a ponta da fila das notícias relevantes. 
Incapazes de enxergar as bandalheiras no lado esquerdo da estrada principal, os Jornalistas Investigativos se juntaram no consórcio que vigiava apenas a pista esquerda. Fecharam os olhos à ofensiva contra a liberdade de expressão.
Ignoraram as ilegalidades fabricadas por ministros do Supremo Tribunal Federal. 
Aceitaram a censura à imprensa. E se tornaram porta-vozes da verdade oficial.
Site da Abraji | Foto; Reprodução
O silêncio cúmplice da Abraji, o fanatismo dos sindicatos lulistas e a covardia dos que se ajoelham diante de patrulhas ideológicas geraram o filhote repugnante autodenominado agência de checagem. Conheço boa parte dos que chefiam esses aleijões.  
O fracasso nas redações os reduziu a carrascos da informação. 
Não admitem a existência de jornalistas que veem as coisas como as coisas são e contam o caso como o caso foi. Acusam de golpistas os genuínos democratas.

Às vezes o lado escuro parece perto da eternização no poder, mas acaba perdendo. Os farsantes perdem por ignorar que os fatos, embora frequentemente pareçam agonizantes, sempre prevalecem. A verdade não morre.

Nesta quinta-feira, foi enfim divulgado o “especial investigativo”. Trata-se de uma intragável salada de disparates. Entrei no grupo de desinformantes golpistas a bordo de trechos de vídeo confusos, inaudíveis e sequestrados do contexto. Segue um conselho para a misteriosa Fátima: caia fora do estranho mundo das agências. Vão todas morrer de safadeza investigatória.

Leia também “Lula e o PCC sonham juntos”

Augusto Nunes,  colunista  - Revista Oeste


domingo, 29 de agosto de 2021

As garantias “pétreas” do artigo 5º da Constituição que levam ao atraso - Sérgio Alves de Oliveira

Sem dúvida o maior obstáculo que existe para o desenvolvimento e prosperidade do Brasil está no “endeusamento" que a esquerda faz do artigo 5ª da Constituição Federal de 1988, que ela inspirou e  escreveu, após o término do Regime Militar, cujos infindáveis dispositivos,com incisos,letras e parágrafos, superam em “tamanho” toda a constituição dos Estados Unidos, escrita em 1789, composta por 7 (sete) artigos,acrescidos de 27 emendas.
 
São raros os temas de alta relevância previstos tanto na constituição, quanto na legislação infraconstitucional, que precisariam ser mudados para que o país desse um salto  do estado de atraso em que está rumo à prosperidade, mas  que acabam “esbarrando”,de uma ou outra forma,no que chamam de “cláusulas pétreas”,ou seja,em dispositivos constitucionais proibidos de alteração pela própria constituição.
 
Mas na verdade não existe em toda Constituição a expressão “cláusula pétrea”, relativa a nenhum dos seus dispositivos. O que são, ou não, ”cláusulas pétreas”, constituem meramente “temas” elencados no parágrafo 4º do artigo 60 da Constituição, ou seja, 
(I) “a forma federativa de Estado”;
II) “o voto direto,secreto,universal,e periódico”;
(III) “a separação dos Poderes”;e, 
(IV) “os direitos e garantias individuais”, os  quais, portanto, não podem ser objeto de  emenda, e também outras cláusulas pétreas  pétreas, eventualmente “inventadas” pelo tribunal “intérprete” da constituição,na medida dos seus interesses em jogo.
 
Portanto em matéria de cláusulas pétreas o que temos é uma constituição “escorregadia”, à mercê dos “Supremos Ministros”. Mas o “constituinte” de 1988 tem muita culpa por essa verdadeira “confusão” que provocou,e que em última análise forneceu  as “armas” para o Supremo “intérprete” da Constituição (STF) fazer dela o que bem entendesse, ”roubando”  os poderes naturais do Legislativo, e mesmo do poder constituinte derivado, sob o pretexto do poder exclusivo de “interpretá-la”.
A verdadeira “confusão” que fez o constituinte de 88 sobre essa matéria começa pela impropriedade da terminologia que escolheu. 
O inciso 4 do parágrafo 4ª do artigo 60 da Constituição, que preceitua que não podem ser objeto de emenda constitucional os “direitos e garantias individuais”,  não “fecha” com o Capítulo I, do Título II da CF, que se refere extensivamente  “aos direitos e deveres individuais e coletivos”. Não há como “separar”,  nas disposições do artigo 5º, o que são “direitos individuais”   do que são   “direitos e deveres coletivos”, não protegidos pela proibição de emenda. 
Portanto impõe-se a indagação: deveres individuais são cláusulas pétreas? E “direitos coletivos”? Seriam menos que os “direitos individuais”?
 
Mas além dessa “confusão” constitucional, volta e meia o Supremo “inventa” outras “cláusulas pétreas”, não protegidas pelo inciso IV do parágrafo 4º do artigo 60 da CF, sob a alegação de serem cláusulas pétreas “implícitas”. A confusão reinante em matéria constitucional é tão grande que não é nada raro o Supremo não gostar de uma lei qualquer e por esse motivo julgá-la ”inconstitucional”, sempre dependendo da “autoria” da provocação judicial, se parte  de um “aliado, ou não. Os partidos de esquerda “deitam e rolam” com essas medidas.
 
Quanto aos três primeiros incisos (I a III) do parágrafo 4ª do artigo 60 da CF, os mesmos não merecerão abordagem nesse texto porque são temas alheios à discussão em curso. Portanto absolutamente nada do que desejarem mudar relativamente  ao  artigo 5ª da CF será possível fazer sem ferir alguma “cláusula pétrea”. E sem que se mexa radicalmente nesse conteúdo constitucional, que só garante “direitos”, e não cobra nenhum “dever”, ou “obrigação”, numa legítima disposição  constitucional tradicionalmente de esquerda, do ~atraso~, jamais o país sairá do atoleiro político, moral, social e econômico em que se encontra. Por isso o “balanço” constitucional será sempre deficitário  em relação à prosperidade social e econômica, e concomitantemente “superavitário” em matéria de “assistencialismo”.  
 
Esse aspecto  deveria ser do maior interesse no projeto de nova constituição que está em andamento por iniciativa Deputado Federal  (SP) Luiz Philippe de Orleans e Bragança, descendente dos Imperadores Dom Pedro I e II, que por suas vezes devem estar dando cambalhotas nos seus túmulos em face do que os políticos “republicanos” que os sucederam fizeram do Brasil.
 
Mas tem uma saída para que se supere constitucionalmente essas “travas” sobre as cláusulas pétreas do artigo 5ª da CF. 
Bastaria a iniciativa  e a coragem de “riscar” da Constituição, mesmo que por meio de “emenda constitucional”, o inciso IV, do parágrafo 4ª,do artigo 60, da CF.     
Não se mexeria na “pedra” propriamente dita, no dispositivo constitucional “petrificado”, porém  no fundamento da “petrificação”, no agente “petrificador”. E não me venham, tanto a esquerda, quanto os “seus” Supremos Ministros, com o argumento “besta” de que essa mudança  estaria ferindo uma cláusula pétrea “implícita”. 
Valesse esse argumento, não haveria uma só “vírgula” na constituição capaz de fugir do risco de ser declarada “inconstitucional”,por estar protegida por cláusula pétrea.
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
 

sábado, 24 de julho de 2021

Mario Frias afirma que Museu da Língua Portuguesa ‘vandaliza’ cultura ao usar pronome neutro - Revista Oeste

Edilson Salgueiro

Entidade escreveu ‘todes’ em anúncio sobre retomada de atividades

O secretário especial da Cultura, Mario Frias, criticou o uso do pronome neutro “todes” pelas mídias sociais do Museu de Língua Portuguesa. “O governo federal investiu R$ 56 milhões nas obras do Museu da Língua Portuguesa, para preservarmos o nosso patrimônio cultural, que depende da preservação da nossa língua”, disse o secretário. “Não aceitarei que esse investimento sirva para agentes públicos brincarem de revolução.”
 [PARABÉNS ao ilustre Secretário Especial da Cultura,  por mais uma ação em defesa dos valores nacionais. Falta punir os que insistem em contrariar a legislação - a Língua Portuguesa é o idioma oficial do Brasil, o que torna seu uso obrigatório. A pretexto de discutir aberrações, tentam impor uma. O Decreto 6.583,de 29 de setembro de 2008 e o  Decreto Legislativo Nª 54, de 16 de abril de 1995,estabelecem o uso de uma ortografia unificada para a língua portuguesa.  
Os gestores que usarem dinheiro público para divulgação de aberrações e implantações de práticas ilegais devem ser punidos, no mínimo, com a demissão sumaria, e o ressarcimento aos cofres públicos dos recursos gastos com divulgação de atos de pouca vergonha.]

Frias garante que vai tomar as medidas necessárias para impedir que verbas públicas federais sejam utilizadas em propagandas ideológicas. “Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal”, asseverou.

A confusão
O Museu da Língua Portuguesa adotou a escrita de pronome neutro em seus perfis nas mídias sociais. Em 12 de julho, a instituição publicou um post em que aparece escrito o termo “todes”, apesar de ele ser inexistente nas normas oficiais do idioma.

Depois da repercussão negativa, a entidade se pronunciou em nota enviada ao jornal O Estado de S. Paulo.

“Desde sua fundação, em 2006, o Museu da Língua Portuguesa se propôs a ser um espaço para a discussão do idioma, suas variações e mudanças incorporadas ao longo do tempo. Sempre na perspectiva de valorizar os falares do cotidiano e observar como eles se relacionam com aspectos socioculturais, sem a pretensão de atuar como instância normatizadora. Nesse sentido, o Museu está aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra, cuja discussão toca aspectos importantes sobre cidadania, inclusão e diversidade.”

Leia também: “A estupidez da linguagem neutra”, reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 62 da Revista Oeste


sábado, 5 de junho de 2021

Os vigaristas da adversativa - Revista Oeste

Augusto Nunes

Se aparece uma notícia boa, os integrantes da tribo infiltram alguma ressalva desanimadora depois do ‘mas’ precedido pela vírgula 

 A ofensiva contra o presidente que se instalara no Palácio do Planalto em 1º de janeiro de 2019 não respeitou sequer a trégua de praxe, fixada em cem dias. Assim que foi divulgada a queda sofrida pelo Produto Interno Bruto no primeiro trimestre, o segundo foi sitiado pela tribo dos profetas agourentos. Entre o início de abril e o fim de junho, previram 999 em cada mil sumidades da economia espalhadas pela imprensa, ocorreria outro baque — e o Brasil mergulharia no pântano da “recessão técnica”.  
Nenhum dos especialistas explicou direito o que era aquilo, mas os textos em economês castiço deixaram claro que era coisa grave. E todos debitaram na conta de Jair Bolsonaro o desastre em gestação nos 13 anos de desgoverno do PT e parido em 2015 por Dilma Rousseff. Confrontados com o crescimento de 0,4%, jornalistas sérios se renderiam aos fatos. Os adivinhos de picadeiro não ficaram sequer ruborizados com o naufrágio das previsões. Trataram de imediatamente erguer com manchetes malandras um monumento à tapeação. INVESTIMENTO EMPURRA PIB, MAS RECUPERAÇÃO SEGUE LENTA, desconversou a Folha. 
PIB CRESCE 0,4% E SURPREENDE, MAS RETOMADA É LENTA, concordou o Estadão.

No blog que mantinha no site da Veja, registrei no dia seguinte a aparição de uma nova aberração jornalística: o vigarista da adversativa. Cada vez mais prolífica nas redações da imprensa velha, a espécie segue uma receita singela: quando aparece uma boa notícia que ameace melhorar a imagem do governo Bolsonaro e a vida do leitor, deve-se anabolizar uma informação secundária ruim, conferir-lhe o mesmo peso da que merece ocupar sozinha a manchete e, sempre depois de um “mas” precedido pela vírgula, infiltrar a ressalva que proíbe alegrar-se com o fato animador. (Em artigos e declarações entre aspas, a ordem se inverte: a mentira antecede a vírgula e só depois do “mas” a verdade emerge. Um exemplo: “Sou a favor da Lava Jato, mas acho que ocorreram exageros e irregularidades que comprometem a operação”. O palavrório identifica devotos da seita que sempre rezou pelo estancamento da sangria. Outro exemplo: “Reconheço que o PT errou, mas é preciso valorizar o legado social e econômico de Lula e Dilma”. A lenga-lenga pós-vírgula desnuda mais um comparsa da cavalgadura incapaz de dizer coisa com coisa e do corrupto juramentado que, ao contrário de Getúlio Vargas na carta-testamento, saiu da História para entrar na vida bandida.)

Se o presidente da República reaparecer sorrindo depois de um período de profunda depressão, exemplifiquei no artigo no blog, nossos campeões assim resumiriam o acontecimento: BOLSONARO PARECE ANIMADO, MAS LONGE DO ESTADO DE EUFORIA. 
Não havia exagerado, constatei num domingo de 2020 ao topar com a primeira página da Folha: SOB BOLSONARO, CRIME CAI E EMPREGO CRESCE, MAS ÁREA SOCIAL PIORA”. 
 
Quem efetivamente acredita que a área social melhora se a criminalidade aumenta e a taxa de emprego diminui é uma besta quadrada sem chances de sobreviver como jornalista profissional, certo? Errado. 
No caso do autor da manchete, trata-se de um sócio fundador do clube dos vigaristas da adversativa
Visto de perto, é mais um torturador da verdade disposto a tudo para impedir a divulgação de notícias que prejudiquem a luta contra a permanência no cargo de um governante eleito em 2018 pelo voto popular. Mas todos os integrantes da espécie capricham na pose de veteranos da guerra travada desde o berçário em defesa da democracia, da liberdade, da ética, da moral, dos bons costumes e do Lula Livre.

Nesta primeira semana de junho, os craques do estelionato informativo se viram subitamente sob o cerco de ótimas notícias, nenhuma delas antecipadas pelas editorias de economia. No primeiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu 1,2% em relação ao anterior (contra 0,6% da China e 0,4% da União Europeia). Instituições sérias revisaram prontamente seus cálculos e agora preveem que a taxa anual subirá para 5,5% em 2021. 
A bolsa de valores registrou uma alta sem precedentes, a cotação do dólar enfim caiu e foram criados em abril 121 mil empregos com carteira assinada. Atarantada com o excesso de notícias favoráveis ao seu Grande Satã, a tropa do quanto pior, melhor confinou os fatos restantes em espaços mofinos para concentrar-se o crescimento do PIB. Paralelamente, houve uma inovação estilística. Para introduzir ressalvas pilantras, os especialistas em tapeação só usavam “mas” (certamente por ser menor e bem mais familiar aos brasileiros que “contudo”, “porém”, “todavia” e demais irmãs). Era muito “mas” para uma página só, deve ter advertido algum soldado da desinformação. 
E ocorreu a alguém sugerir que o ponto e vírgula fosse promovido a conjunção adversativa. PUXADO POR EXPORTAÇÕES, CRESCIMENTO SUPEROU PROJEÇÕES DO MERCADO; CONSUMO DAS FAMÍLIAS FICOU ESTAGNADO, avisou o Estadão na edição de 2 de junho, no subtítulo da manchete dedicada ao salto do PIB.

A novidade estreou na Folha naquele mesmo dia, no subtítulo da manchete do caderno Mercado: PIB CRESCE 1,2%, ACIMA DO ESPERADO; SETORES QUE MAIS EMPREGAM, NO ENTANTO, AINDA PATINAM. Na manchete da edição, o jornal manteve a adversativa oficial: PIB SOBE E VOLTA AO PRÉ-COVID, MAS GANHO NÃO CHEGA A POBRES, berraram vogais e consoantes grávidas de ressentimento. A turma decerto achou pouco e engrossou o calibre. ECONOMIA VAI BEM; POVO MIÚDO VAI MAL, alertou o título do artigo de outro vidente decepcionado. A opção preferencial por notícias ruins, péssimas, desoladoras e apavorantes chegou ao clímax na página 4, no pé da coluna Painel

Ali foi reproduzida a interrogação que anda atormentando Eduardo Moreira, uma mistura de economista doidão e adestrador de cavalos que escoiceia fatos com medonha ferocidade: “Com milhões em insegurança alimentar e desemprego em alta, pergunto a quem comemora: você come PIB?”. Não se deve perder tempo com quem prefere o crescimento das multidões dependentes da cesta básica ao crescimento do PIB. Mas respondo: a menos que tenha sido adestrada por Moreira, qualquer mula sabe que quanto mais musculoso é o PIB de um país maior é o número de habitantes que conseguem comida.

Para os vigaristas da adversativa, 2020 é o ano que não deveria ter terminado. Eles fizeram o possível para matar de medo quem não morresse de covid-19. Ouviram nitidamente o som de milhares de tambores e clarins quando o primeiro coronavírus pousou no Brasil, quando a crise econômica se agravou ou quando o impeachment do presidente da República pareceu a alguns minutos de distância. Em 2021, a vacinação começou, a pandemia vai recuando, a esperança foi resgatada. 
Péssimas notícias para carrascos de informações animadoras. 
Se as coisas continuarem melhorando, vão todos acabar afundados na mais cava depressão.

Leia também “Negacionistas são eles”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste


sábado, 13 de março de 2021

PSOL discute abdicar de candidatura própria e apoiar Lula em 2022

Desde de sua fundação, o PSOL lançou quatro candidatos à Presidência da República: Heloisa Helena em 2006, Plínio de Arruda Sampaio em 2010, Luciana Genro em 2014 e Guilherme Boulos em 2018, que teve o pior desempenho, com pouco mais de 600 mil votos. [os três primeiros, desapareceram e o Boulos, tentou ser prefeito paulistano e perdeu.Tentou também ser síndico de um condomínio que invadiu, e perdeu.]

Fundado em 2004 a partir de uma dissidência do PT, o PSOL, pela primeira vez, discute internamente a possibilidade de abrir mão de lançar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2022 para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve seus direitos políticos e elegibilidade restabelecidos após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condenações do petista na Lava Jato.
 
[a notícia, pelo seu conteúdo e pelo absurdo da manchete, está entre as que sequer merecem ser lida.
Mas, decidimos transcrevê-la - é uma prova do quanto sem noção é o tal do Psol. Um apoio tipo o do perda total e do condenado petista, dependendo de outros apoios (o apoio isolado do perda total e nada são a mesma coisa) pode até ser considerado.
Mas esse partido discute abdicar de sua candidatura para apoiar o petista - caso esses consiga ser candidato - não muda uma vírgula, no primeiro e segundo turno, continua:  apoio do Psol = 0 = ZERO.]

O apoio ao petista ainda sofre resistências, especialmente dos líderes da legenda que foram expulsos do PT, mas o debate ganha volume nas instâncias internas. O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, é cauteloso ao tratar do tema. “A presença do Lula no debate público reforça a luta da oposição contra o Bolsonaro, mas defendemos que essa discussão (sobre definição de candidaturas) seja travada no momento certo. Queremos criar um espaço formal para discutir a unidade com os partidos”, disse Medeiros ao Estadão.

Em caráter reservado, porém, lideranças do PSOL admitem que o partido nunca esteve tão perto de apoiar um nome do PT numa disputa presidencial – caso Lula concorra mesmo –, apesar da resistência da ala mais “radical” da sigla.

MSN - Notícias


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O príncipe autoritário e a prefeita negra - Augusto Nunes

 Revista Oeste

O palavrório insultuoso de Doria tropeçou na elegante altivez de Suéllen

A jornalista Suéllen Rosim, 32 anos, é prefeita de Bauru por ter convencido grande parte do eleitorado de que estava mais preparada que os adversários para solucionar os principais problemas da cidade. O mais antigo é a escassez de água potável. Esse pode ser resolvido com verbas e métodos modernos. O mais recente é a pandemia de coronavírus. Esse é bastante complicado.

Se ainda não apareceu a estratégia perfeita para o combate à covid-19 em nenhum município, ninguém pode dizer com segurança o que deve ser feito num município cuja economia, afetada pela carência de indústrias, se ampara no vigor do comércio e do setor de serviços. É o caso de Bauru. Ao longo da campanha, Suéllen defendeu sua opção para reduzir perdas e danos: fortalecer a franzina rede hospitalar e, simultaneamente, adotar rígidas normas de distanciamento social que evitassem a paralisia por períodos extensos demais dos alicerces econômicos de Bauru. É o que ela tem tentado fazer desde 1º de janeiro, quando assumiu o cargo.

Passados 35 dias de mandato, milhares de bauruenses constataram que, neste momento, o ranking dos piores problemas enfrentados pela prefeita é liderado pelo governador João Doria e seus generais metidos na guerra em curso na frente paulista. Como sabem os espectadores da Ópera dos Farsantes, ninguém ama com tanta intensidade os brasileiros de São Paulo quanto o sumo sacerdote da seita que detém o monopólio da paixão pela vida. Ninguém enfrenta o vírus chinês com a tenacidade do líder escoltado por devotos que capricham no papel de coadjuvantes há quase 200 entrevistas coletivas. Os integrantes do alto-comando baseado no Palácio dos Bandeirantes conhecem todas as cidades paulistas muito mais que seus prefeitos. Quem ousa contestar uma única vírgula dos decretos baixados pelo chefe supremo é sumariamente remetido às galés em que gemem bolsonaristas, terraplanistas, inimigos da ciência e da vida. É lá que o clube dos adoradores sonha instalar Suéllen Rosim.

Desde o dia da posse, aflita com a expansão do coronavirus na região, Suéllen faz o que pode para conseguir os leitos de UTI que faltam há muitos meses e encontrar secretários estaduais dispostos a ouvi-la sobre as urgências e peculiaridades da cidade que governa. Em São Paulo não encontrou nenhum. Voou para Brasília e descobriu o aliado ideal: Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação e, mais importante ainda, nascido em Bauru. O único astronauta brasileiro abriu-lhe as portas de ministérios relevantes e conseguiu que fosse recebida por Jair Bolsonaro. No mesmo dia, Suéllen divulgou a foto dos dois. Os brasileiros normais viram na imagem o presidente da República e a prefeita de Bauru. O governador enxergou uma dupla de inimigos. E então emergiu a terceira e talvez definitiva versão de João Doria. É bem diferente das anteriores.

O que as feministas não teriam feito se a ofendida fosse alguma militante do PT ou do Psol?

A versão original parecia ter acabado de sair de um manual de boas maneiras. Jornalista bem informado, empresário bem-sucedido, educado, procurava controlar-se mesmo quando lidava com atropeladores de sua mais aguda obsessão: a pontualidade de matar de inveja um lorde britânico. Nem sempre conseguia. Para impedir alterações nos horários das centenas de eventos dos encontros que promovia na ilha de Comandatuba, o presidente do Lide interrompia com um apito o jogo de vôlei a dois pontos do fim, ou negava os 30 segundos a mais solicitados pelo orador do discurso confinado em três minutos. Agora está claro que o respeito à pontualidade camuflava o autoritarismo que ficou mais nítido no Doria prefeito e começa a exibir dimensões preocupantes no modelo governador.

O empresário cavalheiresco, risonho, gentil não se reconheceria no político que produziu em 1º de fevereiro a enxurrada de grosserias que deixaria constrangido até um Nicolás Maduro. “Infelizmente, existem os poucos que, como a prefeita de Bauru que, de forma negacionista, ainda faz vassalagem ao presidente Jair Bolsonaro, visitando-o no Palácio do Planalto, ao invés de proteger a população de Bauru e defender a saúde e a vida de seus habitantes”, desandou o governador que em dezembro, depois de fechar São Paulo de novo, decolou rumo às lojas de uma Miami livre de quarentenas. A prefeita acusada de negacionismo jamais fechou os olhos à pandemia de coronavírus e à necessidade de combatê-la. O que Doria reduziu a um ato de vassalagem foi uma audiência concedida pelo presidente da República à prefeita de uma grande cidade. Ainda durante a campanha eleitoral, Suéllen deixou claro que concordava com várias ideias de Bolsonaro e discordava de outras tantas. “Nunca fui vassala de ninguém”, frisou a mulher que se transformou em alvo do chilique insultuoso por ter incorrido, aos olhos de Doria, no pecado da independência e no crime de altivez.

Na semana anterior, ao receber o decreto que castigou São Paulo com outro lockdown fantasiado de “fase vermelha”, assessores da prefeita haviam editado um decreto municipal que incluiu o comércio e o setor de serviços na relação de atividades consideradas essenciais. Colérico, Doria revidou com um recurso logo acolhido pelo Tribunal de Justiça. Suéllen conformou-se com o golpe sofrido pela economia de Bauru. E reagiu ao besteirol agressivo com uma aula de civilidade, encerrada com o recado pedagógico: o governador deve tratar a prefeita tão respeitosamente quanto a prefeita trata o governador.  A  ira não cessou. No meio da semana, o decreto que abrandou a quarentena na maior parte do Estado manteve Bauru na zona vermelha. “A liberação de 120 leitos de UTI já me deixou feliz”, consolou-se Suéllen.

A elegante firmeza da moça que cuida de Bauru contrasta com o servilismo obsceno de jovens áulicos que aplaudem até escorregões do governador. Um deles é Marco Vinholi, 36 anos, secretário do Desenvolvimento Regional, que se apressou em bajular o chefe com uma nota escrita em português de colegial sem chances no Enem. “Suéllen age não apenas como uma militante bolsonarista, age como fã; e fã faz tudo pelo ídolo, inclusive ser pouco racional”, delirou Vinholi. “Num momento em que Bauru tem recorde de casos de coronavírus e 90% dos seus leitos de UTI, a prefeita passa por cima da Ciência e da Medicina, lançando mão de negacionismo.” Sempre torturando o idioma, Vinholi ameaçou instalar Bauru no fim da fila da vacinação. “Muita gente faz priorização por partido, por política ou por qualquer outro tipo de questão”, avisou em dilmês castiço. “A nossa priorização será para aqueles que respeitam a vida. Todos terão parceria, mas a prioridade serão com os gestores responsáveis.” Vassalagem é isso aí. Vassalagem e ignorância, berra esse “a prioridade serão com”. Nos anos 60, Nelson Rodrigues advertiu que os idiotas haviam perdido a vergonha e estavam por toda parte. O cronista genial talvez soubesse que, 60 anos depois, estariam congestionando os primeiros escalões do poder.

No momento da agressão a Suéllen, mulher e negra, onde estavam os movimentos feministas e antirracistas que localizam misoginia na ausência de mulheres na final da Libertadores, e enxergam um sórdido preconceito no branco das paredes nuas? O que não teriam feito se a ofendida fosse alguma militante do PT ou do Psol? Como a prefeita negra é também evangélica e conservadora, foi abandonada por esses clubes de farsantes. Para eles, gente assim não é gente. É uma não pessoa. E portanto pode ser chicoteada verbalmente por um figurão da elite branca que não consegue disfarçar o ódio a divergências e o desprezo pelo convívio dos contrários, sem o qual não existem genuínas democracias.

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste


sexta-feira, 25 de agosto de 2017

No ato com Caetano, artistas e juízes em apoio a Bretas, ninguém assume a vírgula mal colocada

Apoio à Lava-Jato no Rio une grupos que estavam em lados opostos no impeachment de Dilma

Empunhada por Caetano Veloso, por outros artistas e pelo juiz federal Marcelo Bretas, a faixa de apoio ao magistrado fluminense, exibida no ato de desagravo a Bretas e de crítica ao ministro Gilmar Mendes, do STF, chamou a atenção por um detalhe sem relação com os debates jurídicos: o uso errado da vírgula, separando sujeito do verbo na frase "O Rio, está com você" (sic).
 Marcelo Bretas, Caetano Veloso, juízes e outros artistas empunham a faixa de apoio ao magistrado, com a vírgula indevida - Márcio Alves / Agência O Globo

O escorregão gramatical rendeu comentários irônicos na internet desde a última quinta-feira. Entre artistas, políticos, juízes, procuradores e movimentos sociais presentes ao ato, ninguém assume a autoria do tropeço. Participantes do evento contaram que os dizeres foram levados pelo movimento Vem Pra Rua, que ajudou a promover o desagravo junto da Associação de Juízes Federais (Ajufe) e da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O Vem Pra Rua tira a vírgula equivocada de seu colo.
- Não era nossa a faixa. Nós levamos duas faixas, uma bem maior, que por ser muito grande não foi usada para a foto, e outra menor ("Precisamos de mais Moros e Bretas e menos Toffolis e Gilmars"). Mas, como tinha o nome do Gilmar Mendes, assessores da Justiça Federal pediram para ela não ser usada na foto, porque o Bretas estaria ali também. Algum cidadão levou essa faixa, que acabou indo para a foto. Na hora ninguém reparou nem comentou a vírgula - explica Adriana Balthazar, coordenadora do Vem Pra Rua no Rio.

O grupo de artistas (além de Caetano, estavam Paula Lavigne, Lucinha Lins, Christiane Torloni, Marcelo Serrado, Paula Burlamaqui, Thiago Lacerda, entre outros) havia levado uma faixa com os dizeres "Bretas, tamo junto", que foi substituída na hora do registro dos fotógrafos.

Além dos juízes e procuradores, estavam presentes políticos da Rede (o senador Randolfe Rodrigues e o deputado Alessandro Molon) e do PSOL (os deputados estaduais Marcelo Freixo e Eliomar Coelho). O desagravo a Bretas acabou unindo grupos que estavam em lados opostos na conjuntura política brasileira há pouco mais de um ano. Caetano Veloso, Paula Lavigne, Randolfe, Molon e o PSOL foram contra, por exemplo, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, enquanto o Vem Pra Rua foi um dos movimentos que organizaram as manifestações de rua que pressionaram pelo afastamento da petista.
No apoio às ações da Lava-Jato no Rio, todos se posicionaram junto do juiz Marcelo Bretas, numa convergência pontual no Rio. - Queria muito ver se eles estariam num ato de apoio ao Moro em Curitiba. Duvido. Mas aqui no Rio tem essa convergência, que bom - ironizou um dos integrantes do Vem Pra Rua. - Convidamos todos eles a irem pras ruas com a gente no domingo - completou, em referência aos atos "Contra a Impunidade e Pela Renovação" que o Vem Pra Rua está convocando em todos o país para este domingo.

Fonte: O Globo