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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Atirador de Munique planejou ataque por um ano e comprou arma pela internet

Ali Sonboly já teria sido internado durante dois meses por problemas psiquiátricos e pesquisado por outros tiroteios em massa 

Os investigadores do caso do jovem que atirou e matou nove pessoas na última sexta-feira (22) em Munique, no sul da Alemanha, confirmaram que Ali Sonboly já planejava o tiroteio há mais de um ano. A arma de fogo utilizada, uma pistola Glock 17, teria sido comprada na dark internet, um meio que se tornou inacessível pelos métodos convencionais e geralmente é acessada para cometer atos ilegais, devido à possibilidade de manter o anonimato.


 Suspeito é identificado pela mídia como Ali Sonboly - Reprodução internet

[aos inocentes úteis - talvez defini-los como 'babacas inúteis' seja mais apropriado - que no Brasil defendem o desarmamento deve ser lembrado que a Alemanha possui uma das legislações mais rígidas sobre posse e porte de armas - inclusive a estúpida exigência de só vender armas a maiores de 25 anos, que é também adotada no Brasil - e, mesmo assim, um jovem de 18 anos conseguiu adquirir, sem nenhuma dificuldade,  uma Glock .9mm, uma das melhores armas entre as chamadas 'armas curtas'.
Chamamos de estúpida exigência dos 25 anos, já que cria uma situação curiosa: com 20 anos ou um pouco mais qualquer jovem pode se tornar militar, policial e ter direito a portar armas, mesmo o impatriótico 'estatuto do desarmamento' impondo a idade mínima de 25 anos.]

O adolescente, que é suspeito de tentar atrair suas vítimas ao restaurante Mc Donald’s para efetuar os disparos, já havia ficado dois meses internado em reabilitação por problemas psiquiátricos.  Segundo o jornal britânico The Guardian, o investigador Robert Heimberger afirma que Ali Sonboly tinha visitado a cena de um tiroteio em uma escola na cidade alemã de Winneden e tirado fotografias do crime, o que contou como prova de que o adolescente estava realmente obcecado por tiroteios em massa.

Além da foto de Anders Breivik que era utilizada como identificação de Sonboly no aplicativo Whatsapp, as autoridades encontraram mais imagens do atirador norueguês que matou 77 pessoas em 2011 em seu computador. A data foi planejada para ocorrer exatamente no mesmo dia do atentado cometido por Breivik na Noruega – que também utilizou uma pistola Glock.

Segundo os investigadores, Sonboly teria utilizado uma arma de fogo não utilizada anteriormente. A suspeita é de que o cano da arma não teria sido desativado corretamente, o que revela uma falta de monitoramento do país. O minstro do Interior Thomas de Maizière citou a possibilidade de tornar as leis de controle de armas mais duras para evitar esse tipo de conduta.

Atirador de Munique planejou ataque por um ano - David Sonboly comprou arma pela internet, informaram as autoridades alemãs

O atirador que matou nove pessoas em Munique na sexta-feira estava planejando o ataque durante um ano e comprou a arma pela internet, informaram as autoridades alemãs neste domingo. Depois do massacre, políticos cobraram o maior controle de armas no país. 
Em uma entrevista coletiva, o chefe de polícia da região da Baviera, Robert Heimberger, disse que o jovem David Sonboly colocou uma armadilha para as vítimas no Facebook, seguindo um planejamento que havia "preparado por um ano".

Na rede social, o assassino publicou uma oferta falsa de lanche grátis no McDonald’s — local inicial do ataque. Em seguida, o atirador continuou os disparos no shopping Olyimpia, o maior centro comercial da região da Baviera. Ainda de acordo com as autoridades, Sonboly, de 18 anos e cidadania alemã-iraniana, comprou ilegalmente pela internet a pistola Glock 9mm usada no ataque.

A polícia considera que o atirador foi influenciado pela matança em Winnenden, em março de 2009, onde um jovem de 17 anos abriu fogo em seu ex-colégio, matando 15 pessoas, antes de se suicidar. — As primeiras observações levam à conclusão de que ele estava interessado neste ato, indo visitar a cidade e tirando fotos há um ano e em seguida planejou seu próprio ato — precisou o chefe da polícia.

Segundo a investigação, Sonboly não escolheu as vítimas de forma específica, explicou o procurador da cidade, Thomas Steinkraus-Koch. — Aqui não há nada contra os estrangeiros — disse ele em entrevista coletiva, contrariando conclusões iniciais de racismo devido ao significativo número de vítimas estrangeiras no ataque. Segundo o último balanço divulgado neste domingo, onze de um total de 35 feridos estão em estado grave. Entre os nove mortos, sete eram adolescentes — três do Kosovo, três turcos e um grego.

Os investigadores suspeitam ainda de um possível vínculo entre o tiroteio de Munique e o assassino supremacista branco norueguês Anders Behring Breivik. O ataque na cidade alemã aconteceu justamente no dia em que o massacre de 77 pessoas cometido pelo radical de direita norueguês completava 5 anos.


No quarto de Sonboly foram encontrados documentos desse massacre e de outros similares, assim como um livro de matanças perpetradas por estudantes. O ataque em Munique foi o terceiro contra civis na Europa Ocidental em menos de dez dias, depois do atentado com um caminhão em Nice (sul da França), em 14 de julho, que deixou 84 mortos, e de um ataque com um machado em um trem na Baviera, que resultou em cinco feridos.

Fonte: Revista Época

sexta-feira, 22 de julho de 2016

OLIMPíADAS 2016 > Munique 1972 A Olimpíada que ainda não terminou



Eu fui enviado pela revista ‘Placar’ para contar histórias e o número de medalhas conquistadas pelos brasileiros. E, de repente, me vi contando o número de mortos.” (Michel Laurence, jornalista esportivo falecido em 2014)

Em outubro de 2016, encerrados os Jogos Olímpicos do Rio (de 5 a 21 de agosto), uma solenidade marcará o engajamento da Alemanha e do Comitê Olímpico Internacional (COI) ao projeto memorial que insere os 11 desportistas israelenses (cinco atletas e seis treinadores) assassinados durante a Olimpíada de Munique, em 1972, no panteão histórico dos mártires olímpicos. A construção de 2,3 milhões de dólares está sendo erguida entre a Vila Olímpica, local do atentado, e o estádio olímpico de Munique, e sua instalação contou com o apoio financeiro do governo alemão, do COI, da Confederação alemã de Esportes Olímpicos (DOSB, na sigla em alemão), da Fundação para o Desenvolvimento Global de Esportes (GSD, na sigla em inglês) e de outras organizações internacionais.

Passaram-se mais de quatro décadas para que o COI e seus dirigentes reconhecessem efetivamente o tamanho da tragédia que se abateu em Munique e o peso de seu legado em termos de responsabilidade moral e pública. Desde então, a mensagem é clara: aos governos de países que sediam os Jogos não é dada a possibilidade de falhar ou se omitir, sobretudo no quesito da segurança, sob pena de comprometer, de forma indelével, o ideal olímpico que anima milhares de atletas e visitantes nesse que é o maior espetáculo contemporâneo de confraternização entre povos e nações.

Por isso, entende-se a manifesta preocupação do diretor do Departamento de Contraterrorismo da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Luiz Alberto Sallaberry, diante do aumento de brasileiros seguidores do Estado Islâmico (EI). Ele atribui o fato ao “mecanismo da internet” e “às facilidades migratórias do Brasil”. Em meados de abril, em uma Feira Internacional de Segurança Pública ocorrida no Rio de Janeiro, Sallaberry confirmou que a probabilidade do Brasil ser alvo de ataques terroristas foi elevada nos últimos meses e que medidas de segurança estão sendo tomadas visando às Olimpíadas. Sessenta e sete mil homens das Forças Armadas e da Polícia Federal estão destacados para o evento na cidade do Rio. 

Terrorista é entrevistado em documentário
Muito antes do curta (29 minutos) “Munique 72 e Além” (Munich’72 and beyond), de 2015 – que irá integrar o acervo do Memorial de Munique -, dirigido pelo diretor de programas da TV americana, Stephen Crisman, e apresentado em abril deste ano no festival “É Tudo Verdade”, no Rio e São Paulo, outro documentário já abordava o sequestro e massacre dos atletas israelenses sob uma ótica jornalística mais investigativa. Produzido em 1999, “Um dia em setembro” (On Day in September), do escocês Kevin Macdonald, traz uma entrevista inédita com Jamal Al-Gashey, o único dos oito terroristas que provavelmente ainda continua vivo, escondido em algum lugar da Jordânia. Com o rosto encoberto, Al-Gashey diz: “Estou orgulhoso do que fiz em Munique porque ajudou bastante a causa palestina. Antes de Munique o mundo não tinha ideia de nossa luta. Mas naquele dia a palavra Palestina foi repetida em todo o mundo.” Os terroristas exigiam a libertação de 234 presos em Israel. 

Premiado com o Oscar de melhor documentário de 2000, o filme reúne entrevistas com membros do Mossad, o serviço secreto de Israel, e com os parentes dos atletas mortos. Também apresenta depoimentos de funcionários do Comitê Olímpico e de policiais alemães diretamente envolvidos nas negociações com os terroristas. Na ocasião da premiação, Macdonald justificou de maneira contundente o motivo que o levou a realizar o filme: “De alguma forma o massacre de Munique foi uma transgressão inominável, a destruição de um ideal de paz e fraternidade”. Seu produtor, John Battsek, foi mais adiante: “A investigação para o documentário revelou uma história de mistério, conspiração, tragédia, inépcia e terror”.

Estima-se que 900 milhões de pessoas em mais de 100 países assistiram pela TV o ataque ao alojamento dos atletas, na Vila Olímpica, na madrugada de 5 de setembro de 1972, e o seu desenrolar trágico que durou 18 horas. Cinco dos oito integrantes do grupo terrorista Setembro Negro invadiram o quarto onde dormia a equipe israelense e assassinaram dois atletas no confronto inicial, sendo que o halterofilista Yossef Romano foi torturado e castrado. Os outros nove desportistas foram levados pelos terroristas como reféns para um aeroporto militar nos arredores de Munique e perderam a vida em uma tentativa fracassada de resgate conduzida pela polícia alemã. Um policial e cinco terroristas também morreram. Três terroristas foram detidos e em pouco menos de dois meses foram libertados em uma troca que envolveu o sequestro de um avião da Lufthansa. 

Para Steven Ungerleider, membro do Comitê Olímpico dos EUA e um dos produtores de “Munique 72 e Além”, o atentado de Munique “foi o primeiro ato de terror moderno e não se justifica que esse trauma horrendo seja relegado a uma simples notinha histórica de rodapé”.

Amigo de Hitler era presidente do Comitê Olímpico Internacional
Frente a tal enunciado, comecemos com a performace do Comitê Olímpico Internacional. A entidade era presidida, em 1972, pelo norte-americano Avery Brundage (1887-1975), o mesmo que na Olimpíada Nazista de Berlim, em 1936, havia rejeitado a proposta dos Estados Unidos de boicotarem a competição, em razão dos atletas judeus alemães estarem proibidos de participar. Brundage tinha sido presidente do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, era um entusiasta do regime nazista e amigo de Hitler. 

Nascido em Detroit, esse engenheiro e desportista que foi o único norte-americano a presidir o Comitê Olímpico Internacional, convenceu os seus compatriotas a participarem da competição em Berlim, e em troca, a sua empresa de engenharia recebeu um cheque em branco para construir a embaixada da Alemanha em Washington. Mais de três décadas depois, em uma dessas coincidências lamentáveis, esse mesmo Brundage, agora como presidente do COI, preferiu se calar sobre o assassinato dos atletas israelenses na cerimônia realizada no dia seguinte à tragédia. Em seu discurso apenas exaltou o espírito olímpico e anunciou que “os Jogos devem continuar”.
A Olimpíada de Munique teve a participação de mais de 7 mil atletas de 121 países e ocorreu entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro de 1972. 

Abu Mazen, da Autoridade Palestina, recolheu recursos para o massacre
Em 1999, uma autobiografia intitulada “Palestine: From Jerusalém to Munich” revelou novos detalhes do ataque à Vila Olímpica. Publicada na França, seu autor é Mohammed Oudeh, codinome Abu Daoud (falecido na Síria em 2010), ex-comandante militar do Fatah (grupo paramilitar criada por Yasser Arafat em 1959 e que atua como partido político, desde 1994, na Cisjordânia) e mentor intelectual confesso da ação terrorista. No livro ele admite que o Setembro Negro era o nome-fantasia adotado pelos membros do Fatah que atuou como o braço armado da OLP (Organização para a Libertação da Palestina, criada em 1964) quando dos ataques terroristas. Daound também descreve como Arafat e o atual presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas (Abu Mazen) – o homem encarregado de levantar os recursos para viabilizar a operação – desejaram-lhe boa sorte e o beijaram no momento em que ele finalizou os preparativos para o ataque, que vitimou um total de 17 pessoas.

Sobre Mahmoud Abbas, vale reproduzir um item de seu histórico escolar: em 1982, dez anos depois do atentado de Munique, ele concluiu seus estudos na Universidade de Moscou, obtendo o título de PhD em História Oriental. A tese de seu doutorado questiona e nega os números do Holocausto e inclui uma suposta aliança entre nazistas e líderes sionistas durante a 2ª Grande Guerra para exterminar todos os judeus da Europa. A fantasia mal intencionada travestida de investigação histórica intitula-se “O Outro Lado: As secretas relações entre o Nazismo e o Movimento Sionista”.

Ainda acerca do líder palestino, em 2003, a organização israelense de direitos humanos “Shurat Hadin Israel Law Center” – que dá assistência jurídica aos judeus vítimas de atos terroristas e os representa nos fóruns internacionais – enviou cartas ao então presidente George Bush e ao Chanceler Gerhard Schroeder, conclamando as autoridades americanas e alemãs a abrirem uma investigação em seus territórios contra Mahmoud Abbas por suas comprovadas ligações com o Setembro Negro, principalmente na função de recolhedor de fundos para prover atos terroristas, como o de Munique. A ação teria consistência jurídica já que um dos atletas assassinados também tinha cidadania americana e um dos mortos era um policial alemão. 

Mais recente, em 2014, o movimento estudantil “Students for Israel Movement” encaminhou uma carta ao ministro da Defesa israelense para que o governo reconheça a participação do presidente da Autoridade Palestina no massacre de Munique. O representante dos estudantes, Elyahu Nissim, considera que o estado de Israel tem o dever moral de declarar oficialmente que Abbas exerceu um papel fundamental na ação terrorista e responsabilizá-lo pelas mortes.

Terroristas se abrigavam no centro islâmico de Munique
Em um longo artigo no “Wall Street Jornal”, em 2005, o jornalista e escritor americano Ian Jonhson, após consultas em arquivos oficias nos Estados Unidos, Inglaterra, Suíça e Alemanha, revelou que a cidade de Munique, há várias décadas, era o centro irradiador de uma organização radical denominada Irmandade Muçulmana (Muslim Brotherhood), fundada no Egito em 1928 e banida de seu território em 1954 por Gamal Abdel Nasser (que presidiu o país de 1956 a 1970), pivô de uma tentativa de assassinato mal sucedida. O grupo retornou à legalidade em 2011, após a queda do presidente Hosni Mubarak. 

Repórter premiado com o Pulitzer e autor da obra “A Mosque in Munich” (2010), Jonhson usou as pesquisas realizadas para a reportagem “How a Mosque for Ex-Nazis became Center of Radical Islam” (De que maneira uma mesquita para ex-nazistas tornou-se centro do islamismo radical, em tradução livre) como ponto de partida para o desenvolvimento de seu livro. O interesse pelo tema surgiu acidentalmente quando ao entrar em uma livraria em Londres, em 2003, folheou um livro sobre as mais importantes mesquitas do mundo. Ao lado dos templos islâmicos de Meca, Jerusalém e Istambul, aparecia curiosamente o de Munique (na tradução alemã, o livro ganhou o título de ‘A quarta mesquita’)

Jonhson observa que muitos dos acusados de atos terroristas na Europa e nos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos, em algum período de suas vidas transitaram por Munique e pelo seu centro islâmico. Essa intimidade entre a cidade alemã e os muçulmanos, segundo Jonhson, começou à época de Hitler, depois da invasão à União Soviética, quando o regime nazista deu uma guinada das mais espertas, transformando um milhão de soldados muçulmanos dos países da Cortina de Ferro, aprisionados em combate, em aliados e amigos do Reich. Inclusive uma dessas brigadas formada por muçulmanos foi destacada para a Polônia, onde teve participação ativa na aniquilação do Gueto de Varsóvia, em 1943. 

Depois da guerra, esses combatentes nazistas se instalaram em Munique e acolheram a organização Irmandade Muçulmana de braços abertos, sendo responsáveis pela fundação, em 1958, do Centro Islâmico de Munique. Um ano depois, participantes do Congresso Muçulmano Europeu selaram o pacto de tornar a capital da Baviera um polo de convergência para todos os muçulmanos residentes na Europa. Um dos clérigos mais atuantes do Centro Islâmico de Munique foi Nurredin N. Nammangani, nascido no Uzbequistão e que serviu nas fileiras de Hitler, mais especificamente na temida tropa nazista SS (Schutzstaffel). Durante décadas (faleceu na Turquia em 2002) ele mesclou a religião com antissemitismo em suas prédicas aos milhares de colegiais e universitários muçulmanos de várias partes da Europa. 

Islamismo antissemita tem origens nazistas
Nessa mesma linha de pensamento, o historiador alemão Stefan Meninge afirma que o Centro Islâmico de Munique está na base de uma ampla rede que se ramificou silenciosamente pelo resto do mundo, a partir do fim da 2ª Grande Guerra, difundindo um radicalismo a favor da “guerra santa”, que simplesmente não existia antes disso. O encontro da teoria nazista com o fundamentalismo religioso da Irmandade Muçulmana foi o responsável pelo nascimento da figura híbrida e aterradora do terrorismo moderno, uma das grandes tormentas que o mundo ocidental tem enfrentado. “Se você quer entender a estrutura política do Islã, você tem que se debruçar sobre o que aconteceu em Munique”, alerta o historiador. Meining é autor do livro “Eine Moschee in Deutschland” (Uma mesquita na Alemanha), que faz uma ponte entre os nazistas e a ascensão do islamismo político no Ocidente.

Outro estudioso alemão, o cientista político e professor universitário Matthias Kuntzel, também relaciona a Irmandade Muçulmana com as ideologias extremistas da jihad (guerra santa) dos grupos Fatah, Hamas, Hezbollah, al-Qaeda e do atual Estado Islâmico (EI). No ensaio “Islamic Antisemitism and its Nazi Roots (O Islamismo antissemita e as suas origens nazistas), Kuntzel destaca que até 1930 a ideologia islâmica tradicional não pregava o ódio aos judeus e nem falava em guerra santa. Posteriormente, a doutrina absorveu o marketing da propaganda nazista e antissemita europeia e recebeu o apoio financeiro e estratégico de Hitler, que financiou as lideranças islâmicas ligadas à Irmandade Muçulmana a promoverem atos de perseguição e violência contra os judeus no Egito e na Palestina sob o Mandato Britânico. Kuntzel reuniu suas pesquisas no livro “Jihad and Jew-Hatred: Islamism, Nazism and the Roots of 9/11” (Jihad e o ódio aos judeus: o islamismo, o nazismo e as raízes do 9/11), publicado originalmente em alemão, em 2002, e traduzido para o inglês em 2007.

Vivendo na cidade portuária de Hamburgo, Kuntzel tinha 17 anos quando aconteceu o ataque terrorista em Munique. Ele conta que este foi um fato que o marcou de tal forma que o obrigou a procurar uma explicação. “Eu era um jovem idealista e queria acreditar no lado bom das pessoas e não entendia como poderia acontecer um massacre daquele em uma Olimpíada.” 

Minuto de silêncio negado por quatro décadas
De Munique à Rio-2016, lá se vão mais de 40 anos e dez Jogos nas cidades-sede de Montreal (1976), Moscou (1980), Los Angeles (1984), Seul (1988), Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sydney (2000), Atenas (2004), Pequim (2008) e Londres (2012). Durante esse tempo, pedidos foram feitos por familiares dos atletas israelenses para que o COI promovesse um minuto de silêncio na abertura ou no encerramento de uma das Olimpíadas para lembrar as vítimas. Porém, a alegação de que esse tipo de homenagem poderia abalar os atletas ou provocar constrangimento às delegações dos países árabes pontuou as negativas sucessivas emitidas pelo COI. 

Mas, para a Olimpíada do Rio – que vai receber 10.500 atletas de 206 países e será vista por mais de 3 bilhões de espectadores ao redor do mundo – o atual presidente do COI, o alemão e ex-esgrimista olímpico Thomas Bach, parece ter encontrado uma solução diplomática. Ele anunciou que haverá um minuto de silêncio na solenidade de encerramento dos Jogos, “para permitir que todos no estádio, bem como aqueles que estão assistindo em casa, lembrem dos entes queridos que já faleceram.” Antes, no dia 14, em parceria com o Comitê Rio-2016, o COI finalmente irá homenagear os 11 atletas mortos em uma cerimônia na Vila Olímpica da Barra da Tijuca, sinalizando um considerável diferencial de humanismo, generosidade, tolerância e boa vontade que já distingue a Rio-2016 antes mesmo de seu início, das demais Olimpíadas, e em especial da de Munique com a sua terrível história de fanatismo e barbárie.

Fonte: Observatório da Imprensa - Por Sheila Sacks em 10/05/2016 na edição 902 
 

domingo, 17 de julho de 2016

Ação de lobos solitários se tornará ataque cada vez mais comum

Governo afirma que o país está preparado para receber os jogos, mas, para presidente do COI, "ninguém controla" o terror

Intensivo antiterror: por que o Brasil está vulnerável a atentados

O atentado terrorista em Nice, na França, alarmou as autoridades brasileiras para o risco de episódios violentos no Brasil durante as Olimpíadas, que começam em 5 de agosto. Ouvidos pelo Correio especialistas consideram elevado o risco de o país sofrer ataques como os que vitimaram centenas de pessoas nos últimos meses na França. Eles identificam ainda erros pontuais nas ações do governo para prevenir que o país seja alvo de possíveis ameaças. “Não estamos preparados (para conter atos terroristas)”, alertou o doutor em segurança internacional e professor na University of Central Florida, nos Estados Unidos, Marcos Degaut. Questionado sobre o risco de o Brasil ser alvo durante as Olimpíadas, Degaut enfatizou: “O risco é elevado. Não se trata de falso alarmismo ou de querer criar nenhum tipo de paranoia, mas todas as variáveis com que se pode trabalhar indicam para a realização de um atentado no Brasil”. Na última quinta-feira, após o episódio da França, o governo anunciou a revisão de todo o plano de segurança a fim de evitar qualquer incidente no Rio e nas cidades que recebem jogos. [o Brasil utiliza nos dias atuais técnica antiterroristas que teriam sido eficazes se utilizadas em Munique, 1972; se preocupa com o pós ataque, quando a prevenção deve ser a prioridade.]

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, afirmou que vai trocar o “pouco conforto (com o trânsito) por muita segurança” frisando que novas barreiras serão instaladas para impedir acessos de carros próximos a pontos de jogos. Ele alertou que a Agência Brasileira de Inteligência se reuniu com representantes franceses para buscar informações. Além disso, o espaço aéreo do Rio estará restrito a partir do dia 24. Em nota enviada ontem ao Correio, o Planalto informou que “O plano de segurança do governo federal está em permanente ajuste para garantir que os jogos sejam disputados com total segurança para as delegações e todas as pessoas que venham ao Brasil”.
À Globonews, o presidente interino Michel Temer afirmou que o país está preparado. “Nós resolvemos fazer uma reunião, tendo em vista os acontecimentos da França, ou seja, a segurança será muito maior, para dar conforto e segurança” disse na sexta-feira.

Estratégia reativa

As medidas anunciadas pelo governo, porém, foram duramente criticadas por Degaut por considerar que não se antecipam aos atos. “Quer focar muito em contraterrorismo (pós-ataque) e pouco ou quase nada em estratégia de prevenção (antiterrorismo)”, avaliou. “O foco foi um estabelecimento de protocolos de atuação para o caso de terem sido realizados atentados. O que teria feito era focar nas políticas de prevenção aos atos”, alertou.

Para o professor, a cultura de país de boas relações exteriores, sem ataques, corroborou para que o tema não fosse discutido. “Não existe no Brasil, a cultura de prevenção, combate ou conscientização do que é o terrorismo. É um tema maldito e as pessoas usam a estratégia da negação. Não são alocados recursos humanos, tecnológicos e administrativos contra o terrorismo.”

Ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal, o professor Arthur Trindade ponderou que o país está preparado para possíveis ataques. “Não é verdadeiro afirmar que a preocupação acontece depois de o caminhão, pois a área de segurança está trabalhando há anos com essa preocupação. O Brasil corre risco, mas não diria que é alto”.

Especialista em segurança pública, George Dantas afirmou que a preparação inclui a necessidade de se antecipar métodos de ataque. “O terrorismo, ao envolver a inteligência e a ardilosidade humana, faz com que seus prepostos estejam constantemente em processo de adaptação e ajuste a novos métodos de prevenção e resposta”, analisou. Hoje, a principal preocupação dos especialistas são os chamados lobos solitários, pessoas sem vinculação com células terroristas, mas dispostos a cometer ataques individuais.

Simulações no Rio

O presidente do Comitê Organizador Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, disse ontem que o Brasil se preparou contra possíveis atos de terrorismo durante as Olimpíadas, mas que não há como controlar os terroristas. “Nunca houve tanta gente (forças de segurança) assim nos Jogos Olímpicos. É só ver nas ruas. Mas vamos torcer, pois o que acontece hoje no mundo ninguém controla”, disse. Durante o fim de semana, uma série de eventos de treinamento tem ocorrido em diferentes pontos do Rio de Janeiro.

Ontem, forças de segurança fizeram uma simulação na estação de trens de Deodoro — bairro na Zona Oeste que concentra sete instalações olímpicas. A ação envolveu 500 pessoas e incluiu até mesmo a explosão de uma bomba. O explosivo foi colocado em uma mochila abandonada em uma plataforma, ao lado dos trilhos. Voluntários que trabalham na organização da Olimpíada se passaram por passageiros feridos e foram levados para a plataforma, onde receberam os primeiros socorros. Também foram simuladas intensa troca de tiros e perseguição a terroristas.

De acordo com a Secretaria de Segurança do Estado do Rio, o objetivo foi “testar o planejamento e as ações de resposta em um cenário crítico”. No treinamento, foi testada a capacidade de resposta coordenada a atentados, com acionamento das forças de segurança, neutralização de agressores, varreduras, isolamento da estação, atendimento a vítimas e tentativa de identificação de terroristas. A região no entorno da estação de trem foi isolada e houve alterações no trânsito da região. O exercício foi acompanhado em tempo real pelos funcionários do Centro Integrado de Comando e Controle (Cicc), que abrigará agentes de inteligência e segurança de 106 países.

Neste domingo, equipes de segurança, transporte e trânsito farão treinamento para a cerimônia de abertura da Olimpíada. A simulação acontecerá em vários pontos da Zona Sul, Barra da Tijuca (Zona Oeste), no entorno do estádio (Zona Norte) e no Centro. Serão testados os deslocamentos de atletas, organizadores, voluntários e autoridades, com interdição e liberação das ruas. As simulações começarão de madrugada, às 5h, e deverão ser encerradas às 12h.
 

Fonte: Correio Braziliense
 

 

 

 

 

sábado, 9 de janeiro de 2016

Após 70 anos, ‘Mein Kampf’, - Minha Luta - de Hitler, volta a ser vendido na Alemanha

Direitos autorais do texto caducaram em 1º de janeiro, e edição comentada chegou às livrarias do país nesta sexta-feira

Pela primeira vez em 70 anos, Mein Kampf, = Minha Luta =  livro escrito por Adolf Hitler entre 1924 e 1926, voltou a ser vendido na Alemanha. Os direitos autorais da publicação estavam sob responsabilidade do Estado da Baviera desde 1945 e caducaram dia 1º de janeiro, após sete décadas, como prevê a legislação nacional. Agora em domínio público, o livro chegou às livrarias do país nesta sexta-feira, desencadeando uma discussão feroz entre os alemães.


'Mein Kampf', Minha Luta, livro escrito por Adolf Hitler(Andreas Rentz/GETTY IMAGES/VEJA)

A nova edição, de 2 000 páginas, acrescenta 3 500 notas históricas à peça de propaganda nazista. "Trata-se de romper o mito em torno desse folheto antissemita", disse Andreas Wirsching, diretor do Instituto de História Contemporânea (IFZ), em Munique, que editou Mein Kampf =  Minha Luta. Nem todos concordam. O presidente da comunidade judaica da Alemanha, Josef Schuster, por exemplo, se opôs ao fim dos diretos autorais do livro. "Há um grande perigo de ver esse lixo disponível no mercado", afirmou.

Demanda - A grande demanda para a primeira edição de Mein Kampf surpreendeu os editores. Segundo Andreas Wirsching, a tiragem da primeira edição foi de 4 000 cópias, mas o IFZ recebeu cerca de 15 000 pedidos, além de solicitações de tradução em italiano, francês e inglês.

Com a ascensão de Hitler na década de 1930, Mein Kampf se tornou best-seller, foi traduzido para 18 idiomas e vendeu 12 milhões de cópias. Em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial, os direitos autorais passaram para as autoridades da Baviera, que proibiram a publicação do livro no país para evitar incitação ao nazismo. Mesmo com o fim dos direitos autorais, o texto só pode ser publicado em edições comentadas, ou seja, acompanhado de notas históricas.

Leia também: 'Mein Kampf': Livro de Hitler ganhará edição comentada em 2016

Fonte: Redação de VEJA


sábado, 28 de novembro de 2015

Problemas na segurança da Copa causam apreensão para os Jogos Olímpicos - Afinal, somos um país com ex-terroristas no comando do governo federal

Ataques em Paris elevaram a tensão dos estrangeiros que virão para o Rio em 2016

— O terrorismo evita se repetir, para escapar às medidas preventivas e, principalmente, gerar mais impacto e medo. Se tentarem aqui praticar atos terroristas, serão diferentes dos que já aconteceram. 
De qualquer maneira, é evidente que os riscos existem, mas podem ser reduzidos com a prevenção. A concentração de eventos numa só cidade ajuda no trabalho das forças antiterror. 
Mas não temos uma história de combate a esse flagelo. Nesses casos, é sempre útil estabelecer parcerias com forças de segurança de outros países com mais experiência na atividade antiterrorista.

Vestindo uma camisa do Flamengo, o torcedor argentino Pablo Álvarez foi preso pela Polícia Federal no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde se enfrentavam Argentina e Bélgica, no dia 6 de junho do ano passado, durante a Copa do Mundo. Não era para ele estar ali. Um dos chefes dos “barras bravas” torcedores responsáveis por episódios de violência nos estádios argentinos —, Álvarez estava proibido de entrar no país durante o torneio. Alguns dias antes, já havia burlado a segurança e assistido, em São Paulo, disfarçado de suíço (tinha a bandeira do país e o rosto pintado com as cores da nação europeia), a outro jogo da Argentina, em São Paulo. Nas redes sociais, apareceu zombando das autoridades brasileiras.

Militares participam, em maio de 2014, de uma simulação de ataque terrorista à estação Cidade Nova do metrô: o exercício foi um dos realizados dentro do plano de segurança preparado para a Copa do Mundo - Gustavo Miranda / Agência O Globo (31/05/2014)


A falha que permitiu a ele cruzar com facilidade a fronteira e circular livre pelo país não foi a única durante a Copa. Um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), produzido depois do evento, apontou outros problemas. O documento, revelado a autoridades responsáveis pela segurança das Olimpíadas no Rio, relacionou, principalmente, brechas na proteção interna dos estádios, que colocaram em risco torcedores e autoridades. O objetivo de apresentar o relatório foi alertar para o seguinte: os pontos vulneráveis detectados durante o mundial de futebol não podem se repetir nos Jogos. Um dos casos analisados pela Abin aconteceu no dia 18 de junho de 2014: cerca de cem torcedores chilenos e argentinos, sem ingresso, invadiram o Maracanã, causando grande tumulto no centro de mídia do estádio.

POLICIAIS SUBSTITUIRÃO AGENTES PARTICULARES
A análise da agência levou o governo federal à decisão de mudar parte importante da matriz de segurança aplicada na Copa. Os 15 mil agentes particulares, os chamados stewards, que trabalharam na segurança interna dos estádios e fariam o mesmo durante as Olimpíadas, serão substituídos por policiais da Força Nacional. Também durante o mundial de futebol, muita gente conseguiu burlar a vigilância e assistir às partidas usando credenciais e bilhetes falsos. [claro que o efetivo da Força Nacional não será suficiente para substituir os chamados 'stewarts' - além de seu efetivo não permitir deslocamento de 15.000 homens para um único evento/cidade, a movimentação de um número bem inferior implicaria em abandonar locais em que a FN já atua.
A Força Nacional de Segurança, com o devido respeito, continua mais próxima de uma Força Virtual de Segurança.
Até mesmo o apoio e prestígio da sua criação já deixou de existir.]

Houve falhas também longe dos estádios, apontou a Abin. Num dos episódios, antes mesmo do torneio, em maio, o ônibus da delegação brasileira foi cercado por professores em greve, que atacaram o veículo, batendo na lataria e colando dezenas de adesivos com a frase “Não vai ter Copa”. — Conheço a minuta do relatório da Abin. Todo evento traz ensinamentos e oportunidades de melhorias. Nós temos sempre que qualificar nosso processo. No caso da segurança das instalações olímpicas, demos um salto de qualidade em relação à Copa. Nós vamos atuar 100% nela, com policiais mais bem preparados — afirmou Andrei Passos Rodrigues, secretário extraordinário para Grandes Eventos do Ministério da Justiça.

Os ataques terroristas em Paris elevaram a tensão dos estrangeiros que virão para o Rio em 2016. O temor é que ocorram atentados por aqui. Segundo o delegado Thierry Guiguet-Doron, da Polícia Nacional francesa, que é adido da embaixada da França no Brasil, seu país aposta numa integração internacional para afastar qualquer ameaça terrorista aos Jogos no Rio. Uma análise de risco da Abin põe a delegação da França no nível mais elevado de possibilidade de se tornar alvo de ataques no Brasil, juntamente com as dos Estados Unidos e de mais oito países.  Temos contato com a Polícia Federal desde a Copa. O Andrei foi à França em setembro para ver como funcionam nossos serviços de inteligência. Teve briefing com nosso pessoal sobre os atentados de janeiro (quando terroristas atacaram a sede do jornal satírico “Charlie Hebdo” em Paris, matando 12 pessoas). O diretor da Inteligência da PF também foi à França. Ou seja: estamos conversando, trabalhando em conjunto, há algum tempo. Agora mesmo há policiais brasileiros em Paris, acompanhando nossas investigações (sobre os novos atentados, ocorridos em 13 de novembro, que deixaram 130 mortos) — afirmou o delegado francês.

CONTROLE DAS FRONTEIRAS É FRÁGIL
Mesmo com toda a aproximação, Guiguet-Doron, que esteve na cidade esta semana participando do “Briefing internacional de segurança para os Jogos de 2016”, na Escola de Guerra Naval, na Urca, não esconde haver preocupações. Ele falou da possibilidade de um terrorista já estar no Brasil e disse que a PF tem efetivo pequeno para cuidar da fronteira: É muito difícil para o governo brasileiro controlar a fronteira. Na França, temos dez mil policiais que cuidam exclusivamente das fronteiras. No Brasil, a Polícia Federal tem 11 mil para atuar em todo o país. Olhe o tamanho do Brasil e o compare com o da França. [a França tem dez mil policiais para cuidar apenas das fronteiras, sendo 1.183km de fronteiras terrestres e 378 litorâneas; já no Brasil a PF tem 11 mil para atuar em todo o Brasil e nossas fronteiras terrestres tem 15.791km e as litorânea 7.367km.
A partipação militar é mínima dada a carência de efetivos  que também são prejudicados pela falta de apoio logístico.
Não podemos olvidar que a França faz fronteiras com países que a LEI e a ORDEM são a norma e também cuidam da proteção das suas fronteiras - o Brasil faz fronteiras com países com terroristas organizados e em número elevado (FARC-Colômbia), que praticam tráfico de armas e drogas.] Acho que o governo brasileiro deveria reforçar a Polícia Federal com mais gente.

O adido também lembrou outra ameaça: Aqui as armas de fogo são encontradas com facilidade — acrescentou. — Com relação ao crime comum, não temos temor. O medo maior, não só para a França como para outros países, é o risco de um ataque terrorista. Por quê? Porque os Jogos Olímpicos têm uma visibilidade muito grande. [a alegada abundância de armas no Brasil, apresentada pelo adido, é resultado da falta de controle de fronteiras.
E, certamente, o material bélico a ser usado em eventual ataque terrorista é bem mais poderoso que o usado no dia a dia dos criminosos brasileiros.
É verdade que na Copa 2014, o terror mesmo foi a fantástica goleada de  7x1 aplicados no Brasil pela Alemanha.]
 
Desde os ataques em Paris, o economista Sérgio Besserman, presidente do Instituto Pereira Passos, tem dito que as autoridades responsáveis pela segurança dos Jogos devem abrir um canal de troca de informações com a comunidade internacional. Segundo ele, no entanto, é pouco provável que se repitam no Rio os episódios ocorridos na França: — O terrorismo evita se repetir, para escapar às medidas preventivas e, principalmente, gerar mais impacto e medo. Se tentarem aqui praticar atos terroristas, serão diferentes dos que já aconteceram. De qualquer maneira, é evidente que os riscos existem, mas podem ser reduzidos com a prevenção. A concentração de eventos numa só cidade ajuda no trabalho das forças antiterror. Mas não temos uma história de combate a esse flagelo. Nesses casos, é sempre útil estabelecer parcerias com forças de segurança de outros países com mais experiência na atividade antiterrorista.

Para Leandro Piquet, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), não dá para medir no momento o risco de o país ser palco de um atentado semelhante ao ocorrido durante as Olimpíadas de Munique, na Alemanha, em 1972, quando 18 pessoas entre atletas israelenses, terroristas palestinos e policiais foram mortas:
— O fato é que não devemos agir como se o risco fosse zero. Há necessidade de preparação, e o primeiro desafio é conseguir algum grau de integração entre os órgãos de segurança nacionais.

Outra preocupação é com a concentração de armas nas mãos de traficantes cariocas, que poderiam negociá-las com terroristas. Segundo Piquet, há no país características semelhantes às aproveitadas pelo Estado Islâmico, grupo que praticou os atentados em Paris em 13 de novembro. Há enormes facilidades para qualquer organização terrorista atuar no Brasil. Primeiro, há “territórios livres” perto da fronteira, o que pode facilitar a entrada de pessoas e armas no país. Parte do território da Colômbia ainda é controlado por uma narcoguerrilha. Segundo, comprar um fuzil no Rio não exige qualquer conexão internacional. Há vendedores locais que oferecem modelos como os utilizados nos atentados em Paris, por preços reduzidos — disse Piquet.

O professor da USP vai mais longe: seria ingênuo, segundo ele, “achar que essas vantagens logísticas, aproveitadas pelo crime organizado, não serão igualmente usufruídas pelo terrorismo”:  Criminosos e terroristas se comunicam de forma muito semelhante com seus fornecedores e parceiros nos negócios ilícitos. Se você quiser comprar um fuzil, vai encontrar alguém vendendo.

ARMAS E EXPLOSIVOS COM CRIMINOSOS COMUNS
O professor Francisco Carlos Teixeira da Silva, historiador e cientista político da UFRJ, destaca que, ao contrário dos grupos ETA (na Espanha) e IRA (Grã-Bretanha), o terrorismo contemporâneo não tem um “teatro de operações definido”. Ele busca locais de megaeventos e de grande afluxo de turismo, por exemplo, garantindo assim a repercussão para suas ações. — Ele quer espetáculo. Assim, se o risco de uma ação terrorista é grande na França, nos Estados Unidos ou na Inglaterra, é bastante possível que ele busque esses alvos em outros países, em locais onde, por tradição, é baixo o risco de terrorismo e, consequentemente, baixo o nível das medidas preventivas.

Vinícius Domingues Cavalcante, especialista em segurança de autoridades e em ações terroristas, não têm dúvida de que há condições de um atentado acontecer no país.
— Embora a fragilidade na segurança de nossas fronteiras permita que armas, munições e explosivos sejam estocados aqui com grande antecedência, não há qualquer impedimento para que terroristas obtenham aqui mesmo todos os materiais de que necessitam. Há desde armas de fogo militares até explosivos de posse de criminosos comuns.

Fonte: O Globo

 



domingo, 22 de novembro de 2015

O mundo encolheu


À parte as vítimas e os estragos que espalha pelo caminho, o terrorismo produz uma mensagem


Bamako não tem Torre Eiffel nem Louvre, Arco do Triunfo ou Praça da Bastilha. As luzes que funcionam na capital do Mali em nada evocam a joie de vivre associada à antiga metrópole. Um dos cartões-postais da cidade africana é um massudo Monumento da Paz — horrendo arco branco estilizado em forma de duas mãos que seguram um globo terrestre.

Na manhã desta sexta feira, uma semana após os atentados múltiplos em Paris, a enorme pomba branca que encima o monumento turístico de Bamako voltou a falhar. Com a irrupção armada de terroristas no hotel cosmopolita Radisson Blu de Bamako, o mundo pareceu ter encolhido ainda mais. Fossem outros os tempos, é possível, senão provável, que esse último atentado ficasse relegado ao noticiário menos nobre. Com pouco mais de cem mil visitantes estrangeiros por ano, o Mali tem presença quase clandestina em folhetos turísticos populares, enquanto a França, campeoníssima mundial no quesito, registra quase 85 milhões de visitantes/ano.

Apesar de já ter sido berço orgulhoso de uma civilização antiga, o Mali e suas 26 etnias foram tantas vezes atacados, conquistados, abandonados e reconquistados que incautos costumam passar ao largo. O último grande solavanco ocorrera em 2013, quando rebeldes tuaregues e radicais islâmicos afiliados à al-Qaeda assumiram o controle da metade norte do país. Batizaram de Azaad o território conquistado, declararam-no Estado independente e impuseram obediência absoluta à lei da sharia, banindo da vida a música, a televisão e outras infidelidades ocidentais. Só não estabeleceram o primeiro poder terrorista no coração da África porque o governo de Bamako pediu ajuda a Paris, e tropas francesas enxotaram os rebeldes.

Enxotaram, porém não eliminaram, e a revanche ficou na incubadora — é vasto o vivedouro de bandidagem, terrorismo e tráfico de armas em que se transformou a região do Sahel desde a derrubada do ditador líbio Muamar Kadafi. A mera listagem dos grupos terroristas em atividade na região e dos subgrupos com capacidade operacional e lideranças conhecidas ocuparia parte deste espaço. Ademais, as filiações dessa miríade de células com organizações de porte como o Estado Islâmico (EI), al-Qaeda ou Boko Haram são cambiantes. Daí ser temerário apontar desde já uma lógica entre os atentados dos últimos dias.

Para os serviços de inteligência mundiais, ainda mais arriscado é distinguir bazófia de perigo real nas recentes ameaças terroristas disseminadas nas redes sociais. O poder do terror reside justamente nisso: fazer crer que ele é capaz do impossível. Como já se escreveu aqui em ocasião anterior, ao contrário de outros “ismos” como marxismo, budismo ou nacionalismo, o terrorismo não está atrelado a um corpo de crenças ou sistema de ideias. Definido como ato de violência organizada contra civis, cabe a pergunta paralela: ele é da família dos meios ou dos fins?

Para o pesquisador francês François-Bernard Huyghe, o terrorismo é a exceção e o exemplo. À parte as vítimas e os estragos que espalha pelo caminho, o terrorismo produz uma mensagem. É a propaganda através do ato, ou a pedagogia através do assassinato. No fundo, a bomba caseira que explodiu na ruela medieval por onde passava Napoleão no Natal de 1800 tinha elementos semelhantes aos de um atentado de hoje numa rua de Paris ou Bamako. A diferença abissal é que lá atrás não havia mídia. Hoje há mídia social. E como já prenunciara Marshall McLuhan, o guru fashion dos anos 60, depois de acompanhar a primeira cobertura mundial de um atentado (o massacre de atletas israelenses nos Jogos de Munique em 1972), “o satélite vai espalhar a paranoia terrorista mundo afora e aperfeiçoar os atos de violência”.

Desde o atentado às Torres Gêmeas em 2001, a paranoia está instalada. Deixou de ser paranoia. É pânico, medo. “Temos medo de entrar num avião. Temos medo de determinados países. Determinadas religiões. Temos medo de navios cargueiros, cartas e pacotes, comidas importadas. No fundo, temos medo de tudo que está à nossa volta”, já constatara tempos atrás o primeiro-ministro da Malásia, Mahathir bin Mohamad.

Hoje, por força da situação de alto risco, governos colaboram involuntariamente com o terror ao fabricarem o medo preventivo. A fronteira entre criar pânico e proteger a população é crítica e complexa. Em 2003, o Ministério do Interior britânico teve de recolher às pressas um documento de 35 páginas, meia hora após sua distribuição, pois o alerta falava em agentes da al-Qaeda se infiltrando em cidades da Inglaterra através de botes e trens, com armas nucleares caseiras e gás venenoso. Outro documento divulgado pelo governo da época mencionava planos terroristas de ataque aéreo contra o Castelo de Windsor, da rainha da Inglaterra. Nos Estados Unidos, o ar de túneis e galerias de metrô já chegou a ser testado para detectar eventual contaminação. O leite e alimentos frescos, também.

A irlandesa Louise Richardson, ex- professora de Harvard e recém-indicada vice-presidente da Universidade de Oxford, deu uma contribuição relevante ao debate com o estudo “O que querem os terroristas: compreendendo o inimigo, contendo a ameaça”, publicado em 2006. Rejeitando a noção generalizada de que “compreender e explicar o terrorismo significa simpatizar com sua causa”, ela trabalhou em cima de um leque de características que atribui ao terrorismo. Algumas delas:
— ter inspiração política e visar à população civil;
— ter por imperativo a violência física (o ciberterrorismo seria apenas acessório);
— suas vítimas não serem as mesmas que a audiência pretendida;
— ter por propósito a disseminação da mensagem, não a derrota do inimigo;
— terroristas são mais fracos do que seus inimigos, por isso recorrem ao terror;
— exceções à parte, atentados são praticados por grupos, não por estados.

Até hoje um dos paradoxos clássicos do terror consistia em proliferar em todos os cantos, não triunfar em lugar algum e renascer sempre. Nem mesmo a autoproclamação física e territorial do Estado Islâmico e seu corolário de matanças em escala planetária altera esse paradoxo. Apenas o exacerbam.

Como ficou patente no atentado de Bamako, é mais fácil enxotar terroristas de um território conquistado do que eliminar suas raízes.

Por: Dorrit Harazim,  jornalista - O Globo

domingo, 25 de janeiro de 2015

Para manter sua fama Israel precisa matar civis palestinos desarmados?

A Inteligência Israelense  


“O Serviço de Inteligência é a batalha das mentes e cérebros e a função dos equipamentos é ajudar o ser humanos em seu desafio conceitual. Mas na integração do homem e da máquina o fator humano é decisivo, mormente no Serviço de Inteligência” (Meir Amit, diretor do MOSSAD de 1963 a 1968)

Trinta e dois séculos após Moisés ter acatado a ordem de Deus, escolhendo 12 eminentes israelitas para se infiltrarem na Terra Prometida, o Estado de Israel foi criado, em 1948, e Ben Gurion, seu primeiro presidente,  fez exigências rigorosas a seus agentes secretos: 

 - que fossem motivados pelo patriotismo; que representassem os melhores aspectos da sociedade israelense; 
- que obedecessem ao postulado singular de comedimento; e
-  que se lembrassem que defendiam  uma democracia e não um Estado monolítico.

Nesse sentido, Israel é um país singular sob muitos aspectos, um dos quais tem sido o total apoio de seus cidadãos aos Serviços de Inteligência, considerados entre os melhores do mundo.Os Serviços de Inteligência de Israel, assim como os de outras nações, são um reflexo de suas sociedades, dos quais trazem seu poder de inspiração. Cada país possui uma estrutura de Inteligência moldada à sua própria imagem, refletindo a índole e as características culturais da Nação.




O que está no centro dos Serviços de Inteligência de Israel, diferenciando-os dos demais serviços de qualquer outra Nação, é a imigração. Desde a sua formação a comunidade de Inteligência de Israel empenhou-se em proteger os judeus em todo o mundo e ajudá-los a emigrarem para sua Pátria bíblica. Quem pode imaginar a CIA, por exemplo, com a tarefa de proteger cada possuidor de passaporte dos EUA através do mundo?

A tarefa de defender não apenas o Estado, mas também “todo o povo de Israel” é a missão precípua dos Serviços de Inteligência de Israel:  MOSSAD (Inteligência Externa, criado em1951), AMAN (Inteligência Militar, criado em 1949)
SHIN BET (Segurança Interna, criado em 1948)  Serviço de Ligação para a Imigração Judaica, criado em 1958),  LAKAM (com a função primária de resguardar o programa nuclear secreto e obter dados científicos  e tecnológicos no exterior, criado em 1957) e Departamento Político do Ministério do Exterior, criado em 1948.

Desde sua criação, o Estado de Israel vê-se cercado por um círculo de nações árabes  hostis. Todas essas nações, todavia, possuem minorias étnicas e religiosas e Israel sempre pôs em  prática o desenvolvimento de amizades com essas minorias, que sofrem, como Israel, em maior ou menor grau, com a ascensão do nacionalismo e do radicalismo árabes.

A idéia por trás dessa tática pode ser resumida em uma frase: “os inimigos do meu inimigo são meus amigos”.


Qualquer força que lute ou se oponha ao nacionalismo árabe é considerada por Israel uma aliada em potencial: a minoria maronita no Líbano, os drusos na Síria, os curdos no Iraque e os cristãos do Sul do Sudão, todos sofrendo o jugo das maiorias muçulmanas de seus países. O conceito de manter contato com todos eles tornou-se conhecido para as lideranças israelenses como “a aliança periférica”.


Desde 1951, quando foi criada, a agência externa, o MOSSAD, possui acordos de  cooperação com a CIA. Mas a grande abertura dos altos escalões dos Serviços de dos Serviços de Inteligência ocidentais para com o MOSSAD decorreu de uma vitória conseguida na Europa em 1956, quando os israelenses conseguiram  superar a CIA, o MI6 inglês, franceses, holandeses e outros Serviços de Inteligência  ocidentais que buscavam o texto de um discurso: o discurso secreto pronunciado por Nikita Kruschev no XX Congresso do PCUS, em fevereiro de 1956, que praticamente  sepultou a era Stalin ao relatar, pela primeira vez, os horrores dos gulags,  dos dos julgamentos encenados, dos assassinatos e das deportações de populações inteiras.


A  partir de então, a reputação do MOSSAD tornou-se uma lenda. Em suas memórias, Isser Harel, que dirigiu o MOSSAD de 1952 a 1963 e o SHIN BET de 1948 a 1952, escreveu:  “Fornecemos a nossos equivalentes americanos um documento que é considerado uma das maiores realizações na história da espionagem: o discurso secreto,completo, do 1º Secretário do PCUS”. Harel, entretanto, não revelou como conseguiu o discurso.

Como qualquer outro país, o MOSSAD possui agentes secretos trabalhando nas embaixadas nas embaixadas, sob cobertura diplomática. Onde não é possível estabelecer  relações oficiais ou estas são cortadas por divergências políticas, os diplomatas alternativos do MOSSAD desempenham tarefas que normalmente não são da competência  não são da competência dos Serviços de Inteligência. 

Especificamente, na África, a CIA forneceu milhões de dólares para financiar as atividades  clandestinas de Israel, pois sempre foram consideradas do interesse geral do Ocidente. De acordo com o conceito periférico do primeiro diretor do MOSSAD, os vínculos sigilosos de Israel com a Etiópia, Turquia e Irã nunca deixaram de existir. Tanto Israel quanto o Irã ajudaram a revolta dos curdos contra o governo do Iraque; agentes do MOSSAD no Iêmen do Sul ajudaram os realistas a combater os egípcios; no Sul do Sudão aviões israelenses  lançaram suprimentos para os rebeldes cristãos; e, no fundo da África, o MOSSAD  operou num lugar tão distante como Uganda,  em outubro de 1970, ajudando Idi Amin a depor o presidente Milton Obote.


Em todos os países há Estações do MOSSAD, sempre operando sob a cobertura diplomática,dentro das embaixadas. O chefe da Estação, todavia não comunica suas atividades O chefe da Estação, todavia, não comunica suas atividades ao embaixador e remete seus relatórios diretamente para o MOSSAD, em Tel-Aviv. Suas missões incluem ligações oficiais com os Serviços de Inteligência do país anfitrião, mas mas também operam suas próprias redes, sem o conhecimento do país anfitrião. A ênfase em em atividades semi-diplomáticas concentra-se basicamente em dois continentes: África e Ásia.

O sucesso do SHIN BET em controlar os territórios tomados em junho de 1967, na Guerra na Guerra dos Seis Dias (margem ocidental da Jordânia, Sinai e Faixa de Gaza do Egito, e as colinas de Golan) teve um preço: a sociedade israelense passou a ser julgada no mundo exterior pelo que se podia observar a respeito de sua política de segurança. A subversão e os atentados com os homens e mulheres-bomba foram e vêm sendo esmagadas, mas a boa vontade para com Israel no resto do mundo diminui, graças, fundamentalmente, à mídia. Em vez de admirado por grande parte da opinião política  internacional, o Estado judaico tornou-se abominado para muita gente.

O SHIN BET, forçado pelas circunstâncias passou a ser encarado como uma força superiora de ocupação. Teve que aumentar seus efetivos, os critérios de recrutamento foram facilitados e o perfil social de seu pessoal mudou. Os novos agentes baseavam sua atuação mais na força  do que na inteligência. 

A natureza diferente da missão também determinou novos métodos. Numa época em que  dois mil árabes era detidos para interrogatórios, em que carros explodiam e hotéis e aviões passaram a ser alvo dos terroristas, o essencial era extrair informações tão rápido quanto possível. O fator tempo  aliás, como em todas as guerras sujas - passou a ser o elemento mais importante e a ação rápida passou a exigir a brutalidade. Isso também ocorreu no Brasil na guerra suja dos anos 70.

Em 23 de julho de 1968, um Boeing 707 da El AL, num vôo de Roma para Tel-Aviv, foi seqüestrado e aterrissou na Argélia. Os seqüestradores eram três árabes, militantes  da Frente Popular pela Libertação da Palestina. Esse foi o primeiro e último sequestro  bem sucedido de um avião israelense. A partir daí Israel introduziu um esquema de se de segurança radicalmente novo em seus aviões de passageiros, colocando homens do SHIN BET, armados, em cada vôo, viajando em poltronas comuns, disfarçados de passageiros, tornando a EL AL a empresa mais segura do mundo.


O mundo, no entanto, só tomou conhecimento dessas medidas quando um desses agentes respondeu a um ataque terrorista, em Zurique, em fevereiro de 1969, na pista do aeroporto de de Kloten. Em 1968, Meir Amit, diretor do MOSSAD desde 1963, foi surpreendentemente substituído pelo general Zvi Zamir, sem experiência anterior no Serviço de Inteligência. Segundo as especulações, ele havia sido substituído por ser eficiente. Os líderes do Partido Trabalhista, então no Poder, não desejavam um chefe do Serviço de Inteligência que fosse forte demais... então no Poder, não desejavam um chefe do Serviço de Inteligência que fosse forte demais...

Dados bibliográficos:
Noticiário da imprensa nacional e internacional e livro “Todo o Espião é um Príncipe”, Imago Editora, 1991, de Dan Ravin e Yossi Melman.

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.