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quinta-feira, 2 de maio de 2019

Os monstros blindados que o chavismo usa contra manifestantes na Venezuela

Veículos blindados usados pelo chavismo contra apoiadores de Juan Guaidó vêm da Norinco, empresa da China

Rinocerontes, Morcegos e Baleias – todos couraçados. O esquema de violenta repressão aos manifestantes de oposição ao presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, está empregando três diferentes tipos de blindados fornecidos pelo grupo chinês Norinco – China North Industries.  

 Blindados usados pela Guarda Nacional Bolivariana contra manifestantes, em Caracas  Foto: REUTERS/Adriana Loureiro
O militante pró Juan Guaidó, atropelado e morto há dois dias durante ato público em Caracas, foi atingido por um deles. O VN4 Rhinoceros, de 5,7 toneladas, é armado com uma metralhadora 12.7 mm. Nas versões venezuelanas a torre de ataque é equipada também com disparadores de granadas de gás – a munição lacrimogênea é comprada no Brasil, da Condor Tecnologias Não Letais. 

A Guarda Bolivariana e a policia especial usam uma frota de 124 veículos. Foram todos pintados de branco, tem tração 4x4, com posições internas para 8 agentes, mais dois tripulantes; um motorista e um artilheiro principal. O Rhino, como é conhecido, roda a 115 km/hora. Desenhado fundamentalmente para o combate a distúrbios de rua, virou uma espécie de referência na contenção aplicada aos protestos de rua pelo regime de Maduro.

O contrato entre os governos da China e da Venezuela, iniciado em 2013, envolve ainda dois outros modelos da mesma Norinco, o ABV-1 Morcego e o WTC-1 Baleia. O tamanho da frota é mantido em sigilo. O valor total do negócio é estimado entre US$ 300 milhões e US$ 500 milhões, abrangendo vasto estoque de peças e partes de reposição, mais treinamento, documentação técnica e um ciclo primário de modernização.

Em 2017 vários esquadrões foram submetidos ao procedimento e ganharam comunicadores digitais, acessórios óticos de visão noturna e um sistema que impede os pneus de perderem pressão mesmo danificados por perfurações. O Morcego leva duas asas articuladas, metálicas, de cerca de três metros de altura, fechadas por uma grade de aço. 

Com um dispositivos de encaixe e trava em cada lado do caminhão, alinhados dois a dois criam uma muralha, protegendo a tropa repressora e encurralando os manifestantes. De acordo com a Norinco, o veículo é exclusivo, atende a especificações da Guarda Nacional Bolivariana. O WTC-1 Baleia lança jatos de água por meio de dois canhões de alta pressão. Teria capacidade de dispersar multidões a 20 metros de distância. Os disparos diretos podem provocar parada cardíaca e respiratória.  

O Estado de S. Paulo 





domingo, 24 de março de 2019

Aviões russos chegam à Venezuela com militares e equipamentos

Segundo a imprensa venezuelana, um alto oficial russo, 100 soldados e 35 toneladas em equipamentos chegaram com os aviões

Dois aviões russos chegaram ao Aeroporto de Maiquetía, em Caracas neste fim de semana, em meio a rumores na imprensa local sobre o desembarque na Venezuela de um alto oficial russo, 100 soldados e 35 toneladas em equipamentos. A aeronave está protegida por membros da Guarda Nacional Bolivariana no terminal desde a tarde de sábado, 23. 

 Um avião com a bandeira russa foi visto no aeroporto internacional de Caracas.  Foto: Carlos Jasso/Reuters

Segundo o diário El Nacional, dois aviões militares russos -um jato e um  cargueiro - aterrissaram  tarde de sábado nesse terminal, transportando uma centena de militares liderados pelo general Vasili Tonkoshkurov, diretor de mobilização das Forças Armadas do país europeu. De acordo com o jornal , "35 toneladas de materiais" chegaram com a missão militar.
Contactadas pela AFP, nem autoridades venezuelanas nem a embaixada da Rússia em Caracas emitiram  comentários. 
 
Rússia e China, principais credores da dívida externa da Venezuela (estimada em US$ 150 bilhões), tem sido dois dos maiores aliados do governo de Nicolás Maduro em meio a uma crescente pressão internacional para que ele abandone o poder. A colaboração militar entre Caracas e Moscou fortaleceu desde o inicio do chavismo, com a compra de equipamentos e armamento militar.

Em dezembro passado, dois bombardeiros nucleares TU160, um avião de carga e outro de passageiros foram  enviados pela Rússia para a Venezuela para participar de exercícios de defesa com a Força Armada venezuelana.  Esse colaboração aumentou as tensões entre Caracas e os Estados Unidos e a vizinha Colômbia. O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, criticou os exercícios na época, acusando Moscou e Caracas de serem "dois governos corruptos desperdiçando fundos públicos e reprimindo a liberdade"

AFP
 



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Tensão na fronteira

O gesto de Nicolás Maduro de impedir a entrada de ajuda humanitária na Venezuela é capaz de mudar a direção dos ventos que sopram na caserna


O povo venezuelano agoniza premido pela perversidade da ditadura de Nicolás Maduro. Os cidadãos afortunados o bastante para sobreviver à violência dificilmente escapam da fome. Os mais pobres, que compõem a maior parte da população, perderam entre 20% e 30% do peso corporal nos últimos dois anos. A maioria dos supermercados está desabastecida, mas ainda que houvesse produtos nas prateleiras não há renda que resista a uma inflação de 1.000.000% ao ano. Faltam medicamentos, água e outros insumos básicos para viver com dignidade na Venezuela.

Diante deste quadro, o mínimo esperado de Maduro seria a autorização para a entrada de ajuda humanitária internacional, permitida até em zonas conflagradas. Mas esperar uma nesga de moralidade de Maduro exigiria boas doses de otimismo e boa vontade. A entrada de ajuda foi negada. Na quinta-feira passada, o ditador ordenou o fechamento do espaço aéreo da Venezuela e das fronteiras terrestres do país com o Brasil e a Colômbia, além da fronteira marítima com a ilha de Curaçao, no mar do Caribe.

A decisão foi uma resposta à ação coordenada entre grupos de oposição ao regime liderados por Juan Guaidó, que há um mês se autoproclamou presidente constitucional da Venezuela, tendo sido reconhecido internacionalmente , os Estados Unidos e os países que fazem parte do Grupo de Lima, incluindo o Brasil, para envio de comida, água e outros itens ao país vizinho. O plano prevê que hoje sejam entregues carregamentos de ajuda a grupos de voluntários venezuelanos estacionados nas fronteiras do país com o Brasil e a Colômbia. Esses voluntários, arregimentados pela oposição liderada por Guaidó, são responsáveis por abastecer os caminhões e distribuir os insumos à população no território venezuelano.

A despeito do fechamento da fronteira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o plano para envio de ajuda à Venezuela está confirmado. Ontem, um avião da Força Aérea Brasileira chegou a Boa Vista (RR) com um carregamento de 19 lotes de arroz, 14 de açúcar, dezenas de sacos de leite em pó e caixas com diversos tipos de medicamentos para ser entregue na cidade de Pacaraima. Tropas e veículos blindados do Exército venezuelano estão na cidade de Santa Elena de Uairén, a 12 km da fronteira do país com o Brasil. Ao menos dois venezuelanos que tentaram cruzar a fronteira para o Brasil foram atingidos por tiros disparados por membros da Guarda Nacional Bolivariana no lado venezuelano. No mais grave incidente desde a escalada da tensão fronteiriça, as tropas leais a Nicolás Maduro atiraram contra um grupo de civis que tentavam manter aberta uma passagem em Gran Sabana, na fronteira com o Brasil. Um casal foi morto.

As autoridades brasileiras têm mantido a serenidade para lidar com a grave situação na fronteira com a Venezuela. O vice-presidente Hamilton Mourão disse que brasileiros não cruzarão a fronteira com a Venezuela e que um conflito armado com o país vizinho só ocorreria se o Brasil fosse atacado”. “Mas Maduro não é louco a esse ponto”, complementou Mourão, que na próxima segunda-feira participará da reunião de emergência do Grupo de Lima na Colômbia.  O momento pede temperança. Vale destacar ainda a disposição do governo brasileiro em manter o plano de envio de ajuda humanitária ao sofrido povo venezuelano.

Não se pode esquecer, no entanto, que o país vizinho detém o controle sobre o fornecimento de energia para Roraima. De uma hora para outra, Nicolás Maduro pode ordenar seu corte, afetando a vida de milhares de brasileiros. Resta saber como o Brasil reagiria a um ato hostil como esse.  Nicolás Maduro se sustenta no poder tão somente pelo apoio que ainda recebe da cúpula das Forças Armadas. Cada vez mais isolado e reconhecido como responsável direto pela miséria do povo, seu destino depende diretamente dos humores dos militares e de sua capacidade de compra de apoio. Impedir a entrada de ajuda humanitária é um gesto capaz de mudar a direção dos ventos que sopram na caserna.


Revista VEJA

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Militares venezuelanos desertam e pedem refúgio no Brasil

Dois membros da Guarda Nacional Bolivariana da Venezuela desertaram e pediram refúgio no Brasil, em meio à tensão nas fronteiras por conta da tentativa de entrada de ajuda humanitária.   

Segundo o coronel do Exército brasileiro Georges Feres Kanaan, os dois militares chegaram em Pacaraima na noite deste sábado (23) e estão alojados em um abrigo para refugiados. Eles são os primeiros membros da Guarda Nacional Bolivariana a fugir para o Brasil – a Colômbia contabiliza pelo menos 61 desertores desde sábado.  

“Estamos aqui no posto de triagem da Operação Acolhida, e ontem à noite dois militares da guarda nacional venezuelana se apresentaram como refugiados”, disse Kanaan, coordenador-adjunto da operação de acolhimento de refugiados venezuelanos, ao portal G1.  

Os militares estavam desarmados e cruzaram a fronteira a pé. No último sábado, ao menos três civis morreram em confrontos em Santa Elena de Uairén, a 15 quilômetros da fronteira brasileira, por causa da resistência do regime de Nicolás Maduro em permitir a entrada de ajuda humanitária.

ANSA

sábado, 23 de fevereiro de 2019

Sem intervenção

Resistência truculenta da ditadura de Maduro pode provocar confronto de dimensões imprevisíveis

O governo brasileiro, até o momento, tem dado prioridade às informações sobre as repercussões no dia a dia de nossa fronteira com a Venezuela, e não às questões militares, que são apenas laterais, pois a decisão é não participar de eventuais tentativas de golpe contra a ditadura de Nicolás Maduro, a despeito de o governo bolivariano acreditar que a “ajuda humanitária” coordenada pelos Estados Unidos não passa de um pretexto para uma invasão.
Não para as autoridades brasileiras. A preocupação, ao contrário, é em relação ao deslocamento de membros da Guarda Nacional Bolivariana para a fronteira brasileira, pois são soldados que não conhecem a região, ao contrário dos venezuelanos que lá estão, já bastante entrosados com os brasileiros. Tanto que, apesar da gravidade da situação, oficialmente o governo brasileiro não considera uma hostilidade o fechamento da fronteira pela Venezuela. O vice-presidente, general Hamilton Mourão, fala em nome do governo quando diz que a Venezuela pode fazer o que quiser dentro de seu território para tentar impedir que a ajuda humanitária chegue a seus cidadãos, o que seria um erro político, mas não uma agressão ao Brasil. Para ele, pensar em intervenção dos Estados Unidos na Venezuela não faz sentido, sendo “prematuras” as preocupações, pois uma ação dessas “não faria sentido”. [o complicador é o estacionamento pela Venezuela, na fronteira com o Brasil, de armamentos de grande poder.
Pode se tornar complicado aceitar o que é uma evidente provocação, visto a clara intenção de demonstrar força.]
Para Mourão, “os Estados Unidos estão mais na retórica do que na ação. A Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos”. O governo brasileiro admite que a ajuda humanitária tanto na fronteira do Brasil quanto da Colômbia, e na Guiana, sob a coordenação da União Europeia, é mais simbólica, pois a quantidade necessária de alimentos para equilibrar a situação é muito maior, diante do quadro trágico do momento. A situação do lado brasileiro tem alguns pontos de atenção, como, por exemplo, o desabastecimento, pois muitos venezuelanos estão fazendo estoques de mantimentos em compras do lado brasileiro. Há também o perigo de falta de energia, pois aquela região é dependente da Venezuela e, em caso de racionamento, temos combustível para o funcionamento de uma termoelétrica por cerca de dez a 15 dias.
Ontem mesmo, nas diversas reuniões que foram feitas, o governador de Roraima, Antonio Denarium, conseguiu a aceleração dos estudos, inclusive de impactos ambientais, para a obra do linhão que trará energia de Tucuruí para a região, que deixaria de ser dependente de fornecimento do exterior. Todos os órgãos de informação do governo estão dedicados a detectar o que acontecerá hoje, quando estão marcadas pelo governo interino de Guaidó manifestações na fronteira para forçar o recebimento dos mantimentos. O Brasil, porém, continuará na posição de levar a ajuda humanitária até a fronteira e exigir que os venezuelanos venham pegar os mantimentos. [este parágrafo permite avaliar a irresponsabilidade dos governos anteriores a Bolsonaro na busca de uma solução definitiva para livrar Roraima da dependência de fornecimento de energia do exterior;
só agora, sob Bolsonaro e os generais, é que vão iniciar os estudos - que são demorados, todos sabemos que existem vários órgãos ambientais com a única função de criar dificuldades, sem olvidar que o MP e o próprio Poder Judiciário sempre se empenham em retardar a execução de obras dessa natureza.]
Não se sabe qual será a reação da Guarda Nacional Bolivariana, nem a da população local, que sofre com a crise e se revolta com a proximidade do que lhes faz falta vital, sem conseguir usufruir. Ontem, os conflitos já provocaram duas mortes na fronteira, e Maduro estimulou as forças militares a se manterem na repressão a todo custo. A resistência truculenta e sanguinária da ditadura de Maduro pode provocar um confronto de dimensões imprevisíveis. Se, no entanto, as demonstrações marcadas para hoje em todo o país em favor do governo provisório fracassarem, é previsível que a ditadura de Maduro, mesmo à custa de uma repressão brutal, ganhe nova força. Na segunda-feira, haverá a reunião do grupo de Lima em Bogotá, e o vice-presidente Hamilton Mourão representará o Brasil, que também terá a presença do vice dos Estados Unidos, e manterá a posição de não intervenção.
Como já contei em outra coluna, o então ministro da Defesa da Venezuela, general Vladimir Padrino López, teve em Caracas uma reunião com seu correspondente brasileiro à época no governo Temer, general Joaquim Silva e Luna, na qual pediu que o Brasil não participasse de uma eventual força multinacional de “ação humanitária”, pois ela seria só início de uma intervenção, estimulada pelos Estados Unidos. Embora participe da ação coordenada pelos Estados Unidos e União Europeia, tudo indica que o Brasil não endossará uma ação militar para derrubar o governo de Maduro, e a estratégia continua sendo pressioná-lo através de declarações e apoio ao interino Guaidó.
O fato de que no governo Bolsonaro há diversos generais que chefiaram a força de paz da ONU no Haiti e no Congo, considerados combatentes treinados em situações desse tipo, leva à interpretação de que apoiariam uma ação nesses moldes na Venezuela, mas por enquanto não há clima para isso.
 
Merval Pereira - O Globo
 
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Dois indígenas morrem em conflito com militares da Venezuela perto da fronteira com o Brasil

Conflito aconteceu perto da comunidade indígena de Espumarada quando um grupo de civis tentou impedir que os agentes da Guarda Nacional Bolivariana fechassem a passagem para o País; ao menos 15 pessoas ficaram feridas

Soldados venezuelanos abriram fogo nesta sexta-feira, 22, contra um grupo de civis que tentava manter aberta uma passagem na região da fronteira entre a Venezuela e o Brasil. Uma mulher e seu marido foram mortos e ao menos outras 15 pessoas ficaram feridas - 4 em estado grave -, segundo autoridades de Gran Sabana, onde aconteceu o incidente. 

O ataque aconteceu na manhã desta sexta, quando uma escolta militar se aproximou de uma comunidade indígena de Kumarakapai. Os soldados abriram fogo com balas de borracha e gás lacrimogêneo quando os voluntários tentaram impedir que os veículos fechassem a passagem.  

A mulher, Zorayda Rodriguez, de 42 anos, foi morta, marcando a primeira fatalidade de uma operação internacional que tenta levar ajuda humanitária ao país, desafiando o governo de Nicolás Maduro. De acordo com informações do deputado opositor Américo De Grazia, um segundo indígena também teria morrido na ação da Guarda Nacional Bolivariana. 

"Rolando García. Indígena pemón, é a segunda vítima fatal da operação criminosa do general José Montoya (GN, Guarda Nacional). (Ele) que morreu, entrou ferido no hospital de #Pacaraima #Brasil. Há 3 feridos a balas, (em estado) grave. Todas as vítimas são indígenas", escreveu o Parlamentar em sua conta no Twitter.
A ONG Kapé Kapé também disse que uma segunda pessoa morreu na ação dos militares venezuelanos. Segundo informações da organização, Rolando seria marido de Zorayda.

Atendimento no Brasil
A Secretaria Estadual de Saúde de Roraima informou que cinco pacientes venezuelanos recebem atendimento no Hospital Geral de Roraima, em Boa Vista. 
Todos foram feridos por arma de fogo. Três deles encontram-se no centro cirúrgico e dois recebem atendimento no setor do grandes traumas. Os pacientes chegaram à Unidade em duas ambulâncias da Venezuela, acompanhados por uma médica venezuelana. 


MATÉRIA COMPLETA em O Estado de S. Paulo





sábado, 2 de fevereiro de 2019

A agonia de uma ditadura

A asfixia financeira foi um incisivo golpe no regime chavista porque a renda do comércio de petróleo é usada por Maduro para comprar o apoio dos militares

A queda do ditador Nicolás Maduro na Venezuela parece estar cada vez mais próxima à medida que aumentam as pressões internas e externas sobre o regime chavista.  Há poucos dias, o presidente Donald Trump determinou o bloqueio de ativos da PDVSA nos Estados Unidos. Todo o dinheiro que a estatal venezuelana deveria receber pela venda de petróleo ao país será depositado em contas bloqueadas que só poderão ser movimentadas “quando um governo democraticamente eleito estiver no controle” da Venezuela, disse Steven Mnuchin, secretário do Tesouro americano.

A asfixia financeira foi um incisivo golpe no regime chavista porque a renda do comércio de petróleo é usada por Maduro para comprar, entre outras coisas, o apoio dos militares. São estes que controlam a PDVSA e a cúpula das Forças Armadas venezuelanas é um dos sustentáculos armados do regime, junto com a Guarda Nacional Bolivariana e a rede de milícias espalhadas pelo país. A queda de Nicolás Maduro passa, necessariamente, pela mudança dos humores de seus apoiadores armados. E sem o dinheiro farto que os comprou até agora ficará mais difícil manter o bom humor.

Ainda no plano internacional, na quinta-feira passada o Parlamento Europeu reconheceu o líder opositor Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (AN), como “presidente legítimo interino” da Venezuela. A decisão foi tomada após o fim do prazo de oito dias dado pela União Europeia (UE) para que Nicolás Maduro convocasse novas eleições. Em entrevista à agência russa RIA Novosti, Maduro disse estar aberto a negociar somente a antecipação de eleições para o Legislativo, previstas para 2020, não para a Presidência.

No início de janeiro, Juan Guaidó já havia sido reconhecido como presidente de fato da Venezuela por 11 dos 14 países que compõem o Grupo de Lima, incluindo o Brasil. Além destes, também o fizeram os Estados Unidos, o Reino Unido, Israel e Austrália. A UE declarara Maduro “ilegítimo” após ele tomar posse para um segundo mandato no dia 10 de janeiro. O subsequente reconhecimento de Guaidó como presidente interino pelo Parlamento Europeu só amplia o isolamento do chavista.
É verdade que Maduro tem o apoio nada desprezível de duas potências econômicas e militares, a China e a Rússia. Não se trata de um apoio desinteressado: os dois países são os maiores credores da Venezuela e, previsivelmente, condenaram as sanções americanas sobre os ativos da PDVSA, classificadas como “ilegais”, pelos russos, e “muito prejudiciais ao povo”, pelos chineses.

Nada pode ser mais prejudicial ao povo da Venezuela do que a manutenção de um regime que foi capaz de destruir o país que detém as maiores reservas de petróleo do mundo, levando partes expressivas da população à miséria, à morte ou ao exílio.
China e Rússia, no entanto, são nações pragmáticas e leem os movimentos políticos à luz de seus interesses. A China tem sido mais comedida do que já foi em suas manifestações de apoio ao governo de Maduro. Já a Rússia, por razões que ainda não estão claras, mandou para Caracas um Boeing 777 da Nordwind Airlines, empresa russa que realiza voos charter. Suspeita-se que a aeronave possa servir para transportar Maduro e sua família para o exílio, levar um carregamento de 20 toneladas de ouro ─ 20% dos ativos venezuelanos neste metal ─ para local incerto ou, quem sabe, as duas coisas.

À parte teorias conspirativas, resta a realidade: o drama de um povo exaurido por um governo há muito esgotado.  Novas manifestações populares foram realizadas na quarta-feira passada e outras serão convocadas pela oposição liderada por Juan Guaidó, que teve suas contas bancárias bloqueadas e está proibido de deixar o país por ordem do procurador-geral de Justiça da Venezuela, Tarek Saab, um títere de Maduro.  A agonia do regime chavista na Venezuela poderá ser longa, mas certamente o povo sofrido daquele país voltará a sentir o bálsamo da liberdade.


Editorial - O Estado de S. Paulo



quarta-feira, 31 de maio de 2017

Venezuela - “Cubazuela”: Raúl Castro a um passo do seu sonho macabro

sexta-feira, 6 de março de 2015

O exército de Stédile e a Venezuela



Assim como ocorre em Cuba com as “Brigadas de Resposta Rápida” e na Venezuela com suas “Guardas Bolivarianas”, o Brasil, com o  “exército de Stédile”, vai delineando, cada vez com mais clareza, o que quer e está fazendo o Foro de São Paulo.

No dia 24 de fevereiro o PT, junto com a CUT e a FUP (Federação Única dos Petroleiros), organizou uma manifestação em defesa da Petrobras na Associação Brasileira de Imprensa, na qual várias “autoridadesfizeram discursos tão falsos quanto inflamados. Dentre eles falaram o líder do MST, João Pedro Stédile e o ex-presidente Lula. Nenhum deles admitia a roubalheira desenfreada na estatal petroleira e muito menos que os indiciados cometeram crimes mas apenas “erros”.

Lá para as tantas Lula disse: “Eu quero paz e democracia mas se eles não querem, nós sabemos brigar também, sobretudo quando o João Pedro Stédile colocar o exército dele do nosso lado”. Nas ruas, a militância petista, com camisas vermelhas da CUT e do PT, mostrava já estar preparada distribuindo pontapés em pessoas que se manifestavam contra a presidente. Vejam a fala de Lula abaixo:

Lula ameaça com ‘exército’ do mst

Enquanto isto acontecia, o governo ordenava às tropas da Força Nacional de Segurança que fossem retirar os caminhoneiros em greve nas estradas que, ao contrário do que diz a mídia venal, não interditam as rodovias uma vez que ocupam apenas uma faixa e parte do acostamento. Segundo denunciou em discurso na Câmara o deputado Nilson Leitão, do PSDB/MT, dona Dilma “mandou a Força Nacional ‘descer a porrada’ nos caminhoneiros grevistas”.

No mesmo dia, na Venezuela, a Guarda Nacional Bolivariana e a Polícia reprimiam as manifestações atirando para matar. Em Táchira, o policial Javier Mora Ortiz disparou na cabeça do estudante de 14 anos, Kluiberth Roa, quando saía do colégio e ao ver a confusão tentou se esconder debaixo de um carro. O tiro foi fatal, mas o Ministério Público disse que o tiro foi com “bala de plástico”. O registro é chocante: 

 VÍDEO: Tachira San Cristobal UCAT 24

Essa nova manifestação ocorreu em repúdio à Resolução nº 8.610, publicada no dia 23 de janeiro, que autoriza as forças de segurança a usar arma de fogo para “reprimir as manifestações”. Revolta ler o cinismo do que lá está escrito, uma vez supõe que os manifestantes são vândalos que a polícia necessita reprimir em defesa dos que não participam, mas sempre cuidando de não ferir ou maltratar ninguém. Assim, no Capítulo I, lê-se sobre o Objetivo: 

“Art. 1º - A presente normativa tem como objetivo regular a atuação da Força Armada Nacional Bolivariana para garantir a ordem pública, a paz social, a convivência cidadã em reuniões públicas e manifestações, dentro do desenvolvimento do Estado Democrático e Social de Direito e de Justiça e a proteção dos direitos humanos”. 

Os “direitos humanos”, a “proteção especial à vida, à saúde e à integridade pessoal” são repetidos a cada capítulo, artigo e parágrafo. A proteção às pessoas em situação de “vulnerabilidade” também é citado, no entanto, Kluiberth Roa tinha apenas 14 anos e não participava das manifestações, mas foi assassinado fria e brutalmente.

O Artigo 5º, parágrafo 5, trata do “uso progressivo da Força” e mente sem o menor constrangimento, quando diz: “... os procedimentos dirigidos a garantir a ordem pública, a paz social e a convivência cidadã (...) rege-se pelos princípios de legalidade, necessidade e proporcionalidade, utilização da escala progressiva em função da resistência e oposição (...) devendo sempre manter o menor nível de uso da força possível para a consecução do objetivo proposto”. 

No Capítulo IV, que trata desse “uso progressivo da força”, o Artigo 22, parágrafo 7 descreve quando pode-se empregar o uso da “violência mortal”: “Criação de uma situação de risco mortal, frente ao qual funcionária ou funcionário militar, aplicará o método de uso da força potencialmente mortal, bem como a arma de fogo ou com outra arma potencialmente mortal”.

O método é o mesmo. Há anos venho denunciando que o MST é o braço armado do PT, que foi treinado e armado pelos terroristas das FARC. Mas agora foi o próprio Lula quem confessou e, assim como ocorre em Cuba com as “Brigadas de Resposta Rápida” e na Venezuela com suas “Guardas Bolivarianas”, o Brasil com o  “exército de Stédile” vai delineando cada vez com mais clareza, o que quer e está fazendo o Foro de São Paulo (FSP). O Foro é a Hidra Vermelha, com seus mil tentáculos. Mas ainda tem gente que acredita que pode desmantelar essa mega organização criminosa fazendo cara feia, ou pior: que o FSP não é isso que denunciamos...

A propósito deste artigo, meu programa Observatório Latino do dia 27 de fevereiro na Rádio Vox, trata com mais detalhes desses temas. 

Fonte: Blog Nota Latina - http://notalatina.blogspot.com

Escrito por Graça Salgueiro