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domingo, 4 de fevereiro de 2018

Vamos parar, pessoal; juiz pode, magistrado também, só os ministros do Poder Executivo não podem - isso é pirraça; contra Temer? contra o Poder Executivo? ou contra os dois?

Milionários, ministros de Temer ganham auxílio moradia

Ministro das Cidades, Alexandre Baldy, usa apartamento funcional da Câmara mesmo tendo imóvel próprio em Brasília

Assim como boa parte dos membros do judiciário, alguns ministros do governo do presidente Michel Temer também recebem dos cofres públicos auxílio moradia.  O caso que mais chama atenção é o do ministro das Cidades, Alexandre Baldy, que tem à sua disposição um apartamento funcional de mais de 200 metros e, simultaneamente, mora em uma casa no Lago Sul de Brasília, adquirida em 2016 por 7,6 milhões de reais. As informações foram publicadas na edição deste sábado no jornal Folha de S. Paulo.

A legislação federal proíbe o recebimento do benefício para ministros que tenham imóvel próprio na capital federal. A reportagem do jornal visitou o local e constatou que ele seria usado por assessores de Baldy. O ministro afirmou, por meio de sua assessoria, que o apartamento estava sendo utilizado “com o objetivo de dar suporte às atividades funcionais que não são realizadas em sua residência, para preservar a rotina e necessidades de seus filhos, esposa e demais familiares”.

Apesar disso, afirmou que não vê mais necessidades de ficar com o apartamento, “o qual já acredita ter sido entregue para a Câmara”. A Casa Legislativa, no entanto, informou que a devolução não havia sido feita até sexta-feira (2). No pleito de 2014, quando se elegeu deputado federal, Baldy declarou ter bens que totalizavam 4,2 milhões de reais.
[pessoal, aqui no Prontidão antes de tudo somos sinceros; o que achamos certo, dizemos; se achamos errado denunciamos.
Convenhamos que um cidadão que compra uma casa  por R$ 7,6 milhões - que não é uma fortuna, mas, é uma grana razoável - possui uma boa fonte de renda e que não é o salário de ministro  - funcionário público ele não é, levaria uns 300 meses, ganhando o teto, para juntar a grana.
Então deve possuir uma boa grana, uma razoável fortuna pessoal e estar acostumado com coisas boas, o que inclui morar bem.

Vir para Brasília -  para ser ministro, ganhar em torno de R$ 30.000,00 mensais, todo mundo de olho para ver se ele ganha algum mimo, algum agrado, se participa de algum esquema desonesto  - e não ter direito a pelo menos morar bem, ninguém aguenta.
É perfeitamente legal que ele more na casa que possui e use o apartamento funcional- para apoio logístico da sua família.

Se for fazer as contas com cuidado, vamos perceber que o ilustre ministro está perdendo uma grana preta para servir ao Brasil.
Tem mais, ser ministro de Estado, já foi status, mas depois que o Lula e Dilma andaram nomeando alguns analfabetos para exercer o cargo, o status foi embora.

Ser ministro de um governo cujo chefe não tem autonomia nem para nomear um ministro - mesmo atendendo todos os requisitos da Constituição Federal é dose.
A única vantagem é que se o Temer quiser demiti-lo e ele não quiser sair, não sai e pronto. Aquela ministra, que queria receber dois salários: aposentadoria de desembargadora e salário de ministra (omitimos o nome devido  ninguém aqui lembrar agora o nome dela nem do ministério que ela ocupa) Temer pensou em demitir, ela não aceitou e continua ministra.
O ministro Alexandre Baldy e os demais ministros, tanto os pobres quanto os bem de vida só não podem roubar. Desonestidade, corrupção é crime, tem que ser preso.]

Outro ministro que tem ao seu dispor um apartamento funcional é o da Agricultura, Blairo Maggi. Na eleição de 2010, ele declarou à Justiça um patrimônio de 143,3 milhões de reais, além de já ter sido citado na lista da revista Forbes de 2015 como o segundo político mais rico do Brasil, com bens avaliados em torno de  1,2 bilhão de dólares. [convenhamos que esse cidadão está perdendo muito dinheiro para ser ministro.]

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Helder Barbalho (Integração Nacional) também recebem 7.733,68 reais de auxílio moradia. Na eleição de 2010, Padilha declarou um patrimônio de 2,7 milhões de reais, enquanto Barbalho comunicou ter 2,3 milhões de reais no pleito de 2014.  Blairo Maggi afirmou que não tem residência em Brasília e que, por isso, usa o apartamento funcional do Senado, da onde está licenciado. Barbalho também afirmou que não tem casa em Brasília. Já Padilha disse que cumpre a legislação.

Redação - Veja
 

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Nenê Constantino: austero, discreto, bilionário. Empresário de origem humilde e que figurou na lista da revista Forbes por possuir fortuna superior a 5 BI de dólaresentre

Nenê Constantino: austero, discreto, bilionário  e condenado por assassinato

[no Brasil, ainda república Banânia, certas coisas são tão absurdas, tão fora da realidade,  que se tornam difíceis de acreditar.
A Banânia é um dos raros países do mundo, talvez o único, em que um grupo de bandidos invade propriedade alheia, desfruta da mesma pelo tempo que lhes convém e depois cobram indenização do proprietário para desocupar o que invadiram.]
 
O Tribunal do Júri de Taguatinga condenou Constantino e outros três réus pelo assassinato de Márcio Leonardo da Sousa Brito. O líder comunitário morreu aos 26 anos, em 12 de outubro de 2001. 

Fundador da Gol Linhas Aéreas, dono de um conglomerado de empresas de transportes de passageiros e um dos mais ricos empresários brasileiros, Nenê Constantino, 86 anos, tem ganhado destaque no noticiário mais por problemas com a Justiça e escândalos políticos do que pelo sucesso nos negócios. Além das acusações por duplo homicídio e tentativas de assassinato, apareceu como pivô da renúncia do então senador Joaquim Roriz (PMDB-DF).
 
Na última quinta-feira (11/5), o Tribunal do Júri de Taguatinga condenou Constantino e outros três réus pelo assassinato de Márcio Leonardo da Sousa Brito. O líder comunitário morreu aos 26 anos, em 12 de outubro de 2001, com três tiros, por causa da disputa por um terreno. O empresário é o mandante do crime, segundo a acusação do Ministério Público e o entendimento dos jurados.

O envolvimento de Constantino com pistolagem contrasta com o perfil austero e discreto consolidado ao longo de 60 anos como homem de negócios bem-sucedido. Ele sempre fez questão de não esconder o jeitão de interior no meio empresarial. Aos poucos, a habilidade fez com que acumulasse conquistas na área de transportes rodoviários e, mais recentemente, aéreos. Em 2008, a revista Forbes divulgou que a fortuna de Nenê Constantino e sua família eram de mais de US$ 5 bilhões (dólares).
 
Mesmo assim, o mineiro de Paracatu manteve os hábitos simples. Tem até hoje ex-rodoviários como melhores amigos. Filho de lavrador, não concluiu o primário. Constantino nasceu em uma família humilde. Quando menino, ajudava o pai trabalhando na lavoura e vendendo verduras na rua.

Aos 18 anos, comprou o primeiro caminhão, com o qual montou uma empresa de transportes. Ele entrou no ramo após levar uma carga de manteiga de Paracatu para Recife (PE). Na busca do que trazer de volta para encher o caminhão, Nenê recebeu a sugestão de levar passageiros. Colocou uma placa “Rio-São Paulo” no veículo e transportou um grupo no pau de arara para a Região Sudeste. Vendeu o caminhão e comprou duas jardineiras (veículo de transporte de passageiros) para abandonar o transporte de cargas e se dedicar ao de passageiros. A partir de então, passou a comprar pedaços de empresas de ônibus em dificuldades.

Nenê dividiu seus negócios entre os filhos (Henrique, Joaquim, Ricardo e Júnior) em 1994. Os quatro irmãos se juntaram e as três irmãs ficaram com empresas de transporte em Brasília, além de shoppings e hotéis. Em 2000, os Constantinos já tinham a maior frota de ônibus do país e uma das maiores do mundo. Eram quase 6 mil coletivos espalhados por sete estados e o DF. Transportavam 1,2 milhão de passageiros por dia.

A família Constantino é dona do Grupo Áurea, hoje Grupo Comporte, composto pelas empresas Transportes Coletivos Intermunicipal Pássaro Marron, São Paulo São Pedro, Princesa do Norte, Breda, União, Piracicabana, Empresa Cruz, Manoel Rodrigues, Itamarati, Transportes Coletivos Grande Londrina (em Londrina), Transportes Coletivos Grande Bauru (Bauru), além de empresas de transporte coletivo em Cuiabá, Maringá (PR), Vitória da Conquista (BA) e, em Blumenau (SC) sob caráter emergencial. A Comporte fez sua estreia nos trilhos, em dezembro de 2014, ao vencer a licitação para operar o VLT de Santos.

Inovação nos céus
Constantino mora na capital do país desde 1977. Manteve-se longe dos holofotes até o fim da década de 1990, quando entrou no ramo da aviação. Em janeiro de 2001, o empresário confirmou o perfil ousado e fundou a Gol Linhas Aéreas. Enveredou em um ramo marcado por experiências malsucedidas de colegas especializados em transportes urbanos. A família Canhedo, por exemplo, dona da Viplan – que já foi a maior empresa do mercado no DF e quebrou – arriscou investimentos no setor aeroviário, mas a iniciativa acabou com a falência da Viação Aérea de São Paulo Sociedade Anônima (Vasp).

Já a Gol Linhas Aéreas começou a operar inovando no mercado aéreo brasileiro. Voos com tarifas baixas e sem gastos com alimentação chamaram a atenção no início dos anos 2000. A empresa deu início às atividades com apenas quatro aviões. Com 122 aeronaves em operação, é a segunda maior do mercado brasileiro, atrás apenas da binacional Latam, que tem 159 aviões (os números são de 2016). A data de fundação da Gol, porém, coincidiu com os crimes que envolvem o nome do empresário. Desde então, os negócios da família Constantino alcançam fazendas, concessionárias de veículos e empresas de engenharia.
 
Dívidas com o fisco
Além da fundação da Gol, uma investigação do fisco levou Constantino à mídia. Em 2001, o INSS conduziu investigação das companhias de ônibus da família. Na época, o cálculo era que as dívidas seriam de cerca de R$ 240 milhões. Outra polêmica envolvendo o empresário foi o fato de seu nome constar em cadastro de empregador que explora trabalho escravo. Isso acontecia em uma fazenda da qual era sócio. Nenê disse que desconhecia a situação e que deixou a sociedade.
Bezerra de ouro
O empresário também apareceu na mídia por causa de um amigo influente, o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. O político renunciou ao mandato de senador em 2007 depois que se abriu investigação por conta da partilha de um cheque de R$ 2,2 milhões — o documento continha a assinatura de Constantino. O caso veio a público durante a Operação Aquarela, da Polícia Civil do Distrito Federal. A ação desmontou um suposto esquema de desvio de dinheiro do Banco de Brasília (BRB).

Durante a apuração do caso, a corporação flagrou uma conversa na qual o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) e o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin de Moura tratam da divisão da cifra milionária. Roriz decidiu renunciar ao mandato para evitar uma cassação e preservar direitos políticos. A origem do dinheiro sacado em uma agência do BRB seria um cheque do empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol Linhas Aéreas. Na época, o ex-governador do DF alegou que parte do dinheiro seria usado para a compra de uma bezerra. Constantino chegou a perder a compostura no dia em que foi chamado a depor sobre o caso e agrediu um fotógrafo.
 
Benefícios da Justiça
A velhice tem garantido benefícios a Constantino. Em março de 2012, ele passou a cumprir prisão domiciliar. Em agosto de 2012, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão, mas determinou recolhimento domiciliar noturno e em fins de semana.

Nenê Constantino já foi julgado e absolvido em outra ação, que tratava da tentativa de homicídio de seu ex-genro, Eduardo Queiroz Alves. Ele foi inocentado em 16 de agosto de 2015, pelo Tribunal do Júri de Brasília, que analisou a denúncia do Ministério Público, segundo a qual, em 2008, Constantino teria contratado um pistoleiro, por meio de um policial militar, para matar Queiroz. Na ocasião, o pistoleiro teria atirado diversas vezes contra o carro da vítima, que sobreviveu.
 
ENTENDA O CASO

Disputa por terreno

Márcio Leonardo tinha 27 anos quando morreu com três tiros. Ele liderava um grupo de moradores que comprou lotes em uma invasão na QI 25 de Taguatinga Norte. O terreno pertencia a uma empresa das filhas de Nenê Constantino e havia servido de garagem da Viação Planeta. Constantino queria vender o terreno a uma empreiteira, o que não aconteceu por conta da invasão. O empresário tentou uma ação de reintegração de posse na Justiça, sem sucesso. Os moradores criaram uma associação, presidida por Márcio, e exigiram uma indenização para deixarem o local. [os na matéria chamados de moradores, na realidade invasores, alegam que compraram os lotes; se tal compra ocorreu,  foi realizada de outros invasores de propriedade privada, portanto, ladrões, e quem compra produto de furto/roubo é, no mínimo, receptador - atividade criminosa conforme tipifica o Código Penal Brasileiro.
E, quando o ladrão pretende cobrar do legitimo proprietário para devolver o produto do furto/roubo está cometendo, no mínimo, o crime de extorsão.]
 
O crime foi registrado na 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Norte) e repassado à Coordenação de Investigação de Crimes Contra a Vida (Corvida), hoje Coordenação de Homicídios, sete anos depois, sem resolução. Com isso, passou a ser investigado pela delegada Mabel Alves de Faria e uma das equipes dela. O responsável pelos disparos, Manoel Tavares, morreu assassinado antes de as investigações passarem para a Corvida.
Agentes usaram escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Segundo Mabel, os depoimentos do acusado João Marques também foram fundamentais para elucidação do caso. Eles coincidiam, ao menos em partes, com o que era captado nas escutas e com o exame de balística do Instituto de Criminalística da Polícia Civil. Também com depoimentos de testemunhas.
 
Fonte: Correio Braziliense
 
 

sábado, 4 de fevereiro de 2017

A nova rotina de Eike Batista

O duro e complicado dia a dia do empresário, que já foi o homem mais rico do Brasil e a sétima fortuna do mundo, no presídio de Bangu

Um homem precisa de um travesseiro. O travesseiro apoia-lhe a cabeça para dormir, o travesseiro aquieta-lhe o espírito justamente quando ele, o próprio espírito, agita-se e não deixa o homem dormir. Essa é a história da nova vida (nada boa) de um homem e de seu travesseiro de branca fronha.

Essa não é a primeira vez que um bilionário da lista daForbes” acaba na cadeia, mas é a primeira vez que a cadeia de Bangu recebe um bilionário da lista da “Forbes”. Como prisão jamais sobe de categoria, seja o seu hóspede pobre, rico ou remediado, é o nosso prisioneiro em questão quem despencou no status social e econômico. Eike Batista, eis o nome do homem do travesseiro. E do preso. Sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e pagamento de propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral, desde a segunda-feira 30 Eike é um dos três ocupantes da espremida cela 12 da galeria A da unidade prisional Bangu 9, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro. A cela tem onze metros quadrados. Vale a conta do irrespirável: menos de quatro metros quadrados para cada preso. Bem diferente, mas bem diferente mesmo, da mansão de três mil metros quadrados na qual ele morava na zona sul carioca. Mais contas: cabem 272 celas na casa onde vivia. Agora, sobrevive. Como se disse, é irrespirável.

Em 1987, quando a revista “Forbes” estreou o seu rol dos homens mais ricos do mundo, entre eles figurava o megatraficante colombiano Pablo Escobar, fortuna estimada em US$ 3 bilhões. Como se sabe, Escobar e prisão viraram sinônimos. Em 2012 Eike brilhou na lista como a sétima fortuna mundial, riqueza com um zero a mais: US$ 30 bilhões. Só por curiosidade (ah, as coincidências do mundo), foi justamente no mesmo ano em que a “Forbes” soltou a sua primeira relação de bilionários que se começou a construir o Complexo de Bangu. Nada disso, é claro, atinge a reputação da publicação: ela existe há três décadas e somente dois famosos que a frequentaram derraparam tão feio.

Visita íntima, não já
Sérgio Cabral também está em Bangu, na unidade 8, destinada a quem tem curso superior. Eike não possui diploma, então foi alocado no pavilhão 9, que segundo as autoridades não abriga gente de facção – inimaginável pensar em cadeia no Brasil sem pensar em facções, mas fique-se com a explicação oficial. Que ninguém imagine, no entanto, que lá não é chapa quente: Eike vai conviver com milicianos, presos de grupos de extermínios e matadores de aluguel. São duras as duas horas diárias de banho de sol com tais pessoas, cuja atitude mais gentil é responder “bom dia por que?” a quem educadamente as cumprimenta. E Eike Batista, que já foi o homem mais rico do País quando comandava seu império “X”, é extremamente educado e gentil. Há outras diferenças da cela de Cabral para a do empresário, devido à ausência de diploma de curso universitário: no cubículo de Eike não tem chuveiro, só o cano que despeja água gelada; e não há vaso sanitário, apenas o buraco no chão, que os presos chamam de “boi”.


Como Eike Batista chegou a Bangu no meio da tarde, às seis horas já estava na cela e aprendeu o que se chama “confere”: ficar em pé para ser contado pelos agentes penitenciários. A contagem geral de presos “bateu”, 422 detentos, o empresário já incluído (a capacidade da unidade é para 541 homens). As sete da noite, impreterivelmente, as celas são trancadas. Assim aconteceu na segunda-feira, e nesse momento Eike foi informado que as sete horas da manhã elas são abertas e ocorre então outro “confere”. Eike dormiu mal na primeira noite, na cama (beliche) de alvenaria, em meio a uma Bíblia, sacos plásticos, garrafa d’água e outros objetos. Tudo ainda improvisado, mas já de uniforme. Na manhã seguinte tomou café com leite e pão, almoçou arroz, feijão, farofa e salsicha – o cardápio de Bangu, dependendo do dia, tem macarrão ou carne vermelha ou frango ou peixe, verdura, doce ou fruta. Como se vê, as refeições são na base do ou e não do e. É uma coisa ou outra. O tempo das mesas fartas evaporaram.

Eike tem direito a um ventilador de 30 centímetros de diâmetro e televisão de catorze polegadas, desde que a família os leve e apresente as notas fiscais. Aliás, falando em família, dentro de duas semanas ele poderá receber visitas todos os dias, menos às terças-feiras (três visitantes por vez); visita íntima, essa só bem mais para frente, e tem de ser autorizada pelas assistentes sociais. Já na semana passada, no entanto, veio-lhe apoio: seus filhos Olin e Thor, a esposa, Flávia, e a ex-mulher Luma de Oliveira postaram mensagens nas redes sociais, demonstrando-lhe toda solidariedade. Em uma das mensagens repetiam as frases de Eike que estão deixando muita gente com cabelo em pé: puro pavor de que ele tenha insinuado uma possível delação premiada quando declarou no aeroporto JFK, em Nova York, que “é hora de as coisas serem passadas a limpo, vamos mostrar como as coisas funcionam”. Voltemos, entanto, ao sono que mal veio na primeira noite, noite que lembra desconforto – e estranho e duro e áspero travesseiro.
A cabeça e o travesseiro
Sim, Eike tinha travesseiro, mas não o travesseiro no qual dormiu profundamente na classe executiva da aeronave da American Airlines, que o trouxe dos EUA para a cadeia. O travesseiro do voo era o dele, íntimo dele, leve e de pluma. Tornou-se companheiro constante, seguiu com o empresário para o IML, para o presídio Ary Franco e, de repente, quedou-se capturado na portaria de Gericinó. Eike, por onde passou, o levou, mas o acessório do bem-estar da cabeça e do espírito foi barrado em Bangu. Tinha sido a única exigência de Eike levar o travesseiro de plumas. Não conseguiu. É proibido. Presidiário tem de se contentar com o travesseiro da prisão quando joga o corpo na “comarca”, expressão que entre as grades significa cama. Até a cabeça de Eike se acostumar com esse travesseiro, até esse travesseiro pegar o jeito de sua cabeça, é natural que leve algum tempo.


Também algum tempo passará para que ele se habitue ao novo visual. Em algum momento, é bem provável que tenha pensado: “se era para alguém desfazer, porque que é que eu fiz?” Refiro-me não à riqueza, mas sim à perda de seus cabelos, implantados pelo caríssimo método Tricosalus. Deve ter doido muito, assim como perder o travesseiro, perder os cabelos artificiais que lhe davam até topete. Doeu voltar à calvície. Sejamos francos: ele não está sequer calvo, está mesmo é com careca de preso. O leitor talvez se pergunte por qual motivo colocou-se na história o detalhe da fronha. Simples: travesseiro de presídio, em todo o Brasil, é sem fronha porque é fácil usá-la para sufocar desafetos ou camuflar o rosto em rebeliões.

Fonte: Isto É

 

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Fortuna de Fidel Castro pode ter alcançado 900 milhões de dólares

Em 2006, a revista americana 'Forbes' colocou Fidel em sétimo lugar na lista de governantes mais ricos do mundo

Apesar de não demonstrar sua afeição pelo luxo, o ex-ditador cubano Fidel Castro, que morreu na última sexta-feira (madrugada de sábado em Brasília), teve sua fortuna estimada em 900 milhões de dólares. O valor foi avaliado em 2006 pela revista americana Forbes, que o colocou em uma lista de governantes mais ricos do mundo.

Há dez anos, a publicação financeira considerava que Fidel era o sétimo governante na lista de presidentes, ditadores e monarcas mais endinheirados. Segundo a Forbes, a fortuna do ditador cresceu abruptamente em pouco tempo, uma vez que a estimativa de sua fortuna em 2003 era de 110 milhões de dólares. O dinheiro teria relação com seu poder em uma série de empresas que eram de propriedade do Estado cubano.

Na época da publicação, o caso foi respondido com raiva pelo governo da ilha e por Fidel, que afirmou se tratar de uma “mentira absoluta” e disse que tomaria ações legais contra a revista. “Se eles provarem que eu tenho uma conta no exterior de 900 milhões dólares ou de apenas um dólar, eu renuncio agora a todas as funções que desempenho”, afirmou Castro, em 2006. “É ridículo me atribuir uma fortuna de 900 milhões de dólares. Uma fortuna sem herdeiros”.

Forbes relembrou o episódio após a morte do ditador, que faleceu aos 90 anos, e comentou que Fidel gostava de “acomodações luxuosas”, mas precisava se mudar constantemente por causa de tentativas de assassinato. Depois de sua morte, Cuba entrou em nove dias de luto oficial e prepara homenagens pelo país, com uma procissão das cinzas de Fidel pela ilha.

Fonte: Blog do Augusto Nunes

 

 

domingo, 31 de julho de 2016

O maior legado da Olimpíada



É pavoroso o crime de omissão de sucessivos governos no cenário natural mais belo do mundo 

Esses apartamentos inacabados na Vila Olímpica não são nada para mim. Nada, diante da grande vergonha, de dimensões planetárias, que é a catástrofe ambiental do Rio de Janeiro. É pavoroso o crime de omissão (e provável desvio de verba) de sucessivos governos estaduais no cenário natural mais belo e majestoso do mundo. Pelo menos o crime está sendo exposto para o mundo. Viva a Olimpíada!

Além de carioca, sou militante desta Cidade Maravilhosa, nasci em Copacabana quando “arrastão” nada mais era que pescadores chegando com suas redes à areia coalhada de conchas e tatuís, peixes brilhando ao sol, águas cristalinas. Quando o Rio de Janeiro foi escolhido sede dos Jogos, em 2009, concorrendo com Madri, Tóquio e Chicago, vibrei. Era o momento de investir com seriedade. A adesão do povo foi impressionante: 85% queriam muito que o Rio fosse escolhido. Ingenuidade? Otimismo? Uma pesquisa da revista Forbes com 10 mil pessoas em 20 países acabava de eleger o Rio como “a cidade mais feliz do mundo”.

Meu artigo, há sete anos, parafraseava Barack Obama no título: “Sim, nós podemos”. Escrevi que cobraríamos o cumprimento de promessas porque estávamos “cansados de testemunhar falcatruas e projetos megalomaníacos que enchem os bolsos de políticos e são inúteis para a população”. Confiava em “uma virada” se houvesse “planejamento e responsabilidade”.

Nesse balneário com vistas de tirar o fôlego e clima ameno, havia três desafios a ser confrontados com a garra de atletas que buscam o ouro no pódio: a despoluição da Baía de Guanabara, a segurança pública e a infraestrutura urbana, com transporte adequado. Sabíamos como Barcelona havia aproveitado a oportunidade para se tornar um polo internacional de turismo. Por que não o Rio?

Até o prefeito Eduardo Paes me contradiz agora. Para o jornal inglês The Guardian, ele disse que “sim, nós perdemos”. “Esta [Olimpíada] é uma oportunidade perdida para o Brasil. Não estamos nos apresentando bem. Com todas essas crises econômicas e políticas, com todos esses escândalos, não é o melhor momento para estar nos olhos do mundo”, comentou, mas também reclamou de exagero nas críticas. “Isso me deixa louco. Se você ler os meios de comunicação internacionais, parece que tudo aqui é zika e pessoas atirando umas nas outras.”

Torcemos para a Olimpíada dar certo, em paz, sem ataques terroristas, sem assaltos a delegações e turistas, sem mortes de inocentes. E que sejam contornáveis os problemas na organização. Já nem são medalhas a nossa prioridade. Um legado da Olimpíada talvez seja o reconhecimento de nosso vexame maior: as águas imundas e poluídas do Rio. 

 Especialistas em saúde deram aos nadadores e velejadores um conselho. Fiquem de boca fechada para evitar doenças com dejetos, lixo, bactérias, rotavírus. “Os atletas estrangeiros estarão literalmente nadando em m... humana e correm o risco de adoecer por conta de todos aqueles micro-organismos”, disse ao jornal The New York Times Daniel Becker, pediatra carioca.

No ano passado, almocei com o governador Pezão e mencionei o fracasso de seu compromisso de despoluir a Baía até a Olimpíada. “Ruth, isso também é exagero do pessoal. Tem uns sacos boiando, uns pneus... a gente vai conseguir limpar.” Em 2014, ele dizia que a meta era ter 80% do esgoto tratado. Mas empurrou a meta com a barriga. Nas águas da Baía, há geladeiras, sofás, resíduos químicos de fábricas, óleo dos petroleiros. E, volta e meia, cadáveres.

Só pode ser gozação chamar de “ecobarco” aquele troço que faz papel de Comlurb na Baía de Guanabara, retirando toneladas de “lixo flutuante”. “Ecoboat” e ecobarreira não são nem paliativos. A 11 dias dos Jogos, foi retirada uma geladeira da água. Lars Grael, medalhista olímpico nas Olimpíadas de Seul e de Atlanta, disse que será “uma competição de vela com obstáculos”. Seu diagnóstico, em dia sem chuva: “Bastante sujeira, muito óleo na superfície e detritos. Plásticos, latas, engradados. Imagina, em plena regata, essa quantidade de lixo prendendo no casco da embarcação”.

Não foi por falta de planos bilionários ou de doações internacionais. Até ajuda do Japão o Rio já teve. As instalações de tratamento de esgoto são abandonadas ou sofrem vandalismo. As bombas param de funcionar e fica tudo por isso mesmo. Foi é por falta de vergonha.  Muita gente culpa “o brasileiro”, esse povo sem cultura ambiental. É verdade. Mesmo brasileiro com doutorado não sabe cuidar do lixo ou sai emporcalhando as praias. Mas o buraco é muito mais embaixo. Mais de 100 milhões de brasileiros não têm saneamento básico. Metade da população do país não tem coleta de esgoto! Depois da Olimpíada, talvez mude a cultura ambiental. É só a gente não ficar de boca fechada.

Fonte: Ruth de Aquino - Época

 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Lições do naufrágio da Oi



Por ser o símbolo da megalomania de Lula, vale reconstituir a trajetória do empreendimento que enriqueceu um punhado de espertos, em detrimento dos contribuintes

As “campeãs nacionais” foram empresas escolhidas durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva para disputar o mercado mundial com as gigantes estrangeiras contando com vasto financiamento e participação estatal.

Pretendia-se gerar conglomerados que fossem ao mesmo tempo competitivos e ajudassem a acelerar o desenvolvimento nacional. O retumbante fracasso de tal iniciativa pode ser medido pelo esfarelamento da Oi, a empresa criada para ser a “supertele nacional” e que acaba de pedir recuperação judicial – a maior da história brasileira, com uma dívida total de R$ 65,4 bilhões. Por ser o símbolo da megalomania de Lula, vale reconstituir a trajetória desse empreendimento que tanto embalou os sonhos de grandeza da tigrada e enriqueceu um punhado de espertos, em detrimento dos contribuintes.

O caso da Oi é marcado por intrigas e negócios suspeitos mesmo antes da existência formal dessa empresa. Tudo começou em 1998, quando a Telemar arrematou a Tele Norte-Leste no leilão de concessão do sistema Telebrás. O consórcio, formado a toque de caixa, era liderado por uma construtora, companhias de seguro e uma empresa da área comercial. [sempre lembrando que tudo começou com o ‘investimento’ a fundo perdido pela antiga Telemar, atual OI, na GAMECORPS, empresa de fundo de quintal do Lulinha, filho de Lula, e que se dedicava a fabricar joguinhos eletrônicos. O valor do investimento US$ 5.000.000 foi o suficiente para Lula assinar um decreto permitindo que a Telemar, atual OI, se associasse a Brasil Telecom com liberdade de atuar em todo o território nacional.

O investimento na GAMECORPS ocupa lugar de honra na galeria de corrupção montada pela petralhada: foi o primeiro suborno de um membro da ‘famiglia’ da Silva.] Sem dinheiro para honrar o compromisso, o grupo apelou para os cofres públicos, associando-se aos fundos de pensão de estatais Previ, Petros e Funcef e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em uma conversa gravada ilegalmente, o então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, qualificou a Telemar de “telegangue” e de “rataiada”, o que dá uma ideia da natureza do jogo que estava sendo jogado.

Dez anos mais tarde, em 2008, a Telemar já havia trocado de nome – passara a se chamar Oi, numa tentativa de dinamizar a marca, já com vista à expansão que teria generoso apoio do governo Lula. O governo petista esperava transformar a empresa na “supertele verde e amarela” com a compra da Brasil Telecom, o que de fato ocorreu.

No entanto, para que a compra fosse concretizada, foi necessário que Lula alterasse o Plano Geral de Outorgas, eliminando a regra que restringia a atuação da operadora somente em uma das quatro regiões em que o País foi dividido. Foi assim, com uma canetada, que a Oi se tornou a primeira tele de alcance nacional.

Para que a reconstituição dessa trajetória não fique incompleta, não se pode esquecer que um dos sócios da Oi, a Andrade Gutierrez, havia sido o principal doador da campanha de Lula à reeleição em 2006. E também não se pode ignorar que, em 2005, a antiga Telemar investiu R$ 5 milhões na compra de 30% da Gamecorp, empresa de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, especializada em programas de TV e em jogos para celular, que fechou aquele ano com prejuízo superior a R$ 3 milhões. No ano seguinte, a Telemar/Oi investiu mais R$ 5 milhões na empresa, sem que isso fosse capaz de reverter as perdas da empresa de Lulinha.

Graças a esse modo de fazer negócios – eivado de interesses que nada têm a ver com a boa administração – a Oi jamais chegou a ser a “supertele” que Lula queria. Ao contrário, a empresa afundou em dívidas, obrigando o governo a intervir para salvá-la. A solução, mais uma vez envolta em situações mal explicadas, foi a fusão da Oi com a Portugal Telecom, em 2010. A transação entrou nos radares da Lava Jato e das autoridades portuguesas, pois surgiram suspeitas, ainda sob investigação, de que houve pagamento de propina a integrantes do PT – José Dirceu entre eles.

A fusão da Oi com a Portugal Telecom fracassou, e a dívida tornou-se impagável. A companhia jamais cumpriu a função alardeada por Lula – na lista das maiores empresas do mundo feita pela revista Forbes, a Oi amarga o 1.464.º lugar. Entre as 19 empresas brasileiras que aparecem no ranking, ela perde para 17. É evidente, portanto, que a experiência das “campeãs nacionais” não deu certo, pela simples razão de que esse grau de intervenção do Estado causa profundos desequilíbrios, gerando escassos ganhos para o desenvolvimento do País. E o resultado menos visível dessa estratégia é a corrupção, cuja extensão ainda se desconhece.

Por: Augusto Nunes – Coluna do Augusto Nunes

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Criaturas de Santana

Era forte, muito forte o sentimento de que estavam protegidos pela capa da impunidade. Só isso explica João Santana e sua mulher, Mônica Moura. Eles trabalharam em campanhas presidenciais, usaram técnicas agressivas de publicidade e mantiveram contas secretas no exterior, onde receberam recursos de empresas e lobistas. Isso, depois de Duda Mendonça ter admitido que assim é que o PT lhe pagava.

Este não é o primeiro grande caso de corrupção investigado no Brasil. O Mensalão colocou o ex-chefe de Santana diante de uma CPI e da Justiça. Duda escapou do pior, mas ajudou a revelar o esquema. Disse que foi forçado pelo PT a abrir uma offshore para receber parte do dinheiro. Admitiu o caixa dois e pagou a multa.

De lá para cá, o país está claramente dobrando sua aposta no combate à corrupção através do Ministério Público, da Justiça e Polícia Federal. A Lava-Jato tem métodos e ação mais precisos, mais elaborados. Santana e Mônica acham que poderão se livrar com a estratégia de admitir alguma coisa para perder os anéis e ficar com os dedos. Eles reconhecem a existência de contas no exterior não declaradas, mas Santana diz que não sabe quem depositou nessa conta e seu advogado corrobora: “ele é um criador.”

Na Pólis de Santana e Mônica, as criaturas não tinham limites. Elas podiam subestimar a inteligência alheia, manipular os sentimentos, mentir sobre adversários e escamotear a crise que agora nos consome. As criações de João Santana fizeram mal ao país e à democracia brasileira, mas isso não levaria o casal à prisão. Revela, contudo, a arrogância e a sensação de impunidade que tinham. Ele fez tudo isso, enquanto dinheiro duvidoso era depositado por lobista e por empreiteira em uma de suas contas. A planilha da Odebrecht divulgada pela “Época” indica que pode ter havido ligação mais direta. Santana orientava Dilma Rousseff a mentir em debates e entrevistas, vivia na intimidade do poder como conselheiro político mesmo após as eleições, enquanto tinha seis contas não declaradas no exterior. Em novembro passado, diante dos avanços da Lava-Jato, fez uma declaração retificadora na Receita admitindo cinco contas, mas não a que recebeu o dinheiro de Zwi Skornicki e da Odebrecht.

O que contaram Santana e Mônica nos depoimentos é risível. Receberam no exterior porque trabalharam no exterior, não trouxeram o dinheiro, mas pretendiam fazê-lo, receberam caixa dois, mas nunca no Brasil, e sim em suas campanhas presidenciais em outros países. 

Mônica cuidava de toda a parte administrativa e financeira, a tal ponto que o distraído criador nem sabe dizer quanto e quem lhe pagou. A estratégia clara é admitir crimes menores para se livrar da cadeia e também proteger a presidente Dilma Rousseff e seu mandato.

No exterior, eles trabalharam para presidentes como Hugo Chávez e José Eduardo dos Santos e por essas campanhas admitem caixa dois. O que liga os dois políticos é a prática antidemocrática. José Eduardo do Santos é presidente desde 1979, seu governo é uma ditadura corrupta que faz eleições para encobrir seu caráter autoritário. Sua filha Isabel dos Santos é considerada a mulher mais rica da África, com fortuna avaliada em US$ 3,7 bilhões pela revista “Forbes”. Sua riqueza tem relação direta com o ambiente de corrupção instalado pelo governo para o qual João Santana trabalhou. Hugo Chávez tinha, como todos vimos, a decisão de se eternizar no poder, golpeando as instituições. Ele morreu, mas deixou seu ectoplasma que governa o país rumo à ruína.

Pela versão das primeiras horas após a prisão, eles aceitaram dinheiro de origem duvidosa, mas só no exterior. No Brasil, tudo foi feito dentro da lei. Uma delinquência com limites geográficos. No início da campanha, ele concedeu uma entrevista ao jornalista Luiz Maklouf na Época”, em que disse que a presidente Dilma ganharia fácil no primeiro turno, enquanto haveria com os outros candidatos uma “antropofagia de anões”, e explicou: “eles vão se comer lá embaixo e ela, sobranceira, vai planar no Olimpo”. A história não foi assim, houve segundo turno, mas o que o país quer saber agora é o que aconteceu no Olimpo. Ele diz de si mesmo que tem ideias muito rápidas. Agora é a hora de mostrar isso, mas que a ideia seja crível, porque os velhos truques não funcionam mais. O país está mudando.

Fonte: Coluna da Míriam Leitão
 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Petrobras cai do 30º para o 416º lugar em ranking de empresas



Petrobras despenca do 30º para o 416º lugar em ranking das maiores empresas do mundo da ‘Forbes’
Quatro primeiros lugares da lista ficaram com bancos chineses. Itaú é melhor brasileiro, na 42ª posição
A Petrobras despencou no ranking das 2 mil maiores empresas de capital aberto do mundo, organizado pela revista “Forbes”. Em grave crise, a petrolífera caiu da 30ª para a 416ª posição, informou a publicação americana nesta quarta-feira. Segundo a “Forbes”, o recuo foi causado pelos escândalos de corrupção e perdas contábeis. O Brasil aparece com um total de 24 companhias, uma a menos do que no anterior. A melhor posicionada é o Itaú, no 42º lugar no ranking geral, quatro acima da listagem de 2014.

Entre as petroleiras, a Petrobras agora é a 32ª maior do mundo, atrás de empresas bem menos renomada internacionalmente, como a indiana Reliance Industries (142º no mundo), e a PTT, da Tailândia, que detém o 225º no ranking que inclui todas os setores. No ano passado, a estatal era a nona maior petrolífera do mundo, de acordo com o levantamento da “Forbes”.

A lista Global 2000 de 2015 inclui companhias de 61 países. Graças ao bom desempenho dos mercados de ações em todo o mundo, a “Forbes” afirma que o valor de mercado total das empresas da lista cresceu 9% frente ao ano anterior, para US$ 48 trilhões. Seus ativos são avaliados em US$ 162 trilhões. Juntas elas compartilham um total de US$ 39 trilhões em receitas e de US$ 3 trilhões em lucro.

Pela primeira vez, os quatro maiores bancos chineses ocuparam os quatro primeiros lugares: Industrial and Commercial Bank of China está no topo pelo terceiro ano consecutivo, seguido pelo China Construction Bank e do Agricultural Bank of China, enquanto o Bank of China saltou cinco posições, para o 4º lugar, desbancando o JPMorgan.

A Berkshire Hathaway é a primeira não chinesa da lista. Ficou no 5º lugar geral, transformando o conglomerado de Warren Buffett no maior dos Estados Unidos este ano. Em seguida está o JPMorgan Chase. A Exxon Mobil, a primeira petroleira da lista, ficou com a sétima posição. A PetroChina é a oitava. Em nono está a General Electric, enquanto o banco americano Wells Fargo fecha o top 10.

A primeira empresa do Japão a aparecer no ranking é a Toyota, na 11ª colocação. Já a Apple, que é citada em seguida, é a primeira gigante da tecnologia, acompanhada pela petroleira anglo-britânica Royal Dutch Shell. A alemã Volkswagen é a primeira representante de seu país, na 14ª colocação.

BRASIL TEM 24 EMPRESAS NA LISTA
O Brasil aparece no ranking com 24 companhias. A mais bem posicionada é o Itaú, que está entre as 50 maiores do mundo, ocupando a 42ª colocação. Na avaliação que inclui apenas de bancos regionais, a companhia aparece como a quinta maior do mundo, atrás apenas dos chineses China Construction Bank, Agricultural Bank of China e Bank of Communications, além do japonês Mitsubishi.

A segunda maior empresa do Brasil é outro banco, o Bradesco, que no mundo fica na 61ª posição e no sétimo lugar global quando a análise é feita setorialmente. O terceiro lugar entre os brasileiros é do Banco do Brasil, citado bem abaixo no ranking global, no 133º posto.