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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Atenção aos mais desprotegidos – Editorial - O Estado de S. Paulo

A crise os privou de renda e a informalidade dificulta seu acesso à chance de sobrevivência

“De que serve ter conta em banco quando a gente não tem o que guardar?”, pergunta, com lógica inquestionável, um dos milhões de brasileiros que têm direito ao auxílio emergencial de R$ 600 concedido pelo governo federal para trabalhadores informais e autônomos de baixa renda, mas que, sem acesso à internet e sem conta bancária, não têm como se habilitar para receber os benefícios. Como mostrou reportagem do Estado, são cerca de 5,5 milhões de pessoas nessa situação. São os chamados “invisíveis”, que em tempos normais conseguem auferir alguma renda, em geral inferior a meio salário mínimo, e tocam sua vida com o que obtêm do trabalho informal. A crise os privou dessa renda e a informalidade agora dificulta seu acesso a benefícios que podem assegurar sua sobrevivência. [o mais grave é que milhões desses desamparados não conseguem receber os R$ 600,00;
Quando acessam o aplicativo da Caixa tem a informação: 'em análise' - quando tentam mais informações e abrem o aplicativo para ver as razões de tão demorada análise, se deparam com a informação: 'dados inconsistentes'.
Quando abre o cadastro e tenta encontra/sanar alguma inconsistência nada encontram. Conferem todas as informações e constata correção. Deveriam pelo menos apontar onde está a inconsistência que ninguém percebe???] 

“Sei que todo mundo agora deve ficar em casa. Mas preciso ficar com fome?”, disse um deles. Outro parece um pouco mais resignado: “A gente que trabalha sem carteira assinada acaba aprendendo a não contar muito com o dia seguinte”. A pandemia do coronavírus parece começar a colocar em risco o dia seguinte para uma parte da população que, por isso mesmo, merece atenção especial da sociedade e, sobretudo, das autoridades.

São imensos os riscos que a grave crise econômica e social produzida pelo avanço da covid-19 trouxe para todas as empresas e pessoas. Já são mais de 2,6 milhões de pessoas infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo e mais de 180 mil mortes causadas por ele. Uma parte da população é muito mais vulnerável aos impactos danosos da pandemia e, por isso, está muito mais sujeita a riscos. O diretor do Programa Mundial de Alimentos da ONU, David Beasley, alertou, em entrevista ao jornal britânico The Guardian, que a pandemia está provocando fome generalizada de “proporções bíblicas”. De acordo com estatísticas da ONU, são 265 milhões de pessoas à beira da fome por causa da pandemia.

No Brasil, de acordo com cálculos do Banco Mundial divulgados pelo jornal Valor, a crise provocada pelo novo coronavírus pode empurrar para a pobreza extrema mais 5,7 milhões de brasileiros, caso os programas sociais do governo não sejam efetivamente implementados – e, em seguida, estendidos – e não haja apoio eficaz para as empresas manterem o maior número possível de postos de trabalho.

De imediato, há que se encontrar solução para o drama social dos mais de 5 milhões de pessoas “invisíveis” não apenas para o sistema de arrecadação tributária, mas, sobretudo neste momento de crise humanitária, para os programas de assistência social. O problema já existia, mas a pandemia o agravou e, assim, tende a acentuar desigualdades que, conhecidas há muito tempo, se tornaram históricas no País.

As próprias comunidades onde vivem essas pessoas vêm procurando e encontrando caminhos para minimizar seus problemas. O espírito de união é forte nessas áreas. Hortas comunitárias estão sendo formadas, comida vem sendo distribuída ou repartida. Associações tão informais quanto o trabalho desses “invisíveis” montam cadastro dessas pessoas, orientam seus pedidos de obtenção do auxílio de emergência e, nos casos dos que não têm acesso à internet nem conta bancária, acompanham o andamento das solicitações. São associações e organizações não governamentais que nunca tiveram a simpatia do atual governo, como observou para o Estado o diretor da FGV Social, economista Marcelo Neri. A crise, diz Neri, chegou depois de cinco anos de aumento da pobreza, por isso é preciso agir.


O governo federal diz estar atento a essa parcela mais desprotegida da população. O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, disse que a maior parte dessas pessoas será atendida por aplicativos e pelo site criados pela Caixa Econômica Federal em abril. Medidas alternativas para que o auxílio emergencial chegue aos que continuarem sem acesso à ajuda emergencial começarão a ser colocadas em práticas em maio. Só em maio?

Editorial  - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 12 de junho de 2019

A Moro e Dallagnol ainda restará a opção pelo voto

Ministro da Justiça e procuradores foram vítimas da própria ilusão de impunidade

Esta semana começou com a divulgação de pretensos diálogos por Telegram entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, coordenados por Deltan Dallagnol, revelando um pretenso acordo entre eles na condução de um processo da operação. Se forem verdadeiras – e nada até agora pode ser dito em contrário, com a agravante de os acusados em suas manifestações não as terem negado –, essas conversas, só pelo que foi divulgado até agora, são nitroglicerina pura na política, na Justiça, no governo e no Brasil.

As alegações apresentadas são desprezíveis. O jornal online The Intercept Brasil, que publicou as mensagens, é veiculado no País, desde agosto de 2016, pela empresa americana First Look Media, criada e financiada por Pierre Omidyar, fundador da eBay. E editada pelo advogado também americano, especialista em Direito Constitucional e ex-jornalista do diário britânico The Guardian Glenn Greenwald; pela cineasta, documentarista e escritora Laura Poitras; e pelo jornalista investigativo (natural dos EUA) Jeremy Scahill, especialista em assuntos de segurança nacional e autor do livro Blackwater: The Rise of the World’s Most Powerful Mercenary Army. Greenwald é casado com o brasileiro David Miranda, eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e, atualmente, deputado federal na vaga de Jean Wyllys, que renunciou à cadeira na Câmara para sair do País, onde se dizia ameaçado. Adversária do impeachment da petista Dilma Rousseff, a publicação não é certamente imparcial. E daí? A Constituição federal garante o direito de qualquer veículo de comunicação exercer livre manifestação de opinião, desde que não publique mentiras.

A parcialidade questionada pela notícia, que explodiu como uma bomba de efeito devastador domingo (9/6), à noite, é a do ex-juiz da 13.ª Vara Criminal de Curitiba, em teoria pilhado em combinações estratégicas com procuradores federais em ação sob seu julgamento. Conforme o que foi publicado até agora e na expectativa de que novos fatos venham a ser revelados pelo responsável pela divulgação, esse herói nacional, por mercê de seu desempenho na operação em tela, teria interferido no trabalho do MP. A iniciativa feriria o princípio básico da isenção do julgador, proibido de manifestar qualquer parti pris na tarefa de decidir quem tem razão: o Ministério Público, que, em nome do Estado, acusa o suspeito, e a defesa do acusado. Caso sejam mesmo autênticas as mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol, levando em conta o fato de os outros diálogos até agora revelados não representarem abusos de conduta, mas apenas opiniões pessoais, a revelação é grave.

A eventual inclinação do juiz a aceitar os argumentos dos procuradores, em detrimento das negativas apresentadas insistentemente pelos defensores de Lula, os levará a pedir a anulação da sentença em primeira instância do processo sobre recebimento de propina e ocultação de patrimônio do triplex do Guarujá. Não implica, contudo, a automática inocência do réu, que dependerá de serem reformadas decisões unânimes de duas instâncias superiores, a segunda e a terceira, sobre o caso. De igual forma, a presunção tem sido contestada em outras varas. Há nova condenação do mesmo réu em idêntico juízo, da lavra da substituta eventual de Moro, Gabriela Hardt, e que o substituto permanente, Luiz Antônio Bonat, já encaminhou para ser julgada na Oitava Turma do Tribunal Federal Regional da 4.ª Região, em Porto Alegre. Assim, Lula responde a sete processos. No mais recente, o juiz Vallisney de Oliveira, da 10.ª Vara da Justiça Federal em Brasília, o tornou réu com Palocci e Paulo Bernardo, sendo o trio acusado de ter acertado receber US$ 40 milhões (R$ 64 milhões, à época) em propinas pagas pela empreiteira então presidida por mais um réu, Marcelo Odebrecht.

Ou seja, é bem longo e árduo o caminho perseguido pela defesa de Lula para soltá-lo. [caso ocorra o absurdo da soltura de Lula - poderá ser solto por progressão de regime (isso se até sua eventual mudança de regime do fechado para o semiaberto, a segunda condenação, prolatada pela juíza Gabriela Hardt, não tiver sido confirmada pelo TRF-4; confirmada, Lula automaticamente permanecerá em regime fechado, devido a nova sentença alterar o prazo para progressão;
 
e ocorrendo a confirmação, estando Lula no semiaberto, volta para o fechado pela mesma motivação.] A ser provado em processo judicial, que costuma ser lento e complicado, o que foi revelado até agora mais prejudica Moro e os procuradores da Lava Jato, em especial Dallagnol, do que beneficia o presidiário mais famoso do Brasil, pilhado em vários passeios pelo Código Penal. Mesmo que The Intercept Brasil não tenha esgotado sua munição contra o ex-juiz da Lava Jato, será difícil a escalada do Himalaia de acusações por Lula, a não ser que a divulgação tenha sido autorizada por um juiz. Aí, a permanência de Moro no Ministério da Justiça ficaria insustentável. E isso dependerá menos da reação da opinião pública, que o idolatra e não confia nas instâncias superiores do Judiciário, às quais caberá julgá-lo, mas das circunstâncias políticas, que poderão levar o presidente Jair Bolsonaro a abrir mão do justiceiro, se passar a ser considerado suspeito de parcialidade. [com a devida vênia ao ilustre articulista, consignamos que as provas sendo ilegais, visto sua obtenção por meios criminosos, não possuem validade .
Também há sérias dúvidas sobre a veracidade do conteúdo, já que sua publicação não é suportada por uma das mais elementares formas de garantia de autenticidade - captura de tela, além do fato de que é comum a conversa ampla entre juízes, procuradores, advogados, etc.
Abaixo pequeno trecho do despacho exarado pelo ministro Fachin,STF,  em voto proferido em processo referente ao presidiário petista:
 
"Cumpre consignar que ninguém está acima da lei, especialmente da 
 
Constituição: nem administradores, nem parlamentares, nem mesmo juízes. 
Procedimentos heterodoxos para atingir finalidade, ainda que legítima, não devem ser beneplacitados."  
 
 
Se for institucionalizado no Brasil o costume de praticar crimes para punir outros, estaremos sob, para dizer o mínimo, a Lei de Lynch.]
 
 Assim, até novembro de 2020, daqui a um ano e meio, quando o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, se aposentar, é de duvidar que mesmo uma mão forte do chefe do governo bastaria para alçá-lo ao pináculo da Justiça, mantendo a promessa que até agora, tudo indica, mantém. Até então, o herói popular das manifestações de rua de 2016 para cá terá muitas noites para lamentar a mistura de infantilidade, soberba e senso de impunidade que conduziu seus surtos de adolescência leviana e bastante tardia. Seu companheiro em travessuras virtuais, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, também lastimará o instante em que acreditou na lorota de que o aplicativo russo é um meio de comunicação pessoal à prova de hackers. Estes dificilmente serão identificados. Pois, talvez seja de bom alvitre avisar que a experiência pregressa não autoriza expectativas favoráveis no caso.

A seus carrascos, que ora comemoram, é útil lembrar que restará a Moro e Dallagnol a saída pelo voto, pois parecem manter a devoção popular. [ excelente o transmitido por este parágrafo, visto que o até agora liberado não fornece motivos para os que apoiadores de Moro e procuradores deixem de apoiá-los e o povo avaliará que o que eles fizeram era necessário para combater a corrupção.
Como bem disse o ministro Barroso: "a corrupção ocorreu...".]
 
 

sábado, 9 de março de 2019

O carnaval de asneiras de Bolsonaro

É preciso um grande esforço para perceber alguma lucidez em meio ao festival de baboseiras emitidas pelo presidente Bolsonaro e sua entourage, a cada semana – daqui a pouco, a cada dia. E nesse carnaval o mandatário extrapolou de vez em posts e comentários pornográficos, difíceis até de citar, como uma possível resposta sua às críticas que vinha recebendo nas ruas, nos blocos, nas escolas de samba. Bolsonaro partiu para enxovalhar a imagem do carnaval brasileiro, alcançando repercussão negativa mundo afora e recebendo, naturalmente, uma enxurrada de queixas pela barbaridade das postagens, tão grosseiras como desnecessárias. 


Ele poderia ter optado por exibir vídeos de civilidade explícita, como a dos integrantes de um bloco que pararam de pular e sentaram para que uma criança perdida encontrasse a mãe, ou a de outro episódio no qual foliões agradecem a um catador de latinhas e se cotizam em uma vaquinha dada a ele. Mas o chefe da Nação preferiu ir ao hardcore sem freio ou censura. Alegando “expor a verdade para a população” sobre os dias da folia de momo, Bolsonaro pinçou uma cena de homens em atos obscenos, publicou na conta de Twitter e tratou o caso como síntese do que vem se transformando aquela que é a festa mais popular do País. Generalização equivocada e indevida. Foi além: perguntou aos seguidores o significado da expressão “golden shower”. Bateu boca com artistas e tripudiou das reclamações dos internautas. Errou no tom, no modo, no alvo e mesmo no tema que, de mais a mais, não deveria estar no radar de assuntos afeitos à presidência da República. 

Desde que tomou posse e perto de contabilizar três meses de gestão, sem quase nada de produtivo a exibir, Bolsonaro tem repetidamente se perdido em questiúnculas e vai rapidamente vulgarizando a imagem do cargo que ocupa. Vários desafetos já apontam que ele quebrou com o decoro e poderia até ser, desde já, alvo de uma ação de impeachment. De fato, na letra da lei 1.079 da Constituição Federal, sobre crimes de responsabilidade, há um parágrafo que trata como atentado a probidade administrativa “proceder de modo incompatível com a dignidade e a honra do cargo”. [os desafetos que pensam em aplicar a Lei do Impeachment  contra o presidente do Brasil,  Jair Bolsonaro, expressam apenas duas coisas:
- total incompetência visto não ser caso de impeachment;
- a inveja, o desespero por ser Bolsonaro o presidente da República, eleito com quase 58.000.000 de votos e eles nada poderem fazer a não ser falar asneiras.
Mas, os que o deixa desesperado mesmo é a possibilidade que com o sucesso obtido no seu governo, emplacando as reformas, Bolsonaro seja reeleito em 2022.

Sugiro aos desafetos - melhor dizendo invejosos, inconformados - que utilizem contra Bolsonaro o Código Penal, alegando que ele está expondo terceiros a risco de morte - afinal, a tentação do suicídio, motivada pelo desespero de ser Bolsonaro o presidente da República e terem que engolir,  domina a maioria da corja esquerdista, lulopetista e outras coisas do ramo.

Ou então vão embora do Brasil - acertem as contas com o Fisco, só não vale levar dinheiro na cueca.]
No caso, expor mídia de conteúdo adulto se encaixaria dentro desse artigo, como também fere as regras da rede social usada, na qual poderá vir a sofrer alguma punição, desde o bloqueio temporário até a suspensão definitiva da conta. 

Humilhação desnecessária, decerto, capaz de despertar vergonha alheia. No estágio avançado em que se encontra de degeneração de imagem, sem nem ainda ter saído da lua de mel no poder, Bolsonaro acabou tratado no The New York Times como o presidente da quarta maior democracia do mundo que se dedicou a aberrações ao publicar um vídeo de conteúdo sexual. O britânico The Guardian disse que ele foi “ridicularizado na aparente tentativa de revidar críticas”, o Mirror classificou de “muito obsceno” o gesto e a Reuters falou em “choque e indignação”. Não dá para desconsiderar os reflexos das asneiras que o mandatário vem gerando. 

Nem adianta a exaustiva ladainha de queixas à imprensa, típica da patológica alienação dos Bolsominions que o seguem como fanáticos religiosos de uma seita. A repercussão no mercado, entre investidores externos, no meio político do Congresso que pode boicotar suas ações e até no círculo dos militares que lhe dão suporte é enorme. O vexame, sem atenuantes, se mostrou completo. Nas redes, a hashtag #ImpeachmentaBolsonaro liderou as trending topics. Dos milhares de comentários que recebeu na largada da postagem, muitos apontaram que crianças cujos pais o seguem viram a cena, causando desespero nas famílias. Um deles sugeriu que o presidente estava precisando de tratamento médico com urgência. 

O professor de ética e filosofia, Roberto Romano, descreveu o episódio como “um dos atentados mais violentos que um chefe de Estado já fez à moralidade pública”. Para Romano, ele jamais poderia “caluniar o próprio povo” afirmando que “o Brasil vive à beira de uma eclosão obscena”. Decerto, Bolsonaro parece ter escolhido se enfronhar perigosamente em discussões de varejo, em pautas comezinhas. Como se fosse esse o único campo de assuntos que domina. Ideal a um candidato. Nunca, jamais, compatível com a liturgia da presidência. Com o seu ultraconservadorismo de costumes e o discurso deturpadamente ideológico, Bolsonaro tem agredido cada vez mais simpatizantes, enquanto desperta a sanha de adversários. Os de primeira hora e mesmo os adoradores convictos passaram a perceber a faceta dúbia e inconsequente do mandatário. O homem que exalta o valor das instituições é o mesmo que afronta a moral e os bons costumes compartilhando vídeos pornográficos. Reclama da tirania de Nicolás Maduro e elogia, ao mesmo tempo, o ditador Stroessner. 

[calma pessoal: o nosso presidente Jair Bolsonaro tem cometido alguns escorregões, mas, é uma questão de adaptação.

Temos que convir que por quase trinta anos o atual presidente do Brasil foi parlamentar e sempre pautou seus pronunciamentos por dizer a verdade, de forma nua e crua - sendo aplaudido e que resultou em sete mandatos  (com votação sempre crescente),  ser eleito Presidente da República Federativa do Brasil com quase  58.000.000 de votos; 

- um dos seus  filhos com a maior votação para deputado federal da história do Brasil (superou Enéas Carneiro e Tiririca, desde a proclamação da República) um outro filho eleito senador com mais de 4.800.000 votos, e duas deputadas, uma estadual e outra federal,  - Janaina Paschoal e Joice Hasselmann - com os maior número de votos já recebidos por candidatas nas eleições brasileiras. 

(E tudo isso com uma campanha que foi das mais baratas, a oposição ferrenha de grande parte da Imprensa e todo o jogo sujo dos seus adversários;
no primeiro turno, teve candidato a presidência que tinha como único objetivo tirar votos de Bolsonaro e passar para o poste petista.
FRACASSARAM.)

O PSL, seu partido, passou de nanico a para segunda maior bancada.
Agora presidente está tendo dificuldades para se adaptar.
Mas, já tem porta-voz, o número de desmentidos, o disse-me-disse, foi reduzido, os filhos começam a se enquadrar.

A partir da Páscoa, teremos com as bençãos de DEUS o governo Bolsonaro governando de verdade e na busca para atender os anseios dos seus milhões de eleitores.]

Demite um ministro desafeto do filho e alega, a seguir, que “nenhum filho meu manda no Governo”. Em qual personagem é possível acreditar? O capitão reformado parece viver eternamente em modo de campanha eleitoral, repetindo a tática do rival e antecessor, hoje presidiário, Lula. Cultiva o comportamento da perversidade mental, destratando e estigmatizando desde professores, ambientalistas e sindicalistas aos profissionais da comunicação, artistas ou qualquer um que se contraponha a sua “ordem unida” – por mais destrambelhada que ela possa parecer. É capaz de mandar desconvidar uma suplente de terceiro escalão da Justiça por diferenças de opinião e vai, assim, escancarando o amadorismo nas decisões com um estilo de governar sem a mínima lógica. O que sairá daqui para frente é uma incógnita. Mas que Bolsonaro deveria logo se voltar para o que realmente interessa a todos, que são as reformas, não há dúvida.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três - Revista IstoÉ




sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Suplente de j w manda recado a Bolsonaro: “Respeite e segure a empolgação”

[vereador d m, suplente do fujão j w, já começa falando besteira, fazendo m...; 

diz que tem mais projetos aprovados que o presidente Bolsonaro, só que ele é um suplente de um deputado fujão - o fujão foi eleito com menos de 25.000 votos, e o d m com 17.356 votos, enquanto Bolsonaro é presidente da República Federativa do Brasil, eleito com quase 60.000.000 de votos.

Um dos projetos apresentados por d m cuida da instalação de banheiros públicos unissex no Rio, que ainda não foi aprovado mas já conta com o repúdio dos cariocas.]

O vereador carioca e suplente de deputado d m (Psol-RJ) mandou um recado ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) minutos após a divulgação da notícia de que assumirá ó mandato na Câmara, no lugar de  j w (Psol-RJ). Pelo Twitter, cobrou de Bolsonaro respeito ao colega e prometeu forte oposição. “Respeite o j, Jair, e segura sua empolgação. Sai um LGBT mas entra outro, e que vem do Jacarezinho. Outro que em 2 anos aprovou mais projetos que você em 28. Nos vemos em Brasília”, escreveu o vereador. Foi uma resposta a outra mensagem, de apenas duas palavras, publicada instantes antes por Bolsonaro: “Grande dia!”.

O comentário do presidente foi interpretado por parte dos seguidores nas redes sociais como uma provocação a j w  que desistiu de assumir o próximo mandato da Câmara e deixou o Brasil em razão de ameaças de morte. Os dois são inimigos declarados e já travaram diversos embates na Câmara que resultaram na apresentação de pedidos de cassação no Conselho de Ética, de parte a parte.
Um dos filhos do presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) também publicou uma mensagem interpretada nas redes como provocação a j: “Vá com Deus e seja feliz”. Depois, ele sugeriu que o recado era para seu pai, que estava embarcando em Davos, na Suíça, com destino ao Brasil. Em seguida, Carlos ironizou a interpretação feita por críticos de Bolsonaro de que ele havia tripudiado sobre j w.. “O presidente está proibido de dizer “GRANDE DIA !”, após importante passagem por Davos! O nível de desespero devido a tantas derrotas consecutivas os levam a pirar nas próprias narrativas que inventam! Meu Deus! .” 

Jair Bolsonaro voltou, na sequência, ao Twitter para chamar de "fake news" qualquer interpretação de que havia comemorado a decisão de Jean Wyllys de deixar o Brasil. "Fake News! Referi-me à missão concluída, reuniões produtivas com Chefes de Estado, voltando ao país que amo, Bolsa batendo novo recorde na casa dos 97.000 e confiança no nosso país sendo restabelecida, isso faz de hoje um grande dia! ", publicou, referindo-se a uma reportagem do site do Globo que fazia associação entre as duas coisas.

Ameaças
Primeiro parlamentar gay a assumir a bandeira LGBT no Congresso, o ex-deputado psolista,  anunciou nesta quinta que vai abrir mão do novo mandato para o qual foi reeleito em outubro e deixar o Brasil. As duas decisões, segundo ele, foram motivadas por ameaças de morte e perseguições que tem sofrido.

“Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! ”, publicou o deputado em suas redes sociais. Por sua militância, o deputado virou um dos alvos preferenciais de Bolsonaro e seus apoiadores.
Ele ressaltou que, mesmo sob escolta, foi xingado e empurrado várias vezes publicamente. Segundo j,  também pesou em sua decisão a informação de que familiares de um ex-PM acusado de liderar o Escritório do Crime, uma falange de milicianos, trabalharam no gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Espionagem
Casado com o jornalista norte-americano que revelou o esquema de espionagem dos Estados Unidos denunciado por Edward Snowden em 2013, d se elegeu vereador em 2016. “Preto, Favelado e Primeiro vereador LGBT do RJ, midialivrista e pela causa animal. Candidato a deputado federal pelo PSOL. Pai do João e Jonathan ”, identifica-se o futuro deputado em suas redes sociais. Com a série de reportagens publicadas no britânico The Guardian, prêmio Pulitzer de Jornalismo de 2014 e hoje comanda o site The Intercept no Brasil.

Ele conta, em sua biografia na internet, que foi criado na comunidade do Jacarezinho, nunca conheceu seu pai e ficou órfão de mãe aos cinco anos. O casal tem dois filhos adotivos e mora em uma casa com 24 cachorros. Em 2013, d foi detido pela Polícia Metropolitana de Londres quando fazia escala em uma viagem de volta de Berlim, para o Brasil. Foi parado sob a suspeita de transportar documentos de inteligência. Embora a detenção por nove horas tenha sido considerada “justa e apropriada” pela Justiça britânica, foi fortemente atacada pela Anistia Internacional.

Congresso Em Foco

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Fala de Bolsonaro sobre ‘livrar’ o país do socialismo repercute no mundo

O discurso do presidente Jair Bolsonaro repercutiu nas principais veículos de comunicação europeus nesta quarta-feira, 2. Praticamente todas as publicações enfatizaram a fala do novo líder da maior economia da América Latina em que cita a libertação do Brasil do socialismo.

O jornal britânico The Guardian foi um dos que mencionaram o trecho como destaque. “Suas palavras encantaram uma multidão de mais de 100 mil pessoas – muitas das quais viajaram à capital modernista para o evento, convencidas de que o populista de extrema direita pode resgatar o País conturbado da corrupção virulenta, do aumento do crime e da estagnação econômica”, mencionou o diário. No jornal britânico de economia Financial Times, a posse de Bolsonaro não recebeu qualquer menção na edição impressa desta quarta-feira nem na versão na internet.

Ainda no Reino Unido, a rede de televisão BBC repetiu algumas vezes na noite de ontem uma reportagem sobre a posse de Bolsonaro. Em seu site na internet hoje, o assunto já está fora da página principal do veículo. No material de ontem, a BBC destacou que o presidente usou seu discurso de posse para prometer a construção de uma “sociedade sem discriminação ou divisão”. O enfoque sobre o fim do socialismo no país durante o discurso do novo presidente foi dado pelo francês Le Monde. Saudando “neste dia em que as pessoas começam a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo do Estado e do politicamente correto”, o líder da extrema direita brasileira prometeu livrar o país das “ideologias nocivas” que “destroem nossas famílias”, como as da “teoria do gênero” que abomina, ou “marxismo”, que ele acredita detectar nos livros didáticos.

Garantindo às pessoas “boas” o direito de “legítima defesa”, ele novamente mencionou seu desejo de flexibilizar o mais rápido possível a lei de 2003 que proíbe o porte de armas, mostrando ao mesmo tempo sua benevolência para com os atores da defesa do agronegócio em conflito com o movimento dos sem-terra e dos povos indígenas. [os bandidos disfarçados em 'sem terras' também matam - aliás, estão sempre armados e  prontos para o confronto com os legítimos proprietários dass terras que invadem, impunemente;

os índios também são violentos e agridem - além do absurdo que representa existir reserva indígena com 50.000 hectares para apenas doze índios.]
 O também francês Le Figaro mantém o tema sem muito destaque em sua página na internet. “Jair Bolsonaro assumiu o cargo na terça-feira, abrindo uma era de ruptura com sérias incertezas em relação à mudança para a extrema direita da maior potência da América Latina.”

Já o espanhol El País enfatizou a exibição da aliança de Bolsonaro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitaram a cerimônia para mostrar, via Twitter, sua aliança, que é uma virada ‘copernicana’ da política externa brasileira”, ressaltou o periódico. O veículo também informou que, em seu discurso de posse, o presidente evitou sua habitual crítica ao Partido dos Trabalhadores (PT) para convocar os deputados a se unirem “à missão de reconstruir o País, libertando-o do crime, da corrupção, da submissão ideológica e da irresponsabilidade econômica”.

O português Diário de Notícias, que acompanhou a transmissão do cargo ontem em tempo real, por sua vez, dá destaque à posse e salientou quatro frases do pronunciamento de Bolsonaro consideradas como “a chave” do discurso de posse: 
 1) “Este é o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da invasão de valores, do politicamente correto, do gigantismo estatal; 
2) “Temos o desafio de enfrentar a ideologia que descriminaliza bandidos, pune policiais e destrói famílias, vamos restabelecer a ordem no País”; 
3) “Esta é a nossa bandeira, que jamais será vermelha, só será vermelha se for do nosso sangue derramado para a manter verde e amarela”, e 
4) “Traremos a marca da confiança de que o governo não vai gastar mais do que arrecada, do interesse nacional, do livre mercado e da eficiência, da garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitados.

Revista IstoÉ



segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Charge de jornal holandês ironiza eleição de Bolsonaro

[muitos não suportam ver os que  consideram adversários vencerem - este jornaleco holandês tem tudo a ver com Calabar.

o que os jornais estrangeiros, que criticam a escolha soberana da maioria do eleitorado brasileiro tem a ver com isto?

aliás, não é da conta de ninguém, a decisão soberana do eleitorado brasileiro.]

Ilustração do diário 'de Volkskrant' relaciona vitória do capitão com a ascensão da ideologia nazista no Brasil

O jornal holandês de Volkskrant publicou em sua edição desta segunda-feira (29) uma charge ironizando a eleição de JairBolsonaro. Na imagem, uma suástica nazista é representada nas cores da bandeira do Brasil e construída com os tradicionais chinelos Havaianas.

A charge faz refercia às muitas críticas recebidas pelo capitão de seus oponentes, que o acusam de ser o rosto da extrema-direita no Brasil e que o ligaram à ideologia fascista durante a campanha eleitoral. A ilustração foi assinada pelo cartunista Bas van der Schot e publicada no site e na edição impressa do de Volkskrant, um diário de Amsterdã considerado de centro-esquerda.

Bolsonaro (PSL) venceu neste domingo o segundo turno das eleições presidenciais com 55% dos votos, contra 44% de Fernando Haddad (PT).

Além do de Volkskrant, grandes veículos da imprensa estrangeira repercutiram a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais. Boa parte dos sites se dedicaram a publicar matérias explicando aos leitores detalhes sobre quem é Bolsonaro, desde sua formação militar, passando por suas declarações controversas. Também descrevem a polarização no Brasil, até sobre como o resultado das urnas reflete as insatisfações da população com o Partido dos Trabalhadores.

A revista liberal The Economist, que chegou a publicar uma capa chamando Bolsonaro de ameaça, começa seu texto sobre a vitória com a sucinta frase: “Os brasileiros fizeram uma péssima escolha”.

O texto aponta que Bolsonaro é um “apoiador de ditadores e de armas, que incita a polícia a matar suspeitos, que ameaça banir oponentes e diminui as mulheres, os negros e os gays”. [quem bancava com dinheiro público os piores ditadores era o presidiário Lula.] Em seguida, a revista explica como o PT colaborou para o crescimento do conservador PSL, com os  escândalos de corrupção, o desejo de se manter no poder e a depressão econômica que a política de Dilma Rousseff provocou no país.

O jornal The New York Times seguiu o caminho dos concorrentes, lembrando falas polêmicas de Bolsonaro e apontando para o crescimento do conservadorismo da extrema-direita no mundo. “Bolsonaro, que vai conduzir o maior país da América Latina, é o mais à direita entre todos os presidentes da região, onde recentemente os países elegeram líderes mais moderados. Ele engrossa o movimento da extrema-direita que tem crescido no mundo, juntamente com a Itália e a Hungria.”

O britânico The Guardian, que acompanhou a apuração dos votos em uma longa reportagem atualizada em tempo real, foi às ruas no Brasil retratar as celebrações dos eleitores de Bolsonaro. Após destacar diversas frases de entrevistados, como a de um estudante de fisioterapia de 40 anos, que disse ter agora o “presidente que sempre esperamos, que teme a Deus e é genuinamente de direita”, o jornal ressaltou ao fim que o triunfo de Bolsonaro deixou milhões de brasileiros progressistas “profundamente perturbados e com medo da intolerância que vai tomar o país”.

Muitos veículos também compararam Bolsonaro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A emissora britânica BBC lembrou que as declarações do futuro presidente brasileiro, consideradas racistas, homofóbicas e misóginas por muitos, têm um tom muito parecido com as declarações do presidente americano. 

Veja
 

domingo, 1 de outubro de 2017

NKVD: Assassinos chefiados por Stalin têm seus nomes divulgados


A partir de 1993, Andrei Zhukov percorreu, pelo menos três dias por semana durante duas décadas, os arquivos de Moscou, vasculhando hora após hora as pilhas de ordens emanadas pela NKVD, a polícia secreta de Joseph Stalin, continuada pela KGB onde se formou Vladimir Putin. Ele procurou e encontrou muitos nomes de oficiais e seus respectivos cargos hierárquicos na organização.


 Grupo de agentes da NKVD.

Foi a primeira pesquisa metódica sobre os homens que executaram oGrande Terror” de Stalin entre 1937 e 1938. Nesse período da ditadura socialista foram presas pelos menos 1,5 milhão de pessoas, 700 mil das quais foram friamente fuziladas.  Na verdade, não foi o primeiro estudo sobre os líderes da NKVD e seus monstruosos crimes. Mas sim o primeiro a identificar os investigadores e os algozes que cumpriram a sádica missão.
E na lista há mais de 40 mil nomes!

Zhukov disse que não agiu por motivações políticas: “Eu sempre fiquei interessado em coisas secretas ou difíceis de achar.”  “Comecei isto apenas com um instinto de colecionador”, disse, segundo o jornal  The Guardian, de Londres.”
Mas os historiadores perceberam a importância de seu trabalho. A organização Memorial, a mais importante em recuperar a lembrança das vítimas chacinadas e dos locais de horror onde passaram seus últimos dias, publicou um CD com o banco de dados dos nomes e o postou na Internet.  Foram anos de meticuloso trabalho porque a polícia secreta tinha uma ampla faixa de atividades além das prisões e execuções.
“Não todos na lista foram açougueiros, até alguns foram assassinados por não executarem os crimes ordenados.  “Mas a vasta maioria estava ligada ao terror”, comentou Yan Rachinsky, co-presidente de Memorial.


Vala comum de vítimas de Stalin em Levashovo, São Petersburgo.
Muitos russos querem saber o destino final de seus antepassados.

Nikita Petrov, outro historiador de Memorial, sublinhou que “trabalhar na NKVD era prestigioso.  “Nos inícios dos anos 1930, marcados pela pobreza e pela fome, recebia-se para comer bem e ganhava-se um belo uniforme.
“Aqueles que entravam não sabiam que dentro de cinco anos estariam sentenciando milhares de pessoas à morte”, acrescentou.

O banco de dados de Memorial sobre as vítimas da repressão socialista soviética contém por volta de 2.700.000 nomes e mais 600 mil devem ser acrescentados ao longo de 2017.
Rachinsky acha que uma lista completa somaria aproximadamente 12 milhões de nomes, incluindo os deportados ou sentenciados por razões políticas. Acrescenta-se que em algumas regiões os algozes locais nunca confeccionaram listagens das vítimas, enquanto em outras os arquivos permanecem fechados.
 Cenotáfio aos religiosos assassinados em Levashovo.

O jornalista Sergey Parkhomenko lançou a campanha Endereço Final, instalando alguns milhares de placas onde morreram vítimas do socialismo stalinista para lhes render uma derradeira homenagem. Dos 40 mil agentes registrados por Zhukov, cerca de 10% acabaram sendo executados, encarcerados ou enviados aos campos de concentração.
Alguns voltaram quando Stalin precisou de homens para combater na II Guerra Mundial. Até ganharam medalhas ou se dedicaram a cometer mais homicídios.

http://flagelorusso.blogspot.com

 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Parlamento Europeu quer Reino Unido fora da UE o mais rápido possível, diz presidente



Segundo Martin Schulz, advogados estudam possibilidade de acelerar ativação do artigo 50 — procedimento para saída do bloco
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, confirmou que a União Europeia (UE) quer o Reino Unido fora o mais rápido possível, depois de eleitores britânicos votarem pela saída do bloco em referendo na quinta-feira. Schulz advertiu nesta sexta-feira que a decisão do primeiro-ministro David Cameron de atrasar o início das negociações da saída até que seu sucessor assuma o cargo pode não ser rápido o suficiente. 

Em entrevista ao jornal “The Guardian”, Schulz informou ainda que advogados da UE estudam a possibilidade de acelerar a ativação do artigo 50 — o procedimento para sair da União Europeia, que ainda não foi aplicado.  Incerteza é o oposto do que precisamos — disse Schulz, acrescentando que é difícil aceitar que um continente inteiro se torne refém de uma luta interna no partido do premier britânico. — Eu duvido que isso esteja apenas nas mãos do governo do Reino Unido. Nós temos que estar cientes desta declaração unilateral de que eles querem esperar até outubro, mas esta não e a palavra final.

Mais cedo, em um comunicado conjunto, presidentes das instituições europeias pediram que as negociações de saída ocorram “o mais rápido possível”. Eles também negaram a possibilidade de renegociação sobre a decisão. Esperamos agora que o governo do Reino Unido efetive a decisão dos britânicos o mais rapidamente possível, não importa o quão doloroso esse processo possa ser”, disseram eles em uma nota. "Esta e uma situação sem precedentes, mas estamos unidos em nossa resposta".  

Logo após a vitória do Brexit (abreviação de British Exit, que significa “Saída Britânica” em inglês) no referendo, Cameron anunciou sua renúncia. O premier afirmou que a  escolha do novo líder britânico só deve acontecer em outubro, quando o Partido Conservador vai se reunir para apontar um novo comandante. Estimando uma "década de incertezas" para a economia, o governo britânico acredita que o processo para negociar a saída da UE, os futuros acordos com o bloco e os acordos comerciais com países fora da UE deverá ser concluído no fim de 2019.

A vitória do Brexit foi lamentada pelas lideranças da União Europeia, com a chanceler alemã, Ângela Merkel, classificando a decisão britânica de um golpe para a Europa e para o processo de unificação. Após 43 anos de uma parceria que definiu os rumos da Europa no pós-guerra, o Reino Unido decidiu na quinta-feira retirar-se da UE. Por 52% dos votos a 48%, a maioria dos britânicos optou pelo chamado Brexit, a saída do bloco, em uma votação apertada, na qual as duas opções do referendo se alternaram diversas vezes na liderança. O resultado foi na contramão das últimas pesquisas de intenção de voto, que indicavam vitória da permanência do país no bloco. 

Fonte: O Globo