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domingo, 19 de janeiro de 2020

Goebbels na era digital - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Alvim sai, mas Bolsonaro fica e Goebbels, Bannon e Olavo continuam pairando no ar

[aceitem,  que dói menos: 

- com as bençãos de DEUS, Bolsonaro fica e em 2022 será reeleito, tendo como vice o ministro Sérgio Moro;

é o inevitável, aceitem, se unam à Cruzada em prol do crescimento do Brasil e ao retorno, engrandecidos, de valores hoje esquecidos, vilipendiados, desvalorizados e que são tão caros ao BRASILEIROS DE BEM.]

Poderia ter sido apenas uma papagaiada chocante, mas o que o secretário nacional de Cultura Roberto Alvim fez foi muito pior: uma performance bem construída e ensaiada. Ator e diretor de teatro, ele encarnou o gênio do mal Joseph Goebbels, plagiando seus textos e usando o mesmo cabelo, o mesmo olhar, o tom solene e, como fundo musical, a ópera preferida de Hitler. [atenção apreciadores de Wagner e óperas: a esquerda estúpida (existe outra?)tenta censurar os grandes mestres e suas épicas produções, mas,não vão conseguir.
O que tem que ser proibido, urgentemente é a 'foice e martelo' - símbolos do comunismo, que assassinou mais de 100.000.000 de pessoas.] censura imposta pela derrotada esquerda não

Poderia também ter sido um surto individual, um fato isolado, um ponto fora da curva, mas o arroubo nazista foi num habitat onde, vire e mexe, um protagonista acena com a volta do tenebroso AI-5 e o presidente Jair Bolsonaro se delicia fazendo loas aos ditadores sanguinários Pinochet e Stroessner. A própria trajetória de Roberto Alvim no governo já diz tudo. Ele foi premiado com o principal cargo da Cultura nacional por ter atacado Fernanda Montenegro como “sórdida” e “mesquinha”, convocado artistas para uma “máquina de guerra cultural” e planejado ceder espaços culturais para teatros evangélicos. Nomeado com carta branca numa secretaria de cultura jogada como estorvo no Ministério do Turismo, ele teve passagem tão rápida quanto devastadora. Na Fundação Palmares, um negro racista. Na Funarte, um terraplanista que identifica rock com drogas e satanismo. [os que discordarem ou tiverem dúvidas, dispam-se das ideias preconcebidas, dos preconceitos e escutem alguns clássicos do rock.] Na Casa de Rui Barbosa, alguém muito distante de ser personalidade e alheio aos meios acadêmicos. Na Biblioteca Nacional, um monarquista. Verdadeiro strike.

Pelos elogios feitos ao secretário, o presidente da República parecia bem satisfeito com esse desmonte macabro da Cultura, que é a alma de uma nação e um dos mais calorosos orgulhos brasileiros, mas acaba de atrair o Brasil para mais uma onda de manchetes vexaminosas pelo mundo afora. O culto ao nazismo foi parar nos principais jornais dos Estados Unidos, da Europa, da América Latina, aprofundando a deterioração da imagem do País no exterior às vésperas de mais um Fórum Econômico Mundial em Davos. Eu não queria estar na pele do ministro Paulo Guedes e dos integrantes da delegação brasileira. Vão ouvir poucas e boas. E o que responder? [acabaram com os que admiram o nazismo nos Estados Unidos? e os neonazistas da Europa, foram eliminados?
o problema no Brasil é que a maior parte dos formadores de opinião entendem que arte é ofender JESUS CRISTO, é espezinhar VALORES CRISTÃOS, desvalorizar a FAMÍLIA, incitar a DESORDEM, cultuar a concessão de direitos SEM  a contrapartida de DEVERES.]

A performance nazista de Roberto Alvim compõe bem um todo em que pululam noções muito particulares (ou falta de noção?) sobre meio ambiente, educação, política externa, direitos humanos e mídia, em que prevalece o culto às armas e o governador de um dos principais Estados defende um peculiar combate à criminalidade: “mirar a cabecinha do bandido e pou!”. [não estamos julgando a conduta do governador do Rio, apenas lembramos que ele e o Presidente Bolsonaro estão rompidos politicamente.] O resultado é que as cabecinhas na mira são outras, dentro de casa, na escola, no parquinho ou passeando com a avó nesse mesmo Estado: as das crianças. Todas negras e pobres.

No caso de Alvim, Bolsonaro, pelo menos, foi rápido no gatilho. Antes das 11h ele já havia decidido a demissão, sob pressão dos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo, de amplo arco político da esquerda à direita, de toda a opinião pública e até da embaixada da Alemanha. Mas o xeque-mate foi da comunidade judaica. Tal como Donald Trump, ele é daqueles: “Mexeu com Israel, mexeu comigo”. [Bolsonaro esqueceu que quem escolhe e nomeia ministros (é o que consta da Constituição Federal, condição inclusive já reconhecida pelo plenário do Supremo) é o Presidente da República.
Por óbvio,  quem tem competência constitucional para escolher o titular de um ministério, tem para escolher titulares de órgãos subordinados àquele Ministério.
Deveria tomar a decisão pela demissão - mesmo não havendo obrigação legal, o componente político tornava a exoneração aconselhável - mas, recusar e divulgar a recusa, opinião dos presidentes das Casas do Poder Legislativo e de nações estrangeiras.] 

A partir daí, começou outra tortura nacional: quem seria o sucessor ou sucessora? Veio o medo. Alvim sai, mas Goebbels, assim como Steve Bannon e Olavo de Carvalho, continua pairando sobre o governo Bolsonaro. E não apenas na Cultura, mas na área mais eficaz do nazismo: a propaganda. Nem “a guerra ao marxismo cultural” nem máxima de que “uma mentira repetida mil vezes vira verdade” foram demitidos. Continuam vivos, fortes, entranhados na alma do governo. Aliás, desde a campanha, quando o “gênios do mal” modernos conseguiram massificar como verdade a mentira de que só Bolsonaro derrotaria Lula e o PT. [até que provem o contrário, só JAIR BOLSONARO derrotou os citados;
no século passado, o condenado petista, perdeu também para Collor e FHC.]   Uma mentira repetida não mil, mas milhões de vezes. Goebbels reencarna na era digital.
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S.Paulo 


terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Coleção de retrocessos - Eliane Catanhêde

O Estado de S.Paulo

Em 2019, Brasil avançou devagar na economia e recuou velozmente no resto

[o governo Bolsonaro tem sido vítima constante de ações de boicote, que podem ser chamadas até de sabotagem, e isto tem impedido o seu progresso nos aspectos positivos = a turma do 'quanto pior, melhor' faz muito barulho e compensa sua condição de minoria (a democracia brasileira é exercida através da DITADURA das minorias) - o lema da turma é:  qualquer coisa do governo Bolsonaro, temos que ser contra.]

Último dia do ano, hora de discutir o que deu certo, o que deu errado, o que poderia ser melhor. No governo Jair Bolsonaro, a economia andou devagar, mas andou. O problema foi o resto, que andou rápido, mas em marcha a ré. Uma coleção de retrocessos.

A reforma da Previdência foi o grande marco político e econômico de 2019. O grande mérito do governo foi enviar o projeto e o do Congresso foi ter encaminhado, debatido e votado com razoável rapidez e com a menor desidratação possível. Bolsonaro jogou o pacote no Congresso e lavou as mãos, deixando a condução, a negociação, os ajustes e os votos por conta de dois personagens-chave no seu primeiro ano de governo: Rodrigo Maia, do Legislativo, e Paulo Guedes, do Executivo. Com a reforma da Previdência aprovada, abriu-se uma avenida de oportunidades para novas reformas e a própria economia.

A previsão do PIB foi ao fundo do poço em meados do ano, mas recuperou-se e é otimista neste 31 de dezembro. A inflação e os juros estão baixos como nunca e o desemprego continua dolorosamente alto, mas caindo. Logo, as condições são boas. O preço da carne precisa baixar e Bolsonaro tem de parar de atrapalhar. [o Brasil precisa aumentar sua área destina à agropecuária agricultável, o que é uma situação urgente e que trará excelentes resultados para o Brasil = a urgência e os bons resultados impõe que revista a política irresponsável de reservas indígenas gigantescas para poucos índios, enquanto grande parte da população passa fome, mesmo tendo o Brasil imensas áreas de terras a serem exploradas e sem prejudicar o meio ambiente.]

Quando se fala (ou reclama) em recuos, pensa-se logo em Meio Ambiente, que jogou o Brasil na imprensa internacional e abriu atritos desnecessários com parceiros como França, Alemanha, Suécia. E Bolsonaro também bateu de frente com China, Argentina, Chile, o mundo árabe, além de chegar no Paraguai elogiando Stroessner. [o presidente Bolsonaro cometeu alguns enganos no inicio do governo - muitos esquecem que apesar de ser conhecido como 'mito' o presidente é HUMANO = errar é humano, permanecer no erro é diabólico, e o presidente tem a grandeza de recuar quando é preciso.] Houve ainda recuos assustadores na Cultura, até na última semana do ano, com o veto ao projeto de incentivo ao audiovisual, e na Educação, que saiu de um ministro inútil para outro que só vê “balbúrdia” nas universidades. Cultura e Educação não são inimigas, presidente! Nem a mídia e os jornalistas.

De tudo isso, fica o histórico de manifestações do presidente da República, ora machistas, ora homofóbicas, ora pró-ditadores sanguinários, ora acusando Paulo Freire de “energúmeno”. Para que? Ninguém sabe, mas o fato é que os filhos vão atrás. Sem citar hienas e “golden shower”, ambas de péssima lembrança. [sobre Paulo Freire e Weintraub,sugerimos ler: NO PÉ DE ABRAHAM WEINTRAUB - Percival Puggina. Escrito por quem realmente sabe do assunto.] já realizou este ano, 87 viagens “a serviço” em jatinhos da FAB, na companhia de um total de 1.091 ‘caroneiros’.

Por falar nisso, a ida do deputado Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil em Washington foi um sonho de verão para ele e um pesadelo para muita gente, dentro e fora do Itamaraty. E o ano termina deixando em aberto a situação do senador Flávio Bolsonaro, alvo do Ministério Público do Rio de Janeiro e com muitas histórias mal contadas a explicar à opinião pública brasileira. Carlos Bolsonaro? Esse continua lá, tuitando. Se as pesquisas registram a baixa popularidade do presidente, não captaram o esforço do Legislativo, que trabalhou muito e bem ao longo de 2019. Motivo: continua “dando Ibope” falar mal do Congresso. Faz parte. [ a pesquisa que apontou empate (considerando a margem de erro)  entre o Executivo = 36% de reprovação e o Judiciário = 39% de ruim ou péssimo = apurou 45% de rejeição para o Congresso.
O que o Congresso ganha de lavagem é no número de viagens do 'primeiro-ministro' Maia, usando aviões da FAB 229 voos, com  carona a 2.131 caroneiros e Alcolumbre, presidente do Senado, 43 viagens e 743 caroneiros.
- o presidente do STF,  já realizou este ano, 87 viagens “a serviço” também em jatinhos da FAB, na companhia de um total de 1.091 ‘caroneiros’. CONFIRA AQUI, Maia, o senhor das mordomias. ...]

Quanto ao Judiciário, esteve no centro da suspeita de um cerco institucional à Lava Jato. Vamos combinar que o fim da prisão em segunda instância e os meses de interrupção de investigações pautadas pelo Coaf foram ataques frontais à maior operação de corrupção, talvez, do mundo. E ambos conduzidos pelo Supremo. No foco, o presidente Dias Toffoli, determinado a derrubar a prisão em segunda instância e autor da canetada que feriu gravemente a atuação do Coaf e suspendeu as investigações com base na inteligência financeira. O discurso “em javanês” do ministro é um dos destaques de 2019. Cada um conclua o que quiser. No mais, o governo abriu tudo para os EUA, mas, até agora, ninguém sabe, ninguém viu, no que isso conta a favor dos interesses do Brasil. A olho nu, não se vê pragmatismo, muito menos reciprocidade. Só Trump ri. Não tem graça nenhuma.
 
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo 
 
 
 
 
 

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Educadores, tremei! - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo


A TV Escola vai acabar ou virar veículo de propaganda da extrema direita?
O ano vai terminando, mas o presidente Jair Bolsonaro parecer disposto a atrair chuvas e trovoadas e causar marola até o último dia, o último minuto. Xingar o patrono da Educação brasileira de “energúmeno”? Acusar a TV Escola de ser esquerdista e “deseducar”? É, no mínimo, chocante.  Energúmeno significa endemoniado, possuído, mas costuma ser usado para denegrir a imagem de alguém como idiota, louco, bobo, às vezes fanático e exaltado. Quem, em sã consciência, pode achar que Paulo Freire é merecedor de algum desses adjetivos? Um homem que dedicou a vida à educação, sonhou e trabalhou pela igualdade, pelos direitos dos mais desvalidos, pela consciência coletiva de que, sem condições iguais na largada, ou na infância, o Brasil jamais será um país igual para todos.

Fica ainda mais trágico quando quem chama Paulo Freire de endemoniado enaltece demônios como Pinochet, Stroessner, Brilhante Ustra. Freire lutou pela vida, pelo bem. Os ídolos do presidente geraram morte, tortura, desaparecimentos, destroçando vidas e famílias cruelmente. Nada anda na educação, que acaba de perder mais um ano e acumula déficits há décadas (inclusive porque jogaram fora os princípios e métodos de Paulo Freire). Veio o patético Vélez Rodriguez, que demorou, mas caiu. Veio o performático Abraham Weintraub, que está demorando e, segundo Bolsonaro, não vai cair. E a política para o ensino básico, o ensino médio, o ensino superior? Ninguém sabe, ninguém viu. No MEC, o foco está em ideologia.

Só se ouve um ministro mandar professores e alunos decorarem e entoarem o slogan de campanha do presidente da República e o outro acusar as universidades de só servirem para “balbúrdia” e plantação de maconha, enquanto imita Gene Kelly num vídeo, faz palhaçadas em outro, ataca todo mundo e não perdoa nem Paulo Guedes.  E por que o presidente Bolsonaro avisa que não vai demitir ministro nenhum e classifica Weintraub como “excelente”? Provavelmente porque o ministro da Educação participa de um amplo plano político para 2020, quando haverá eleições municipais.

Sem partido, depois de abandonar o PSL e os laranjais, Bolsonaro pode não ter condições para viabilizar o Aliança pelo Brasil a tempo de concorrer a prefeituras e câmaras legislativas. Logo, ele precisa de um plano B para eleger os futuros militantes da nova sigla. A campanha maciça pela internet, tão eficaz na eleição de 2018, tende a ser de novo importante, mas não tão determinante em 2020. Eleição municipal exige presença, cara, voz, líder local. E onde se encontram esses fatores de campanha? No caso de Bolsonaro e de seu futuro partido, nos templos evangélicos e nas escolas. Sempre haverá pastores, pais e professores prontos a acreditar que “ser de direita” é ser isso aí
contra a igualdade, a educação inclusiva, o respeito às diferenças, os direitos das minorias. [igualdade em exagero prejudica - citando regra comum = igualdade para todos, mas, respeitando as desigualdades; 
educação inclusiva é eufemismo para agredir a moral, deseducar nossas crianças, disseminação da imoralidade;
respeito as diferenças, tem que ser limitado e sem contrariar a natureza;
direitos para as minorias, estão se tornando excessivos, cassando os direitos das maiorias.]

Enquanto xinga Paulo Freire e promove quem xinga Fernanda Montenegro, Bolsonaro fecha a TV Escola com um pretexto daqui, outro dali, mas no fundo por um único motivo: ele acha, ou foi convencido de que ali só tinha esquerdista.  A TV Escola, porém, não era de esquerda e era muito importante para divulgação de métodos, técnicas e informações relevantes para um nicho específico: professores e estudantes. Com o perfil institucional, não seria justo exigir que competisse com TVs comerciais, mas tinha boa audiência, maior do que a TV Câmara e a TV Senado.

Agora, não se sabe o que é pior: fechar a TV Escola pura e simplesmente ou transformá-la num instrumento de propagação em massa de ideologias conservadoras e virulentas. Ela não era de esquerda, mas pode vir a ser de extrema direita. [mudanças com tendência ao conservadorismo estão se impondo por todo o mundo e o governo do presidente Bolsonaro tem o DEVER de extirpar a ideologia esquerdista e todos os seus procedimentos malévolos.
Gostem ou não o mundo está se tornando conservador.]

Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo

domingo, 3 de novembro de 2019

Aos ‘tresloucados e malucos’ - O Estado de S.Paulo

Eliane Cantanhêde

Os militares não embarcam no AI-5 e no ‘Três Oitão’ dos Bolsonaro

Em entrevista ao Estado, em dezembro de 2016, o então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, me contou que “tresloucados e malucos” batiam às portas das Forças Armadas pedindo a volta dos militares ao poder e que, de pronto, ele advertia que algo assim tinha “chance zero”. Três anos depois, porém, o clã Bolsonaro arrepia o País com sua apologia a ditaduras.

Villas Bôas relatou que respondia com o artigo 142 da Constituição àquela versão atualizada das “vivandeiras alvoroçadas” que, segundo o marechal Castello Branco, primeiro presidente do regime de 1964, exigiam “extravagâncias” do Poder Militar. Por esse artigo, as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.

Boa lembrança, já que o capitão da reserva Jair Bolsonaro nem completou um ano de mandato e seu filho Eduardo, deputado federal e quase embaixador (em Washington!), choca o País inteiro ao defender a volta do demoníaco AI-5, enquanto o presidente, como informa o repórter Renato Onofre, costura sua filiação ao ainda em gestação Partido Militar Brasileiro. Assim, o novo partido embolaria perigosamente o presidente da República com militares, policiais, a bancada da bala e “tresloucados e malucos” de diversas espécies. E sob o número 38, em referência ao revólver mais conhecido, principalmente entre os bandidos, no bang-bang nacional. O presidente no “três oitão”...

Eduardo Bolsonaro uniu o País inteiro, da esquerda à direita, do PT de Lula ao PSC do Pastor Everaldo, ao defender a volta do demoníaco AI-5. Para o pai Jair, quem fala uma coisa dessas está “sonhando, sonhando, sonhando”. Há quem sonhe com o paraíso, ganhar na loteria, a casa própria ou um bom prato de comida. Fazer apologia a ditaduras não é sonho, é pesadelo — além de crime. [para evitar muitas prisões, gostaríamos que alguém informasse qual artigo e qual lei tipifica o crime de apologia à ditadura?
 
Lembramos que tipificar não é interpretar determinado dispositivo de uma lei como seria nosso desejo  - aí seria uma tipificação legiferante, por enquanto, restrita aos ministros do Supremo, mesmo assim atividade inconstitucional, visto que o STF ainda não fez uma interpretação criativa do texto constitucional que determina a independência e harmonia dos 3 Poderes o texto vigente deixa claro a regra no popular: 'cada poder no seu quadrado'.]

Só não é novidade no clã Bolsonaro, já que o patriarca saiu pela porta dos fundos do Exército após ser acusado de planejar explodir quartéis, passou três décadas no Congresso defendendo ditadores, torturadores, censura e dedicou seu voto a favor do impeachment de Dilma Rousseff a Brilhante Ustra, a estrela dos livros sobre tortura no Brasil. Já eleito presidente, Bolsonaro chocou o Paraguai ao elogiar Stroessner e irritou o Chile duas vezes: com loas ao igualmente sanguinário Pinochet e depois atacando o pai da ex-presidente Michelle Bachelet, morto sob tortura. Até o atual presidente Sebastián Piñera reagiu.

Foi assim que Bolsonaro criou os filhos. Eduardo já tinha feito a bravata infantil de que, para fechar o Supremo, bastam um cabo e um soldado. Carlos lidera uma guerra insana pela internet contra tudo e todos. Flávio mantém relações complexas com ex-policiais de má fama no Rio. Perguntei a um oficial muito entrosado com as três Forças como militares reagiam à fala sobre o AI-5 e ele: “Rindo. Só rindo de um absurdo desses”. E disse que “nunca” haverá um partido militar, incompatível com a missão constitucional das Forças Armadas e um retrocesso gravíssimo no longo processo de profissionalização e descontaminação dos quartéis. [nada impede que qualquer cidadão funde um Partido Militar - mesmo que venham a impedir que militares da ativa se filiem, militares da reservar e civis podem se filiar e colocar no 'estatuto do partido' a defesa da filosofia militar, do ideário militar.]

A manifestação do oficial está perfeitamente de acordo com o que me disse naquela entrevista o brilhante general Villas Bôas, ao descartar aventuras golpistas e apelos de vivandeiras: “Nós aprendemos a lição. Estamos escaldados”. Só que o presidente e seus filhos talvez não. A Câmara, por corporativismo ou preguiça, apenas advertiu o deputado Jair, que em 1999 queria fechar o Congresso, disse que “o erro do regime militar foi (só) torturar, não matar” e lamentou que o então presidente Fernando Henrique não tivesse sido fuzilado. Parecia só bravata e, impune, Jair acabou presidente. Como a Câmara vai reagir agora ao deputado Eduardo? [nada fazendo, absolutamente nada;
o deputado Eduardo Bolsonaro não cometeu nenhum crime, não pratico nenhum ato antiético e não feriu o decoro parlamentar.]

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Leões, hienas e abutres - O Estado de S.Paulo

Eliane Cantanhêde

As feras estão à solta, mas quem é mais perigoso: hienas ou leões pró-ditaduras?

Assim como o vídeo das hienas, os movimentos do presidente Jair Bolsonaro e dos seus filhos têm um objetivo: mobilizar os “leões conservadores e patriotas”, ou seja, os bolsonaristas. Não exatamente para defender a Pátria, mas para guerrear contra os inimigos, reais ou imaginários.

Bolsonaro e seu filho Carlos brincaram de empurra-empurra no caso do vídeo, retirado das redes depois de poucas horas e muitas reações. Na peça, Bolsonaro é um leão atacado por “hienas”, bichos de péssima reputação: Supremo, partidos, mídia, OAB, ONGs e até a ONU. No final, o “leão conservador e patriota”, representando os bolsonaristas de toda ordem, vem unir-se a ele contra as feras.

Há dúvidas, porém, sobre quem são as feras, principalmente depois que o líder do PSL na Câmara Eduardo Bolsonaro, ex-quase embaixador em Washington, dispensou metáforas e filmetes ridículos e ameaçou o País com a volta do AI-5, o mais demoníaco instrumento formal da ditadura militar, que permitiu fechar o Congresso, perseguir ministros do STF, censurar a imprensa, suprimir as garantias individuais. [O AI-5 - ATO INSTITUCIONAL N° 5, foi um instrumento legal forte, enérgico e adequado para combater os inimigos do Brasil da SOBERANIA e da SEGURANÇA NACIONAL.
Só é temido pelo que tem intenções e/ou comportamentos atentatórios contra  INDEPENDÊNCIA e SOBERANIA do Brasil.]

Os dois depoimentos nebulosos do tal porteiro do condomínio de Bolsonaro no Rio serviram de carne aos leões e de munição para a guerra contra as instituições. A longa reação do presidente, de madrugada, num país longínquo, saiu da seara da legítima defesa para a do ataque à “hiena” mídia e ao governador Wilson Witzel. Mais uma vez, soou como chamamento irado aos “leões conservadores e patrióticos”.

Em sua fala, Bolsonaro referiu-se ao que considera uma perseguição implacável contra ele, seus filhos, sua mulher, seus irmãos, seu governo, apontando motivos eleitorais no caso de Witzel e ideológicos no da mídia. Se o ex-presidente Lula chegou a ver, da prisão, deve ter no fundo concordado com tudo, já que ele, tirando o nome de Witzel, tinha exatamente as mesmas reclamações dessa mídia “canalha” que divulga o que eles não querem.

Nas redes, Carlos juntou “abutres” às “hienas”. Na CPI das Fake News, Eduardo guerreava com o deputado Alexandre Frota, um ex-“leão conservador e patriótico” que virou tucano e acaba de ser convertido em hiena. Um zoológico cômico, não fosse trágico. Tira o foco dos resultados econômicos e comerciais da viagem do presidente a países asiáticos e árabes. Ninguém mais fala de mudar a embaixada de Israel para Jerusalém e ele volta para casa com promessas de investimentos de US$ 10 bilhões só da Arábia Saudita. [o presidente Bolsonaro ao priorizar o comércio com os países árabes, mostra ser um estadista, com visão para os aspectos econômicos das relações entre países - deve sempre fazer a opção mais vantajosa para o Brasil.
Esse comportamento do presidente mostra que tem capacidade política e pode comandar os ministros sérios citados no parágrafo abaixo.] Uma ditadura brutal, mas isso é outra história.

Enquanto Bolsonaro e os filhos guerreiam contra as instituições, Paulo Guedes e os ministros sérios se articulam exatamente com as “hienas e abutres” da Câmara, Senado e STF, para retomar o desenvolvimento, destravar a economia, reduzir o dirigismo estatal e, em consequência, como eles esperam, gerar inclusão social. Todo esse otimismo com um círculo virtuoso ocorre apesar dos Bolsonaro, que parecem aguardar ansiosos os dois próximos capítulos para defender autoritarismo e convocar os “leões”.

Primeiro, o fim da a prisão em segunda instância no STF, cutucando onças e leões, conservadores ou não, com vara curta. A leãozada já estará então a ponto de bala para o capítulo final: o Lula livre. Nada mais forte e eficaz para desenjaular de vez os “leões conservadores e patrióticos” do que soltar essa hiena gigante.

Ninguém jamais dirá isso no Planalto, mas para quem adora AI-5, Ustra, Pinochet e Stroessner é uma festa o STF derrubar a prisão de segunda instância e livrar Lula, criando o ambiente ideal para os leões. Nesse script, o porteiro da Barra seria o novo Márcio Moreira Alves: apenas um pretexto. Ainda bem que tudo não passa de pura ficção.
 
Eliane Cantanhêde, colunista  - O Estado de S. Paulo 


sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Metralhadora giratória - Eliane Cantanhêde

 O Estado de S.Paulo

A grande dúvida é aonde Bolsonaro quer chegar e para onde isso vai nos levar

Quanto mais atordoado, mais o presidente Jair Bolsonaro dá asas ao que há de pior na sua personalidade e mais amplia suas frentes de batalha, internas e externas. O ambiente é de perplexidade com o presente e de dúvidas quanto ao futuro, enquanto vai ficando gritante o fosso entre um presidente que só cria problemas e um Congresso afinado com a área econômica para resolver problemas. Depois de França, Alemanha, China, mundo árabe, Argentina, Cuba, Noruega, Dinamarca e mais uns tantos, Bolsonaro desvia sua metralhadora giratória para o Chile, onde uniu governo e oposição, direita e esquerda, contra ele. A imagem brasileira no exterior se deteriora na mesma proporção da popularidade do presidente.

Bachelet é presidente eleita e reeleita no Chile, [Lula também foi eleito e reeleito e está preso por roubo aos cofres públicos e Dilma, também eleita e reeleita, foi impichada, escarrada e qualquer hora será presa - prova que eleição e reeleição não são garantias de competência e honestidade.] tem biografia admirável, é filha de um militar respeitável e atual alta-comissária para Direito Humanos da ONU. Engana-se Bolsonaro ao dizer que se trata de um carguinho para quem não tem o que fazer. Ao contrário, tem prestígio e não é para qualquer um – ou uma.

O ataque a Bachelet, inoportuno em si, carrega agravantes. O pior é o conteúdo. Assim como remexeu a profunda dor do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, cujo pai foi torturado até a morte e é listado como “desaparecido”, Bolsonaro comemora o fato de o pai de Bachelet, de alta patente, ter sido torturado e morto pela ditadura chilena, que depois torturou também sua filha. Os “crimes” do general Bachelet – “comunista”, segundo Bolsonaro – foram patriotismo, legalismo, respeito à democracia e coragem pessoal para reagir a um golpe de Estado que se transformou no circo dos horrores, como se viu. Bem, os ídolos do presidente brasileiro são Brilhante Ustra, Pinochet e Stroessner. (Sem falar em Trump, caso bem diferente.)

Outro agravante é que, ao atingir Bachelet, Bolsonaro mexeu com os brios e as cicatrizes do Chile e empurrou o presidente Sebastián Piñera para o campo de batalha. Em pronunciamento formal, com a bandeira do país, ele declarou que não concorda, em absoluto, com o tratamento dispensado a sua antecessora (e, diga-se, adversária). E quem é Piñera? Inimigo? Esquerdista? [Piñera, fez uma manifestação política.] Não, simplesmente um presidente de centro-direita que vinha tentando mediar o conflito Bolsonaro-Macron. Logo, Bolsonaro acaba de perder uma peça importante na sua mesa de operações de guerra.

Por fim, Bachelet é alta-comissária da ONU e o presidente disse que vai abrir a assembleia-geral da organização no dia 24, mesmo após a cirurgia deste fim de semana. Ele, portanto, se encarregou de desmatar as boas-vindas e de queimar o clima para seu discurso. Autossabotagem. Já imaginaram se houver boicote? Os diplomatas brasileiros nem conseguem imaginar. [a imprensa anseia por um boicote que não ocorrerá, pela simples razão que qualquer boicote ao presidente Bolsonaro, em uma assembleia-geral da ONU, será o endosso por aquela organização de que as relações internacionais aceitam ofensas pessoais.]

No front interno, o alvo é Sérgio Moro. O presidente parece sentir um prazer mórbido em manipular publicamente seu ministro, que continua sendo a estrela do governo, mas perde em imagem e ganha a desconfiança de seus velhos aliados de Lava Jato, ao assistir passivamente à fritura grosseira do delegado Mauricio Valeixo, diretor-geral da PF. Valeixo é servidor público, com uma cultura e uma lógica muito diferentes do economista Joaquim Levy. Atacado por Bolsonaro, Levy jogou a toalha de cara. Atacado uma, duas, três vezes, Valeixo reage com a altivez que sua instituição requer de seu diretor e joga a bola para Moro, seu chefe direto, que só tem duas alternativas: ou demite o companheiro e se demite da Lava Jato, ou sai junto com ele de onde, segundo muitos, jamais deveria ter entrado. [Moro e o presidente Bolsonaro apararam todas as arestas e os 36 vetos dados por Bolsonaro ao projeto da lei de abuso de autoridade, muitos foram atendendo sugestões de Moro.]
Uma boa pergunta é o que Bolsonaro e o Brasil ganham com tantas guerras ao mesmo tempo, mas essa tem resposta na ponta da língua. A grande, enorme, dificílima questão é aonde tudo isso vai parar. Ou melhor: para onde vai nos levar.
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 
 

sábado, 9 de março de 2019

O carnaval de asneiras de Bolsonaro

É preciso um grande esforço para perceber alguma lucidez em meio ao festival de baboseiras emitidas pelo presidente Bolsonaro e sua entourage, a cada semana – daqui a pouco, a cada dia. E nesse carnaval o mandatário extrapolou de vez em posts e comentários pornográficos, difíceis até de citar, como uma possível resposta sua às críticas que vinha recebendo nas ruas, nos blocos, nas escolas de samba. Bolsonaro partiu para enxovalhar a imagem do carnaval brasileiro, alcançando repercussão negativa mundo afora e recebendo, naturalmente, uma enxurrada de queixas pela barbaridade das postagens, tão grosseiras como desnecessárias. 


Ele poderia ter optado por exibir vídeos de civilidade explícita, como a dos integrantes de um bloco que pararam de pular e sentaram para que uma criança perdida encontrasse a mãe, ou a de outro episódio no qual foliões agradecem a um catador de latinhas e se cotizam em uma vaquinha dada a ele. Mas o chefe da Nação preferiu ir ao hardcore sem freio ou censura. Alegando “expor a verdade para a população” sobre os dias da folia de momo, Bolsonaro pinçou uma cena de homens em atos obscenos, publicou na conta de Twitter e tratou o caso como síntese do que vem se transformando aquela que é a festa mais popular do País. Generalização equivocada e indevida. Foi além: perguntou aos seguidores o significado da expressão “golden shower”. Bateu boca com artistas e tripudiou das reclamações dos internautas. Errou no tom, no modo, no alvo e mesmo no tema que, de mais a mais, não deveria estar no radar de assuntos afeitos à presidência da República. 

Desde que tomou posse e perto de contabilizar três meses de gestão, sem quase nada de produtivo a exibir, Bolsonaro tem repetidamente se perdido em questiúnculas e vai rapidamente vulgarizando a imagem do cargo que ocupa. Vários desafetos já apontam que ele quebrou com o decoro e poderia até ser, desde já, alvo de uma ação de impeachment. De fato, na letra da lei 1.079 da Constituição Federal, sobre crimes de responsabilidade, há um parágrafo que trata como atentado a probidade administrativa “proceder de modo incompatível com a dignidade e a honra do cargo”. [os desafetos que pensam em aplicar a Lei do Impeachment  contra o presidente do Brasil,  Jair Bolsonaro, expressam apenas duas coisas:
- total incompetência visto não ser caso de impeachment;
- a inveja, o desespero por ser Bolsonaro o presidente da República, eleito com quase 58.000.000 de votos e eles nada poderem fazer a não ser falar asneiras.
Mas, os que o deixa desesperado mesmo é a possibilidade que com o sucesso obtido no seu governo, emplacando as reformas, Bolsonaro seja reeleito em 2022.

Sugiro aos desafetos - melhor dizendo invejosos, inconformados - que utilizem contra Bolsonaro o Código Penal, alegando que ele está expondo terceiros a risco de morte - afinal, a tentação do suicídio, motivada pelo desespero de ser Bolsonaro o presidente da República e terem que engolir,  domina a maioria da corja esquerdista, lulopetista e outras coisas do ramo.

Ou então vão embora do Brasil - acertem as contas com o Fisco, só não vale levar dinheiro na cueca.]
No caso, expor mídia de conteúdo adulto se encaixaria dentro desse artigo, como também fere as regras da rede social usada, na qual poderá vir a sofrer alguma punição, desde o bloqueio temporário até a suspensão definitiva da conta. 

Humilhação desnecessária, decerto, capaz de despertar vergonha alheia. No estágio avançado em que se encontra de degeneração de imagem, sem nem ainda ter saído da lua de mel no poder, Bolsonaro acabou tratado no The New York Times como o presidente da quarta maior democracia do mundo que se dedicou a aberrações ao publicar um vídeo de conteúdo sexual. O britânico The Guardian disse que ele foi “ridicularizado na aparente tentativa de revidar críticas”, o Mirror classificou de “muito obsceno” o gesto e a Reuters falou em “choque e indignação”. Não dá para desconsiderar os reflexos das asneiras que o mandatário vem gerando. 

Nem adianta a exaustiva ladainha de queixas à imprensa, típica da patológica alienação dos Bolsominions que o seguem como fanáticos religiosos de uma seita. A repercussão no mercado, entre investidores externos, no meio político do Congresso que pode boicotar suas ações e até no círculo dos militares que lhe dão suporte é enorme. O vexame, sem atenuantes, se mostrou completo. Nas redes, a hashtag #ImpeachmentaBolsonaro liderou as trending topics. Dos milhares de comentários que recebeu na largada da postagem, muitos apontaram que crianças cujos pais o seguem viram a cena, causando desespero nas famílias. Um deles sugeriu que o presidente estava precisando de tratamento médico com urgência. 

O professor de ética e filosofia, Roberto Romano, descreveu o episódio como “um dos atentados mais violentos que um chefe de Estado já fez à moralidade pública”. Para Romano, ele jamais poderia “caluniar o próprio povo” afirmando que “o Brasil vive à beira de uma eclosão obscena”. Decerto, Bolsonaro parece ter escolhido se enfronhar perigosamente em discussões de varejo, em pautas comezinhas. Como se fosse esse o único campo de assuntos que domina. Ideal a um candidato. Nunca, jamais, compatível com a liturgia da presidência. Com o seu ultraconservadorismo de costumes e o discurso deturpadamente ideológico, Bolsonaro tem agredido cada vez mais simpatizantes, enquanto desperta a sanha de adversários. Os de primeira hora e mesmo os adoradores convictos passaram a perceber a faceta dúbia e inconsequente do mandatário. O homem que exalta o valor das instituições é o mesmo que afronta a moral e os bons costumes compartilhando vídeos pornográficos. Reclama da tirania de Nicolás Maduro e elogia, ao mesmo tempo, o ditador Stroessner. 

[calma pessoal: o nosso presidente Jair Bolsonaro tem cometido alguns escorregões, mas, é uma questão de adaptação.

Temos que convir que por quase trinta anos o atual presidente do Brasil foi parlamentar e sempre pautou seus pronunciamentos por dizer a verdade, de forma nua e crua - sendo aplaudido e que resultou em sete mandatos  (com votação sempre crescente),  ser eleito Presidente da República Federativa do Brasil com quase  58.000.000 de votos; 

- um dos seus  filhos com a maior votação para deputado federal da história do Brasil (superou Enéas Carneiro e Tiririca, desde a proclamação da República) um outro filho eleito senador com mais de 4.800.000 votos, e duas deputadas, uma estadual e outra federal,  - Janaina Paschoal e Joice Hasselmann - com os maior número de votos já recebidos por candidatas nas eleições brasileiras. 

(E tudo isso com uma campanha que foi das mais baratas, a oposição ferrenha de grande parte da Imprensa e todo o jogo sujo dos seus adversários;
no primeiro turno, teve candidato a presidência que tinha como único objetivo tirar votos de Bolsonaro e passar para o poste petista.
FRACASSARAM.)

O PSL, seu partido, passou de nanico a para segunda maior bancada.
Agora presidente está tendo dificuldades para se adaptar.
Mas, já tem porta-voz, o número de desmentidos, o disse-me-disse, foi reduzido, os filhos começam a se enquadrar.

A partir da Páscoa, teremos com as bençãos de DEUS o governo Bolsonaro governando de verdade e na busca para atender os anseios dos seus milhões de eleitores.]

Demite um ministro desafeto do filho e alega, a seguir, que “nenhum filho meu manda no Governo”. Em qual personagem é possível acreditar? O capitão reformado parece viver eternamente em modo de campanha eleitoral, repetindo a tática do rival e antecessor, hoje presidiário, Lula. Cultiva o comportamento da perversidade mental, destratando e estigmatizando desde professores, ambientalistas e sindicalistas aos profissionais da comunicação, artistas ou qualquer um que se contraponha a sua “ordem unida” – por mais destrambelhada que ela possa parecer. É capaz de mandar desconvidar uma suplente de terceiro escalão da Justiça por diferenças de opinião e vai, assim, escancarando o amadorismo nas decisões com um estilo de governar sem a mínima lógica. O que sairá daqui para frente é uma incógnita. Mas que Bolsonaro deveria logo se voltar para o que realmente interessa a todos, que são as reformas, não há dúvida.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três - Revista IstoÉ