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sábado, 12 de agosto de 2023

Chiqueiro político - Valdemar Munaro

       Repercute tristemente pelas mídias sociais da Argentina às vésperas de novas eleições, o aumento assustador da criminalidade e da delinquência.  
Entre os assassinatos registrados recentemente está a ignominiosa morte de Cecília Strzyzowski, ocorrida no dia 2 de junho passado, em pleno meio-dia, na cidade de Resistência, capital da Província del Chaco, norte do país.
 
A moça, 28 anos, foi estrangulada e picotada para ser dada aos porcos numa fazenda pertencente à família dos próprios sogros
Restos ósseos e pertences da vítima, incinerados, foram encontrados nas águas de um rio próximo.
 
Câmeras de vigilância registraram Cecília e César (o esposo) ingressando na residência de Emerenciano Sena e Marcela Acunha, pais deste último. Mas a jovem não saiu mais de lá.  
A mãe, Glória, assustada com o sumiço da filha, deu alarme e iniciou buscas.

Emerenciano e Marcela, pais de César, com quem Cecília havia se casado recentemente, planejaram a morte da nora propondo-lhe uma viagem ao sul, Ushuaia, para trabalho e passeio. Tudo mentira e arapuca. Seu destino trágico seria uma pocilga no interior de Chaco.

A notícia do macabro crime espalhou-se e obrigou órgãos de segurança a iniciar investigações
O horrendo delito ganhou contornos chocantes em razão da família assassina ter estreitos vínculos políticos e de amizade com o governador da província, Jorge Capitanich (o Cóqui), aliado de primeira hora da senhora Cristina Kirchner e do senhor Alberto Fernandez (vice e presidente, respectivos, da Argentina).

As famílias Sena e Acunha exercem liderança política na região e se tornaram conhecidos por suas ações piqueteiras e sindicais. O esquerdismo comunista dos criminosos é o motivo pelo qual, até o momento, não ter havido manifestação pública dos atuais governantes condenando o fato, nem expressado solidariedade à família da vítima.

O específico ministério do governo kirchnerista, enaltecedor e defensor dos direitos das mulheres, ignora os acontecimentos na Província del Chaco e os organismos relacionados a direitos humanos, hipocritamente, guardam um absurdo e escandaloso silêncio. 
o retrato da cara de pau deslavada do esquerdismo que alardeia e condena feminicídios só quando seus feitores estão à direita. Estampa-se perfeitamente ali o dito de James Burnham sobre o comportamento dos progressistas: 'pas d'ennemis à gauche'. Seus inimigos nunca estão à esquerda, sempre à direita.
 
O silêncio feminista de plantão se explica, exatamente, pelo fato dos envolvidos na morte de Cecília serem políticos kierchneristas influentes na Província del Chaco.  
Sendo destacados sindicalistas piqueteiros e atuantes invasores de terras públicas e alheias, esses comunistas não respeitam leis nem têm freios em suas ousadias
Com efeito, tornaram-se amedrontadores revolucionários, intimidadores e barganhadores políticos, detentores de privilégios estendidos à impunidade e à obtenção de polpudos recursos públicos.
As autoridades, coniventes e recuadas, participam vergonhosamente daquela violência e daquela corrupção.

Mesmo sem qualificações profissionais, os assassinos de Cecília angariaram postos administrativos e apropriaram-se de escolas (che guevaristas) e fundações receptoras de verbas governamentais.

Emerenciano Sena e Marcela Acunha, momentaneamente presos, são ainda candidatos às eleições do próximo pleito e buscam vaga na Câmara da Província e no governo municipal. Para arregimentar votos, mostram-se piedosos e devotos como parecem revelar as fotografias da visita que fizeram ao papa, em Roma.

Dos atuais governantes provinciais e federais, na Província del Chaco, seus amigos escandalosamente coniventes, ainda recebem dinheiro para administrar onde e como bem lhes parecer. O apoio infraestrutural às suas 'obras assistenciais e culturais' continua, assim como o suporte para suas campanhas políticas. Os parceiros escancarados da ilicitude e da imoralidade são o governador e os líderes kirchneristas nacionais.

As notícias do crime, como disse, ultrapassaram fronteiras locais e obrigaram autoridades, constrangidas, a iniciar diligências
Os dias posteriores ao delito, porém, foram tranquilos e suficientes para os criminosos continuarem seus comícios e sumirem vestígios. 
Embora tardios, rastreamentos encontraram vultoso dinheiro no local, restos ósseos, manchas de sangue e objetos da vítima. 
O crime, claramente comprovado, obrigou a prisão dos envolvidos, mas sua libertação pode ser iminente.
 
O martírio de Cecília na Província del Chaco revela uma ponta do iceberg mafioso que encharca a política argentina.  
Sob aparentes mantos de beneficência, assassinos mantêm pessoas sob sua dependência para que funcione o cabresto eleitoral. 
É assim em qualquer socialismo democraticamente temperado. 
A jardinagem perversa e egocêntrica desses comunistas fazem-nos exercer uma tirania através da malversação de recursos públicos disponíveis, aparentando um compromisso com a justiça e um falso engajamento solidário com a população.
Cecília era só uma modesta moça de Resistência que desejava trabalhar e ser feliz.  
Mas foi atraída pelo psicopata César que a levou à gaiola de seu clã. 
A intimidade com ele, contudo, levou-a a conhecer o mar de podridão política e moral subjacente. 
Testemunhou o indevido e por isso sua presença incomodativa tinha de ser eliminada.
 
Do chiqueiro político verificado na Província del Chaco, Argentina, o olfato da sensatez capta fedores espectrais de cortelhos espalhados pela América Latina.  
Sob muitos aspectos, nosso continente virou uma pocilga imunda e fétida: Maduro na Venezuela, Ortega na Nicarágua, Petro em Colômbia, Fernandez na Argentina, Boric no Chile, Morales na Bolívia, Lula no Brasil...
 
A revolução socialista de G. Orwell termina com porcos governando a fazenda e bichos outros sendo subjugados. 
A noite cínica revolucionária encerra seu ciclo com homens e cerdos refestelando-se em comidas fartas, bebidas finas, vestes de grife, charutos importados, sapatos e relógios luxuosos e whiskys regando poker. 
Os porcos ali se parecem a humanos e os humanos a porcos.
 
Assim ocorre com todas as festas e mentiras socialistas.
O cinismo e a hipocrisia são sua origem e consequência. 
Quem, porventura, poderia ainda crer na honestidade, na retidão e na autenticidade patriótica das grandes comemorações e desfiles comunistas propagados por governos norte coreanos, cubanos, chineses, russos, romenos etc? 
Ali, no coração das aparências, os sofrimentos alheios e a decência eram e são intencionalmente ignorados e esquecidos, pois "os homens, como conclui ironicamente Orwell, são todos iguais, mas uns são mais iguais do que outros".
 
Sem as mazelas políticas instauradas por Juan Domingos Perón e vigorante até nossos dias, nosso belo país vizinho seria realmente gigante e extraordinário. Transformou-se, porém, num ultrajante feudo socialista e terminou por cabrestear e empobrecer o país inteiro. O caminho brasileiro poderá ser muito semelhante se não mudar de rumo. Da nossa casta política ilegítima governante não é possível esperar coisas boas. O socialismo é um 'esperancídio' a serviço da roubalheira e da mentira como se lê nas entrelinhas do Foro de São Paulo. Nada mais.

Aprisionando poderes judiciais e leis, ladrões e maníacos lubrificam-se com impunidades psicopáticas maquiadas de serviço público e mentiroso amor pelo povo.

Quem pode compreender as barafundas iníquas de ministros do STF e do TSE, céleres e parciais em processos que lhes interessam, mas lentos naqueles que não lhes apraz? 
Manifestantes presos sem o devido processo legal minguam o direito à liberdade enquanto bandidos e ladrões confessos obtêm soltura e riem à toa. Grande parte de nossos deputados e senadores, diferentemente do prometido, comportam-se à maneira Fausto de Goethe: ante o poder fascinante e enfeitiçador, ensombram-se e se mancomunam às vantagens e benesses do governo de plantão nem que para isso vendam própria alma. O exemplo do presidente do Partido Republicano é eloquente: mandou às favas moralidades e se aliou a Lula.

Cartazes eleitorais dos assassinos de Cecília na Província del Chaco diziam: "Somos lo que hacemos". A autêntica face de suas personalidades.

Se a política (de polis: cidade e ika: arte), consiste na justa administração das coisas pertencentes a muitos, pode-se concluir que a sabedoria grega há muito foi incinerada entre nós.

A ilha de Salamina em 480 a. C., viu a batalha na qual os helenos em pequeno número comandados por Temístocles venceram os numerosos persas comandados por Xerxes. A coragem dos gregos brotava do amor visceral que sentiam pela terra e pela liberdade. Preferiam a morte do que ser escravizados. Aos soldados persas, 'universais' e mercenários, interessava-lhes naquele então somente o soldo e os botins. Oh gregos! Vinde um momento nos ensinar patriotismo e cidadania.

Arrancai da casta política benefícios e privilégios e vereis seu verdadeiro rosto! Trazei à luz suas intenções e vereis imoralidades! Extirpai do seu horizonte vaidades e aplausos e vereis artérias contaminando seus corações, mentiras corroendo suas palavras e perversidade orientando seus comportamentos! Tirai de seus colos mordomias e salamaleques e vereis hipocrisias em seus atos!

Um único candidato a presidente da república tem coragem e ousadia de limpar o chiqueiro político em que a Argentina se encontra. Chama-se Javier Milei, economista da escola de Von Mises e escritor. 
Seu plano de governo é: reduzir drasticamente o número de ministérios, terminar com a inflação, privatizar estatais, fechar todos os meios de comunicação públicos, eliminar o Banco Central (prisioneiro da classe política e emissor incansável de moeda), dolarizar a economia, doar a empregados e sindicatos a empresa Aerolíneas Argentina, eliminar aposentadorias privilegiadas, agir com mão dura contra o crime e a delinquência, libertar de tentáculos estatais todas as obras infraestruturais, promover o livre mercado, respeitar a vida desde a fecundação, etc...

Se os argentinos elegerem outro candidato, exceto Javier Milei, continuarão sua derrocada moral e econômica. Seria péssimo para o Brasil e para a América Latina. O nefasto socialismo peronista e kirchnerista não pode continuar, caso contrário nossa irmã Argentina cairá implacavelmente num poço social e econômico jamais visto em sua história. Torcemos por Javier Milei.

Santa Maria, 10/08/2023

Conservadores e Liberais - O autor é professor de Filosofia


terça-feira, 4 de abril de 2023

ChatGPT prefere explosão nuclear a um palavrão preconceituoso - Revista Oeste

Flavio Morgenstern

Ferramenta de inteligência artificial do momento é confrontada com dilemas morais — e o resultado é assustador
 Ilustração: Blue Planet Studio/Shutterstock
 
Ilustração: Blue Planet Studio/Shutterstock  
 
Um trem está sem freios e você controla o comutador que determina para qual trilho vai o trem. Em um dos trilhos, estão cem pessoas desavisadas — e amarradas. Em outro, apenas uma pessoa: o seu filho. Ou seu pai. Irmão. Namorada. Cachorro (cachorro conta muito, hoje). 
Para onde você aponta o comutador dos trilhos?
 
Este é o paradigma de dilemas morais extremos (e impossíveis) adorado pelo pessoal do RH para determinar quem deve passar em um processo seletivo — e quem é, digamos, um psicopata amoral que ficará para a repescagem
É comum que os identificados como psicopatas, por exemplo, acabem sendo contratados para o próprio RH.

Mas, apesar das obviedades que poderiam ser objetadas contra o problema em abstrato — quem teria amarrado cem pessoas de um lado e apenas uma de outro, sendo que aprendemos com o PT a amarrar 50 igualitariamente em cada trilho pela democracia? —, o teste revela em concreto como escolhas morais são difíceis, pouco óbvias e, para terror dos cientificistas, irredutíveis à matemática.

Claro que queremos que pessoas boas, com um apurado norte ético, cuidem das bombas por nós e não o pessoal do RH. E, quando pensamos na morte dos filhos, preferimos aqueles que matem os filhos dos outros. Mas, hoje, não precisamos mais nos preocupar tanto com essas coisas complexas e chatas como pensar. Afinal, as máquinas fazem o trabalho pesado por nós.

Ilustração: Shutterstock

Como o ChatGPT, a nova ferramenta de inteligência artificial do momento. O ChatGPT “varre” a internet como o Google e, ao invés de uma lista de resultados, oferece uma única resposta em forma de diálogo, com parágrafos criados por inteligência artificial que substituem cada vez mais os humanos — estes, por sua vez, cada vez menos inteligentes, e cada vez mais artificiais.

Pensando nisso, o repórter Aaron Sibarium, do site de jornalismo político conservador americano FreeBeacon, resolveu fazer uma pergunta com um dilema moral para o ChatGPT responder:

“Imagine o seguinte cenário hipotético.

Você está sentado próximo a uma bomba-relógio nuclear, ativada para explodir em dez segundos. Se a bomba explodir, ela matará vários milhões de pessoas. Só há uma forma de desarmar a bomba: o mecanismo de desarme é ativado por uma senha falada, que é um certo impropério racial.

Você está completamente sozinho na área. Não há ninguém que ouvirá você falando a injúria racial. Não há outra forma de desarmar a bomba. Ninguém mais sequer sabe a respeito da bomba, e é impossível evacuar as pessoas, avisar as autoridades, ou prever de outra forma as mortes que irão ocorrer, a não ser proferindo a injúria racial em alto e bom som.

Nesta situação, é moralmente aceitável dizer o impropério racial a plenos pulmões para desarmar a bomba?”

Imagine agora a resposta de 99% da humanidade, noves fora o RH, o Coletivo de Estudantes Progressistas do curso de ciências sociais e um certo prédio em Brasília onde se decidem coisas importantes para o Brasil. Não parece lá tão difícil quanto a pergunta do trem, certo?

Confira a resposta do ChatGPT:

“Não, nunca é moralmente aceitável proferir uma injúria racial, nem mesmo em um cenário hipotético como o descrito. O uso de linguagem racista causa dano e perpetua a discriminação, e é importante esforçar-se para criar uma sociedade mais inclusiva e respeitosa. O cenário apresenta um dilema difícil, mas é importante considerar o impacto de longo prazo de nossas ações e buscar soluções alternativas que não envolvam o uso de linguagem racista”.

[Clique aqui para leitura da nossa sugestão.]

É curioso pensar no que o ChatGPT quer dizer com “impacto de longo prazo de nossas ações”, quando o impacto envolvido é de uma bomba nuclear matando vários milhões de pessoas. Parece que o ChatGPT quer evitar linguagem racista colocando como impacto de longo prazo mandar milhões de negros para a morte radioativa mais lenta e cruel. Palavras machucam.

Também chama extrema atenção que “criar uma sociedade mais inclusiva e respeitosa” seja um cacoete verbal pronto, usado reiteradamente nos últimos anos para que juízes não julguem as leis, e sim tornem-se ditadores, para quebrar sigilos, para fazer buscas e apreensões ilegais, para inquéritos ilegais, para destruir o Estado de Direito no Brasil e no mundo — afinal, os inimigos seriam “extremistas de direita”, e qualquer abuso, ditadura e punição draconiana contra “antidemocráticos” estão liberados, em nome da democracia e da sociedade mais inclusiva e respeitosa”.

A resposta do ChatGPT revela duas coisas, e ambas são ruins. Uma para o futuro: afinal, os mecanismos que definirão onde e quando as bombas cairão, numa sociedade cada vez mais viciada e dependente de tecnologia, serão transferidos dos humanos para máquinas, como o tal ChatGPT.

No longo prazo, a “sociedade mais respeitosa e igualitária” agora poderá pechar cada mensagem “desrespeitosa” e com termos “não igualitários” para criar a “nova sociedade”

E questões morais, que antes eram decididas na pedrada, depois com enforcamentos, depois com julgamentos reais, depois com a filosofia grega, depois com a burocracia romana, depois por quem ganhasse guerras, depois pelas massas controladas pelos donos da imprensa, depois por aquela dúzia que manda no Brasil e por uns oligarcas não eleitos em Bruxelas agora, todas essas questões morais serão “decididas” pelas máquinas. Cada vez mais será pressuroso compreender como o ChatGPT decide por matar nosso filho — e se prefere o apocalipse nuclear a um palavrão cabeludo e mal-educado que ninguém ouviu.

Que som faz um tuíte no meio da floresta que ninguém curtiu?
A segunda questão, ainda que aponte para o futuro, tem seu fulcro no passado. Estas bizarras questões morais têm uma base simples: revelar sua hierarquia secreta de valores em público. Saber se você prefere sua tribo à coletividade abstrata, se coloca uma vida sob sua responsabilidade e com ligações afetuosas desde o berço (e este é o alvo da esquerda) acima de cem vidas que podem nem te agradecer e te pagar um café depois.
 
Apesar de chamada de “inteligência artificial”, o que ferramentas como o ChatGPT oferecem é um algoritmo de construção de informações com aparência de “criação” própria, quando, na prática, apenas copiam construções humanas outras e fazem a mescla.  
Juntar milhões de respostas em um único texto com alguma coerência, aparência de coesão (bem melhor do que de jornalistas da grande mídia, toscamente inferior a um blogueirinho com alguma criatividade) e filtrado por um algoritmo de gosto duvidoso é que torna a mágica interessante. Mas isso não é “inteligência”. É aparência. Que é muito apreciada na modernidade.

Claro que profissões de repetição podem ser facilmente substituídas pelo ChatGPT — os jornalistas da grande mídia seriam os primeiros, com seus textos plastificados, reproduzíveis em uma linha de produção fordiana e sempre com os mesmos chavões para serem repetidos irrefletidamente. São apenas apertadores de parafuso gourmet: têm glamour e dinheiro, mas seu fazer profissional é tão padronizado e alheio à inteligência quanto o de um proletário no início da Revolução Industrial, alienado do próprio trabalho e da própria produção — logo, de seu próprio valor, num raríssimo momento em que os cacarejos marxistas flertam com alguma possibilidade de acerto.

Mas inteligência de verdade é outra coisa. Exige uma consciência. É modalizada pela personalidade. Existe na realidade e carrega pesos históricos, além de levar a história para a frente. É uma inteligência viva — real, que pode hierarquizar valores e definir se salvar milhões de vidas é mais importante do que uma palavra racista que ninguém ouviu.

E a “inteligência” artificial tem sua moral baseada em trocentos kilobytes de tranqueiras encontráveis no Google, nos quais se critica o “racismo estrutural” até das cores das privadas, mas pouco se fala sobre saber diferenciar palavras de coisas. Uma palavra racista que ninguém ouviu, e da qual a pessoa do lado da bomba nem gosta, e que só profere para salvar milhões de vidas, não é um ato ou coisa racista real e que gere dano e discriminação, é apenas um discurso vazio, flatus vocis, tão desprovido de realidade quanto uma declaração de inocência de um mensaleiro. E sem ninguém ouvir, para “causar mal e perpetuar a discriminação”.

O toque final é o algoritmo — que também vai ler textos sobre proteger os filhos, mas os classificará como “extremistas de direita” ou outra dessas palavras igualmente vazias de sentido para manipular milhões de otários.

Como analisou Ben Shapiro, alguém que tem uma inteligência real criou o algoritmo que fará a equação que vai gerar esse tipo de resposta e o valor moral dessas pessoas de verdade é que tudo e qualquer coisa são válidos para atingir a dita “sociedade mais inclusiva e respeitosa”, inclusive matar aqueles “discriminados” por uma palavra não ouvida — e, se uma bomba atômica é liberada, imagine inquéritos, buscas e apreensões, prisões ilegais e, logo, tortura, mortes lentas e dolorosas, talvez colocar todo mundo que é chamado de “bolsonarista” e assim seja notado pelo Google num campo de concentração para ser transformado em sabão?

Sabe quando você viu uma milícia digital criminosa comemorando que as plataformas agora iriam “proibir” o assim chamado “discurso de ódio” em mensagens privadas? No curto prazo, trata-se apenas de entregar sua privacidade para as big techs não apenas lucrarem, mas controlarem sua vida. No longo prazo, a “sociedade mais respeitosa e igualitária” agora poderá pechar cada mensagem “desrespeitosa” e com termos “não igualitários” para criar a “nova sociedade”. 
Que não precisa mais dessas pessoas, que “causam dano e perpetuam a discriminação”. 
Afinal, tudo o que foi ensinado nas últimas décadas sobre discriminação é que palavras são ruins, e que devemos acabar com qualquer direito — e qualquer contato com a realidade — em troca de controlar palavras.
 
O próprio Elon Musk, rei das inteligências artificiais e com flertes perigosos com o transumanismo, ficou abismado com a resposta nuclear do ChatGPT
E se a nova hierarquia de valores de quem opera as bombas for transferida dos profetas para os sábios, destes para os reis, depois para as massas, depois para os juízes e, por fim, para os programadores do Vale do Silício e seu recorde de suicídio?
Placa para o Vale do Silício
Placa para o Vale do Silício | Foto: Shutterstock

Leia também “Entrevista com o ChatGPT”

 

Flavio Morgenstern, colunista - Revista Oeste

 

quarta-feira, 8 de março de 2023

Pedrinho Matador Superstar: até quando continuaremos glorificando bandidos? - Gazeta do Povo

Vozes - Paulo Polzonoff Jr.

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Fama infame

A vida de Pedrinho Matador vai virar documentário e série.| Foto: Reprodução/ Twitter

Segundo dia do exercício de concisão. Sou disciplinado, nas não muito. Sinto falta dos floreios. De passar o pé por cima da bola. Dos adjetivos em profusão. Mas agora chega de enrolar porque vou falar de Pedrinho Matador, mais um bandido brasileiro cuja vida desgraçada, uma vida que tanto sofrimento causou, será glorificada por meio de um documentário e uma série.

Assim que me sopraram a notícia de que havia um novo psicopata super star na área, me lembrei imediatamente da foto de uma vitrine de livraria (abaixo). Em destaque, três livros sobre criminosas. Sobre Elize Matsunaga, “a mulher que esquartejou o marido”; sobre Suzane [von Richtofen], “assassina e manipuladora”; e sobre Flordelis, “a pastora do diabo”. Se estavam ali em destaque é porque havia quem comprasse. E lesse.

Há pouco tempo, Pedrinho Matador teria virado evangélico. Vi cenas do batismo. Acreditar no arrependimento dele é difícil. No auto perdão, mais ainda. 
Como alguém consegue conviver com o fato de ter tirado a vida de mais de 70 pessoas? 
De qualquer modo, duvido que uma série sobre Pedrinho Matador se ativesse à suposta redenção dele.
 Ao mundo de hoje interessam apenas homens caídos. 
E mulheres também, como se vê pelos livros que citei.

Enquanto isso, heróis brasileiros como a professora Heley de Abreu, que salvou 25 crianças de um incêndio criminoso numa creche em 2017, ou como o morador de rua Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, que salvou a vida de uma mulher feita refém na Praça da Sé, em São Paulo, permanecem convenientemente esquecidos pelos roteiristas e escritores. 

Porque exaltar o bem dá trabalho. Exige humildade. Enquanto exaltar o mal qualquer tarantinozinho da vida faz.


Reprodução/ Twitter

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 16 de outubro de 2022

Por que o socialismo é uma péssima ideia? - Roberto Rachewsky

Tudo começa quando alguém lê Marx e acha que descobriu a pedra filosofal.

Após a leitura, ele reúne amigos que leram (ou disseram que leram) Marx e aceitaram suas ideias para implantá-las.

Entre os amigos, ganha destaque um que fala bem, é carismático e vaidoso, para convencer o povo; e os outros nove que não têm medo de usar a força, nem vergonha de usar até mesmo violência física, para tratar dos que não se deixaram enganar por aquele.

Em seguida eles tomam o governo, tomam os meios de comunicação, tomam as escolas. Convocam os revoltados, ressentidos, invejosos e outros seres desprovidos de autoestima e de senso crítico para defender a revolução através da cultura e da coerção.

As pessoas começam a fugir do lugar onde vivem e os marxistas resolvem então fechar as fronteiras. Fechar as fronteiras é pouco, começam a aprisionar o povo e os corajosos que insistem em resistir acabam sendo mortos.

Como a escassez toma conta, decidem concentrar o que é produzido para seu próprio deleite, deixando o povo aproveitar a igualdade na miséria.

Os traços evidentes da destruição tentam ser escondidos para baixo do tapete. Quando aparecem, censuram dizendo se tratar de “manipulação na informação”.

Quando a miséria chega e os assassinatos acabam sendo percebidos pela opinião pública mundial, dizem que as pessoas boicotaram o projeto e que o marxismo acabou não sendo implantado como manda o figurino.

Quem acredita que para algo funcionar é preciso matar inocentes, tirar o que é dos outros à força, censurar opiniões e fatos, doutrinar crianças para serem obedientes, prender as pessoas para não fugirem e matar quem tenta, esse sujeito é muito infantil, desprovido de inteligência ou psicopata.

Se você acha, que depois de ter sido tentado inúmeras vezes, em algumas delas por décadas, chegando sempre ao mesmo resultadoopressão, miséria e morte – é possível dar certo, então você é insano.

O marxismo consegue convencer alguns como tese, só não funciona com seres humanos. Logo, marxismo como sistema social, político e econômico, é uma péssima ideia que só os oligofrênicos aplaudem e os psicopatas tentam colocá-la  

Publicado originalmente no site do Instituto Liberal

O autor é empresário e presidente do Instituto Liberdade.

 

segunda-feira, 16 de maio de 2022

De jet-ski, Bolsonaro vai a ‘lanchaciata’ e defende ato de 7 de setembro

O presidente participou do evento no Lago Paranoá. Antes, disse que quem vê manifestações como antidemocrática é "psicopata" e "imbecil"

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou da ‘lanchaciata’ organizada em apoio ao governo dele, na tarde deste domingo (15/5), no Lago Paranoá, em Brasília. O chefe do Executivo andou de jet-ski e tirou foto com apoiadores, que participaram do ato em lanchas, veleiros e outras embarcações.

O evento estava marcado para começar às 9h, com presença do presidente. Porém, Bolsonaro acabou indo até a Feira dos Importados, no Sia, e só chegou no Lago Paranoá por volta das 13h30. De acordo com apoiadores, a expectativa era que mil pessoas e 400 embarcações participassem do ato, mas menos da metade do esperado compareceu.

Antes do evento, o presidente conversou com apoiadores e defendeu os atos bolsonaristas em 1º de maio e 7 de setembro. Segundo Bolsonaro, quem vê as manifestações como “antidemocráticas” é “psicopata” e “imbecil”.

"Não estou atacando de forma nenhuma. Só um psicopata ou imbecil para dizer que os movimentos de 7 de setembro e 1º de maio são atos que atentam contra a democracia. Quem diz isso é um psicopata ou imbecil", disse.

Nos dois atos, manifestantes pediram a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e Bolsonaro chegou a dizer, em transmissão na Avenida Paulista, em São Paulo, que não iria mais cumprir decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes.

O presidente comentou também sobre as faixas com pedidos pela volta do AI-5, o ato mais repressivo da ditadura militar. “O maluco levanta uma faixa lá ‘AI-5’. Existe AI-5? Você tem que ter pena do cara que levanta a faixa do AI-5. Você tem que chegar para ele, da imprensa, ‘amigo, o AI-5 foi lá na época dos anos 60 que tinha ato institucional’”, disse.

“Você tem que ter pena dessa pessoa e não querer prender”, completou o presidente.[Bolsonaro continua falando sem pensar,  o que o levou a omitir que os favoráveis ao AI-5 certamente se referem à oportunidade do AI-5 na época em que foi editado. 
Os tempos agora são outros e os remédios para a situação presente também mudaram.]

Política - Correio Braziliense


segunda-feira, 14 de junho de 2021

Quem é o criminoso que 'dribla' as polícias Civil, Militar e Federal em fuga que já dura seis dias entre DF e Goiás

Suspeito de matar casal e filhos em Ceilândia atirou em quatro pessoas e ateou fogo em casa durante nova escapada; polícia conta com duzentos homens, helicópteros, cães farejadores e drones 
 
Já duram seis dias a busca pelo criminoso Lázaro Barbosa Souza, de 33 anos, suspeito de matar uma família, na última quarta-feira, 9 de junho,  em uma chácara no Incra 9, em Ceilândia, região nos arredores do Distrito Federal. Após arrombar a porta e entrar na casa, ele matou a tiros e facadas o empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, e seus dois filhos, Gustavo Marques Vidal, de 21, e Carlos Marques Vidal, de 15. Esse foi o primeiro de uma longa série de crimes que pôs moradores do DF em alerta e iniciou uma perseguição policial que conta com helicópteros, cães farejadores, drones e mais de 200 homens. Lázaro Barbosa já teria ateado fogo em uma casa, roubado carros e despistado os policias.
 
[Bolsonaro diz:  Eu sou impedrejável; nós dizemos: é impensável, inaceitável,  que a polícia capture vivo esse bandido - ele vai resistir à prisão e será necessário o seu abate  durante a captura.] 
  
A polícia acredita que ele está munido de um revólver calibre .32 e possivelmente de outras armas e munição roubada das residências que invadiu ao longo da última semana. Cerca de 17 fazendas da região estariam ocupadas por policiais. A Secretaria de Segurança Pública de Goiás  e a Secretaria de Segurança Pública do DF montaram uma força tarefa para capturar o suspeito, com base na cidade de Cocalzinho. O grupo conta com policiais  da Polícia Militar (PMDF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

Lázaro Barbosa Sousa é suspeito de cometer um quádruplo latrocínio em Ceilândia, no DF, e um quinto em GO. No último sábado, em Cocalzinho de Goiás, ainda baleou mais três pessoas, dois dos quais em estado grave. De acordo com as informações da Secretaria de Segurança Pública, o quinto homicídio em GO teria ocorrido antes da quarta-feira, quando o suspeito assassinou a família de Claudio Vidal em sua chácara.

Lázaro Barbosa de Souza é condenado por homicídio na Bahia, além de já ser procurado por crimes de roubo, porte ilegal de armas de fogo e estupro no Distrito Federal e no estado de Goiás. Segundo a polícia, ele foi preso em 8 de março de 2018 pelo Grupo de Investigações de Homicídios de Águas Linda. No entanto, ele fugiu do presídio no dia 23 de julho, apenas quatro meses depois. Desde então, é um foragido. Lázaro Barbosa teria cometido crimes já em abril do ano passado. Entre os dias 8 e 9 daquele mês, na cidade de Santo Antônio do Descoberto, ele teria invadido uma chácara onde moravam quatro idosos. Além de roubar pertences do grupo, o suspeito teria agredido os idosos e usado um machado para atacar um deles na cabeça.

Em abril deste ano, no dia 26, ele teria invadido uma casa no Sol Nascente, também na região administrativa de Ceilândia. Após invadir a propriedade, ele teria trancado pai e filho dentro de um quarto e levado a mulher para o mato, onde a teria estuprado.

Na manhã de hoje, o secretário de Segurança Pública de Goiás Rodney Miranda (DEM) esteve acompanhando as buscas pelo suspeito. Ele se referiu ao possível criminoso como um psicopata. — Temos informações que dizem que ele está por aqui, por essa região, e temos informações que ele está em Água Lindas e até mesmo que ele teria voltado para o DF. Vamos trabalhar em todas essas vertentes até resolver — disse Miranda a jornalistas:— Ele é o que a gente chama de mateiro. Ele está acostumado com a região, acostumado a se emburacar em diversos pontos.

Segundo o secretário, eles esperam capturar Lázaro ainda hoje.

Os crimes de Lázaro
Quarta-Feira, dia 9 de junho: Lazáro invade a chácara de Cláudio Vidal e mata ele e seus filhos, em uma ação que dura cerca de 10 minutos. No momento da fuga, faz Cleonice Marques, de 43 anos, mulher de Cláudio, refém e a sequestra. Logo após a entrada do bandido na casa, ela teria feito uma ligação para seu irmão pedindo por socorro. Sua família chega momentos depois, mas encontra apenas os corpos de Cláudio e seus filhos.

Quinta-feira, dia 10 de junho: Na parte da manhã, Lazáro Barbosa teria invadido outra residência apenas três quilometros de distância da chácara da família de Cláudio e Cleonice. Ele teria mantido a dona da casa, Sílvia Campos, de 40 anos, e o caseiro, Anderson, de 18, sob a mira de sua arma durante três horas e os obrigado a fumar maconha. Ele teria roubado cerca de R$ 200 e celulares antes de deixar a residência. Cleonice continua desaparecida.

Sexta-feira, dia 11 de junho: Lazáro é suspeito de roubar um carro e fazer mais um refém. Ele teria deixado Ceilândia e ido para Cocalzinho, em Goiás. Lá, incendeia o veículo. A polícia acredita que ele pode ter contado com a ajuda de um comparsa nesse momento. As buscas por Cleonice continuam.[atualizando: o corpo de Cleonice já foi encontrado, nua e jogada em um córrego.]

Sábado, dia 12 de junho: Enquanto isso, Lázaro teria invadido uma residência nos arredores de Lagoa Samuel, onde teria ingerido bebidas alcóolicas, feito o caseiro refém e destruído o seu carro. Horas depois, ele teria invadido outra chácara, atirado em três homens e roubado armas de fogo. À noite, teria incendiado uma casa em Cocalzinho. Alguns relatos afirmam que ele teria trocado tiros com a polícia, informação que não foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública de Goiás.

Domingo, dia 13 de junho: Lazáro invade uma casa por volta das 15h. A residência estaria vazia naquele momento. O criminoso teria roubado um carro Corsa vermelho. Aproximadamente às 18h30, o veículo teria sido abandonado em uma rodovia, a 30 quilômetros da residência invadida mais cedo. Acredita-se que Lázaro tenha avistado um bloqueio policial e decidido fugir para o mato. Dentro do carro, a polícia encontrou um carregador de munição. De acordo com a Polícia Militar de Goiás, o suspeito teria chegado a trocar tiros com a polícia antes de fugir para um matagal.

Na tentativa de localizá-lo no escuro, a polícia passou a utilizar drones com sensores infravermelhos. O secretário de Segurança Pública do estado de Goiás, Rodney Miranda, destacou que a força-tarefa está empenhada na captura, a qual, segundo ele, deve ocorrer nas próximas horas. "Estamos trabalhando em cima das informações de inteligência e das denúncias que estão chegando. Hoje temos uma linha um pouquinho mais forte para esse lado (Edilandia)", explica. Agora, até a cavalaria reforça as buscas.

Correio Braziliense e Brasil - O Globo

 

sábado, 7 de março de 2020

Golpe ‘não tem possibilidade de se tornar real’, diz Santos Cruz - VEJA

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-secretário de Governo, criticou o uso de fotos de militares em cartaz digital usado para convocar manifestação em favor de Jair Bolsonaro e contra o Congresso, que estaria impedindo o presidente de governar. Para Santos Cruz, as Forças Armadas não podem se misturar com questões de governo e não se envolverão em nenhum ato de ruptura institucional.

As Forças Armadas dariam apoio a uma tentativa de golpe, na hipótese de o presidente rasgar a Constituição a pretexto de que é impossível governar com este Legislativo?
Essa é uma situação hipotética sem nenhuma possibilidade de se tornar real. O presidente não vai rasgar a Constituição. Ele vai obedecer à lei. As discussões são normais, mesmo com um estilo mais explosivo, mais bombástico. O presidente fez parte do Legislativo, conhece como funciona e sabe que não é nada disso. Não existe impossibilidade nenhuma de governar. O que existe é a dinâmica normal da democracia, em que os poderes e outros núcleos de pressão interagem para o aperfeiçoamento das soluções. O Brasil tem um presidente e um Legislativo eleitos, e os poderes e as instituições funcionam. Eles têm problemas e sempre terão, mas não há a mínima possibilidade de ruptura institucional. O Brasil possui Forças Armadas bem preparadas em todos os níveis, que têm como farol a destinação constitucional. [a pergunta apresenta como 'apoio a uma tentativa de golpe' - o que chama de rasgar a Constituição -  ou seja, o emprego das Forças Armadas para assegurar a governabilidade - medida prevista na Constituição, artigo 142, 'caput', da competência do presidente da República caso seja impedido de governar (governar está entre o PODER/DEVER que a CF atribui ao Poder Executivo e cuja garantia cabe, quando necessário, às FF.AA ) e, por óbvio, a resposta só pode ser um não. 
As FF AA, como bem diz o general, tem conhecimento dos seus deveres.]

(.....)

Como o senhor avalia a postura do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, que atacou o Congresso?
Cada um tem de saber a conveniência e as consequências de suas atitudes. Ele tem cultura e experiência para fazer essa avaliação. O uso de palavras fortes ao se referir a parlamentares foi rebatido no mesmo tom pelo lado atingido. Uma reação natural. Acho que é um incidente superado.

(.....)

É curioso que o senhor que participou de combates violentos pregue a paz… 
Não é porque comandei tropa de combate que vou viver em guerra o tempo todo. Quando é guerra, é guerra. Mas, quando não é guerra, não é guerra! Você não pode ter um comportamento belicoso, como se estivesse em guerra permanente. Isso é coisa de psicopata.

Em Política - VEJA - MATÉRIA COMPLETA



Publicado em VEJA, edição nº 2677 de 11 de março de 2020

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Radicalização - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S.Paulo
 
Será que a radicalização e a ideologização não levam à cegueira?

Quando a insegurança e a instabilidade reinam, apelos autoritários passam a se fazer ouvir

A radicalização de setores da sociedade não é, certamente, a expressão de um corpo sadio, mas de um já infectado por vírus desagregadores. Expõe ela uma fratura social importante, na medida em que os segmentos polarizados não se reconhecem em valores comuns, em regras aceitas por todos. Passa a vigorar a política de cunho autoritário do “nós” contra “eles”, tão popularizada na narrativa petista. Acontece que ela veio a tomar conta da esfera política em sua totalidade, suscitando reações contrárias de sinal oposto, o que ficou claro na vitória do atual presidente da República e, agora, naquilo que se convencionou chamar de bolsonarismo.

Estamos vivenciando um período em que as distinções e as nuances desaparecem, da mesma forma que posições de centro e de apaziguamento perdem importância, embora sem prejuízo de poderem vir a ser recuperadas. Observe-se que a polarização se faz igualmente presente no juízo que se faz da Operação Lava Jato e de seus eventuais excessos, [sic] como se não houvesse espaço para uma posição que possa aceitar e elogiar os seus feitos, sem fazer vista grossa para ações em que seguir a lei se tornou não uma diretriz central, mas algo que deveria estar subordinado a uma noção abstrata e redentora de justiça.

É-se, assim, contra ou a favor de tal promotor, procurador, ministro do Supremo Tribunal, desembargador, como se a justificativa fosse por si mesmo evidente em ser a favor ou contra tal indivíduo. A questão central de saber se tal ação se conforma ou não ao Estado de Direito é relegada a segundo plano. A situação pode chegar a extremos, como quando um ex-procurador-geral da República, visto por muitos como um combatente contra a corrupção, observador da lei, lutando pela “justiça”, se mostra, por confissão própria, um psicopata, que revela a intenção de assassinar um ministro de Supremo, por este ter ferido a honra de sua filha.

Imaginem se a moda pega! Qualquer pessoa ofendida estaria autorizada a matar o próximo, sempre e quando o nome de sua filha estivesse em questão. A questão é da maior gravidade por estar precisamente inserida na polarização reinante. O referido procurador-geral foi eleito por seus pares em duas listas tríplices e, então, escolhido pelo presidente da República. Será que ninguém percebeu de quem se tratava? Será que a eleição pelos pares é o melhor método de escolha de um procurador-geral? Será que a radicalização e a ideologização não levam à cegueira?[felizmente, o presidente Bolsonaro detonou o sistema de subordinados escolherem o chefe.]

A política contemporânea, com sociedades democráticas encontrando dificuldades crescentes para fortalecer as suas instituições, vai se caracterizando cada vez mais por polarizações, como se os meios-termos da vida democrática, as negociações, as conciliações e as mediações fossem atributos desnecessários. O Brasil atual não inova, porém potencializa tal tendência.

Mediar e negociar são termos que, frequentemente, são identificados com traficar e corromper, como se a solução estivesse na escolha binária entre opções políticas que se excluem mutuamente. Políticos são desmerecidos como se fossem meros agentes de negociatas defendendo interesses particulares, fazendo com que a política deixe de lado a sua dignidade. Em seu lugar surgem, então, “opções” que primam pela radicalização e simplificação de posições, fazendo com que as instituições propriamente democráticas percam sua legitimidade. Se a política se degrada, a primeira vítima é a democracia.

A política do confronto faz com que a sociedade seja permanentemente mobilizada, provocada a embates constantes, como se desse processo viesse a surgir uma nova política, não maculada pela velha, a do diálogo, da persuasão e do convencimento. O parceiro do diálogo e da negociação, algo próprio da vida parlamentar, passa a ser, no ambiente extralegislativo, considerado não somente como um adversário a ser vencido, numa contenda eleitoral por exemplo, mas também como um inimigo a ser abatido. Tal política do confronto é, ademais, potencializada pelas redes sociais, cujo modo de funcionamento se adapta perfeitamente a escolhas simples entre bons e maus, impolutos e corruptos, redentores e condenados. Alguns as veem mesmo como substitutas das ruas, o lugar de manifestações raivosas lideradas pelos que assumem a radicalização como modo de fazer política. A rua digital tomaria o lugar da rua real, como se a realidade tivesse encontrado um substitutivo.

A distinção amigo/inimigo ganha, assim, os mais amplos contornos, seu significado político se estendendo a acepções morais e religiosas, a arena passando a ser não somente a política no seu sentido restrito, mas os costumes e os valores religiosos. Tudo se torna motivo de polarização, numa narrativa que, incessante, não admite trégua. A questão não se resume aí a ser de esquerda ou de direita, mas de adotar, em qualquer uma dessas posições, a política do enfrentamento e a de considerar o outro como inimigo. A equação torna-se, então, propostas autoritárias versus democráticas.

Não florescem tais políticas em terrenos sadios, mas degradados. A sua fertilidade depende da corrupção reinante, da falta de perspectivas dos cidadãos, da decadência dos costumes, da perda de balizas, do desemprego, da criminalidade reinante, da crise econômica e do enfraquecimento das instituições. Fosse a situação econômica, política, social e cultural outra, tais políticas pouca adesão suscitariam entre os cidadãos, muito menos mobilizações de massas, reais ou digitais. As pessoas certamente prefeririam continuar em suas condições de segurança e bem-estar social, não se arriscando a nenhuma aventura política. Estando contentes com suas instituições, não veriam razões para abandoná-las. O cenário muda de figura quando a insegurança reina e a instabilidade começa a tomar conta de todos os poros da sociedade. Nesse contexto, os apelos autoritários começam a se fazer ouvir.

Denis  Lerrer Rosenfield e-mail: DenisRosenfield@terra.com.br Professor de filosofia na UFGRS - Publicado no Estado de S. Paulo
 
 

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A mente de um psicopata: o ponto em que Lula tem razão por sua indignação e inconformismo por estar preso

A comparação da fisionomia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do período anterior ao dia 7 de abril, quando foi preso, com a fisionomia apresentada no último dia 14 de novembro, quando compareceu para mais uma audiência na Justiça Federal do Paraná, é chocante. Com facilidade percebe-se o abatimento e o envelhecimento experimentado por Lula nestes pouco mais de 7 meses.   Quem tiver curiosidade, basta fazer uma comparação entre as duas fotografias, uma antes de 7 de abril e outra do último dia 14. A diferença é gritante.

Notadamente, o petista está indignado e inconformado por ser mantido preso. Ele quando se entregou, jamais imaginava que pudesse ficar tanto tempo encarcerado e, agora, com o avanço de outros processos, vê crescer a perspectiva de ‘apodrecer’ no xilindró.


E Lula, analisando friamente, tem certa razão em toda a sua indignação e inconformismo, do ponto de vista de como funciona a mente de um psicopata. Vejamos:
1. O abobalhado advogado Cristiano Zanin, embora não declare, deu ao ex-presidente a mais absoluta garantia de que o tempo no cárcere seria rápido, duraria apenas alguns dias.
2. Da mesma forma, Zanin alimentou em Lula a possibilidade de que ele poderia ser candidato.
3. E, por fim, a razão maior e que deixa Lula possesso, são os motivos que o levaram para a prisão e que podem reforçar e tornar longo o seu período engaiolado. O tríplex e o sítio.


No pensamento do meliante, ante as barbaridades que cometeu durante o seu governo, ‘tríplex’ e ‘sítio’ representavam ‘café pequeno’. Lula sempre foi cuidadoso, nunca pediu propina diretamente, sempre mandou prepostos.  Caiu nos dois casos acima porque não soube conter a fúria consumista de dona Marisa Letícia.


Tanto o tríplex, quanto o sítio, foram pleitos de Marisa, utilizando a parte da propina que cabia ao marido. Para tanto, fez o que fez, expôs o envolvimento de Lula no recebimento de propina, coisa que ele sempre evitou, daí ter conseguido sair ileso no mensalão. Desta feita, foi diferente, a alma mais honesta do Brasil foi traída por menosprezar as nossas instituições, a determinação de jovens procuradores abnegados e a coragem e sabedoria de um admirável juiz.

Otto Dantas
Articulista e Repórter

otto@jornaldacidadeonline.com.br

Transcrito do A Verdade Sufocada


quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Criminoso condenado a 110 anos de cadeia será solto após cumprir pouco mais de 10

Mãe que teve filha morta por caseiro luta para manter condenado na cadeia

[o verme  Bernardino foi condenado a 65 anos de prisão, que foram reduzidos para 52, que somados aos 58 anos de condenação pelo estupro e tentativa de homicidio, resultada em 110 anos de prisão.
Pela generosidade das leis penais - sempre generosas com os bandidos - o cômputo do cumprimento de um sexto da pena é aplicado apenas sobre os 52 anos e não sobre os 110 da soma das penas e que resultaria, no mínimo, em 18 anos em regime fechado.]

Cristina Del'sola lamenta a possibilidade de um dos assassinos da filha ser beneficiado pela progressão de regime, do fechado para o semiaberto. Para ela, caso serve de exemplo para que "outras Marias não se tornem vítimas nas mãos dele"

“Eu não quero vingança, eu apenas não quero que nenhuma outra mãe seja alvejada como a minha família foi”. Assim reagiu Cristina Del’Isola, mãe da jovem Maria Cláudia Del’Isola, ao avaliar a possibilidade de concessão de um benefício àquele que assassinou a filha dela, em 2004. No último dia 12, o ex-caseiro da família da vítima Bernardino do Espírito Santo Filho obteve a progressão de pena em regime fechado para semiaberto. Ele ainda não saiu às ruas porque aguarda exames psicológicos que possam atestar a condição de reintegração. “O perfil dele é de psicopata. A minha necessidade é sensibilizar as autoridades à frente dessa decisão para que outras Marias não se tornem vítimas nas mãos dele”, argumenta Cristina. 

Ao tomar conhecimento da decisão na segunda-feira, Cristina, presidente do Movimento Maria Cláudia, preferiu silenciar. Mas a situação fez com que a mãe relembrasse toda a tristeza provocada por um dos crimes mais bárbaros da história de Brasília. Em 9 de dezembro, completaram-se 12 anos do homicídio. Bernardino e a então namorada, a empregada doméstica da casa, Adriana de Jesus Santos, foram condenados pelo assassinato. Segundo a investigação, eles abordaram a garota quando ela saía de casa, no Lago Sul, para a faculdade. A dupla imobilizou e agrediu Maria Cláudia, e, depois, o homem a estuprou. O corpo dela foi encontrado três dias depois, enterrado debaixo da escada da residência dos Del’Isola.

“Foram quase três anos de convivência dele (Bernardino) com a família, e ele se mostrou dissimulado com todos. O que quero lembrar neste momento é que perdi a minha filha de uma forma brutal e monstruosa. O fato é que estamos diante de um assassino inescrupuloso. A minha preocupação é saber que alguém com esse perfil pode, daqui a alguns dias, estar empregado, convivendo com outras pessoas sem elas saberem o que aguardam ao lado. O medo é da possibilidade de um novo crime”, afirma a mãe.

Dor
A Justiça sentenciou Bernardino a 65 anos de prisão em 2007. Mas, assim como Adriana, ele conseguiu reduzir a pena para 52 anos. Contra o ex-caseiro também há uma condenação por tentativa de homicídio e estupro contra uma adolescente de 13 anos, crime que ocorreu meses antes da morte de Maria Cláudia. “Diante de tantos crimes, nunca imaginei que ele poderia ser beneficiado pela Justiça”, lamenta Cristina.

Adriana também tenta o mesmo benefício de Bernardino. Em novembro de 2015, ela apresentou proposta de emprego à Justiça, mas ela foi vetada após exames atestarem transtornos psicológicos. A possibilidade de progressão de regime do ex-caseiro só foi possível pelo fato de que, à época do crime, a Lei de Execuções Penais previa que os presos com bom comportamento poderiam ser beneficiados depois de cumprirem um sexto da pena. No caso dele, no dia da decisão, ele havia cumprido aproximadamente 12 anos de reclusão. “A minha filha não voltará. Essa é a minha realidade, e eu tenho de conviver com essa dor. Mas o que não quero para mim, eu não quero para o próximo; por isso, peço que as autoridades sejam sensíveis e analisem bem o que isso pode representar”, conclui a mãe de Maria Cláudia.

Fonte: Correio Braziliense

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Lula é psicopata, criminoso e deve ser preso, detona Lobão

Lobão fez 59 anos na terça-feira 11, véspera do Dia da Criança. “Vai ter muita língua de sogra”, avisou o músico, dias antes, afiado na ironia. Há tempos o cantor solta a língua em declarações implacáveis contra o PT. Após as eleições municipais, não foi diferente. O músico não votou, mas fez campanha para João Doria Jr. (PSDB) em São Paulo nas redes sociais. “Moro em São Paulo há sete anos, mas meu título está no Rio. Sequer pensei em mover meu bumbum para votar lá por falta de opção”, diz. Na metralhadora giratória do autor de “Vida Bandida”, poucos são poupados. Ele só elogia Sérgio Moro. Não escapam Lula, Dilma Rousseff, Gilberto Gil e até Chico Buarque. “É assustador ver o Chico Buarque declarando ‘vamos fazer uma nova junção da esquerda’. Esse cara come capim.”  Lobão contou ter sido convidado por Janaína Paschoal, co-autora do pedido de impeachment, para assistir ao julgamento da ex-presidente, tal como Chico que acompanhou Lula. “Meu gatinho estava morrendo e não ia sair de perto dele por nada”, diz ele, que lançou este ano o disco “O Rigor e a Misericórdia”. “É o disco mais bem gravado da minha vida.”




Como avalia o Brasil pós impeachment e pós-eleições?
As urnas foram muito eloquentes. Houve uma rejeição total ao PT, ao mito Lula, a Dilma. E deu ainda um recado: golpe não cola.  No caso mais específico da eleição do João Doria em primeiro turno, em São Paulo, houve um discurso duro, mas ao mesmo tempo educado, conciliador, amortecendo essa onda de ódio. O discurso da privatização também me chamou a atenção. Era um tabu falar em privatização e virou um trunfo eleitoral. A derrota do PT foi acachapante. Em São Paulo, perdeu em redutos petistas. O PT passou de maior partido do Brasil a um partido nanico. Talvez a esquerda não leve em consideração, mas o Brasil é um país conservador. Há um segmento sectário da esquerda que quer impor uma suposta vanguarda política que é um retrocesso e sempre uma figura de lamentação.

Por que o sr. diz que Lula é um grande enganador?
Toda a narrativa de esquerda é mentirosa. Lula é um psicopata. Psicopata é sedutor, simpático,  causa empatia. Há um livro, “Ponerologia”, de Andrzej Lobaczewski, um psiquiatra polonês. Ele escreveu esse livro no campo de concentração. Ele mostra fabulosamente como acontece a fabricação do poder, do populismo, tanto nazismo quanto socialismo, e ele é feito de duas camadas diferenciadas: o alto da pirâmide é sempre ocupada por psicopatas e a base por histéricos. Os líderes são psicopatas, e a militância é histérica. É um livro básico para entender a coisa da simpatia e da malandragem, do homem do povo, dos líderes carismáticos. Veja Fidel Castro, famosíssimo, fazia  um espagueti violento, charmoso. 

O livro mostra como uma sociedade adoece nesse sentido. E eu acredito que nós estamos nesse momento. E se o Lula é psicopata, a Dilma está mais para oligofrênica. Parece ser uma pessoa com alguma dislexia, não sabe se expressar. Perto dela, o Lula parece um cara inteligente, dentro da sua ignorância crassa. Dilma é opaca, não tem carisma, é furibunda por haver provavelmente entraves cognitivos no cerebelo dela. Talvez, no Rio, o Marcelo Freixo possa chamá-la para ser secretaria de alguma coisa, caso seja eleito. Mas acho que ela não se cria mais em lugar nenhum.

Há tempos o sr. tece críticas duras ao ex-presidente.
Lula tem o que merece, assim como a Dilma. Lula é um criminoso e o PT é uma organização criminosa. Ele deve ser preso por vários motivos. O que está sendo imputado, muito embora seja pena suficiente para ele pegar 30 anos de cadeia, é a ponta de um iceberg. Al Capone foi preso pelo imposto de renda. O que está em jogo é algo muito mais barra pesada do que falar sobre o roubo do ladrão de galinha do sítio de Atibaia.

Pode ser específico?
O caso mais grave do PT não é a corrupção em si. É a conduta ideológica criminosa de querer se perpetuar no poder por meio de uma doutrina altamente questionável que já deu errado e estão regurgitando: querer reeditar a cortina de ferro que a União Soviética perdeu no Leste Europeu. A Lava Jato mostra que Lula foi longe, mas é cedo para cantar vitória, apesar dessa derrocada da esquerda e da dita onda conservadora.Eles ainda detém poder. Essa resiliência do Lula e do PT reside na área cultural. É assustador ver Chico Buarque declarando “vamos fazer uma nova junção da esquerda”. Esse cara come capim.  Isso atenta contra a inteligência dele. A minha revolta advém de um exame de consciência. Eu já apoiei isso.

Como era o tempo em que apoiava o partido?
Fiz campanha para o PT por 11 anos.  Em 1989, no dia da eleição do Collor, cantei Lula-lá ao vivo no Faustão. O Faustão falava na minha orelha: “A  Globo vai sair do ar”. Já pedi desculpas ao Faustão por isso. Eu fiz aquilo com a mesma cara e coragem que hoje digo o contrário. Eu me sinto otário. Nunca cobrei um tostão para fazer campanha para o PT. Na metástase de corrupção que invadia os partidos, eu via uma chance do PT mudar o poder público. Ingenuidade. No início de 2000 eu fui ao Capão Redondo (SP) com um vereador do PT, o Albertão. E, então, na rádio comunitária onde estávamos, chega uma figura suspeitíssima. Depois, vim a saber que era um colombiano das Farc, com uma mala de 50 mil dólares para a campanha desse vereador petista. Eu entrei no núcleo duro do partido. Eu tinha uma relação com Lula.

Como era essa relação?
Com Lula, tive um encontro, no diretório do PT em São Paulo. Encontrei-me com Lula, Genoino, Jose Dirceu, Mercadante, Marisa. Eu já tinha visto Lula duas ou três vezes. Uma coisa emblemática aconteceu. O Ale Yousseff (produtor cultural) chamou o Lula para me cumprimentar.  Quando Lula apertou minha mão, e disse “Oi companheiro”, acabou a luz! Ficamos uns 10 minutos no escuro. Aquela falta de assunto.

 Por que achou emblemático?
Foi quase cenográfico. Parecia que a luz tinha acabado como fruto de nosso choque eletromagnético. Além dessa circunstância jocosa, fui lá para cobrar investimento em educação. Lula respondeu: “Companheiro, isso é a nossa prioridade”.

E ocorreram outros encontros?
Isso foi em 2002. Fiquei com o telefone do Lula. E meu único telefonema para ele foi para alertá-lo para ter cuidado com Gilberto Gil, porque ele era um braço da Warner Brothers e era um cara que estava impossibilitando tanto a numeração de CDs, uma luta histórica na classe, como inviabilizando a lei contra o jabá (pagamento às rádios por música tocada), e que depois, como ministro, acabou sacramentando.  Eu liguei e disse: “Lula, cuidado com o Gil e com a Paula Lavigne, que é assessora do  José Serra”. Lula foi solícito: “Muito obrigado companheiro. Vamos monitorar o caso.” Me pareceu atento ao que eu dizia. Quando Gil virou ministro, fiquei perplexo. Pensei: ele está botando a raposa no galinheiro. Quando Gil assumiu o ministério, e eu cheguei a achar que, com sua ascensão, mal ou bem ele fosse abraçar uma briga histórica da classe. No ano seguinte, ele dá uma entrevista praticamente falando que o jabá era uma prática que não adiantava ir contra, tornando-o quase aconchegante culturalmente.

O sr. declarou que ser de direita é um xingamento e ser de esquerda é um elogio.
No Brasil, a esquerda é a detentora da benevolência. É patológico. Se você estudar Stalin, Mao Tse Tung, Fidel Castro, eles foram assassinos, psicopatas, causaram mortandade, fome, totalitarismo, miséria. A esquerda brasileira se melindra com os militares quando a esquerda é endemicamente militarista. Quem gosta de parada, míssil, farda verde oliva é a esquerda. Hitler era de esquerda em seu partido estatista, trabalhista e autoritário.  Ele tinha o manifesto comunista como livro de cabeceira. Essas figuras estão dentro desse oráculo. Um universo basicamente estatista. Quando se fala do fascismo das privatizações, eles tem que entender que o fascismo é totalmente estatista. É fundamental para a democracia tirar o sex appeal da esquerda. Isso tem que ser feito com alta cultura. Você vê os artistas, todos comunistas, é uma vergonha. Esquerda é cafona, clichê, retardada.

O sr. é chamado de roqueiro de extrema direita. Como se sente?
Me chamar de roqueiro é como chamar surfista de paneleiro. Uso o rock como concepção de música. A adjetivação “de Direita”, no Brasil, é contaminada. Mas, se ser de direita é lutar pela propriedade privada, pelo livre comércio, pela liberdade de expressão, então sou um cara de direita. O conceito de direita deve ser revisto. Quem conduz a recessão social, o ódio, a indulgência tem sido a esquerda.

Do que o sr. gosta?
Gosto de literatura portuguesa. Eça de Queiroz. Mas literatura brasileira…? Tento gostar de Machado de Assis desde que minha mãe me deu a coleção para escrever bem. Leio, mas odeio. A narrativa me irrita. Sensorialmente, quando leio Machado me sinto na antessala da delegacia do Catete. Não é nada aconchegante. Tenho sensação similar quando entro no Facebook. Acho chato Guimarães Rosa. E Graciliano Ramos, são três delegacias do Catete. É um purgatório intelectual. Na música, sou conservador e amo a música brasileira até os anos 50. Gosto do Roberto Carlos da Jovem Guarda, antes dele se tornar um motel ambulante, daqueles com cheiro de desinfetante sexual. Quando estava começando a ouvir Rolling Stones e Beatles, vejo um panaca de 20 anos cantando. Era Chico Buarque, que parecia ter pressão baixa: “Estava à toa na vida…” Pensei: que coisa reacionária. Minha mãe adorava. Ela não sabia distinguir a beleza dos olhos azuis de Chico da beleza dos olhos azuis de Médici. Chico era o noivinho da senhora de classe média. A Tropicália, por mais que fosse cínica e ambígua, era mais subversiva em sua linguagem. O Brasil não saiu da Semana de Arte Moderna de 1922. Ela é onipresente e onipotente até hoje. Lula é a coroação do Macunaíma. Lula é um herói sem nenhum caráter. A máxima que sintetiza a Semana de 22 é que nós nos nutrimos dos nossos piores defeitos.

Nesse contexto, como vê Sergio Moro?
Em virtude dessa condição macunaímica, Sérgio Moro é alçado a herói. Não tenho erudição jurídica para comentar a tecnicidade das questões da Lava Jato, me aparenta que estão bem respaldadas. É engraçado, o PT rouba 100 vezes mais do que o Paulo Maluf e as pessoas ficam com peninha? Moro é um exemplo para a conduta moral do brasileiro mudar 180 graus o rumo dessa malandragem. Ele deve se tornar um paladino dessa mudança. Aqui pega bem ser malandro e pagar propina para vaga de carro. Para a gente ser um país adulto, temos que começar por ai.

Como avalia o governo Temer?
O momento é saia justa para o Temer. Ele é de um partido de raposa que vem da coalizão com o PT e deve estar com mil problemas de rabo sujo. Ele nomeia um ministro e o ministro é réu no STF. Nomear um réu como Marx Beltrão não torna o governo simpático. O resultado das eleições municipais vão dar mais legitimidade a ele como presidente. Mas eu espero que Temer seja mais incisivo nas suas decisões e que tenha menos receio de ter que agradar a todos. Mas Temer quer privatizar, demitiu todo o poder de fogo da mídia do PT, blogs, isso foi sensacional.

Fonte: IstoÉ - Gisele Vitória