Embalado pelo crescimento
no Datafolha e no Ibope, Jair Bolsonaro já prepara o roteiro para a
fase final da eleição. Refere-se ao segundo turno no condicional. “Se
houver…” , ele passou a dizer. Celebra o fato de que cada candidato terá
o mesmo tempo no horário eleitoral. Um dos aliados do capitão disse ao blog que
parte do roteiro a ser levado ao ar por Bolsonaro na TV e no rádio foi
escrito por Lula. “Usaremos munição fornecida pelo inimigo”, ironizou.
Enquanto
Fernando Haddad classifica seu padrinho como “perseguido político”,
Bolsonaro recordará que o mensalão e o petrolão nasceram na
administração de Lula. Como contraponto ao slogan do PT, que
promete um “Brasil feliz de novo”, Bolsonaro jogará no colo de Haddad
algo que o PT mantém no armário: a ruína econômica de Dilma Rousseff, a
“gerentona” de Lula.
Na fase do mano a mano, o comitê de Bolsonaro
tratará Haddad como um outro nome para o indulto de Lula, cuja prisão
fará aniversário de seis meses neste domingo, dia da eleição. Hoje, o
capitão dispõe de 8 segundos no rádio e na TV. Passará a usufruir de 600
segundos (pode me chamar de dez minutos)— um salto de 7.400%. Pelo
menos um terço do tempo deve ser dedicado ao “roteiro do Lula”.
Mantido esse script,
o segundo turno tende a virar a potencialização de um plebiscito em que
o eleitor decidirá se o PT deve ou não voltar ao Planalto. Pode-se
afirmar desde logo, com algum grau de certeza, que Lula fará o próximo
presidente da República. Se não eleger Haddad, enviará Bolsonaro ao
Planalto.
No momento, reina o pessimismo na monarquia carcerária
de Curitiba. Após uma semana em que Lula discutira com Haddad a hipótese
de antecipar o anúncio do próximo ministro da Fazenda, o petismo
assiste ao avanço da infantaria de Bolsonaro sobre redutos tradicionais
da estrela vermelha. Entre eles a região Nordeste. Na reta final do
primeiro turno, só uma coisa sobe na planilha do candidato petista: o
índice de rejeição (41% no Datafolha, 38% no Ibope).
Blog Josias de Souza
LEIA TAMBÉM: Desavença no STF entra em estágio autofágico
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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quarta-feira, 3 de outubro de 2018
Munição de Bolsonaro no 2º turno virá de Lula
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terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Eles amam seus algozes-1: Datafolha revela o tamanho da estupidez da direita brasileira e o crime histórico que cometeu
Os ditos liberais (a maioria é falsa como uísque paraguaio; gostam mesmo é fascismo caipira) e conservadores brasileiros deveriam fazer como não faz o avestruz: enfiar a cabeça num buraco. A sua adesão estúpida ao lava-jatismo, como já está demonstrado, ressuscitou Lula e o PT. Mas esse é ainda mal de superfície. O desastre é bem maior, como revela pesquisa Datafolha . A esmagadora maioria dos brasileiros é contra as privatizações (70% a 20%). Num único grupo — os que ganham mais de 10 mínimos —, a venda de estatais conta com mais da metade das adesões: 55%. Os gráficos foram publicados pela Folha.
Eis aí a
que nos levou o combate à corrupção como ponto de chegada da política,
não como aquilo que deve ser: um mero instrumento em favor da eficiência
e da decência. Desde que explodiu o mensalão — SIM, ESCREVI MENSALÃO
MESMO! —, advirto para o fato de que os adversários do PT e do petismo
falham miseravelmente em demonstrar que o descalabro só assume dimensões
pantugruélicas por causa do gigantismo estatal.
O petrolão
deu a chance de ouro aos liberais (o diabo é que a maioria é falsa) e
aos conservadores de evidenciar, pelo caminho do exemplo, o que é o
estatismo.
Em vez
disso, os ditos adeptos da “nova política” resolveram sair por aí a
caçar e a cassar políticos — e a própria política — com sua pautinha
mixuruca e sua conversa para excitar medianos raivosos:
– fim do foro especial:
– fim do financiamento de campanhas por empresas;
– 10 medidas contra a corrupção (quatro eram fascistas);
– armamentismo;
– ah, sim: arte sem peru e perereca também é fundamental…
Puro lixo mental! Além de irrelevante no combate à corrupção. De quebra, ainda agridem o Estado de Direito. Ora,
poucos se deram conta de que a gritaria histérica contra a corrupção,
mesmo vitimando políticos da esquerda à direita, reforça, como valores
básicos, alguns pressupostos que são da… esquerda! “Como,
Reinaldo?” Deveria ser elementar, mas não é: à medida que se veem os
políticos e a política como meras forças de assalto a um Estado que, sem
esses malvados, seria virtuoso, o que se faz é ignorar a natureza
primária desse estado, que é espoliador desde a sua gênese, já na sua
concepção. Ainda que todos os políticos brasileiros fossem santos, lá
estaria a máquina geradora de ineficiências.
A direita
não se deu conta de que, ao se ajoelhar no altar de Sérgio Moro, Deltan
Dallagnol e Rodrigo Janot, acendia velas para o capeta. Este escriba bem
que advertiu, como sabem: “Olhe, isso está fortalecendo o discurso
estatista; isso está fortalecendo a ideia de que uma burocracia sem
rosto e supostamente neutra deveria governar o país: convenham, é tudo o
que a esquerda quer porque ela acredita poder hegemonizar esse
processo”.
E está
prestes a fazer isso de novo. E, desta feita, com um estoque imenso de
instrumentos de exceção que foram sendo empregados pela Lava Jato. Daqui
a pouco, isso tudo pode estar nas mãos dos vermelhos. Aí é o caso de
alguns idiotas começarem a cuidar do próprio pescoço. O pior é que os
não-idiotas também serão vitimados. Não tenham
dúvida: Lula — ou aquele que escolher como preposto — vai ameaçar o
país pela quinta vez com a… venda, que nunca ocorrerá, da Petrobras!
Essa
pesquisa expressa, na verdade, uma tragédia intelectual. O discurso
antipetista foi sequestrado pelo antilulismo chulo e pelo lava-jatismo
vulgar. E o que é que deu? Estatismo na cabeça! Esses
grupos de direita que estão por aí abandonaram a pauta liberal e
falharam em demonstrar que o verdadeiro inimigo é o tamanho do Estado.
Estavam muito ocupados caçando tarados, pedófilos, veados, feministas…
Vocês sabem: essas coisas que realmente calam fundo na alma daqueles 73%
que têm até o ensino fundamental e que são contrários às privatizações.
Essa história ainda terá de ser contada. E vai ser.
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sexta-feira, 17 de novembro de 2017
Presidente diz, com razão, que é preciso tomar cuidado com inclinação para o autoritarismo
No ato em comemoração à Proclamação da República, Temer lembra as tentações autoritárias que nos rondaram e ainda nos rondam
O presidente Michel Temer transferiu
nesta terça, simbolicamente, o seu governo para a cidade de Itu, no
interior de São Paulo, onde se realizou, em 1873, a primeira convenção
em favor da República. É claro que o presidente estava, com o
gesto simbólico, saudando a República, proclamada no dia 15 de novembro
de 1889, mas resolveu fazê-lo sem jogar conversas ao vento. Aliás, de
todos os nossos hinos, apesar do “Liberdade, liberdade, abre as asas
sobre nós”, o da República é o que mais me incomoda. Foi publicado no
Diário Oficial em 1890, ano seguinte à Proclamação. E há lá um trecho
inacreditável, a saber:
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País…
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, avante, da Pátria no altar!
Como é? “Nós nem cremos que escravos
outrora/ tenha havido em tão nobre país”? Outrora? A escravidão acabara
havia dois anos. E como é que “nós não cremos”? Tanto cremos que a
escravidão, embora oficialmente extinta, perdurou na prática por muito
tempo e, como afirmou Joaquim Nabuco, abolicionista, monarquista e
liberal, “a escravidão permanecerá por muito tempo como a característica
nacional do Brasil”. Permaneceu. E, em muitos aspectos, permanece
ainda.
Muito bem! O que isso tudo tem a ver com Temer?
Ao discursar em Itu, o presidente
afirmou que o país tem certa tendência “a caminhar para o
autoritarismo”. Disse mais: “Se nós não prestigiarmos certos princípios
constitucionais, a nossa tendência é sempre caminhar para o
autoritarismo, para uma certa centralização. Nós, o povo brasileiro,
temos até, digamos, uma certa tendência para a centralização”.
E então não é verdade? Temer está
coberto de razão. Nenhum país nasce vocacionado para a democracia e a
grandeza. Isso é coisa de hino. A depender de sua história, determinados
valores terão mais importância ou menos. Do ponto de vista
administrativo, a herança portuguesa nos deixou o apreço pela
centralização e pela burocracia. Estão nas nossas raízes. Mas já
poderíamos ter feito algo diferente do que fizeram de nós. E, no
entanto, no que concerne ao amor pelo autoritarismo, andamos bastante
errado ao longo dos tempos.
Querem ver? Um dos períodos considerados
fundadores do país e da política contemporânea é, pasmem!, o Estado
Novo. Entre 1937 e 1945, vivemos sob um regime policial que prendeu,
matou, esfolou. Getúlio Vargas havia chegado ao poder em 1930. Logo,
ficou 15 anos no poder, dos quais menos de três sob os auspícios de uma
Constituição de 1934. Portanto, a ditadura getulista não durou apenas
oito anos, mas mais de 11.
E, no entanto, o homem é saudado como um
verdadeiro “Pai da Pátria” em razão de algumas leis que fez aprovar em
plena ditadura — e, entre elas, está justamente a Consolidação das Leis
do Trabalho, mudada no governo Temer. O Estado Novo foi o período
institucionalmente mais violento da República. Não obstante, Getúlio é
saudado pelas esquerdas como um inspirador das lutas nacionalistas e
trabalhistas. Retornou ao poder, pelas urnas, em 1951 e se mata em 1954.
A frase dura a ser dita é a seguinte: na ditadura, matou em penca; na
democracia, se matou.
Dez anos depois, aconteceu o golpe
militar de 1964, do qual, curiosamente, também foi personagem, é bom que
a gente se lembre. João Goulart era um herdeiro político seu. Se é
fantasiosa, e é, a história de que preparava um golpe para transformar o
país numa república sindical, de que o Partido Comunista seria o
esteio, é absolutamente verdadeira a afirmação de que nunca entendeu o
regime democrático e que levou a desordem para dentro do governo.
E, veio, então, o golpe militar em favor
justamente da ordem. Como esquecer, de resto, que foi um golpe a
inaugurar a República, liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca? A ele
no poder se seguiu outro, este com a alcunha de “O Marechal de Ferro”:
Floriano Peixoto. O primeiro presidente civil será o ituano Prudente de
Moraes, que assume em novembro de 1894, cinco anos depois do golpe da
República.
Olhem o quadro eleitoral que temos pela
frente, tudo o mais constante. O candidato que lidera as pesquisas de
opinião é Luiz Inácio Lula da Silva. Seu partido ficou 13 anos no poder.
Sim, governou segundo as regras da democracia, mas buscou se estruturar
como partido único. O PT se organizou para tornar irrelevantes os
mecanismos de alternância de poder. Mensalão e petrolão foram mais do
que simples assaltos aos cofres públicos. Eram uma forma de entender o
poder. Lula se considera uma versão atualizada de Getúlio — não, claro!,
do líder fascistoide, mas daquele que seria o pai do povo. Seu oponente
mais próximo nas pesquisas é Jair Bolsonaro, que reivindica, ainda que
de forma imprópria, a herança da ditadura militar.
Tendência ao autoritarismo, sim,
infelizmente! A República antifederativa inaugurada em 1930, com
Getúlio, está aí, com a sua tendência à centralização. Sim, é preciso
tomar muito cuidado. O início da República traz a marca da crueldade.
Como esquecer que, entre1896 e 1897, ela travou a sua maior batalha
armada, em Canudos, contra uma horda de miseráveis, analfabetos, e
vítimas da miséria. A Guerra de Canudos matou ao menos 20
mil revoltosos e cinco mil soldados. Tinha-se a fantasia, útil para a
época, de que se tratava de um movimento monarquista, que ameaçaria a
República. Não! Era só um dos gritos que a miséria e a exclusão dão de
vez em quando. Morreram a tiros, degolados, queimados. Sim, há paixões renitentemente
autoritárias no pais. A própria Lava Jato, com sua tendência de primeiro
atirar para depois perguntar quem vem lá, dá testemunho disso. E Temer
faz bem em chamar a atenção para elas.
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segunda-feira, 10 de julho de 2017
Suporte jurídico
As eleições e os processos contra líderes convertem a Lava-Jato e outras ações em alvo prioritário
A deflagração de operações anticorrupção, apoiadas em forças-tarefas constituídas por representantes do Ministério Público, da Justiça e Polícia Federal tem permitido um avanço inédito na repressão ao roubo do dinheiro do contribuinte. Uma das principais conquistas desses tempos é o rompimento da antiga norma de que rico e poderoso não vai preso. Não ia. A regra começou a ser pulverizada no julgamento do mensalão, o primeiro escândalo envolvendo lulopetistas e aliados, no início da gestão Lula.Surgia ali o primeiro caso irrefutável de desvio de dinheiro público para sustentar o projeto de poder petista: compra literal de apoio de parlamentares e partidos ao governo. Um grande escândalo, causa da saída de militantes e parlamentares do PT; porém o maior caso, o petrolão, viria depois. O mensalão surgiu da denúncia de um aliado do PT desgostoso das partilhas, Roberto Jefferson, do PTB fluminense, e foi crucial o papel de juízes, promotores e, em especial, de um Supremo Tribunal sério, independente. Mesmo constituído por vários ministros indicados por Lula e Dilma, a Corte condenou estrelas da legenda petista: José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares etc.
Mas não basta vontade pessoal. O MP ganhava maturidade para exercer as prerrogativas recebidas pela Constituição de 88 — tem autonomia para representar a sociedade na defesa dos interesses dela. Não se subordina, em sua operação, a nenhum poder.
Assim, pôde fazer um trabalho importante na Lava-Jato, a partir de março de 2014. Outro forte argumento para afastar qualquer ideia de que a repressão à corrupção tem ultrapassado limites legais é que a força-tarefa baseada em Curitiba só conseguiu começar a desfazer o novelo da corrupção em torno da Petrobras porque, em 2013, a presidente Dilma sancionou a lei 12.850, para definir organização criminosa e regular os métodos legais de combate a ela. Um deles, a “colaboração premiada”.
Mas como há intensa luta política, porque líderes têm sido apanhados na Lava-Jato e em outras operações — de Lula do PT a Aécio Neves do PSDB —, há tentativas de criminalizar-se a atuação das forças-tarefas. Sem considerar manobras no Legislativo para inviabilizá-las. A proximidade das eleições de 2018, enquanto tramitam processos contra Lula, autodeclarado candidato, torna o ambiente ainda mais tenso, e as análises mais teleguiadas.
Não se discute é que qualquer balanço sobre veredictos originados na Lava-Jato indica grande índice de confirmação de sentenças nos recursos à instância superior. Isso não aconteceria sem embasamento jurídico sólido.
Fonte: O Globo - Editorial
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sábado, 7 de janeiro de 2017
O oportunismo de Lula: para salvar a própria pele o ex-presidente impede a reconstrução do PT
O Exército brancaleone de Lula
Para salvar a própria pele, o ex-presidente escala um seleto grupo de amigos implicados na Justiça e se mantém no poder no PT. Mas isso impede qualquer tentativa de reconstruir o partido que ele mesmo criou há 37 anos
Lançado pelo cinema italiano nos anos 60, “O Incrível Exército de Brancaleone” é uma paródia bem humorada do clássico da literatura Dom Quixote de Cervantes. Na sátira, um cavaleiro atrapalhado reúne um pequeno e esfarrapado exército e tenta construir um feudo em meio a outras potências já consolidadas na Europa. Obviamente não deu certo. Assim como na ficção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também tem agrupado um verdadeiro pelotão de feridos para levar ao sacrifício, quase todos eles alvejados por denúncias de corrupção na Lava Jato, e com eles retomar o poder no PT. Lula quer ser o presidente da sigla e criar outros postos de comando regionais: fórmula básica de distribuição de cargos para calar a boca de críticos e insatisfeitos, mesmo que sejam combatentes mutilados por suspeitas e condenações. Entre os chamados vice-presidentes regionais, Lula pretende escalar o ex-ministro Jaques Wagner, o senador Lindbergh Farias, o ex-prefeito Luiz Marinho, e o amigo pessoal Paulo Okamoto. Mas essa estratégia de comandar o partido mostra que ele se tornou surdo ao apelo popular e até de setores da legenda que clamam por uma refundação completa do PT, com renovação total de sua diretoria, transformação do modo de fazer política e reconexão com antigas bandeiras, que foram pisoteadas pelos anos no poder.Trata-se de uma surdez conveniente. Por trás dela há um objetivo pessoal mais importante para ele do que o futuro da agremiação: salvar sua própria pele, que está ameaçada por eventual condenação, a qualquer momento, no âmbito de uma das cinco ações na justiça em que é réu. A estratégia é presidir o partido, moldá-lo novamente com seus preferidos, reunir todo apoio em torno de seu nome para lançar-se à Presidência da República para a disputa em 2018. Enquanto estiver na condição de pré-candidato, ele mantém a narrativa de que qualquer acusação tenha cunho de perseguição eleitoral.
O problema é que para manter em pé essa narrativa, o ex-presidente se mostra um oportunista de carteirinha, pois põe em risco a sobrevivência do partido. Ao contrário do que apregoam os coroados petistas implicados na Lava Jato e em outras falcatruas, há na legenda aqueles que ainda vislumbram a reconstrução do partido, capaz de empunhar a bandeira da ética sem se envergonhar. Nos últimos meses do ano passado, um movimento nessa direção foi desencadeado por lideranças como Olívio Dutra, Tarso Genro, Paulo Paim, Renato Simões, entre outros. A premissa deles era que seria impossível recuperar a estrela vermelha caso não fosse feita uma reforma profunda no partido. E isso deveria incluir Lula.
CÚPULA PETISTA DIZIMADA
Mas a movimentação de Lula pode inviabilizar qualquer movimento de recuperação da legenda e levar o PT ao raquitismo. Os petistas parecem não ter entendido o recado das ruas e das urnas, quando foram massacrados. Primeiro, pelo coro de movimentos contra a corrupção em meio ao processo de impeachment de Dilma Rousseff. Depois, a sigla acabou dizimada em boa parte das prefeituras nas últimas eleições municipais, perdeu nas capitais federais e até no ABC paulista, histórico reduto. Passou de terceiro para décimo lugar no número de prefeituras no País.
Entre as principais causas da ruína está o envolvimento da cúpula petista com escândalos de corrupção, como o Mensalão e o Petrolão. As duas operações levaram à prisão quadros representativos, a exemplo dos ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci, dos ex-deputados federais André Vargas e José Genoino, além dos tesoureiros Delúbio Soares, João Vaccari Neto, Paulo Ferreira e do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha.
O empenho de Lula dentro do partido tem relação com as ações que responde no âmbito das operações Lava Jato e Zelotes. O ex-presidente é réu por ser apontado como partícipe de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, organização criminosa. Não há outra saída a não ser essa é o que avaliam as principais mentes petistas. A estratégia é registrar a candidatura do ex-presidente já no próximo mês para evitar que uma possível condenação na justiça possa barrar a inscrição do nome dele no pleito.
A VOLTA DE LULA IMPEDE RENOVAÇÃO
A tática de guerrilha pretende blindar o nome do ex-presidente do intrépido juiz federal Sérgio Moro. O magistrado do Paraná já demonstrou que não vai passar a mão na cabeça de nenhum envolvido no esquema de corrupção montado na Petrobras. O contra-ataque petista prevê o resultado de que a pré-candidatura possa corroborar com a tese de que há uma conspiração em curso para evitar que o ex-sindicalista chegue novamente ao Palácio do Planalto.
Mas a estratégia de lançar Lula à candidato à Presidência, não é consenso dentro da legenda. Uma corrente defende que a candidatura de Lula seja lançada durante o 6º Congresso Nacional do PT, marcado para ocorrem em abril ou até mesmo em maio. Um dos defensores dessa tese é o ex-ministro da Comunicação Social de Dilma Rousseff e atual prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva. “Acho que está cedo para definir a tática eleitoral. Tem de abrir esse debate. Nesse momento penso que ainda não dá para dizer que temos um nome”, disse.
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domingo, 6 de março de 2016
Em 13 anos de escândalos
Se nos mensaleiros ganhou destaque a defesa de valores republicanos, a Lava-Jato destaca que avanços sociais não criam políticos inimputáveis
À medida que o tempo passa e as investigações da Lava-Jato
se aprofundam, cresce a importância da questão sobre como um programa de
bons propósitos (justiça social, distribuição de renda e tantas outras
louváveis intenções), e ainda de uma faxina ética histórica na política
brasileira, deu no que deu. A frustração é acabrunhante para qualquer
petista de boa-fé.
Na economia, os graves equívocos cometidos desde o segundo mandato de Lula (2007/10), com a atual presidente Dilma na Casa Civil, e no primeiro mandato da ministra ungida presidenciável por Lula, provocam um cataclismo: em dois anos, haverá um muito provável encolhimento do PIB em 8%, taxas de desemprego em dois dígitos e inflação com persistência acima da meta dos 6,5%. Resulta uma tragédia: queda de renda e retrocesso nos ganhos sociais de que os próprios lulopetistas tanto se orgulham — e faturam em períodos eleitorais. Ou faturavam.
Também acontece uma catástrofe imensa no plano ético. Na economia, nunca houve confiança absoluta no PT, mesmo quando, no primeiro governo Lula, o Planalto aderiu ao receituário correto. Mas a debacle na corrupção surpreendeu mais. Primeiro, no mensalão, quando o “capitão do time”, nas palavras de Lula, José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, gerenciou o esquema para lavar dinheiro desviado do Banco do Brasil — e não só —, a fim de comprar apoio parlamentar e político-eleitoral.
Veio, em 2005, a denúncia de um dos mensaleiros, o então deputado Roberto Jefferson, petebista fluminense. Lula disse nada saber, mas pediu desculpas em público. Mais tarde, negaria o mensalão, o motivo pelo qual se desculpou. Houve as cassações de Jefferson e Dirceu, e o Supremo condenou vários à prisão, inclusive os dois. No último ano do primeiro mandato de Dilma surgiu o enorme escândalo do petrolão, descoberto pela Lava-Jato. Algo de grande impacto inclusive mundial. Na verdade, soube-se depois que o aparelhamento lulopetista na Petrobras transcorreu paralelamente ao mensalão, já a partir de 2003, início do mandato inicial de Lula. Havia mesmo um esquema amplo de ordenhamento sistemático de dinheiro público para financiar o projeto de poder do PT — disso não há mais dúvida.
No mensalão, ficou perceptível a aplicação de uma antiga máxima “revolucionária”, a dos “fins que justificam os meios”. Quer dizer, valia a pena, para se manter no poder, rasgar os propósitos éticos brandidos pelo partido dos palanques. Em nome do “projeto”. No petrolão, aplica-se a mesma norma. Mas, neste escândalo, surge outro aspecto: a reação lulopetista diante das revelações de evidências de malfeitos em torno do líder. Sua imagem foi arranhada: segundo recente pesquisa Datafolha, 58% acham que ele ganhou de empreiteiras o tríplex reformado de Guarujá, em troca de favores, e 55% consideram o mesmo em relação ao sítio de Atibaia. Já numa simulação de votos, Aécio Neves teria 24% e Lula, 20%. Diante de revelações avassaladoras poderia estar pior. Ainda há muito o que acontecer, mas transparece nos números alguma condescendência com o ex-presidente, certamente circunscrita à militância, considerando que o PT, antes de 2003, batia em um teto de cerca de 30% dos eleitores, os mais fieis.
Nesta intenção residual de voto deve estar refletido outro truque de raciocínio para justificar ilegalidades: “Ele merece, porque reduziu a pobreza”. Ora, nada pode permitir o atropelamento da lei, desconsiderar-se o próprio Estado Democrático de Direito. Independentemente do que possa acontecer nos desdobramento da Lava-Jato, se no mensalão firmou-se o princípio republicano de que todos são iguais perante a lei, o petrolão, além de enfatizar o mesmo conceito, precisa ajudar a estabelecer que supostos ou verdadeiros avanços sociais não podem conceder salvo-conduto para atos criminosos. Seria ressuscitar o arcaico “rouba, mas faz”. O Brasil retrocederia a um populismo paulista desenvolvido do pós-guerra.
Na economia, os graves equívocos cometidos desde o segundo mandato de Lula (2007/10), com a atual presidente Dilma na Casa Civil, e no primeiro mandato da ministra ungida presidenciável por Lula, provocam um cataclismo: em dois anos, haverá um muito provável encolhimento do PIB em 8%, taxas de desemprego em dois dígitos e inflação com persistência acima da meta dos 6,5%. Resulta uma tragédia: queda de renda e retrocesso nos ganhos sociais de que os próprios lulopetistas tanto se orgulham — e faturam em períodos eleitorais. Ou faturavam.
Também acontece uma catástrofe imensa no plano ético. Na economia, nunca houve confiança absoluta no PT, mesmo quando, no primeiro governo Lula, o Planalto aderiu ao receituário correto. Mas a debacle na corrupção surpreendeu mais. Primeiro, no mensalão, quando o “capitão do time”, nas palavras de Lula, José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil, gerenciou o esquema para lavar dinheiro desviado do Banco do Brasil — e não só —, a fim de comprar apoio parlamentar e político-eleitoral.
Veio, em 2005, a denúncia de um dos mensaleiros, o então deputado Roberto Jefferson, petebista fluminense. Lula disse nada saber, mas pediu desculpas em público. Mais tarde, negaria o mensalão, o motivo pelo qual se desculpou. Houve as cassações de Jefferson e Dirceu, e o Supremo condenou vários à prisão, inclusive os dois. No último ano do primeiro mandato de Dilma surgiu o enorme escândalo do petrolão, descoberto pela Lava-Jato. Algo de grande impacto inclusive mundial. Na verdade, soube-se depois que o aparelhamento lulopetista na Petrobras transcorreu paralelamente ao mensalão, já a partir de 2003, início do mandato inicial de Lula. Havia mesmo um esquema amplo de ordenhamento sistemático de dinheiro público para financiar o projeto de poder do PT — disso não há mais dúvida.
No mensalão, ficou perceptível a aplicação de uma antiga máxima “revolucionária”, a dos “fins que justificam os meios”. Quer dizer, valia a pena, para se manter no poder, rasgar os propósitos éticos brandidos pelo partido dos palanques. Em nome do “projeto”. No petrolão, aplica-se a mesma norma. Mas, neste escândalo, surge outro aspecto: a reação lulopetista diante das revelações de evidências de malfeitos em torno do líder. Sua imagem foi arranhada: segundo recente pesquisa Datafolha, 58% acham que ele ganhou de empreiteiras o tríplex reformado de Guarujá, em troca de favores, e 55% consideram o mesmo em relação ao sítio de Atibaia. Já numa simulação de votos, Aécio Neves teria 24% e Lula, 20%. Diante de revelações avassaladoras poderia estar pior. Ainda há muito o que acontecer, mas transparece nos números alguma condescendência com o ex-presidente, certamente circunscrita à militância, considerando que o PT, antes de 2003, batia em um teto de cerca de 30% dos eleitores, os mais fieis.
Nesta intenção residual de voto deve estar refletido outro truque de raciocínio para justificar ilegalidades: “Ele merece, porque reduziu a pobreza”. Ora, nada pode permitir o atropelamento da lei, desconsiderar-se o próprio Estado Democrático de Direito. Independentemente do que possa acontecer nos desdobramento da Lava-Jato, se no mensalão firmou-se o princípio republicano de que todos são iguais perante a lei, o petrolão, além de enfatizar o mesmo conceito, precisa ajudar a estabelecer que supostos ou verdadeiros avanços sociais não podem conceder salvo-conduto para atos criminosos. Seria ressuscitar o arcaico “rouba, mas faz”. O Brasil retrocederia a um populismo paulista desenvolvido do pós-guerra.
Fonte: Editorial - O Globo
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segunda-feira, 23 de novembro de 2015
A arte de sofismar
Luiz Inácio Lula da Silva é realmente um prodígio na nem sempre
delicada arte de sofismar, que os dicionários definem como o exercício
de “raciocínio vicioso, aparentemente correto e concebido com a intenção
de induzir em erro”. Haverá quem prefira substituir o verbo sofismar
por outro mais contundente: mentir. Qualquer dos verbos cai como uma
luva para definir o desempenho de Lula em entrevista televisiva de 40
minutos concedida ao jornalista Roberto D’Ávila, na qual se definiu como
“o mais republicano dos presidentes que este país já teve” e negou
categoricamente que esteja tentando de algum modo interferir no governo
Dilma, nem mesmo no que diz respeito ao ministro Joaquim Levy, ao ajuste
fiscal e à política econômica, porque “um ex-presidente tem que ter
muito cuidado para não dar palpite”.
Lula serviu-se de um rombudo argumento para dar um puxão de orelha nas centenas de milhares de brasileiros que votaram em Dilma e hoje se voltam contra ela. É como se fosse o caso de “um pai cujo filho está doente, com febre, mas em vez de cuidar dele prefere jogá-lo fora”. Quer dizer: Dilma está “doente, com febre”, mas ninguém se dispõe a ajudá-la. Nem ele próprio, que garantiu mais de uma vez: “Não dou palpite no governo”. Não corou um minuto. Não empalideceu jamais.
O ex-presidente não perdeu nenhuma oportunidade para discorrer sobre as “extraordinárias conquistas” dos governos petistas, durante os quais “o trabalhador, a classe média, os empresários, os banqueiros, todos ganharam”. Pressionado pelo entrevistador, admitiu, apenas implicitamente, que hoje o país enfrenta uma crise econômica que ameaça comprometer as conquistas sociais. Mas explicou que essa crise é devida a dois fatores sobre os quais o governo petista não tem responsabilidade. O primeiro é a crise financeira internacional provocada por capitalistas “irresponsáveis”.
O segundo responsável pela atual crise econômica, segundo Lula, é a “grave crise política”. Mergulhado nessa crise, o Congresso Nacional, “com total apoio da Imprensa”, se tem recusado a aprovar as medidas propostas pelo governo para botar suas contas em ordem. Essa esfarrapadíssima desculpa omite o fato de que, após eficiente toma lá dá cá – única providência que a elite palaciana consegue concluir com sucesso –, os parlamentares acabaram aprovando praticamente todo o pacote de medidas de interesse do Planalto.
Mais grave, no entanto, é Lula fingir que a “grave crise política” não foi criada pelo próprio governo petista, a começar pela desastrada tentativa de impedir a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara. Pois foi exatamente para tentar corrigir grosseiros erros políticos praticados por Dilma que Lula, que jura que não dá palpites, a convenceu a trocar os coordenadores políticos do governo, tirando da Casa Civil e das Relações Institucionais dois ministros nos quais ela confiava e os substituindo por outros que a ele são fiéis.
Mas foi no capítulo da corrupção que Lula se mostrou um verdadeiro artista. Começou, em tom dramático, definindo-se como um político de formação moral rígida e reputação absolutamente ilibada: “Só tenho um valor na minha vida, não são dois, apenas um: vergonha na cara, o que aprendi com uma mãe analfabeta”. Em relação ao escândalo da Petrobras – que lhe causou “um susto” –, saiu-se pela tangente afirmando que sempre foi favorável à investigação, repudiando apenas o “vazamento seletivo” de delações premiadas, e lançando a responsabilidade da esbórnia sobre “antigos funcionários” da estatal, que estavam lá “há muito tempo”. Tentando afastar qualquer suspeita sobre eventual envolvimento seu na devastação da empresa, garantiu, em seu melhor estilo palanqueiro: “Duvido, duvido muito, que algum empresário possa afirmar ter conversado comigo qualquer coisa que não fosse possível de ser concretizada em qualquer lugar do mundo”.
Trata-se de argumento que funciona para quem tem fé inabalável na retidão moral de quem o enuncia. Mais ou menos como a garantia que deu em 2005, de que não sabia da existência do mensalão: “Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento”. Depois de ter sido reeleito no ano seguinte, mudou o discurso partindo, como de hábito, do princípio de que o brasileiro é idiota: “O processo do mensalão é uma farsa”. Certamente, um dia dirá o mesmo sobre o petrolão.
Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo
Lula serviu-se de um rombudo argumento para dar um puxão de orelha nas centenas de milhares de brasileiros que votaram em Dilma e hoje se voltam contra ela. É como se fosse o caso de “um pai cujo filho está doente, com febre, mas em vez de cuidar dele prefere jogá-lo fora”. Quer dizer: Dilma está “doente, com febre”, mas ninguém se dispõe a ajudá-la. Nem ele próprio, que garantiu mais de uma vez: “Não dou palpite no governo”. Não corou um minuto. Não empalideceu jamais.
O ex-presidente não perdeu nenhuma oportunidade para discorrer sobre as “extraordinárias conquistas” dos governos petistas, durante os quais “o trabalhador, a classe média, os empresários, os banqueiros, todos ganharam”. Pressionado pelo entrevistador, admitiu, apenas implicitamente, que hoje o país enfrenta uma crise econômica que ameaça comprometer as conquistas sociais. Mas explicou que essa crise é devida a dois fatores sobre os quais o governo petista não tem responsabilidade. O primeiro é a crise financeira internacional provocada por capitalistas “irresponsáveis”.
O segundo responsável pela atual crise econômica, segundo Lula, é a “grave crise política”. Mergulhado nessa crise, o Congresso Nacional, “com total apoio da Imprensa”, se tem recusado a aprovar as medidas propostas pelo governo para botar suas contas em ordem. Essa esfarrapadíssima desculpa omite o fato de que, após eficiente toma lá dá cá – única providência que a elite palaciana consegue concluir com sucesso –, os parlamentares acabaram aprovando praticamente todo o pacote de medidas de interesse do Planalto.
Mais grave, no entanto, é Lula fingir que a “grave crise política” não foi criada pelo próprio governo petista, a começar pela desastrada tentativa de impedir a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara. Pois foi exatamente para tentar corrigir grosseiros erros políticos praticados por Dilma que Lula, que jura que não dá palpites, a convenceu a trocar os coordenadores políticos do governo, tirando da Casa Civil e das Relações Institucionais dois ministros nos quais ela confiava e os substituindo por outros que a ele são fiéis.
Mas foi no capítulo da corrupção que Lula se mostrou um verdadeiro artista. Começou, em tom dramático, definindo-se como um político de formação moral rígida e reputação absolutamente ilibada: “Só tenho um valor na minha vida, não são dois, apenas um: vergonha na cara, o que aprendi com uma mãe analfabeta”. Em relação ao escândalo da Petrobras – que lhe causou “um susto” –, saiu-se pela tangente afirmando que sempre foi favorável à investigação, repudiando apenas o “vazamento seletivo” de delações premiadas, e lançando a responsabilidade da esbórnia sobre “antigos funcionários” da estatal, que estavam lá “há muito tempo”. Tentando afastar qualquer suspeita sobre eventual envolvimento seu na devastação da empresa, garantiu, em seu melhor estilo palanqueiro: “Duvido, duvido muito, que algum empresário possa afirmar ter conversado comigo qualquer coisa que não fosse possível de ser concretizada em qualquer lugar do mundo”.
Trata-se de argumento que funciona para quem tem fé inabalável na retidão moral de quem o enuncia. Mais ou menos como a garantia que deu em 2005, de que não sabia da existência do mensalão: “Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento”. Depois de ter sido reeleito no ano seguinte, mudou o discurso partindo, como de hábito, do princípio de que o brasileiro é idiota: “O processo do mensalão é uma farsa”. Certamente, um dia dirá o mesmo sobre o petrolão.
Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo
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quinta-feira, 29 de outubro de 2015
O PT, definitivamente, é o Partido do Terror
Legitimação do terrorismo, incitação à violência,
venda de MP, compra de silêncio...
Escândalos:
– Juíza solicita a Dilma Rouseff todos os documentos
relativos às MPs de 2009 (Lula) e 2013, suspeitas de terem sido vendidas pelo
governo do PT. Zelotes neles!
– Receita
Federal sugere quebra de sigilo fiscal e
bancário de empresas de filho do Lula (Luis Claudio) e restaurante de filha de
Gilberto Carvalho. Tremei!
– Golpe
do PT de repatriação de dinheiro não declarado (com anistia de enrolados na
Lava Jato) foi retirado da pauta na Câmara. Gol do Brasil.
– Lauro
Jardim: “João Vaccari Neto tem andado indócil e irritado na prisão. Tem
preocupado os petistas.” Recado dado: ou me soltam, ou entrego vocês.
– Polícia
Federal apura se há relação entre mensalão e petrolão. Mais
especificamente, segundo o Estadão, entre o empréstimo de R$ 12
milhões feito pelo Banco Schahin em 2004 para o pecuarista José Carlos Bumlai e
a dívida de R$ 60 milhões da campanha de Lula de 2006 com o Grupo Schahin.
Marcos
Valério disse em 2012 que a Schahin seria recompensada com contratos da
Petrobras pelo empréstimo dado a Bumlai num episódio de chantagem contra o PT.
Bumlai teria atuado na compra do silêncio do empresário Ronan, que
ameaçava implicar Lula, Gilberto Carvalho e José Dirceu no caso do
assassinato do prefeito Celso Daniel, em 2002.
A PF
encontrou um contrato de R$ 6 milhões da empresa de Valério
envolvendo uma empresa de Ronan. Esse teria sido o preço do silêncio do
empresário.
Segundo
os novos delatores Eduardo Musa e Fernando “Baiano” Soares, um contrato de US$
1,6 bilhão da Petrobras foi dirigido em 2011 para a Schahin, com intermediação
de Bumlai e Baiano, como forma de compensar o grupo pela dívida eleitoral.
O PT sabe
como usar o Estado brasileiro para compensar aqueles que ajudam a varrer sua
sujeira para debaixo do tapete.
Terror:
– Senado aprovou, por 34 votos a 18,
texto-base do projeto que tipifica terrorismo, contra a vontade do PT, que
legitima o terrorismo dos “movimentos sociais”.
– Este
blog antecipou
em 1º de julho a
defesa do terror por petistas e linhas auxiliares quando
identificou o tópico no debate da redução da maioridade penal.
– Num
dia, Sibá Machado ameaça manifestantes: “Vamos pro pau
com vocês agora!” Noutro, militante do MTST os espeta com pau. Sibá será
cassado? Responderá por incitação à violência?
–
Manifestantes do Movimento Brasil Livre foram agredidos por militantes de
esquerda. O Globo: “Manifestantes brigam em frente ao Congresso Nacional”. Que
vergonha.
– Militantes do MTST expõe
seus “motivos” para protestar contra a lei antiterrorismo e encarar o MBL.
Imagine o que o líder Guilherme Boulos conta para essa gente.
– Depois,
Caiado publicou um ótimo texto no Facebook, que reproduzo abaixo:
“Quando
Lula falou em convocar ‘exército de Stédile’, era no sentido figurativo.
Quando
Mauro Iasi falou ‘fuzilar a direita’, era delírio de um radical que nada tinha
a ver com o governo do PT.
Ontem
(terça, 27), o líder do PT na Câmara Sibá Machado falou aos manifestantes
pró-impeachment de Dilma que ia “colocar essa gente para correr”.
Hoje
(quarta, 28), uma horda do MTST invadiu o acampamento dos garotos em frente ao
Congresso, hostilizou e agrediu os manifestantes.
Um
perfeito exemplo de coletivo bolivariano nos moldes da Venezuela.
Visitei
os garotos que me relataram o episódio de violência, incitação ao ódio e ao
tumulto.
Militantes
foram na intenção de gerar o conflito e desmobilizar o movimento – estratégia
fracassada diante da maturidade e frieza com a qual os garotos lidaram com a
questão.
Me
pronunciei no Senado a respeito pedindo mais segurança ao presidente do
Congresso e que fosse reforçado o efetivo com a Polícia Militar.
Se
essa demonstração não é incitação ao ódio, se isso não é um ataque direto à
democracia, se isso não é um atentado às instituições brasileiras, onde vamos
parar?
Vai
precisar morrer alguém para ver que essa gente já há muito se configura como
uma milícia política que acredita estar acima da lei?”
Ou será
que já morreu?
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sábado, 3 de outubro de 2015
PF, mais perto de Lula, mas ainda de leve
Lula na PF: por que um simples depoimento ganha tanto destaque? Ou: Mais perto de Lula, mas ainda de leve
Estamos
todos dando títulos garrafais ao assunto. Vamos ver por quê. O ministro
Teori Zavascki, do Supremo, autorizou que a Polícia Federal ouça o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva num dos inquéritos que compõem a
Lava-Jato. Lula vai falar, destacou o ministro, como “informante”, não
como investigado.
Irão depor
também Rui Falcão, presidente do PT; José Eduardo Dutra e José Sérgio
Gabrielli, ex-presidentes da Petrobras; José Filippi Jr., ex-tesoureiro
das campanhas de Lula e Dilma, e os ex-ministros Ideli Salvatti,
Gilberto Carvalho e José Dirceu. Nesse mesmo inquérito, são
investigados, entre outros, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o ex-tesoureiro do PT João
Vaccari Neto.
A palavra
“informante” não deixa claro se Lula vai prestar depoimento à PF como
testemunha, hipótese em que uma eventual mentira ou omissão deliberada
têm consequências legais. O estardalhaço derivado da notícia se deve ao
fato de que, incluindo mensalão e petrolão, esse depoimento do
ex-presidente à PF será o mais perto que uma investigação terá chegado
do Grande Demiurgo.
No pedido encaminhado ao STF, o delegado Josélio Azevedo Souza destacou:
“Atenta ao aspecto político dos
acontecimentos, a presente investigação não pode se furtar de trazer à
luz da apuração dos fatos a pessoa do então presidente da Republica Luiz
Inácio Lula da Silva, que, na condição de mandatário máximo do país,
pode ter sido beneficiado pelo esquema em curso na Petrobras, obtendo
vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo,
com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de
negócios ilícitos na referida estatal”.
O delegado consideru ainda mais:
“A presente investigação não pode estar
dissociada da realidade fática que ela busca elucidar e, no presente
caso, os fatos evidenciam que o esquema que por ora se apura é, antes de
tudo, um esquema de poder político alimentado com vultosos recursos da
maior empresa do Brasil”.
Dilma não!
O PSDB havia entrado com um pedido para
que o Supremo informasse a PF sobre a possibilidade de ouvir Dilma
Rousseff nesse mesmo inquérito. Zavascki se negou a examinar a questão
porque disse que o tribunal “não profere decisões de caráter meramente
consultivo” e que pedido dessa natureza deveria ser encaminhado pelo
Ministério Público.
É quase uma
firula jurídica, mas precisa ser explicada. Por que o PSDB entrou com
aquele pedido? É que o delegado Josélio havia dito que as mesmas
circunstâncias que pediam o depoimento de Lula também pediam o de Dilma,
mas que ela estaria impedida de ser investigada em razão de um óbice
constitucional. Afinal, define o Parágrafo 4º do0 Artigo 86 da
Constituição:
“§ 4º O Presidente da República, na
vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções”.
O PSDB
lembrou, com correção, em seu pedido que jurisprudência do Supremo
garante, sim, que presidentes sejam investigados ao menos. De resto, a
PF deixou claro que Lula não seria nem mesmo um investigado.
Mas Zavascki disse “não”.
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