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quarta-feira, 15 de março de 2023

Joias: TCU dá cinco dias para Bolsonaro entregar segundo pacote e fará varredura em presentes - O Estado de S. Paulo

Corte de contas também requereu que conjunto de diamantes de R$ 16,5 milhões que está apreendido com a Receita Federal vá para o acervo público, após conclusão das investigações

O  Tribunal de Contas da União (TCU) deu prazo de até cinco dias para que o ex-presidente Jair Bolsonaro devolva o segundo jogo de joias que recebeu do regime da Arábia Saudita. O conjunto, que reúne peças em ouro como relógio, caneta e abotoaduras, está guardado em um local privado de Bolsonaro, no Brasil. [Bolsonaro está fora do Brasil, em viagem de férias e ao que sabemos está sujeito às leis brasileiras, especialmente quando o acusam da suposta prática de atos ilícitos - só que a condição de suspeito, notadamente estando o produto daqueles atos,supostamente ilícitos,  em território brasileiro, não o obriga a atender intimações absurdas da corte de contas. 
Parece que o pessoal do TCU, desde que foram flagrados na pretensão de utilizar recursos públicos para instalação de equipamento de lazer para seus servidores se divertirem durante o expediente = equipamento comprado e instalado com recursos públicos, em local da administração pública, para ser usado em atividades de lazer durante horário de expediente dos usuários = é muito PÚBLICO para uma corte de contas.
Aí para variar querem aparecer,mostrar serviço, como sempre se valendo do presidente perpétuo - JAIR MESSIAS BOLSONARO.] 
 
A ordem é para que as joias sejam enviadas para a Secretaria Geral da Presidência da República, que fica dentro do Palácio do Planalto.
O tribunal também determinou que o conjunto de diamantes de R$ 16,5 milhões que está apreendido com a Receita Federal na alfândega de Guarulhos (SP) tenha o mesmo destino, após a conclusão das investigações sobre o caso.

Além das joias dadas pelo regime saudita, a corte requereu o fuzil e pistola recebida por Bolsonaro em 2019, dos Emirados Árabes. Paralelamente, foi determinada uma varredura minuciosa em todos os presentes que o ex-presidente recebeu em seus quatro anos de governo, conforme antecipou o Estadão nesta quarta-feira, 15. Aquilo que não for considerado como presente “personalíssimos” terá de ser integrado ao patrimônio da União, e não poderá ficar com Bolsonaro.

Outra decisão tomada é que, a partir de agora, nos últimos dois meses que antecedem o fim de cada mandato, passará a ser feito um pente-fino daquilo que pode ou não ser incorporado pelo então presidente como bem pessoal.

A defesa de Jair Bolsonaro sustentou que os presentes dados pelos sauditas seriam bens pessoais e que poderiam ser incorporados ao acervo privado do presidente. Na semana passada, ao se manifestar sobre os presentes, o advogado do ex-presidente Bolsonaro, Frederick Wassef, declarou que Bolsonaro, “agindo dentro da lei, declarou oficialmente, os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens, não existindo qualquer irregularidade em suas condutas”. Flávio Bolsonaro também saiu da defesa do pai e disse que as caixas de joias eram “personalíssimas, independentemente do valor”.

O ministro do TCU Walton Alencar, porém, que foi o relator do processo que definiu as regras sobre o assunto, ainda em 2016, foi claro em suas colocações. “Não há dúvida de que se trata de presente oficial, protocolar, destinado ao governo brasileiro, ou seja, por de trás da primeira-dama ou do presidente da República, está o Estado brasileiro, o governo brasileiro”, comentou o ministro. “Essas joias, a exemplo de todos os demais presentes, têm de ser entregues à Presidência da República, lá catalogadas e essas joias devem integrar o patrimônio público brasileiro, sob a guarda da Presidência da República.”

O presidente da corte, ministro Bruno Dantas, foi o autor da proposta para que os presentes oficiais passem por uma auditoria ao fim de cada mandato. Todas as propostas foram aprovadas por unanimidade. “Esse trabalho vai constar no plano de fiscalização do TCU. Não é possível que, a cada quatro anos, tenhamos uma crise porque esse ou aquele presidente entendeu que um presente era para o seu acervo particular”, afirmou Dantas.

Ele também destacou o entendimento básico sobre o que é um presente de caráter pessoal. Trata-se de atender a dois requisitos: ser um item considerado personalíssimo e de baixo valor monetário, como uma camisa de clube, uma garrafa de bebida típica, um perfume ou um lenço
“Estes são itens que preenchem esses requisitos para o acervo particular de um presidente. Se não preenche esses dois itens, devem ir para o acervo da presidência e isso está definido no acordão de 2016″, disse.

Walton Alencar chegou a multiplicar os salários brutos dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que hoje recebem R$ 39.293,32 por mês, para demonstrar a exorbitância da joias apreendidas e estimadas em cerca de R$ 16,5 milhões. “Fiz uns cálculos. Mesmo que um ministro do STF tenha trabalhado por 50 anos com salário bruto, não seria o suficiente para adquirir esse patrimônio em joias”, declarou.

O ministro relator do caso, Augusto Nardes, confirmou que chegou a receber a proposta da defesa de Bolsonaro, de entregar os itens ao TCU, mas que tudo deve ser encaminhado mesmo para a Secretaria Geral da Presidência. “Esta casa não tem jurisprudência neste sentido, de receber joias e demais objetos de valor por falta de amparo legal. Não cabe ao tribunal receber”, disse.

Conforme revelou o Estadão, a comitiva do governo Jair Bolsonaro tentou entrar no Brasil com duas caixas de joias de forma ilegal e sem declarar à Receita Federal. Uma caixa foi avaliada em cerca de R$ 400 mil, com relógio com pulseira em couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha (uma espécie de rosário islâmico) rose gold, todos da marca suíça Chopard.

O conjunto de diamantes bem mais valioso, estimado em cerca de R$ 16,5 milhões e que seria levado para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, inclui colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes. Este acabou retido pelos auditores da Receita, em 26 de outubro de 2021. A comitiva do governo, que era liderada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentou entrou no Brasil sem declarar os bens, o que é ilegal. Ao serem abordados pelos fiscais da Receita, em Guarulhos, que já tinham reunido informações que levantavam suspeitas, descobriu-se que carregavam as joias milionárias.

A posse do conjunto de diamantes estava na bagagem do assessor Marcos André Soeiro, que foi parado pelos fiscais. Já Bento Albuquerque, estava com o segundo pacote de peças em ouro, passou pela alfândega e não foi abordado. Ele retornou ao local de inspeção mesmo após ter saído da área, disse que era um presente para Michelle Bolsonaro e tentou liberar o item, mas não conseguiu. Nas cerca de duas horas que ali permaneceram, os integrantes da comitiva entraram em contato, ainda, com a chefia da Receita Federal, para tentar reaver o item apreendido, mas não tiveram êxito.

Desde 2016, uma regra determinada pelo TCU impõe que presidentes só podem ficar itens recebidos se estes forem considerados “bens personalíssimos”. São itens como camisetas e perfumes, por exemplo. O TCU veda expressamente presentes como os que foram enviados ao casal Bolsonaro. Quando o Estadão revelou o escândalo das joias, a primeira atitude de Bolsonaro e de Michelle foi dizer que não tinham conhecimento dos presentes e insultar a imprensa. Nos dias seguintes, com as novas revelações e detalhamentos sobre o caso, Bolsonaro admitiu que recebeu um segundo pacote e que o guardou em seu poder, tendo incluído o item nos sistemas oficiais do Palácio do Planalto como item pessoal.

Houve ainda a tentativa determinada pelo próprio Bolsonaro de não apenas tentar retirar as joias apreendidas dos cofres da alfândega, em Guarulhos, como ainda inserir os dados desse jogo de diamantes dentro desse mesmo sistema, como item pessoal, mesmo sem ter as joias em suas mãos. Como a tentativa - que mobilizou até mesmo um voo da Força Aérea Brasileira - se mostraria fracassada, foi solicitada a exclusão dos dados do sistema. Essas informações já foram confirmadas e repassadas à Polícia Federal. As investigações sobre o caso já envolvem, além da PF, outras frentes de apuração que são realizadas pelo Ministério Público Federal em Guarulhos, Controladoria Geral da União, Receita Federal e Comissão de Ética da Presidência da República.

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Lula critica Bolsonaro na diplomação; Moraes fala em punir quem ameaçou a democracia - República

Wesley Oliveira

Justiça Eleitoral

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira (12), e usou seu discurso para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu governo, sem citá-lo nominalmente. Segundo Lula, "poucas vezes [a democracia] esteve tão ameaçada" como nas últimas eleições. 
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, também discursou dizendo que a democracia brasileira foi ameaçada por "covardes". Ele ainda disse que os responsáveis serão responsabilizados "para que isso não volte nas próximas eleições".

A cerimônia da diplomação do presidente eleito e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) marca o fim do processo eleitoral, e tem como objetivo atestar que ambos foram eleitos e que a eleição presidencial foi legítima. No seu discurso, Lula disse que sua vitória nas eleições foi a vitória da democracia. "Este não é um diploma do Lula presidente. É um diploma de uma parcela significativa do povo que ganhou o direito de viver em uma democracia. Vocês ganharam esse diploma", disse Lula ao mesmo tempo em que chorava de emoção.

Sem citar o presidente Bolsonaro diretamente, Lula afirmou ainda que "poucas vezes [a democracia] esteve tão ameaçada" como nas últimas eleições. De acordo com o presidente eleito, a vontade popular foi testada diante dos ataques ao sistema eleitoral com o objetivo de desgastar o sistema democrático. Trata-se de uma crítica indireta a Bolsonaro, que questiona a segurança das urnas eletrônicas. "Quando se esperava um debate político democrático, a nação foi envenenada com mentiras produzidas no submundo das redes sociais. Eles semearam a mentira e o ódio, e país colheu violência política que só se viu nas páginas mais tristes de nossa história. E, no entanto, a democracia venceu", completou o presidente eleito.

Ainda durante o seu discurso, Lula celebrou a "coragem" da Justiça Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal (STF) durante todo o processo eleitoral. "Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas, cuja confiabilidade é reconhecida há muito tempo por todo o mundo. [o todo mundo do eleito, resume-se a 3 países: Bangladesh, Brasil e Butão, que usam as urnas eletrônicas.] Quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Superior Eleitoral que enfrentaram toda a sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular", disse o petista.

Ao finalizar o seu discurso, Lula se comprometeu a "fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo". "Reafirmo hoje que farei todos os esforços para, juntamente com meu querido companheiro Geraldo Alckmin, cumprir o compromisso que assumi não apenas durante a campanha, mas durante toda a minha vida: fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo, com a garantia de dignidade e qualidade de vida para todos os brasileiros, sobretudo as pessoas mais necessitadas", disse o presidente eleito.[será que o eleito já perguntou para o Alckmin se agora que ele foi eleito - o que no dizer do Alckmin significa voltar à cena do crime  - o ex-tucano aceita dividir a cena do crime com ele.]

Moraes defende urnas e o trabalho do TSE nas eleições
Após a fala de Lula, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, abriu o seu discurso dizendo estar honrado de receber os convidados no "tribunal da democracia". Para ele, "extremistas usaram as redes sociais para disseminar notícias falsas". "Passaram a atacar a mídia tradicional para, desacreditando-a, substituir por suas medidas autoritárias e discriminatórias", disse.

Ainda de acordo com Moraes, a Justiça Eleitoral se preparou para assegurar a lisura das eleições. "[A Justiça Eleitoral se preparou] para combater com eficácia, eficiência, celeridade aos ataques antidemocráticos ao Estado de Direito e os covardes ataques pessoais aos seus membros e de todo o poder Judiciário", afirmou ele.

O presidente do TSE disse que, a despeito dos questionamentos à lisura das urnas eletrônicas, nenhuma fraude foi encontrada quem questionou as urnas durante todo o processo eleitoral foi o presidente Bolsonaro. "Esses grupos criminosos atuam no mundo inteiro para desacreditar o sistema eleitoral. (...) Jamais houve uma fraude constatada nas eleições realizadas com as urnas eletrônicas". Para Moraes, existe a necessidade de se responsabilizar aqueles "que buscam subverter a ordem democrática". "Eles serão integralmente responsabilizados para que isso não retorne nas próximas eleições. A Justiça Eleitoral soube garantir a estabilidade democrática", completou.

Para o ministro, a diplomação consolida a vontade popular. "Os vencedores foram proclamados e hoje estão sendo diplomados. Encerra-se mais um ciclo democrático com respeito à soberania popular e à Constituição Federal", finalizou.

Diplomação de Lula foi antecipada pelo TSE

A diplomação, que está prevista no Código Eleitoral, tem de ser realizada até o dia 19 de dezembro. Em princípio, essa seria a data da diplomação de Lula. Mas, a pedido do petista, a solenidade foi antecipada para este dia 12. A solenidade finaliza o processo eleitoral. Antes da sessão, o tribunal analisa a prestação de contas das coligações eleitorais, para verificar se estão dentro da legalidade; No caso de Lula e Alckmin, isso ocorreu na terça-feira (6) passada, com aprovação por unanimidade pelo TSE das contas de campanha. [cabe lembrar que apesar do entendimento de que a diplomação finaliza o processo eleitoral, A Constituição Federal, estabelece no parágrafo 10, do artigo 14, que a data da sua realização também inicia o prazo de ate 15 dias para que eventuais impugnações ao mandato eletivo do diplomado sejam apresentadas.
Tal determinação sustenta a nossa opinião, de leigos,  de que somente após o transcurso dos 15 dias, não ocorrendo impugnações o processo eleitoral se torna definitivamente válido e é encerrado.]

O diploma é um documento físico que deve conter o nome do candidato, a legenda do partido ou da coligação sob a qual concorreu, o cargo para o qual foi eleito ou a sua designação como suplente.

Durante a solenidade, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, cumprindo uma formalidade, oficializou o resultado da eleição com a seguinte declaração: “Pela vontade do povo brasileiro, expressa nas unas no dia 30 de outubro de 2022, o candidato pela coligação Brasil da Esperança formada por Federação Brasil, PT, PCdoB, Solidariedade, Federação PSOL-REDE, PSB, AGIR, AVANTE E PROS, Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito presidente da república federativa do Brasil. Em testemunha desse fato, a Justiça Eleitoral expediu-lhe este diploma que o habilita a investidura perante ao cargo perante ao Congresso Nacional em primeiro de janeiro de 2023 nos termos da Constituição Federal”.

Além de Lula e de Geraldo Alckmin, a cerimônia de diplomação reuniu os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. De acordo com o TSE, foram confirmadas as presenças de mais de 120 convidados e 45 representações diplomáticas estrangeiras.


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TSE reforçou segurança para diplomação de Lula
 A cerimônia de diplomação de Lula ocorreu sob forte esquema de segurança na região do TSE, em Brasília. A área externa do tribunal contou com policiamento reforçado por oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal e até varredura de grupo antibomba da Polícia Federal.

As vias que dão acesso ao TSE foram interditadas pela PM, que só autorizou a passagem de servidores públicos e convidados credenciados para participar da diplomação. O tribunal, que fica numa área distante da Esplanada dos Ministérios, reforçou a segurança predial com o uso de grades de proteção nas imediações. O perímetro da Corte ainda contou com o monitoramento de agentes especiais da PF, que cuidam da preparação de grandes eventos com a presença do presidente em exercício ou do presidente eleito.

Nenhum conflito ou tumulto foi verificado nas imediações do TSE.

Wesley Oliveira, colunista - Gazeta do Povo - República


quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Imunidade turbinada: estudo mostra que infecção por Covid-19 complementa vacina e cria superproteção - O Globo

Giulia Vidale

Covid-19: combinação entre vacina e infecção natural pelo coronavírus cria 'superimunidade'

[podemos acreditar? é o tipo de notícia sempre desejada, esperada.Devemos torcer para não ser mais um chute dos "especialistas". !!!]

Combinação resulta em anticorpos dez vezes mais potentes contra a doença
Micrografia eletrônica de varredura colorida mostra célula fortemente atacada pelo SARS-Cov-2 (em vermelho) Foto: NIH/Divulgação
Micrografia eletrônica de varredura colorida mostra célula fortemente atacada pelo SARS-Cov-2 (em vermelho) Foto: NIH/Divulgação

Ômicron:Novo subtipo pode ser mais contagiante, mas sem risco aumentado de internação

De acordo com a pesquisa, a quantidade de anticorpos no sangue de pessoas que foram infectadas após a vacinaçãoe vice-versa é dez vezes maior do que aquela gerada apenas pela imunização. O estudo foi realizado antes do surgimento da Ômicron, mas os cientistas esperam que as respostas imunes híbridas sejam semelhantes para a nova variante, altamente transmissível.

Estudo:Ômicron é a variante que sobrevive por mais tempo na pele e em superfícies plásticas

Segundo especialistas ouvidos pelo GLOBO, esse resultado reforça o que já foi mostrado em trabalhos anteriores e adiciona uma nova via para a superimunidade. — Esse estudo mostra que a pessoa que se infectou deve se vacinar. Ele reforça o que sabíamos até agora. Mas o mais interessante é que ele mostra que a pessoa que se vacinou, se for infectada, está superprotegida também. Ainda não havia evidências sobre isso — diz o médico Salmo Raskin, geneticista e diretor-médico do Laboratório Genetika, de Curitiba.

Investigação
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram a reposta imunológica de 104 pessoas que estavam vacinadas contra a Covid-19. Elas foram divididas em três grupos: 42 vacinados sem contágio prévio, 31 que receberam imunizante após uma infecção e outros 31 que foram infectados depois da vacinação. Em seguida, os cientistas coletaram sangue dos participantes e as amostras foram expostas em laboratório a três variantes do Sars-CoV-2: Alfa (B.1.1.7), Beta (B.1.351), e Delta (B.1.617.2).

Os resultados mostraram que os dois grupos com “imunidade híbrida”, composto por aqueles que foram vacinados depois de serem infectados e vice-versa, geraram os maiores níveis de anticorpos em comparação com o grupo que foi apenas vacinado. Em ambos os casos, a resposta imune medida no soro sanguíneo revelou anticorpos igualmente mais abundantes e pelo menos dez vezes mais potentes do que a proteção gerada apenas pela vacinação. — Quanto mais exposição aos antígenos, maior o benefício. Se a pessoa teve Covid-19, por exemplo, a vacina vai estimular, selecionar e expandir as células de defesa que a infecção natural selecionou — explica Raskin.

Embora a infecção natural e a vacinação estimulem o sistema imunológico, elas agem de maneira diferente. Portanto, acrescenta o geneticista, há complementação. O infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), acrescenta que a imunidade híbrida gera uma resposta mais robusta não só em níveis de anticorpos, mas em outras frentes da defesa, como a imunidade celular, na qual linfócitos B de memória são capazes de reconhecer agentes infecciosos.

Há alguns trabalhos que indicam que a imunidade híbrida é mais eficaz para prevenir novas infecções e também para reduzir a transmissão. Entretanto, vale ressaltar que isso não significa que pessoas que apresentam esse tipo de imunidade podem abandonar os cuidados preventivos. Para começar, ainda não existem estudos que mostrem, na prática, o quanto esse reforço se traduz em proteção. Além disso, também não se sabe qual é a duração dessa defesa.

— A maioria dos estudos disponíveis é feita em laboratório. Eles apontam um sentido, mas não são categóricos. Para responder essas questões, é preciso realizar estudos de mundo real, que não são simples de serem feitos. Mas são eles que vão comprovar se, na prática, esse aumento da resposta imunológica se traduz em menos infecções, por exemplo. Além disso, outras variáveis precisam ser observadas, como a vacina recebida, o tempo entre a vacinação e a infecção, as variantes circulantes, o desfecho considerado (se são formas mais graves ou mais leves). Ainda tem muita coisa sem resposta, mas é uma construção de conhecimento — diz Kfouri.

Intervalos
Um estudo publicado em setembro na revista Nature alertou, por exemplo, para a necessidade de considerar o momento em que a infecção aconteceu e também o período da vacinação, porque até mesmo a imunidade híbrida varia entre os indivíduos. Para explicar, Raskin faz uma analogia com a imunização. Tomar várias vacinas seguidas, sem respeitar um intervalo mínimo entre as doses, por exemplo, não se traduz em maior proteção contra o coronavírus. — Há um consenso de que um maior intervalo entre as doses se traduz em maior proteção, justamente porque dá tempo para o organismo produzir a resposta imunológica, e só quando ela começa a cair é a hora de pensar em ativá-la novamente — destaca.

Apesar dessas lacunas e do estudo não ter avaliado especificamente a proteção da imunidade híbrida contra a Ômicron, especialistas estão otimistas com a possibilidade de as características da variante, capaz de infectar pessoas já vacinadas, ajudarem a multiplicar as pessoas superimunes à Covid-19 e, assim, aproximar o mundo do fim da pandemia. “Esses resultados apontam para um momento em que o Sars-CoV-2 pode tornar-se uma infecção endêmica leve, como uma infecção sazonal do trato respiratório, em vez de uma pandemia”, salientou um dos autores, Marcel Curlin, especialista em infectologia na universidade norte-americana, em comunicado.

Em Saúde - O Globo - MATÉRIA COMPLETA


terça-feira, 11 de junho de 2019

O que está em jogo - É preciso esclarecer quem tinha interesse em saber das conversas entre os membros da Operação Lava-Jato.


Mais uma vez estamos diante de um debate político que envolve questões jurídicas e morais, nessa longa e penosa luta contra a corrupção, que é o que está em jogo.  Os trechos das conversas entre o procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro, e entre os procuradores da Lava Jato, no sistema aplicativo de mensagens Telegram foram conseguidos através de uma ação ilegal, e não servem de prova em praticamente lugar nenhum do mundo civilizado.

Temos o exemplo da operação Satiagraha, anulada porque se descobriu que as investigações usaram grampos ilegais.  A partir daí, a consequência prática não existe. A questão maior é a repercussão política, para reforçar a ideia de que Lula foi injustiçado, embora nas conversas não exista nada que o absolva das acusações.  No Brasil, juízes e ministros dos tribunais superiores conversam com as partes, e opinam fora dos autos. Ministros do Supremo, como Joaquim Barbosa no exercício da função, não recebem as partes. Outros, como a ministra Cármen Lúcia, recebem sempre na presença de uma testemunha. E há os que conversam com as partes sem maiores preocupações.

No caso, o ex-presidente Lula já foi condenado em três instâncias, inclusive no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essas são as instâncias que podem corrigir eventual desvio no processo de julgamento. E quem pode julgar Moro, se for o caso, é a Corregedoria da Vara de Curitiba ou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os procuradores serão investigados pelo Conselho Nacional do Ministério Público. É preciso esclarecer quem tinha interesse em saber das conversas entre os membros da Operação Lava-Jato, e como invadiu os celulares dos Procuradores da Lava-Jato. Essa é a parte política do imbróglio, que merece especial atenção. Não há dúvida de que os setores interessados no fim da Lava Jato são beneficiados.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, teve um problema semelhante quando presidia o STF. Uma varredura em seu gabinete convenceu-o de que estava sendo grampeado, e ele não teve dúvidas.  Foi ao então presidente Lula para exigir, em nome do Poder Judiciário, uma investigação do caso, que, aliás, nunca foi esclarecido, nem o áudio do grampo apareceu. Mas a gravidade do ataque ao Judiciário o mobilizou.  O que aconteceu com os procuradores é diferente do vazamento de delações premiadas que vem incomodando tanto ao ministro Gilmar Mendes e a outros ministros do Supremo.  As conversas obtidas por hackers fazem parte de uma etapa mais grave, de invasão de privacidade.

A Constituição é peremptória ao definir que provas ilegais são inadmissíveis em qualquer processo. O Código de Processo Penal diz que o juiz se torna suspeito, entre outras coisas, se “tiver aconselhado qualquer das partes”. O hoje ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro diz que não sugeriu nada. Apenas combinou com os Procuradores as etapas das operações que tinham que ser autorizadas por ele. Uma questão de logística.  Há uma corrente de criminalistas que entende que as provas ilegais podem ser usadas para defender o réu. Se elas demonstram a parcialidade do julgador, podem ajudar a soltar o condenado, que é o que querem para Lula. [nada fará voltar o tempo e anular os, até o momento, 14 meses e cinco dias de prisão que o celerado Lula já cumpriu e nem anulará as condenações posteriores que cairão sobre eles - já tem uma pendente.]

Mas é improvável que um criminalista aceite a tese contra seu cliente, se, por exemplo, houver uma gravação ilegal que prove sua culpa O Supremo, onde certamente chegará o caso, não pacificou ainda a jurisprudência. Tem decidido a favor da tese de que provas ilegais corrompem todo o processo, mas também, em alguns casos, aceita que elas possam ser usadas pela defesa, para corrigir uma eventual injustiça.  Em outro caso de grampo político, o de Joesley Batista na conversa com o ex-presidente Michel Temer, havia uma definição do STF. Qualquer das partes envolvidas pode gravar uma conversa sem a autorização da outra, o que não se confunde com a interceptação, que é o crime de que se trata.

Muitos juristas consideram que não há ilegalidade nas conversas, e o próprio “Intercept Brasil”, site que divulgou as conversas, diz que não há ilegalidade, mas imoralidade.  A questão moral é uma discussão mais ampla, difícil de se chegar a uma conclusão, pois cada ato se justifica moralmente, dependendo de que lado você está. Especialmente no combate à corrupção, em um país corroído por ela em todos os níveis institucionais.


Merval Pereira - O Globo


terça-feira, 4 de junho de 2019

Próxima tragédia: A Judicialização das Reformas

O Presidente Jair Bolsonaro fatura os bons frutos de sua amizade pessoal com David Alcolumbre. O rolo compressor do presidente do Senado foi fundamental para a aprovação da medida Antifraude no INSS – que caducaria ontem. Foram 52 votos a favor e 12 contra o modelo considerado a primeira etapa da reforma da previdência e que pode gerar uma economia de R$ 9,8 milhões aos cofres públicos, em 12 meses. Os alvos são benefícios com “indícios de irregularidades”.
O probleminha” é que o pente-fino no INSS pode atrasar – ou nem acontecer – porque depende de dois fatores: 1) falta de dinheiro e 2) risco de judicialização. No primeiro caso, o Congresso precisa aprovar uma medida que autorize gastos extras para pagar bônus a peritos que farão a varredura na seguridade social, fora do horário normal de trabalho. Na segunda hipótese, a tendência é que a “devassa” seja questionada no Supremo Tribunal Federal.

A advogada especialista em Direito Previdenciário e coordenadora do Movimento Acorda Sociedade (MAS) em São Paulo, Dirce Namie Kosugi, adverte que a MP 871, aprovada ontem, “é, de fato, o início da reforma da previdência, só que, camuflada de ação antifraude, representa um pacote de inconstitucionalidades, ilegalidades, confisco e sentença de morte para os mais necessitados”. Dirce Kosugi reclama que “o texto estabelece a inversão de presunção de inocência, colocando todos os segurados na condição de culpados até que provem o contrário. 80% dos benefícios revistos foram negados. Podemos concluir 1. Que á algo errado nessas negativas ou 2. Temos uma população de fraudadores”.

A especialista chama atenção que a medida antifraude no INSS também altera a pensão por morte e restringe o pagamento de auxílio-reclusão para as famílias de presos que cumprem pena em regime fechado. Dirce Kosugi alerta: “Vale lembrar que,  para que a família do preso tenha direito ao auxílio-reclusão, houve a contribuição previdenciária. Portanto, o nome disso é confisco”. Dirce aponta outros pontos problemáticos da medida: “É uma aberração jurídica! O devido processo legal, a ampla defesa foram enterrados com todos os demais direitos fundamentais. Essa MP é o início da PEC 06 e sela o seu desfecho pois exclui em massa legítimos beneficiários da previdência pública”.
Se tal raciocínio jurídico estiver correto, a previsão é que esse ponto nevrálgico da reforma da previdência tenha sua constitucionalidade questionada no Supremo Tribunal Federal. Além deste risco concreto, o principal da reforma pode nem ser aprovado até agosto – conforme deseja o Governo. O atraso pode ser causado porque a Câmara e o Senado chegaram a um consenso de que precisam de mais tempo para analisar MPs. O assunto será debatido no Congresso Nacional, depois de um acordo fechado entre Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia.
São Pedro e São João podem atrasar a reforma. Não será fácil contar com o quorum parlamentar, principalmente das bancadas do Norte e Nordeste, que priorizam as festas juninas de “extremo interesse político no ano que antecede eleições municipais”. A chiadeira já é forte porque Rodrigo Maia avisou que cancelaria viagens de colegas no final deste mês, para garantir um quorum de pelo menos 500 deputados.
A temporada de encrencas está apenas começando... Mas, em vez de debater previdência, o Brasil vai dar uma paradinha para “discutir” Copa do Mundo de Futebol Feminino, Copa América de Futebol Masculino, além, claro, da polêmica policial envolvendo sacanagens sexuais do craque Neymar Júnior...
Com direito à vinheta na voz do Edmo Zerife: “Brazil-zil-zil-zil-zil”.

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net



quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Força-tarefa da procuradora-geral da PGR contra a violência no Rio NÃO VAI RESOLVER NADA. É cosmética.

PGR cria força-tarefa para violência no Rio

Raquel Dodge assinou portaria que cria um grupo estratégico, vinculado diretamente a seu gabinete, para atuar no “enfrentamento das organizações criminosas que violam a segurança pública no Rio de Janeiro”.


[ Força-tarefa da procuradora-geral da PGR contra a violência no Rio NÃO VAI RESOLVER NADA. É cosmética. 
Alguém avisar a procuradora-geral que prender traficante, bem armado e disposto a morrer matando, não é a mesma coisa que prender Sérgio Cabral, Paulo Roberto, Geddel e outros.
Tem que ser as FF AA, a PM e a PF agindo da forma adequada para tratar com bandidos perigosos, bem armados e prontos para matar.]
 A força-tarefa será integrada por um procurador regional e quatro procuradores da República. O foco é o combate ao tráfico de drogas e armas, e à lavagem de dinheiro.
A transferência de Sérgio Cabral para um presídio federal, pela Lava Jato, já foi um bom começo.
[que importância tem para os traficantes do Rio  a transferência de Sérgio Cabral para um presídio federal?
traficante se combate com o confronto, não se combate com medidas cosméticas; 
que o ex-governador vai ter cuidado com o que vai falar de agora em diante é fato, mas, os bandidos não estão nem aí.
Bandidos do estilo traficantes do Rio se combate com o confronto, com ações de combate, com cerco, asfixia e varredura.

De todas as operações realizadas no Rio com o apoios das Forças Armadas neste século a mais exitosa (apesar do efeito mínimo) foi a do começo do mês na favela da Rocinha e o êxito foi consequência das tropas terem cercado áreas da favela e efetuada varredura;
só que uma ação que deveria durar no mínimo trinta dias, resolveram em três e os bandidos já controlam a situação e estão espalhando as áreas onde marcam presença ostensiva (já estão assassinando comandante de Batalhão da PM do Rio - coronel Teixeira, comandante 3º BPM, morto por bandidos hoje) para mostrar força.

Transferir por alguns dias o Comando-Geral da PMERJ para a sede do 3º BPM é UMA MEDIDA válida, desde que seguida de outras e todas de caráter duradouro. 
Além da moral que as Forças Armadas possui - especialmente agora que decidiram, acertadamente, que militar que mata em serviço tem direito a ser julgado pela Justiça Militar - tem disponibilidade de um grande efetivo, o ideal para uma operação de cerco de longa duração.

O que deve ser feito é um cerco pesado, malha fina, na favela da Rocinha, outro cerco no complexo de favela do Lins e um terceiro em outro conjunto de favelas, de forma a que ninguém entre nem saia das favelas sob cerco sem ser devidamente revistado e qualquer objeto suspeito apreendido.

Mas, só vai funcionar se mantiver o certo por uns 30 dias e depois ir reduzindo o perímetro, comprimindo a área cercada (asfixia) e antes de liberar essas áreas, ocupem outras.

Quando o crime organizado do Rio encontrar várias favelas sob cerco demorado, asfixia do movimento mesmo, vão procurar evitar que a ação 'cerco e asfixia' continue.
Operações cosméticas só desmoralizam as FF AA e a Polícia MIlitar..
Força-tarefa da Raquel Dodge é algo para conversar sobre o que pode ser feito quando as Forças Armadas, Polícia Militar e Civil limparem a área.]

 
Fonte: O Antagonista
 
 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Ação das Forças Armadas em presídios terá mil homens ao custo de R$ 10 milhões

Presidente TEMER: a obsessão de Vossa Excelência em valorizar bandidos avilta as Forças Armadas - deixe que os bandidos cuidem dos seus assuntos; cada bandido morto é lucro para a Sociedade.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou nesta quarta-feira (18) que, inicialmente, mil agentes das Forças Armadas vão atuar na varredura de presídios do país. Para que os militares entrem em ação, porém, é necessário que cada Estado faça o pedido de ajuda formalmente. Jungmann disse esperar que seis governadores façam o pedido já hoje. O início do programa deve ser dar em "oito ou dez dias", disse o ministro em Brasília.

Ao apresentar detalhes sobre a "missão" dada pelo presidente Michel Temer, o ministro informou que o valor inicialmente disponibilizado para o projeto é de R$ 10 milhões, mas esse número pode variar conforme a demanda dos Estados. Jungmann reforçou que as Forças Armadas não terão contato com os detentos. "[Elas] não irão operar e controlar presídios. Vamos fazer varreduras e limpezas nessas unidades. As Forças Armadas não vão manejar os presos e não vão substituir policiais e agentes penitenciários".

O ministro, porém, afirmou que, se fosse necessário, haveria base legal para elas atuarem nos presídios.  O decreto assinado por Temer autorizando o uso das Forças Armadas em presídios tem validade de doze meses a partir de hoje.  De acordo com o texto, as Forças Armadas executarão atividades em todos os presídios brasileiros para a detecção de armas, aparelhos de telefonia móvel, drogas e outros materiais ilícitos ou proibidos.

Fonte: UOL/Notícias