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sexta-feira, 21 de maio de 2021

O Saidão do Supremo - Revista Oeste

Augusto Nunes 

Para o tribunal governado por Gilmar Mendes, todos são inocentes. Menos Sergio Moro e Deltan Dallagnol

Não sabia que as atribuições do Ministério Público eram tão múltiplas e essenciais até aquela tarde em que acampei na sala do fórum de Itápolis reservada ao promotor de Justiça. Com 30 e poucos anos, só então descobri que meu irmão mais velho era muito mais que a figura que apontava o dedo acusador para o réu, ou o livrava da cadeia, nas sessões do tribunal do júri. Nas cinco horas seguintes, enquanto examinava processos, ele costurou três acordos entre patrão e empregado, reaproximou dois casais desavindos, consolou mães de preso, socorreu meia dúzia de miseráveis e, sobretudo, ouviu. Ninguém sabia ouvir um sem-ouvinte como Flávio Nunes da Silva.

No fim do expediente, entrou na sala um nissei com o paletó no ombro e o nó da gravata já desfeito, com cara de quarentão recente. Era o juiz de Direito. Os dois conversaram meia hora com o desembaraço de amigos de infância. O promotor disse que pediria a absolvição por falta de provas de alguém prestes a ser julgado. O juiz comentou outro caso em que lhe parecia evidente a culpa do réu. Acabou aí a pauta profissional e entraram os assuntos gerais. Fiquei sabendo que o convívio da dupla fora intensificado graças aos frequentes churrascos promovidos por um grupo de festeiros bons de papo, garfo e copo. Conversavam muito, comiam bastante e, sobretudo, bebiam como gente grande.

Também fiquei sabendo que o apreço por vinho e cerveja resultara num clássico do humor forense, protagonizado pelo juiz e pelo dono do bar mais movimentado da cidade, que fazia parte do grupo atraído por churrasqueiras. Semanas antes, o dono do bar aparecera no fórum para depor num inquérito judicial que tinha como indiciado um amigo da testemunha. Ainda no preâmbulo da inquisição, acompanhada pelo meu irmão, o juiz perguntou se o indiciado tinha mesmo o hábito de beber. Tinha, confirmou o depoente. Muito?, quis saber o juiz. Com um movimento de braço que abarcou os representantes do Judiciário e do Ministério Público, o depoente recorreu à comparação que lhe parecia bastante precisa: “Ele bebe que nem nós, doutor”. Depois de alguns segundos de silêncio, o juiz recuperou a oriental serenidade, voltou-se para o escrivão e ditou:

O depoente afirma que o indiciado bebe moderadamente.

Lembrei-me dessa história, e da fraternal convivência entre o juiz e o promotor de Itápolis, quando a imprensa velha se entregou ao surto de orgasmos provocados pela divulgação de mensagens trocadas por integrantes da Operação Lava Jato. Li todo o material furtado pela quadrilha de hackers, comprado pelo site The Intercept e reproduzido por jornais agonizantes em julho de 2019. Só consegui enxergar um grupo de procuradores e juízes federais justificadamente entusiasmados com a chance de drenar o pântano da roubalheira institucionalizada — e felizes com os caprichos do destino. A operação nasceu em 17 de março de 2014, concebida para investigar uma rede de lavagem de dinheiro que usava postos de venda de combustível e lava-jatos. Os homens da lei logo toparam com um doleiro, Alberto Youssef, que mapeou dutos criminosos que levavam à Petrobras. Por essas trilhas transversais as apurações conduziram à descoberta do Petrolão, cuja devassa fez da Lava Jato a mais bem-sucedida operação anticorrupção de todos os tempos.

Meu irmão morreu grávido de orgulho com os feitos da nova geração do Ministério Público. Se as trapaças da sorte os tivessem depositado em Curitiba na segunda década do século 21, ele e o juiz amigo também traduziriam em ansiosos recados digitais o desejo de que a varredura das catacumbas continuasse avançando. Como tantos milhões de brasileiros, Flávio se deslumbrara especialmente com dois assombros. Primeiro: a Lava Jato provara que é possível pôr em prática o preceito constitucional segundo o qual todos são iguais perante a lei. Segundo: também ficara claro que há na cadeia lugar para todos, aí incluídos presidentes da República que tratam o Código Penal a socos e pontapés. O Brasil parecia efetivamente ter encontrado a rota segura. Mas o sinal vermelho fora acionado já em maio de 2016 pela frase do senador Romero Jucá: “É preciso estancar a sangria”. Antes que a Lava Jato chegasse ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, dispensou-se de dizer o líder no Senado de todos os governos. Passados cinco anos, o tribunal que soltou o bandido persegue o juiz que o prendeu, a Procuradoria-Geral da República quer prender o procurador federal que insistia em engaiolar corruptos, o ex-presidiário virou candidato a presidente, a Odebrecht quer de volta a parte do dinheiro roubado que devolveu e Renan Calheiros é relator de uma CPI. Os inventores do faroeste à brasileira acham mesmo que só há idiotas na plateia.

O Saidão do Supremo é tão abrangente que inclui os ainda presos, os que usam tornozeleira eletrônica, os processados e os que enfrentam perigo de cadeia. Graças ao Timão da Toga, estão longe de celas Lula, José Dirceu, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, os Odebrecht, Antonio Palocci, Guido Mantega, Erenice Guerra, os presidentes e diretores da Petrobras na Era PT, Lulinha, Renan Calheiros, Renanzinho, Silvinho Land Rover, Edinho Silva, Rosemary Noronha e seus bebês gatunos, os irmãos Vieira Lima e a mãe da dupla, Miriam Cordeiro, João Santana, Fernando Collor, Joesley e Wesley Batista, Eduardo Cunha, Paulo Maluf, Jader Barbalho, Hélder Barbalho, Eike Batista, Delúbio Soares, João Paulo Cunha, José Genoíno, André Vargas, os sobrinhos de Lula, Waldemar Costa Neto, Edison Lobão, Edison Lobinho, Zeca Dirceu, Fernando Pimentel, Luiz Marinho, João Pedro Stédile, Ideli Salvatti, Paulo Okamoto, Zeca do PT e todos os tesoureiros do PT, fora o resto. Dessa turma eu não compraria, mesmo em suaves prestações, sequer um anzol de pesca. [observação: todos os citados deveriam estar presos e acorrentados e mais algumas dezenas que não estão na relação... - com certeza para evitar o desperdício de bytes citando nomes de bandidos. . . 
Destacamos alguns para facilitar a leitura. Perguntamos ao ilustre jornalista Augusto Nunes: a menção a anzol de pesca tem algo a ver com as lanchas que a petista Ideli Salvatti, comprou quando era ministro da pesca do criminoso Lula? 
A coisa pegou, devido a descoberta de que as lanchas seriam usadas para patrulhar em  região de serra = sem lagos, nem lagoas, nem mar.]

Mas topo comprar à vista qualquer carro usado posto à venda por Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Só eles foram contemplados com a condecoração moral reservada a quem consegue o aparentemente impossível: num Brasil infestado de sumidades da vigarice, ladrões compulsivos, estupradores patológicos, cafajestes irremediáveis, assassinos de nascença e demais representantes das ramificações da grande tribo dos bandidos sem conserto, todos premiados pela maioria dos ministros com o direito perpétuo de circular por aí, Moro e Deltan estão condenados à danação eterna pelo braço do Supremo governado por Gilmar Mendes.

 Leia também “Por uma Corte Constitucional no lugar do STF”

Se houver um Dia do Juízo Final, os dois serão encaminhados ao guichê com catraca livre.

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste  

 


terça-feira, 4 de maio de 2021

Depois de sofrer agressões, Monique pediu dinheiro para Jairinho 'para não f... ele', disse babá

Em mensagens recuperadas no celular de funcionária, a jovem contou ao pai que professora anunciou separação, e vereador chegou a quebrar suas malas

Mensagens recuperadas pela Polícia Civil do Rio no celular da babá Thayna de Oliveira Ferreira, que constam no inquérito que apura a morte de Henry Borel Medeiros, na madrugada de 8 de março, e que foram obtidas com exclusividade pelo GLOBO, mostram que a professora Monique Medeiros da Costa e Silva planejou se separar do namorado, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), três dias antes do óbito. Jairinho e Monique foram indiciados pelo homicídio duplamente qualificado do menino nesta segunda-feira. Em conversa com o pai, a funcionária diz que a patroa, após ser agredida pelo parlamentar, arrumou suas malas para ele deixar o imóvel com a condição de que Jairinho ficasse “pagando as coisas dela”, senão iria “f… ele”.

[comentando:  o Blog Prontidão Total considera este assunto tão imundo, nojento, repugnante que temos evitado postar sobre. Pretendemos nos limitar a este comentário  e aguardar pela JUSTIÇA das cadeias.

Nosso entendimento é que pelo menos metade dos votos dos brasileiros conferidos ao presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, tinha entre seus objetivos evitar que situações como esta permanecessem na imprensa por semanas, meses = fossem resolvidas de forma rápida, justa, pelo Poder Judiciário, que em casos deste tipo teria mecanismos legais para ser rápido, justo e implacável. 

Esperavam tais eleitores  que o presidente, que temos a certeza não compactua com essa morosidade = impunidade, conseguiria aprovar no Congresso Nacional, com celeridade,  mudanças na legislação que permitiram que casos como o presente fossem solucionados em dias = em outras palavras, o torturador e a mãe cúmplice, seriam despachados com rapidez para o inferno.

Só que a turma dos direitos humanos - que na luta doentia por salvaguardar direitos de bandidos, esquecem até os direitos das crianças - juntou-se aos 'inimigos do Brasil' e tem travado tudo.

PACIÊNCIA... sabemos que esse assunto vai enrolar, enrolar, e após alguns anos, os dois estarão soltos e procurando novas vítimas.  
A esperança é que a "JUSTIÇA"  das cadeias prevaleça e que mais dia menos dia, 'esqueçam' uma porta aberta e os dois sejam devidamente justiçados, da forma mais dolorosa imaginável.
Mas, em nosso Brasil, graças à cultura da impunidade para os crimes horripilantes, até penas com caráter de perpétua são vedadas - o que torna bem mais fácil transformar uma pena com temporalidade definida, porém, severa,  em de caráter perpétuo libertando o criminoso.

Temos que lembrar que nem os direitos humanos eventualmente concedidos por satanás, podem ser válidos para impedir que seres que torturam e matam crianças sejam punidos - especialmente quando a cúmplice do torturador chefe, 'pai' da criança é, = por interesses financeiros = a própria mãe.]

Na conversa, com início às 20h22 e término nove minutos depois, Thayna narra ter chegado para trabalhar no apartamento 203 do bloco I do Condomínio Majestic, no Cidade Jardim, onde viviam Monique, Jairinho e Henry, quando a família ainda dormia. Com a ausência da empregada Leila Rosângela de Souza Mattos, a jovem diz ter ficado lavando louça - pratos de comida, talheres e copos. “Geralmente tem gin, vinho, uísque. Mas dessa vez não tinha nada. Então, quer dizer, nem bêbado estava”, escreve ela ao pai.

Foi Thayna quem narrou em tempo real as agressões de Jairinho contra Henry às 16h do dia 12 de fevereiro. Através do mesmo aplicativo de mensagens, ela contou a Monique que o vereador estava com o menino no quarto, de onde ele saiu minutos depois, mancando, com hematomas nas pernas e braços, dores na cabeça e dizendo haver levado “chutes e bandas” do vereador.  

 Rio - O Globo


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Não haverá surpresa em 2022, se durar harmonia entre governo e Congresso - Alexandre Garcia

''Os dois antecessores contribuem para que se tenha a sensação de mudança da água para o vinho, nestes primeiros dias de nova administração na Câmara e no Senado''

Nesses quase 45 anos de Brasília, cobrindo 23 escolhas de presidentes da Câmara e do Senado, não lembro de ter visto uma eleição que trouxesse tanta perspectiva de mudança, incluindo peso na próxima eleição presidencial. Os dois antecessores contribuem para que se tenha a sensação de mudança da água para o vinho, nestes primeiros dias de nova administração na Câmara e no Senado. Com a pandemia e o país à espera de soluções legislativas urgentes, Maia e Alcolumbre, nesses meses de campanha para permanecerem na presidência, só viam os próprios interesses. Pacheco e Lira mostram o oposto.

Como num toque de mágica, matérias importantes recebem um levanta-te e anda! O radicalismo de Maia é substituído pela diplomacia de Pacheco e o diálogo de Lira. Juntos, assumem compromisso com o país e exorcizam a disputa por vaidades. Sobretudo, põem em prática a harmonia entre Poderes, conversam sem restrições com ministros e com o chefe do Executivo.

Levanta-se a autonomia do Banco Central que dormitava na Câmara e é tratada com urgência; 
as reformas administrativa e tributária são religadas; 
no quadragésimo-primeiro dia do ano, vai se instalar a Comissão Mista do Orçamento de 2021 — incrível descaso movido pela sede de poder. 
Acerta-se com o Executivo um rol de prioridades
garantem-se mudanças legais que sejam necessárias para atender a mais gastos sociais com a pandemia. [ocorre o esperado e desejado por milhões de brasileiros e brasileiras (estão excluídos, felizmente, os inimigos do Brasil = adeptos do quanto pior, melhor). Lira cuida dos assuntos da Câmara, Pacheco presidente o Senado da República e Bolsonaro começa a encontrar espaço para governar. Quando os interesses do Brasil - Brasil acima de todos, DEUS acima de tudo - tornar necessário os três se encontram e conversarão sobre temas de interesse para a nossa Pátria Amada.]

A maioria parlamentar reencontrou-se na eleição em que os vencedores fizeram mais do que o dobro de votos do segundo colocado.  
Na Câmara, o placar sepulta a esperança dos derrotados em 2018 de buscarem o tapetão do impeachment. Os resultados de 1º de fevereiro de 2021 já se projetam para 2 de outubro de 2022.  
Percebendo o rumo dos acontecimentos, Doria convida Maia para o PSDB, mas FHC reconhece que o resultado na Câmara é um adeus à ideia de evitar reeleição; Lula se apressa e indica Haddad de novo, e a esquerda se divide, pois também tem Ciro e Boulos. Se a harmonia produtiva entre Legislativo e Executivo durar 20 meses, não haverá surpresa em 2022.
 
Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense

sábado, 28 de março de 2020

5 dicas para o churrasco perfeito em casa durante a quarentena - EXAME

EXAME seleciona algumas dicas interessantes para quem está pensando no churrasco de fim de semana (e de outros dias)

Carne Churrasco Argentino
Churrasco: confira essas dicas para o churrasco perfeito em casa (Pinterest/Reprodução)  

Em período de quarentena, o churrasco, paixão nacional, pode ser a desculpa ideal para criar um bom momento com a família dentro de casa.
EXAME reuniu cinco reportagens ótimas para os amantes do churrasco atrás de boas ideias. Confira:

1. Para o churrasco dentro de casa sem problemas
De dicas que vão de higienização das compras, até carnes via delivery e a grelha ideal que cabe dentro de casa.     


2. Para carne entregue em casa
Nesse texto, a dica é o Meatbox, loja física e também e-commerce de carne.


Leia mais.

Short rib do Meatbox
Short rib do Meatbox (Leo Feltran/Divulgação)

3. Para escolher o vinho ideal para o churrasco
As pessoas bebem cerveja nos churrascos. Caipirinhas também. Vinhos? Com certeza. Esse texto ensina como combinar o vinho ideal com as carnes.


Leia mais. 

Churrasco


(Reprodução/reprodução)

Em EXAME, MATÉRIA COMPLETA



terça-feira, 6 de agosto de 2019

“Governadores do Nordeste querem a divisão do País”, afirma Bolsonaro na Bahia - Entrevista com o presidente

O Estado de S. Paulo

Presidente concede entrevista ao "Estado" durante visita à Bahia e mantém tom de confronto com governadores da região

 

O presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista exclusiva ao Estado que, em seu entendimento, governadores do Nordeste agem para “dividir o País”, enquanto ele trabalharia para unir. Bolsonaro deu uma carona para a reportagem enquanto se deslocava em Sobradinho, na Bahia, na sua segunda viagem ao Estado em menos de um mês após controvérsia com políticos da região, quando, em um áudio captado pela TV Brasil, Bolsonaro disse que o governo federal não devia dar “nada” para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Ele nega que na ocasião tenha usado o termo “paraíba” de forma pejorativa.

Sobre as polêmicas causadas por declarações recentes, o presidente disse que tenta ser um pouco mais polido, mas que o seu estilo é o mesmo da época da campanha. Aos que o criticam, afirmou: “Paciência. Já sabiam que eu era assim. A gente procura se polir um pouco mais, mas acontece”. 

Leia os principais trechos da entrevista:
O sr. fez nesta segunda-feira, 5, um discurso inflamado dizendo que o Brasil não pode se dividir. Pode explicar melhor?
O PT lançou a divisão entre nós. E nós temos de nos unir. Agora mesmo estão tendo indícios de que, se não todos, a maioria dos nove governadores do Nordeste quer começar a implementar a divisão do Nordeste contra o resto do Brasil.


(...)

Boa parte do seu eleitorado diz que gosta do chamado “Bolsonaro raiz”. O sr. está voltando a ser “Bolsonaro raiz” depois das eleições de outubro?

Não há diferença do que eu pensava na campanha e do que eu penso agora. Eu quero implementar o que eu falei em campanha. Pela primeira vez na história do Brasil um presidente está buscando honrar aquilo que prometeu durante a campanha. Agora, palavrão sai de vez em quando, isso é natural, pô. Agora, alguns falam que isso não é linguajar para um presidente. Paciência. Já sabiam que eu era assim. A gente procura se polir um pouco mais, mas acontece. Mas isso não vai me aborrecer, essas conotações que dão, quando a gente fala um pouco mais com o coração do que com razão.


(...)
Como o sr. avalia as críticas em relação ao seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, ser embaixador nos Estados Unidos?
Num primeiro momento, por ser filho meu, foi bombardeado. O (Donald) Trump mesmo, semana passada, falou que acompanha meu trabalho, me chamou de “Trump dos Trópicos”. E citou meu filho Eduardo Bolsonaro como uma pessoa que ele conhece. E quer melhor referência do que essa? Impossível? Agora, obviamente (a indicação) passa pelo Senado, por comissão no Senado.


Com relação à Amazônia, o sr. acha que existe interesse estrangeiro por trás dos dados que mostram aumento de 40% no desmatamento da região?
Tinham interesse por essa área antes mesmo de o Brasil ser descoberto. E aí, é uma loucura minha? 1492. Descobriram a América. O que aconteceu em 1494, dois anos depois? Tratado de Tordesilhas. 1500, descobriram o Brasil. Por coincidência ou não, essa área não seria nossa. O espírito aventureiro do brasileiro, do português, é que fez com que esse tratado não fosse respeitado e fosse revogado. Então, a conquista vem daí. Agora, (a Amazônia) é a área mais rica do mundo. Está sentado à sua esquerda aqui a pessoa que já comandou o Comando Militar da Amazônia e conhece muito bem, melhor do que eu (aponta para o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno Ribeiro). É a área mais rica do mundo, sem comentários. São incalculáveis as riquezas minerais que têm por ali, a biodiversidade.


(...)

O sr. faz críticas à imprensa, mas ao mesmo tempo tem atendido jornalistas com frequência. Como está essa relação?
Uma coisa é você que está na ponta da linha, o cara que opera uma câmera. A outra é lá em cima, o editor e o dono do jornal. Eu gostaria que o que eu vou falar aqui não fosse verdade, e essas palavras aqui não são minhas, mas eu assino embaixo: “Quem não lê jornal, não está informado. Quem lê, está desinformado”. Eu queria que essa máxima deixasse de existir. (Nesse momento, o presidente abre sites de notícias no celular e passa a comentar notícias.)


E a relação do sr. com os demais Poderes da República?
Toffoli (ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal), por exemplo, como ele está sob ataques, o pessoal (da imprensa) quer dizer que eu seria um Toffoli do Executivo. O que eu penso do Toffoli: ele é o chefe do Poder Judiciário. E tem de ter respeito e consideração por parte do chefe do Executivo. E vou tratá-lo com todo respeito e consideração, não interessa o que seja discutido lá dentro do Supremo. O que porventura eu não goste, sou obrigado democraticamente a aceitar. E ponto final.


Sobre a sucessão na Procuradoria-Geral da República, o senhor vem sendo muito sondado?
Têm ministros e autoridades de vários Poderes (sondando). Essa decisão passa pela minha caneta Bic, pô. E é uma função que a responsabilidade vai ser minha. O que eu quero do futuro chefe da Procuradoria-Geral da República? Que queira ajudar o Brasil com suas ações. Não um cara que fique lá só preocupado de forma xiita com questão ambiental ou de minoria. Quero uma pessoa que vá ao Parlamento e converse comigo, converse contigo da imprensa e ajude a tirar o Brasil dessa situação.


(...)

Como o senhor se informa todos os dias? Recebe muitas coisas dos ministros?
Olha, eu tenho uma rede de “zap” (WhatsApp) que você está vendo aqui, olha (mostra o telefone). No momento eu tenho 64 pessoas para responder. Logicamente que não dá para atender a todo mundo. Mas, de acordo com o grau de amizade e de responsabilidade e confiança, a gente prioriza as pessoas para ouvir e que tenha notícias por aqui. Eu não preciso procurar o site O Estado de S. Paulo, por exemplo, para saber se tem uma boa ou má notícia lá. Alguém vai passar para mim.


Mas o senhor acessa diretamente os sites também?
Sim, inclusive O Estado de S. Paulo está entre os meus prioritários aqui (abre no celular no site do ‘Estado’ e comenta as notícias do dia). É só botar o “E” e já vem (o endereço do site) O Estado de S. Paulo aqui, ó (mostra o buscador no aplicativo do celular. Na sequência, relembra que colaborou com o ‘Estado’ quando era adolescente. Bolsonaro teve 21 palavras cruzadas de sua autoria publicadas no jornal entre 1971 e 1976. O presidente também trabalhou como entregador de jornal).


No caso dos hackers e do vazamento de mensagens de procuradores, o sr. saiu em defesa do ministro Sérgio Moro. Por quê?
É fazer justiça, não é proteção. Quer ver uma coisa, é um crime invadir o celular dos outros. Assim com é um crime roubar um carro. Agora, se alguém rouba um carro e vende o carro, quem recebe está praticando crime de receptação. Eu entendo da mesma maneira. Quem recebe algo que foi recebido de forma criminosa, como os dados dos telefones, está praticando receptação também, mais nada.


Quanto ao acordo da União Europeia com o Mercosul, o senhor acredita ser a maior conquista do seu governo até aqui?
Olha, está há 20 anos no papel, não é? O governo (Michel) Temer deu um passo muito bom nesse sentido. E nós simplesmente fechamos. Tinha pequenos acertos para serem feitos, como a questão do vinho, a questão do leite. E nós conversamos com os vinicultores, com o pessoal produtor de leite também. Foi feito um acordo entre nós, como reduzir imposto por parte deles para não perder competitividade. E esse acordo abre espaço enorme para o comércio com a Europa. Os países do Mercosul e Europa têm um mercado de quase 800 milhões de pessoas. Um mercado consumidor enorme. E temos aí 25% do PIB pela frente. Tanto é que o Japão e a Coreia do Sul vão acelerar o acordo conosco. O Donald Trump (presidente dos Estados Unidos) quer conversar e já está conversando conosco nesse sentido. Então, o Brasil ganha.


Entrevista - O Estado de S. Paulo

 

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Por que você odeia pagar pela bagagem?

Não é apenas pelo valor. A sensação de perder algo que sempre foi de graça faz você rejeitar a cobrança, mesmo se estiver ganhando

O veto recente do presidente Jair Bolsonaro à franquia, nos voos domésticos, de bagagem de até 23 quilos certamente desagrada a muitos passageiros. Ninguém gosta de jogar dinheiro fora. Mas a bagagem não era e nem nunca foi gratuita. Sem a cobrança, todas as pessoas, que usavam ou não, eram obrigadas a pagar pelo serviço, com o custo repassado às passagens.

Ninguém vai a um restaurante esperando ser cobrado pelo vinho, beba ou não. Por que com a bagagem os passageiros pensam diferente? Existe uma razão comportamental. Por muito tempo as pessoas pagavam mais caro pela passagem, com direito a refeição, mais espaço entre as poltronas etc. Com todos esses confortos incluídos em um valor único, não havia tanta reclamação. Mas quando algo que parecia de graça passou a ser cobrado, as pessoas sentiram que houve uma perda.

Somos mais sensíveis a perder R$ 50 do que ganhar R$ 50, explica a Teoria da Perspectiva, de Daniel Kahneman, ganhador do Nobel de Economia, e o colega Amos Tverski. Não houve reclamações quando as companhias passaram a vender pacotes de Wi-Fi a bordo, pois era um serviço novo. Ninguém contesta também que viajar com mais conforto na primeira classe custe mais. Se esses luxos se tornassem gratuitos de repente, certamente ficaríamos felizes.

Mas a dor de ficar sem algo que tínhamos provoca reações mais intensas do que ganhar, explicam os dois psicólogos em artigo de 1979. Rejeitamos mais a mudança se achamos que perdemos. A venda de passagens, além disso, nos força a decidir cada aquisição. Mais espaço para as pernas? Lanche a bordo? Sentar perto da janela? Cada escolha ativa a sensação de estar gastando. Para o economista Scott Shane, as empresas aéreas também colaboram com esse sentimento quando anunciam que passarão a cobrar por algo que era de graça. Em um post em seu site pessoal, Shane, que também é professor na Universidade Case Western Reserve, diz que uma opção mais inteligente teria sido manter uma passagem mais cara com todos os serviços, mas oferecer a opção de desistir de alguns gastos.

Ao abrir mão de pagar pela comida em um voo de curta duração, do despacho da bagagem ou outro serviço, a tendência é se sentir mais economizando do que perdendo, explica Shane. Mas as empresas aéreas também defenderiam melhor os seus interesses, e com uma imagem mais simpática, se mostrassem aos passageiros que não apenas estão pagando a mais: a cobrança permite, por exemplo, embarcar e voar mais rápido.

Existe um ganho de tempo para todo mundo na cobrança do despacho de bagagens, indica um estudo de 2016. Quando as grandes empresas americanas começaram a cobrança, a Southwest resistiu, mantendo o despacho gratuito. Isso permitiu a Mariana Nicolae, Mazhar Arıkan, Vinayak Deshpande e Mark Ferguson, quatro professores da Universidade do Kansas, comparar como a tarifa influenciou o comportamento dos passageiros.  Em nove milhões de voos analisados, de 2007 a 2009, as pessoas passaram a carregar menos bagagem para não pagar os US$ 20 cobrados, em média, pelas empresas. Com menos volumes a embarcar, os aviões decolaram entre três e quatro minutos mais cedo. Todo mundo chegou mais rápido ao destino.

Dependendo do destino, o brasileiro paga muito pela passagem de avião. É natural que novas cobranças levem a reclamações. Mas nossa reação, muitas vezes, é irracional. A solução não virá impedindo as empresas de buscarem a saúde financeira, mas de mais competição. Se tivéssemos um mercado com muitas empresas, haveria mais ganhos nas tarifas para os passageiros. E em algumas a passagens.


Samy Dana - O Globo
 

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Uma mulher pode viajar para Paris com tudo pago para transar?



[Neymar Junior ou o escândalo cai cai]



Mulher pode mandar fotos íntimas por whatsapp para seduzir um homem, se oferecendo também em textos? Pode, claro, embora seja um risco. Pode viajar para Paris com tudo pago para transar? Evidente que sim! Por que não aceitar uma gentileza, ainda mais quando ela deve R$ 30 mil nas contas pessoais e o outro é multimilionário?

Pode ir para a cama com ele sem levar uma camisinha? Não pode. 

Uma mulher não tem o direito de transferir para um homem o ônus da gravidez ou de uma doença sexual (e vice-versa). Não tem farmácia ou mercado no Brasil, no aeroporto, em Paris? 
A modelo/atriz/fã achou que mulher não tem responsabilidade na prevenção? 
É sempre o macho que precisa evitar? Ambos são responsáveis. O homem também precisa se proteger, em vez de depois culpar a mulher por uma gravidez indesejada. [ela foi responsável; apesar de não ter a camisinha cobrou do cai cai a proteção.
Somos favoráveis que o homem, inclusive no interesse de sua própria saúde leve seu estoque de preservativos - além de adotar  outras precauções.] Estamos falando, no caso, de um pai e de uma mãe, de dois adultos, ninguém ali é garoto ou garota. 


Ela disse “não, quero parar”, é a sua versão. Tem esse direito? Claro que sim. "Não" é "não". Qualquer um, mulher ou homem, pode se arrepender no meio de uma transa. Ele continuou “o ato”? Se ele continuou apesar de ouvir não, é estupro. Ela tinha sinais de palmadas e arranhões nos glúteos. Você não conhece nenhuma mulher que goste e peça? Ah, mas ela não gostou e pediu que ele parasse. Ele não parou, estava bêbado e violento? Aí, é agressão. O ex-advogado achou que ela deveria cortar as unhas antes de denunciar o jogador.


O que faz uma mulher estuprada? Vai a uma delegacia fazer exame de corpo de delito. Mas ela estava em Paris, numa situação de vulnerabilidade, não sabe falar francês. Então tá. Decide vingar-se. Continua o jogo de sedução, pede um presente dele para o filho e, no dia seguinte, arma um celular no banheiro, o recebe sensual e de salto alto, trocam palavras carinhosas. E, do nada, ela começa a bater nele, com fúria, aos tapas. Talvez esperando que ele reaja com violência e tudo seja registrado em filme, porque até ali só o bumbum estava vermelho. E grita: “Você me agrediu. Me deixou aqui sozinha”. 


Aí não entendo. Neymar deixou Najila sozinha num hotel de nível em Paris. Que falta de cavalheirismo. Então, Najila, depois do “ato” ou da “agressão juntamente com estupro”, queria sair na night com seu estuprador. Quem sabe um jantar à luz de velas e um vinho, com direito a selfies românticos para postar? E depois, dormir de conchinha? Foi atrás do ídolo e encontrou um pipoqueiro. Quem esse Neymar pensa que é? 


O que temos de concreto até agora? Najila procurou Neymar nas redes, ele a convidou para encontrá-lo em Paris, pagou tudo e cometeu um crime virtual, expondo as fotos dela em seu Instagram, ao perceber que ela jogaria tudo no ventilador. Temos uma entrevista dela para a televisão, muito calma, e nenhum depoimento oficial, porque ela ignorou convocações da polícia e não compareceu à delegacia para depor. Temos versões contraditórias de advogados, um após o outro a abandonam. Temos um laudo particular gástrico, de estresse emocional, e hematomas nos glúteos. E um outro laudo oficial mais recente que aponta um dedo machucado. Temos o ar pungente de Neymar, dizendo-se inocente e vítima de uma armadilha. Temos um vídeo incompleto do segundo encontro, só um minuto dos sete, estranho. Ninguém pode ainda dizer se houve ou não estupro. Se você acreditar nela, houve, e ela é vítima. Se acreditar nele, não houve, e ele é vítima. 


Uma moça famosa disse em vídeo no youtube que Neymar “é estuprador até prova em contrário”. Por enquanto, ela cometeu crime de calúnia. Na Justiça, todos são inocentes até prova em contrário. Também seria crime de difamação afirmar que Najila armou tudo para extorquir, provocou agressões para filmar e denunciar, ou até que tentou engravidar. Não se pode condenar antes do fim da investigação. Pelo histórico dele com soco em torcedor, Neymar é descontrolado. Pelos tapas dela e comportamento de alto risco, Najila é descontrolada. Deu uma facada no peito do ex-marido numa briga em 2014, segundo boletim de ocorrência. Alegou revide a agressão.


É tanta violência no Brasil e no mundo contra a mulher, de abusos a assassinatos, que agora todas nós viramos santas e vítimas? Nenhuma curte sexo selvagem. Nenhuma dá o golpe da barriga por querer casar, explorar ou chantagear. Nenhuma trai. Nenhuma assedia. Nenhuma é agressiva. Nenhuma usa o homem num ato sexual. São todas “santas até prova em contrário”. Tipo Chapéuzinho Vermelho na toca do Lobo Mau.  


Não dá, gente. Isso seria depor contra mulheres adultas, autônomas, independentes. Você, mulher, já se sentiu usada numa relação sexual ou amorosa? Provavelmente sim. Eu já me senti, fiquei com raiva, mas achei que eu também tinha responsabilidade. Você, homem, já se sentiu usado e manipulado numa relação sexual ou amorosa? Provavelmente sim. Temos ligamentos rompidos, reputações arranhadas. Mas...quem é educado não agride nem chantageia nem se expõe ou exibe o outro nas redes. E quem é esperto deixa as transgressões eróticas no terreno da fantasia ou é bem discreto. Nem sempre consegue. Mas aí já estaríamos falando de pessoas razoavelmente normais. Najila & Neymar - esse é um caso sinistro.