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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Putin: recrudescer a repressão é a ordem



Vladimir Putin convocou uma reunião plenária dos altos funcionários do Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB), polícia política e serviço secreto de seu regime, segundo informou o jornal de Paris Le Figaro.
Dirigindo-se a seus “camaradas” e súditos, o antigo espião da KGB pintou o quadro de uma Rússia rodeada de inimigos e ordenou-lhes enfrentar um vasto leque de ameaças heterogêneas que perturbam sua imaginação: desde o terrorismo caucasiano até a oposição liberal na Duma, passando pelas tentativas de “abalar o sistema financeiro”. Putin insistiu que só “uma Rússia mais forte” poderá realizar as “mudanças positivas”.

Nessa ótica, deve ser reforçado o regime ditatorial. E as “mudanças positivas” já foram apontadas por Putin, pelos seus funcionários imediatos e até pelo Patriarca de Moscou na Duma: os “valores soviéticos”.  Segundo Putin, “ONGs e grupos politizados” russos servem à espionagem ocidental e “planificam ações em função das eleições parlamentárias e presidencial de 2016 e 2018”. O objetivo desses inimigos internos seria de “desacreditar o poder e desestabilizar a situação interna da Rússia”. Putin não deve ter penado muito para redigir seu discurso. Perorações análogas eram feitas nos prólogos dos expurgos da era soviética. “Estamos convencidos de que existe gente querendo uma mudança de regime na Rússia e emissários americanos passeiam atualmente com esta finalidade por diferentes capitais”, glosou um porta-voz vizinho ao Kremlin.

O presidente russo disse que achava “importante dialogar” com a oposição. A prevenção era de rigor após o assassinato suspeito do oposicionista liberal Boris Nemtsov em Moscou. Mas, logo a seguir, trocou a letra e defendeu que essa discussão “careceria de sentido” porque, segundo ele, a oposição é suspeita de “trabalhar sob as ordens de países estrangeiros”.  “Putin está convencido de que alguém que sai à rua para manifestar está trabalhando obrigatoriamente para a espionagem ocidental”, observou o politólogo Alexeï Makarkine.

Segundo Putin, as empresas russas vivem sob a ameaça de uma “competência” que visa “comprometer sua reputação”. Na categoria de empresas de certa dimensão só sobrevivem as estatizadas, ou “privatizadas” pela nomenklatura putinista. Elas navegam em oceanos de corrupção e ilegalidade e encaminham-se para a falência devido à queda vertiginosa da cotação do petróleo e das entradas do governo. “São pouco numerosos os que estão prestes a trabalhar honestamente com o empresariado russo”, queixou-se o “todo-poderoso”, que exigiu dos chefes da repressão “reagir corretamente” face aos empresários ainda livres ou estrangeiros.

Nada de bom, enquanto se discute a verdade sobre a morte de Christophe de Margerie, chefe executivo da petrolífera francesa TOTAL, em estranho acidente no aeroporto internacional Vnukovo, de Moscou. Putin mostrou-se pasmo com os abalos monetários que jogaram o rublo – a moeda nacional – no fundo dos infernos. Segundo ele, trata-se de “maquinações das sombras”, que também devem ser perseguidas pelos serviços especiais. Como se o anterior fosse pouco, Putin exortou os “camaradas” a “reforçar” as fronteiras do Cáucaso e da Ásia. Na fronteira ucraniana, os separatistas não devem encontrar “obstáculos”.

Porém, aqueles que “realizam operações punitivas” – como é o caso das forças leais ao governo ucraniano – e “embaralham as pistas ou planificam assassinatos em território russo”, deverão ser “desmascarados”.

“A situação vai melhorar, não se fraquejarmos e começarmos a balbuciar como crianças, mas somente se nos tornarmos mais fortes”, concluiu Putin, a quem os cidadãos russos cordatos denunciam de ter-se apossado brutalmente do poder no país.



http://flagelorusso.blogspot.com.br/



PF faz buscas em endereço da primeira-dama de Minas - esposa do 'consultor fantasma' Fernando Pimentel



A Polícia Federal fez nesta sexta-feira, 29, buscas em imóvel da primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Pimentel, casada com o governador Fernando Pimentel (PT). A ação, num apartamento da Asa Sul, em Brasília, integrou a Operação Acrônimo, que investiga esquema e lavagem de dinheiro envolvendo colaboradores da campanha do petista ao Palácio Tiradentes, em 2014.

 [Pimentel garante que nada será encontrado e até concordamos com ele.
Afinal foi Pimentel - amigão da Dilma e seu companheiro de terrorismo – que conseguiu prestar consultoria em auditório com mais de 200 pessoas – e não ser visto por ninguém. Da mesma forma, nenhum dos duzentos assistentes foi localizado.
Aos que atribuem sua capacidade de ‘consultor-fantasma’ a um esquema de ‘lavagem de dinheiro’ Pimentel  garante que é aloprado mas não tanto.
A fama de aloprado do Pimentel vem dos seus tempos de guerrilha, quando ao tentar sequestrar o cônsul americano foi atropelado por sua quase vítima.]

Conforme fontes da PF, também houve buscas em endereço do ex-deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG), aliado  de Pimentel, e de um dos filhos dele. O Governo de Minas não se pronunciou, mas informou que publicará nota a respeito. Virgílio não atendeu a telefonemas da reportagem.

Fonte: IstoÉ

Recessão no Brasil piora mais rápido do que mercado imaginava



Longe dos microfones, economistas afirmam que a economia está ‘paralisada’, ‘estrangulada’, ‘desmilinguindo’
A recessão é grave e se aprofunda a cada semana, muito mais rapidamente do que imaginavam economistas das principais instituições financeiras do Brasil. Eles próprios admitem, em conversas reservadas.  Oficialmente, a projeção de mercado para o desempenho do PIB este ano é de -1,24%. Mesmo tendo piorado significativamente nos últimos seis meses, ela ainda é boa demais para ser verdade, segundo a maioria dos economistas entrevistados pela Reuters em condição de anonimato.
Nesta semana, Itaú e Bradesco, os dois maiores bancos privados do Brasil, transpareceram publicamente essa preocupação. Segundo o economista-chefe do Itaú e ex-diretor do Banco Central Ilan Goldfajn, -1,5% “parece otimista”. O Bradesco divulgou relatório esperando recuo de 2% este ano.
Longe dos microfones, colegas de Goldfajn de outras instituições financeiras não poupam palavras para descrever a situação atual. A economia está “paralisada”, “estrangulada”, “desmilinguindo”, segundo relatos de profissionais que acompanham diariamente as condições econômicas.
Todas as expectativas para o resultado do PIB do primeiro trimestre eram abaixo de zero. E o recuo frente ao último trimestre de 2014 foi de 0,2%, segundo dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira.  

As projeções para o segundo trimestre são ainda piores.  A evidência mais recente foi o indicador de criação de empregos em abril, divulgado semana passada. Quase 100 mil postos de trabalho foram fechados no país, muito além do que os mais pessimistas temiam. Há muitos outros indícios, alguns triviais: o salário de admissão caiu 1,8% sobre abril de 2014 e o consumo de diesel recuou 3%.
Poderia ser pior: até o começo do ano, o medo era de que o Brasil fosse rebaixado pelas agências de risco e entrasse em uma crise financeira com disparada do dólar e quebradeira geral. O ajuste fiscal da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contornou esse problema e deve equilibrar as contas públicas nos próximos anos, segundo economistas, embora esse equilíbrio seja mais precário do que o da década passada.
Ainda assim, a recessão é grave. A aposta generalizada de que a economia bateria no fundo do poço no segundo trimestre já é questionada por muitos, que procuram (e não acham) razão para uma melhora no segundo semestre. A economia brasileira já surpreendeu pela força no passado, mas normalmente contava com aumento dos preços das commodities no exterior e desvalorização cambial. O dólar subiu, é verdade, mas a inflação corroeu parte dos ganhos reais e ele agora opera perto do equilíbrio, segundo economistas e o próprio BC.
O consumo deve recuar ainda mais com o aumento do desemprego, que caminha para 10% se os dados do Caged mantiverem a tendência horrível de abril. Os investimentos seguem paralisados, com construtoras de todo o Brasil lutando para sobreviver ou reaprendendo a fazer negócios com o Estado após a Operação Lava-Jato. As concessões de infraestrutura ainda estão no papel.
O aumento de juros pelo Banco Central, por ora, mais atrapalha do que ajuda na retomada da confiança prometida por Levy com seu ajuste fiscal. Para muitos, o BC já fez o suficiente. Ainda assim, mesmo que a confiança se recupere, por que investir se a capacidade ociosa é tão ampla e se os estoques continuam elevados?  No lado externo, o dólar mais caro ainda deve levar mais tempo para ajudar as exportações; se houver algum benefício no curto prazo, será mais pela piora intensa das importações.
A esperança é de que os investidores estrangeiros dobrem a aposta no Brasil e repitam a entrada de capitais vista no mês passado. Economistas de duas instituições disseram que esse pode ser o caminho: o Brasil ainda desperta interesse lá fora, e parece cada vez mais barato em dólares.
Outra possibilidade é que a inflação menor em 2016 incentive o consumo. Mas, para isso, o desemprego não pode ser muito alto. Ambas, no entanto, são apostas prematuras. Para o economista de um grande banco, sem um socorro externo, o mais provável é que a economia doméstica só volte a gerar riqueza daqui a vários anos, após um longo processo de redução de custos. Em outras palavras, com desemprego e salários abaixo da inflação.

Por:  Silvio Cascione / Reuters - O autor é correspondente sênior do Serviço Internacional da Reuters no Brasil. As opiniões expressas são do autor do texto.

Consumo das famílias cai pela 1ª vez em 12 anos - mais um recorde negativo é batido por Dilma, a cérebro baldio que ainda preside o Brasil

Segundo IBGE, resultado negativo é reflexo do aumento do desemprego e da inflação e da falta de crédito no mercado

O consumo das famílias recuou 0,9% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta sexta-feira. Trata-se da primeira queda verificada pelo indicador desde o terceiro trimestre de 2003.

O resultado é reflexo da alta da inflação, escassez de crédito e dos dados negativos do mercado de trabalho, que mostram o aumento desemprego e a queda do rendimento médio.

Em comparação com os últimos três meses de 2014, o consumo das famílias caiu 1,5%, a primeira baixa desde o quarto trimestre de 2008. Em valores correntes, o consumo das familias somou 887,76 bilhões de reais nos primeiros três meses de 2015. No trimestre imediatamente anterior, o montante havia ficado em 914,06 bilhões de reais.

[a queda comprovada em apenas um semestre é a certeza que o consumo cairá em 2015, no mínimo, 1,0%]

 

Jovem que teve fotos de sexo em ônibus divulgadas sofre ataques na internet - essa mulher, para dizer o mínimo, é uma vagabunda

Internautas xingam a mulher e chegam a chama-la de “lixo”

Dois após a divulgação de fotografias em que uma jovem aparece em ato sexual com rodoviários dentro de um ônibus do transporte público do Distrito Federal, a mulher continua a sofrer ataques nas redes sociais. Após saber da circulação das imagens, na terça-feira (26), a estudante deletou seus perfis da internet, mas ainda recebe mensagens e comentários discriminatórios. [o que essa vagabunda pretendia? se a mulher quer transar, por opção, tesão ou carência, é um direito dela mas procure um local adequado - Brasília e todo o DF são bem servidos na área, tanto em termos de motéis quanto hotéis de alta rotatividade.
Inaceitável é que a vagabunda use um transporte público, permita que filmem/fotografem e ainda quer sigilo.
Ainda ameaça processar as redes sociais.
O correto é a demissão sumária dos dois baderneiros (nome mais adequado aos 'rodoviários' do DF) por justa causa - haja vista que praticaram ato libidinoso em pleno horário de trabalho e no interior de veículo do seu empregador - e que a vagabunda seja tratada com o desprezo que merece, sem esquecer que praticou ato obsceno em local público o que é crime, portanto deve ser processada.
Se a moda de processar e receber indenização pega qualquer hora uma vagabunda dessa vai decidir f ... com um macho em plena rodoviária e processar os que filmarem.]
Em uma rede social, internautas usam palavras ofensivas para se referir à mulher e questionam sua conduta. Uma internauta chama a mulher de “lixo”.  — Mulher lixo, isso sim, diz o comentário.

Outros internautas tratam o caso de forma pejorativa. Em um breve texto, outra mulher diz que a menina só queria “sexo passageiro”. Apesar das mensagens que ofendem a vítima do casamento das fotos íntimas, dezenas de usuários de redes sociais defendem a mulher.

— MAS E ELES? [...]. Só vejo gente esculachando a mulher de tudo que é nome, mas não vejo ninguém fazendo mesmo com os homens. Eles também estão ali na foto (de uniforme e no local de trabalho!!!!) e provavelmente, eles as vazaram. [...] ela consentiu com o sexo, não a divulgação, afirma uma mulher. [a autora deste comentário certamente é uma das famosas SEM NOÇÃO; será que os dois neurônios dessa SEM NOÇÃO não permitem que ela deduza que consentir na prática do sexo em área pública e pretender impedir a divulgação é absurdo.
Tão absurdo quanto o comentário idiota da SEM NOÇÃO.]

Em entrevista exclusiva ao Portal R7 a jovem disse que está psicologicamente abalada e que sua vida virou um caos após a divulgação das imagens.
Eu estou mal, meu psicológico está acabado. [uma coisa é certa. não tem nada acabado nesta vadia, já que vergonha ela não tem e psicológico ela não sabe nem o que é.]

A jovem diz conhecer os homens que aparecem nas imagens. Vestidos com uniformes de motorista e cobrador, eles posam ao lado da mulher seminua. Ela afirma ter contatos com os rapazes, mas afirma que não autorizou a divulgação das fotos. Sobre a atitude criminosa dos envolvidos, ela só pede punição.

Ao contrário do que informou a Viação Pioneira, a mulher afirma que o ato sexual ocorreu em um dos coletivos da empresa. Ela ainda acrescenta que os funcionários foram demitidos. O Portal R7 não conseguiu confirmar a informação com a empresa.

Estado Islâmico obriga prisioneiro a cavar a própria cova antes de ser decapitado

Grupo divulgou vídeo com as imagens da execução na internet 

Prisioneiro é obrigado a cavar a própria cova antes de ser decapitado por um membro do EI Reprodução/dailymail.co.uk
 
Radicais do EI (Estado Islâmico) voltaram a chocar o mundo após divulgar imagens de um prisioneiro sendo obrigado a cavar a própria cova antes de ser decapitado. O homem havia sido acusado de ser um espião sírio, segundo informações divulgadas pelo jornal britânico Daily Mail nesta quinta-feira (28).

As imagens de um vídeo mostram o homem vestindo o tradicional uniforme laranja de prisioneiros do grupo. Ele foi obrigada a admitir em frente à câmera que era morador de uma cidade no centro da Síria e descrever seu trabalho como o de um espião.

Identificado como Ziad Abdel’al Abu Tarek, o prisioneiro diz que o EI o caçou porque ele teria matado um homem. No entanto, não fica clara qual a ligação deste homem com o grupo.
O vídeo continua com Tarek ajoelhado em frente à cova. As imagens são cortadas neste momento e, em seguida, o prisioneiro já aparece decapitado.

Não se sabe ao certo onde as imagens foram feitas, mas acredita-se que tenha sido em uma região desértica na Síria.

Fonte: R 7

O ‘dono do futebol brasileiro’ abriu a chave do esquema corrupto na FIFA

Como o empresário J. Hawilla cresceu, aproximou-se dos poderosos do futebol brasileiro

Em uma entrevista em maio de 2007, o empresário da área de marketing esportivo José Hawilla dizia com orgulho que a receita de seu sucesso era uma só: “trabalhar honestamente, não fazer negócios errados”. Na ocasião, quando faturava cerca de 500 milhões de dólares ao ano com sua empresa Traffic, ele respondia a questionamentos de repórteres do site Jornalistas e & Cia sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Nike, que investigou os negócios da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Teria sido Hawilla quem “inventou” o técnico Dunga e o coordenador técnico Jorginho

Exatos oito anos depois, o nome de Hawilla volta com destaque à imprensa, só que como corruptor confesso. Foi por meio dele que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos descobriu que José Maria Marin, o ex-presidente da CBF e atual dirigente da FIFA, recebia uma propina anual 2 milhões de reais. O dinheiro seria pago pela Traffic por contratos de transmissão de jogos da Copa do Brasil, o segundo torneio de clubes mais importante do país.

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Maníaco por números, fã de sudoku (um jogo de lógica) e de numerologia, o supersticioso empresário não costuma fazer negócios em meses múltiplos de quatro – abril, agosto e dezembro. Hawilla, que “trocou” o seu prenome pela letra J, foi repórter e apresentador esportivo da TV Globo e da Band. Ele iniciou sua vida empresarial e começou a deixar as câmeras em 1980, com a compra de uma empresa que fazia publicidade em pontos de ônibus, a Traffic.

Em poucos anos, seu negócio mudou e se expandiu. Passou a investir placas publicitárias de estádios de futebol. Foi o precursor nesta área e deu o pontapé inicial para a sua megaempresa de marketing esportivo. Aproximou-se da CBF e chegou às confederações de futebol das três Américas, comprando os direitos de transmissões de dezenas de torneios internacionais, entre eles a Copa do Mundo do ano passado, no Brasil. Hoje, possui os direitos sobre a Copa América do Chile, a Copa Libertadores, a Sul-Americana e as eliminatórias da CONCACAF são de sua responsabilidade. Dirigentes responsáveis por esses torneios estão entre os presos pela operação que desvendou o esquema de corrupção na FIFA.

Vivendo em Miami, onde relatava a amigos estar tratando de problemas de saúde, o septuagenário Hawilla firmou um acordo com os investigadores americanos para não ser preso. Investigado por fraude e lavagem de dinheiro, o empresário brasileiro autorizou o confisco de 151 milhões de dólares de seu patrimônio para reaver parte do dinheiro de corrupção. Ao menos 25 milhões de dólares já teriam sido apreendidos.

O dono do futebol

Hawilla já chegou a ser chamado de o “dono do futebol brasileiro”. Foi após os esquemas de transmissão sugeridos por ele que a CBF passou a profissionalizar seu departamento de futebol e ampliou o caixa com os patrocínios de empresas particulares. Antes ela dependia muito de verbas públicas.

Também foi com a ajuda de J. Hawilla que a entidade que representa o futebol nacional conseguiu firmar milionários acordos de fornecimento de material esportivo com a Nike. Esse caso que foi investigado por uma CPI nos anos 1990. Levar tanto dinheiro para uma entidade o deixou com as portas abertas e um permanente tapete vermelho estendido. Era comum ele dar palpites a Ricardo Teixeira, o ex-todo-poderoso que ficou 23 anos à frente da CBF. 

Circula entre conhecidos de ambos que teria sido Hawilla quem “inventou” o técnico Dunga e o coordenador técnico Jorginho, que comandaram a seleção canarinho na Copa da África do Sul de 2010. Em um diálogo com Teixeira logo após a derrota na Copa da Alemanha de 2006, o empresário teria dito que o ideal seria criar um treinador tampão na seleção, um ou dois ex-jogadores sem muita experiência. Se não desse certo, deveria chamar Luiz Felipe Scolari para a função. A história mostrou que o período de Dunga, que retornou à seleção em 2014, foi maior do que o esperado pela dupla Hawilla-Teixeira.

Os contratos com a CBF o aproximaram não só de cartolas, mas também de celebridades e de políticos, como os apresentadores Fausto Silva (o Faustão) e Milton Neves, o ex-governador de São Paulo José Serra, o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab e o ex-ministro dos Esportes Orlando Silva. Um dos três filhos do empresário, Stefano, é casado com a modelo e apresentadora de TV Isabella Fiorentino.

Mais comunicação

Aliado à empresa de marketing, Hawilla também gerencia carreiras de jogadores, vende camarotes no estádio do Palmeiras e tem três clubes de futebol. Um nos Estados Unidos, o Miami FC, um no Brasil, o Desportivo Brasil, e um em Portugal, o Estoril Praia. O primeiro deles já teve como um de seus atletas o então centro-avante Romário. O segundo, que já foi usado apenas para comprar e vender jogadores, agora é da segunda divisão do Paulista. O terceiro participa da primeira divisão portuguesa.

Além disso, ele tem no interior de São Paulo quatro emissoras de televisão afiliadas da Globo, a maior rede televisiva do país e que transmite a maioria dos campeonatos de futebol comercializados pela Traffic. Hawilla também já teve jornais impressos. Um era o Diário de São Paulo e outro a Rede Bom Dia (que circulava em quatro municípios paulistanos onde ele tem a TV). Todos foram vendidos.

Procurado, o advogado José Luis de Oliveira Lima, que defende Hawilla, não retornou às ligações da reportagem. Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, o defensor disse que seu cliente vive livremente nos Estados Unidos, onde apoia as investigações. Aquele que um dia dizia ser honesto e reclamava que teve sua vida devassada por uma CPI (“nunca pegaram nem multa de trânsito”, afirmara), agora é uma das peças-chave de uma das maiores investigações contra a corrupção no futebol.

 Fonte: El País

 

Estado Islâmico se aproveita do caos

Há alguns sauditas que ainda acham que os xiitas não são verdadeiros muçulmanos, e querem acabar com eles

A explosão de um jovem saudita na semana passada dentro de uma mesquita xiita na província de Qatif, no Leste da Arábia Saudita, além de matar 21 fieis que estavam acabando de rezar as preces semanais da sexta-feira e ferir cem pessoas, era uma mensagem do grupo Estado Islâmico (EI). 

Fotos postadas no Twitter mostraram o que restou do jovem homem-bomba: sua cabeça intacta, com barba e tudo, e um pouco dos seus ombros. Parecia uma cena de filme de terror. Dava para ver que era bem jovem, não passava dos 20 anos. E por que alguém tão jovem ia se matar de um jeito tão violento entre seus próprios compatriotas num lugar religioso e de reflexão espiritual?

O EI disse que o atentado foi para acabar com o que eles chamaram de os “politeístas xiitas”, e que eles não iam parar de matá-los até acabar com a sua presença na Península Arábica. Essa ação sangrenta e preconceituosa deixou muitos dos inimigos do reino felizes porque, na sua mente, os sauditas estavam finalmente provando do próprio veneno. Depois da intervenção militar da Arábia Saudita no Bahrein em 2011 para pôr fim ao levante predominantemente xiita da Primavera Árabe, e agora o bombardeio diário no Iêmen para tentar conter o avanço dos rebeldes houthis — mesmo sendo estes de uma vertente xiita que não tem muito em comum com os xiitas do Irã —, esses inimigos veem o atentado em Qatif como o resultado quase esperado do sectarismo saudita. É claro que os iranianos são igualmente culpados por defender seus interesses sectários em países árabes como o Iraque, a Síria, o Líbano e, de certa forma, até no Iêmen.

A reação do governo saudita foi imediata, prometendo capturar os demais terroristas responsáveis pelo atentado. Em poucos dias, seis suspeitos foram presos, e o príncipe herdeiro Muhammad bin Nayef visitou os feridos pelo atentado nos hospitais de Qatif e deu seus pêsames às famílias dos falecidos. Isso foi muito importante num país onde, infelizmente, ainda há líderes religiosos sunitas extremistas que pregam ódio contra os xiitas, que são uma minoria no país. Mas o rei Salman bin Abdul Aziz tem frisado que todos os sauditas, sejam de qualquer cor, origem étnica, ou seita, são iguais e gozam dos mesmos direitos e responsabilidades como cidadãos sauditas.

“Os autores destes atos homicidas são movidos por uma ideologia insana disseminada por clérigos e reformadores autonomeados. Por muito tempo, temos nos mantido quietos enquanto eles usaram as mesquitas, mídia e todas as outras formas de comunicação para espalhar a sua filosofia do mal. Não podemos permitir que esse ódio se espalhe mais. Não podemos ficar de braços cruzados enquanto esses homens do mal continuam com seus atos destrutivos. (...) Não vamos permitir que os extremistas entre nós nos dividam”, desabafou o veterano jornalista saudita Khaled al-Maeena no diário “Saudi Gazette”.

A triste verdade é que há alguns sauditas que ainda acham que os xiitas não são verdadeiros muçulmanos, e querem acabar com eles. Essa divisão teológica entre sunitas e xiitas existe há séculos, mas, no fim das contas, todos são muçulmanos. É como as diferenças doutrinais entre os católicos e protestantes. No fim, todos eles acreditam em Jesus Cristo. Mesmo assim, ainda há aqueles que insistem no ódio e no preconceito. Depois do atentado em Qatif houve um apelo para a doação de sangue para ajudar os feridos que precisavam de transfusões. Alguns sauditas antixiitas disseram no Twitter que não iam doar sangue de jeito nenhum para eles.

Ao mesmo tempo, o EI estava fazendo mais avanços no Iraque e na Síria, invadindo e tomando controle das cidades de Ramadi e Palmira. Na antiga cidade síria de Palmira, os comentaristas pareciam mais preocupados com o que os zelotes do EI podiam fazer com as famosas ruínas romanas da região do que com os milhares de refugiados que fugiam da cidade a pé. Em Ramadi, há relatos de que uma força de apenas 150 combatentes do EI conseguiu derrotar 600 soldados do Exército iraquiano, que, depois de serem atacados por dias com tanques cheios de explosivos e ficar sem munição, foram obrigados a recuar. 

Isso provocou uma enxurrada de críticas de políticos iraquianos e americanos. O vice-primeiro-ministro iraquiano, Saleh al-Mutlaq, se queixou para a CNN, dizendo que a prontidão com que o Exército iraquiano deixou Ramadi cair nas mãos do EI “surpreendeu todos nós”. “Esse não é o Exército que queremos ver e não foi o que esperávamos ver”, acrescentou. Por sua vez, o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, disse que as tropas iraquianas em Ramadi não estavam em menor número e que, de fato, excederam amplamente em quantidade os combatentes do EI. “E mesmo assim, eles não lutaram, eles se retiraram do lugar,” disse Carter.

Mutlaq, que é sunita, culpou a falta de vontade de lutar contra o Estado Islâmico de muitos iraquianos sunitas sem esperança de ver um bom futuro para eles no Iraque depois de derrotar o EI. “Se não veem um futuro para eles no Iraque, eu não acho que vão lutar contra Daesh, do jeito que queremos,” disse ele à CNN. “O povo sunita não está com o EI, disso tenho certeza. Eles não têm certeza do que vem depois do EI. Será que eles vão morar numa área que vai ser reconstruída? Vai haver reconciliação? Eles vão ser incluídos no governo? Sem respostas para essas perguntas, vai ser muito difícil ver o fim do EI”, disse Mutlaq.

Na Síria, os sunitas rebeldes querem ver o fim do governo de Bashar al-Assad, mas o apoio da Rússia e do Irã o deixou até hoje no poder, mesmo num território bem menor do que antes. Há relatos de que Bashar pediu uma nova linha de credito de US$ 1 bilhão ao Irã, e é com a ajuda do grupo xiita Hezbollah e de combatentes xiitas vindos de Iraque, Irã, Paquistão e Afeganistão que Assad tem conseguido se manter vivo e mandando até agora.

De qualquer jeito, o EI tem inimigos de sobra para poder sobreviver por muito tempo. O problema é que tudo é muito complicado e misturado. Na Síria, os países do Golfo e a Turquia querem o fim de Assad; este quer o fim do EI e dos rebeldes sírios, que ele chama de “terroristas”. Os EUA querem o fim de Assad, mas o presidente Barack Obama e o povo americano, em geral, não desejam botar mais tropas no Oriente Médio; então, a coisa fica difícil. No Iraque, o Irã está ajudando os iraquianos a combater o EI, mas aí acirra as tensões sectárias. E para fazer a situação ainda mais estranha, há o acordo nuclear pendente entre o Irã e os EUA, que deixou os países do Golfo em pé de guerra, assustados por serem deixados de lado em uma possível reaproximação entre os americanos e iranianos

E, com tudo isso, o EI se aproveita e se expande.

Por: Rasheed Abou-Alsamh é jornalista