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domingo, 31 de maio de 2015

Rodoviários - baderneiros decretam greve geral a aprtir de 8 de junho - mais uma vez a população do DF que utiliza transporte coletivo vai para o sacríficio

Rodoviários decretam greve geral a partir de 8 de junho após assembleia

Trabalhadores querem 20% de aumento salarial. Paralisação relâmpago na última semana deixou brasilienses sem transporte

[a omissão da Justiça e a leniência do GDF só favorece os rodoviários, os baderneiros.
Por que baderneiros?  os também chamados de rodoviários marcam uma greve para determinada data, só que antes da data chegar realizam paralisações relâmpagos, que surpreendem os usuários e as empresas e são bem mais prejudiciais aos que dependem do transporte coletivo do DF.
As pessoas são surpreendidas, já que os ônibus deixam de circular sem aviso e nos mais diversos horários  - é uma tortura pior que a greve, já que nesta a vítima (também chamado de usuário do transporte coletivo público do DF) pelo menos sabe dia e hora. A relâmpago não tem dia nem hora, para em alguns locais em um horário e quando restabelece a circulação naqueles locais, param em outros.
A Justiça tem o remédio - infalível, já que atinge, via multas,  as finanças da organização que comanda os baderneiros - para evitar as paralisações relâmpagos e garantir que durante a greve circule um percentual mínimo de ônibus.
O  remédio maravilhoso, que tiraria a força dos baderneiros, é estabelecer uma multa por cada paralisação relâmpago e multa diária por não manter em circulação o percentual mínimo de coletivos.
Todo ano ocorre a mesma coisa. A Justiça noticia que estabeleceu uma multa, os rodoviários descumprem a determinação judicial, agem da forma que querem e fica tudo por isso mesmo.
A multa é anistiada - basta calcular o valor para se ter a certeza que é perdoada. Fosse cobrada para valer o organização que comanda a baderna no transporte coletivo do DF - conhecida oficialmente como 'sindicato dos rodoviários' - já teria falido, fechado as portas.]
 
Os rodoviários prometem cruzar os braços em 8 de junho. Em assembleia realizada na manhã deste domingo (31/5), na sede do sindicato, no Conic, eles decidiram pela greve a partir da próxima semana. A categoria pede 20% de reajuste salarial, aumento de 30% no valor do vale-alimentação e plano de saúde familiar. Está marcada para esta segunda-feira (1/6) também, às 14h, uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Outra assembleia está marcada para o próximo domingo. Hoje, pelo menos 600 trabalhadores participaram da votação.

Na última quinta-feira, motoristas e cobradores fizeram uma paralisação relâmpago, das 10h30 às 15h, e deixaram cerca de 1,2 milhão de pessoas sem transporte público. As quatro horas e meia de braços cruzados foram suficientes para os piratas invadirem as ruas de Brasília. Menos de 10 minutos após os ônibus pararem, os veículos clandestinos já circulavam em diversas regiões do DF.

Metrô
Os metroviários também marcaram assembleia para hoje, às 20h. A categoria já havia decidido, em 17 de maio, paralisar as atividades a partir de amanhã. A única reivindicação dos servidores do Metrô-DF é que a empresa convoque os aprovados em concurso público. Em nota, a companhia diz que tem se empenhado junto ao Comitê de Governança do DF para viabilizar as contratações. O que impede as convocações, no entanto, é o limite prudencial definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. 

Fonte: Correio Braziliense


 

Falta de vergonha e cara de pau do GDF: desvia atendimento de utilidade pública à população - Na Hora - para atender amigos e parentes de marginais, de bandidos

DF muda sistema de cadastramento para visitas de presos da Papuda

Para a presidente da Associação de Familiares e Amigos dos Apenados do Distrito Federal, Nina Barros, essa mudança para os visitantes é pequena

[O serviço "Na Hora" já está funcionando precariamente - a empresa que presta o serviço não está sendo paga pelo GDF e mesmo assim a Justiça determinou que o atendimento fosse mantido; a velha história o particular, o empresário, é obrigado a pagar impostos, cumprir uma centena de leis para manter sua empresa e tem que trabalhar de graça e agora para atender parentes e amigos de bandidos.

O ideal mesmo era que as visitas fossem realizadas com intervalo de no mínimo dois meses.] 

Leiam e saibam que a empresa que presta o serviço no Na Hora é obrigada pela Justiça a trabalhar, mesmo o contrato tendo terminado há três dias e o GDF devendo R$7 milhões.

A partir de ontem,  quem for visitar presos de regime fechado do Sistema Penitenciário da Papuda pode se cadastrar no posto Na Hora do Riacho Fundo 1. Para a presidente da Associação de Familiares e Amigos dos Apenados do Distrito Federal, Nina Barros, essa mudança para os visitantes é pequena. Segundo o subsecretário do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, João Carlos Couto, cada preso tem direito a cadastrar dez pessoas como visitantes. Este cadastro até essa sexta-feira (29/5) era feito apenas na própria penitenciária.

De acordo com Nina Barros, a maior dificuldade enfrentada hoje pelos visitantes é ter que esperar por até dois dias na fila para obter a senha que permite a visita ao apenado. Quem chega antes, pode pegar as primeiras senhas e aproveitar mais tempo no presídio. “A gente dorme na fila para conseguir uma senha e entrar mais cedo. A visita é na quarta, mas tem gente que chega na segunda.” [simples: não quer pegar senha, não quer ficar na fila, então esquece a visita, esquece o bandido.]

O subsecretário João Carlos Couto disse que este problema é o próximo a ser resolvido. Segundo ele, em aproximadamente 60 dias a secretaria vai criar o sistema online que vai permitirá que os visitantes peguem a senha em casa ou nos postos Na Hora. De acordo com Couto, as penitenciárias do Distrito Federal 1 e 2, de regime fechado do complexo da Papuda, recebem cerca de mil visitantes por dia e 100 pessoas por hora. [enquanto o serviço "na Hora" é utilizado para facilitar a vida de visitantes de bandidos, as pessoas trabalhados, estudantes e as que realmente precisam de atendimento urgente e menos burocrático,  tem que agora dividir fila com candidatos a visitantes de presidiários.
Detalhe: a idéia é tornar On Line o cadastro dos visitantes dos condenados do DF.
Mais um detalhe: bandido tem prioridade no atendimento na rede pública do DF - um sentenciado passa mal em um dos presídios ou mesmo em Delegacia e é levado de camburão - com direito a sirene e escolta - para o hospital mais próximo e lá tem prioridade sobre os pacientes que estão aguardando atendimento, muitas vezes a dias e dias.]

Fonte: Correio Braziliense 

 

Criminalização das armas brancas atualiza a 'piada do sofá'

A criminalização das armas brancas atualiza a piada do sofá

Nossos congressistas querem criminalizar o porte de arma branca (faca), aparentemente mostrando reação aos desejos e demandas da sociedade.  Ao ler a notícia lembrei de uma velha piada de salão: O marido, flagrando a mulher com outro, dia após dia, no sofá da sala, finalmente resolve tomar uma providência radical e... joga fora o sofá!

E quando começarem a assaltar com cacos de vidro, eles serão também incorporados ao tipo penal? E os espetos de churrasco? Estiletes, Gillettes? Para quê pensar em melhorias no sistema penitenciário, no policiamento, se podemos "resolver" tudo com uma canetada? Joguem fora os sofás...

Fonte: Blog 'Traduzindo o Juridiquês' -  Por: Renato Pacca

- Que tal criminalizar o crime?

Sendo mais radical: mandar amputar as mãos? sem as mãos o índice de assassinatos cairia em  praticamente  100%

 

A revolta dos "idiotas"

"Contribuir para a defesa da Democracia e da Liberdade, traduzindo um País com projeção de poder e soberano, deve ser o nosso Norte!"

É impressionante como um sem número das ditas autoridades, instaladas nos diferentes poderes da República, nos mais altos postos, a começar da Presidente da República, tratem como “idiotas” grande parcela da população esclarecida, falando de um País inexistente, manipulando e sonegando informações diante da conhecida e escabrosa situação por que passamos e que envolve, criminalmente, diversas dessas autoridades.

Quais as razões que impedem a investigação criminal de Dilma Roussef e de Lula da Silva? “Mensalão” e “Petrolão” não passam de esquemas armados pelo PT, desviando criminosamente dinheiro público para enriquecimento ilícito e financiamento de campanhas políticas que levaram Lula e Dilma à Presidência. Lula, não é de hoje, antes de 2003, de forma comprovada, já usava dinheiro extorquido ou público, desviado, para tal.

Delações premiadas recentes confirmam tais financiamentos criminosos. Como não saberiam eles, Lula e Dilma, de tal corrupção, principais favorecidos e pertencentes à cúpula do Partido, ainda mais que José Dirceu e Delúbio Soares, condenados no Mensalão, e o tesoureiro do PT, hoje, preso, João Vaccari, são figuras exponenciais dos esquemas citados ?

Como acreditar num STF aparelhado que mostra juízes, com todo um passado ligado a Lula e ao PT, agindo como advogados de defesa de réus petistas ou tudo fazendo para bllndar o ex-presidente e Dilma. Tribunal que dá guarida a juíz sem saber jurídico ou militante do PT e defensor do MST, que, privilegia a imoralidade, não se sentindo impedido de julgar, apesar dos laços com os acusados de interesses e amizade ou de companheirismo presentes.

Primorosa, no sentido de manipular fatos e negar a gravidade da situação e o envolvimento criminoso de seus companheiros, é a entrevista à “Época” (04/05/2015), de Jaques Wagner (MD), também um dos citados como recebedor de propinas para sua campanha, através de delação premiada de empreiteiros e do corrupto doleiro Youssef, já preso. Segue, ele, a mesma linha do manifesto do PT (30/03/2015), que, apesar dos escancarados fatos de envolvimento criminoso no “Petrolão”, afirma, cretinamente, que o PT está sendo “atacado por suas virtudes”. Assim, nos classifica como “IDIOTAS”, como crédulos de mentiras comprovadas.

Afirma Wagner que a sua tristeza com as manifestações de ruas, “já que estavam fazendo tudo certo”, esquecendo-se da situação degradante em que se encontra o País, resultante dos governos ineptos e corruptos do PT, é a bandeira levantada, negativa, o pedido de “impeachment” de Dilma, para ele acima de qualquer suspeita. Esquece, entre outros “malfeitos” da Presidente, que o atraso de repasse de recursos para os bancos públicos, escamoteando o déficit público e manobrando para aumentar gastos que facilitariam a sua propaganda eleitoral e consequente eleição, é crime de responsabilidade que leva ao impeachment.

Os “IDIOTAS”, cada vez mais pisados, se voltam para as ruas, até mesmo não só para reivindicar mais intensamente contra as mentiras e descalabros impostos à Nação, por este bando de corruptos, como também, possivelmente, incitados à revolta e desespero crescentes, para fazer justiça pelas próprias mãos face a esse total e imoral desgoverno.

Por: Marco Antonio Felício da Silva é General de Divisão, na reserva. Originalmente publicado no jornal O Tempo, de Belo Horizonte, em 30 de maio de 2015. 

Transcrito do Blog Alerta Total - Jorge Serrão
 

Bandidas ou bandidos, não importa o sexo. Devem ser segregadas da Sociedade. Antes de ter pena deles/as pensem nas vítimas que fizeram

Abandono, a pena mais sofrida de mulheres nas prisões do Rio

Apenas 1,6% dos maridos mantém vínculo com internas nas cadeias do estado

As quartas-feiras, os sábados e os domingos tornaram-se para elas dias de tristeza e angústia. Cumprindo pena no presídio feminino Talavera Bruce, no Complexo Penitenciário de Bangu, Denise Cristina Luciano de Souza, Rosângela Chagas e Sandra Regina de Souza fazem parte da estatística de detentas abandonadas pela família e pelos companheiros logo após a prisão. Para elas, o dia de visita se resume a ficar na cela. Mesmo assim, elas se penteiam e se arrumam. É a forma de manterem viva a esperança de que voltarão a ver um ente querido quando o portão principal da unidade se abrir para as visitas. 
 
Solidão. Denise: “Meu marido até foi na delegacia quando fui presa. Depois, desapareceu. Enquanto outras pessoas recebem visitas, fico na minha cela, chorando. - Agência O Globo / Marcelo Carnaval
Tá com pena dela... leve pra casa... quando ela restabelecer os contatos você vai ver a encrenca que arrumou

Dados da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) mostram que apenas 34 das 2.104 (1,6%) internas das seis unidades prisionais femininas do estado recebem visita íntima, direito adquirido apenas em 2001, 17 anos após a promulgação da lei que garantiu essa regalia aos homens. Um número irrisório, se comparado aos 2.183 dos 40.746 presos (5,3%) que encontram as companheiras no parlatório. No Talavera Bruce, das 382 presas somente 13 recebem os parceiros. Desses, cinco são companheiros ou maridos que estão em liberdade e oito, prisioneiros de outras unidades. [a visita íntima tinha que acabar para homens e mulheres; antes do sexo, são bandidos e devem ser tratados como tal.]
 
Denise, de 20 anos e prestes a dar à luz, foi detida no dia do chá de bebê, há três meses, quando carregava uma encomenda, que não sabia ser de drogas. [nunca sabem! quanto maior o número e periculosidade dos bandidos recolhidos a um presídio, maior o número dos inocentes, dos que alegam ser vítimas de um erro judiciário.] Com direito a visitas íntimas e dos familiares, ela está no pavilhão para grávidas e não sabe o que vai fazer quando a menina nascer: - Meu marido até foi na delegacia, assim que fui presa. Depois, desapareceu. Tenho medo que nossa filha seja entregue a um abrigo, porque ninguém me procurou mais. Enquanto outras pessoas recebem visitas, fico na minha cela, chorando.

Presa há dois anos e três meses, quando tentava entrar com drogas na Penitenciária Lemos de Brito ao visitar o marido, Rosângela, 40 anos, diz que ele conheceu outra mulher, com quem se casou. Sem a visita dele e da família, ela conta os dias para completar a pena de cinco anos e seis meses. Quer retomar a vida e criar o filho, de 5 anos.
- Deixava de comer carne para levar para ele na cadeia. Foram dez anos de fidelidade, como amiga e amante. Ele dizia que me amava. E agora? - questiona.

O abandono das mulheres nos presídios femininos é um problema antigo. Em 1983, a ex-diretora do Desipe, socióloga e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Julita Lemgruber, abordou o tema no livro "Cemitério dos vivos". Segundo ela, a mulher presa representa tudo o que a sociedade rejeita:  - A mulher transgressora não é considerada digna de respeito e atenção. Isso é cultural. É um problema nos cárceres do mundo inteiro. A expectativa de uma sociedade machista e patriarcal é que a mulher seja dócil e respeite as normas da família. Ao cometer um crime, ela rompe com a sociedade duas vezes e é abandonada. É castigada duplamente.

A análise de Julita encaixa-se ao caso de Sandra, de 27 anos, que está no final da gravidez. Presa há cinco meses com grande quantidade de drogas em casa, desde então nunca mais viu o marido e os quatro filhos. - Não esperava isso dele. Já pensei até em suicídio. Se ninguém vier, minha menina será levada para um abrigo - diz. 

Cientista político e pesquisador do Laboratório de Análises Criminais da Uerj, João Trajano diz que o homem, mesmo preso, consegue manter o vínculo de chefe da família, diferentemente da mulher. Mas ele acredita que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) tenha condições de melhorar o quadro: - A Seap deveria humanizar a pena das mulheres. A privação da liberdade já é a pena. Ficar sem a família é um duplo castigo.

O titular da Seap, coronel Erir Ribeiro Costa Filho, diz que está estudando com o setor de assistência social uma forma de reaproximar as presas das famílias. - Vamos conversar e sugerir mudanças que possam ajudar na ressocialização - afirma.

Lula, o filho ...

BLOG DO LOBBO - Só pra lembrar 

 

Deputados assistem vídeo pornô durante votação da reforma política

Deputados são flagrados assistindo pornografia durante a reforma política na Câmara

Um flagra da equipe do SBT em Brasília registrou [vídeo abaixo] que alguns parlamentares assistiam vídeos pornográficos enquanto era votada na Câmara Federal itens da reforma política.



A reportagem não informa quem são os deputados envolvidos no episódio e censura as imagens, vistas em um telefone celular, afirmando que elas são muito “pesadas”.  Em determinado momento é possível ver um grupo com mais de quatro deputados assistindo aos vídeos. 

Reforma Política
O episódio dos vídeos adultos é apenas um detalhe em meio as controvérsias do que até agora foi votado da reforma política capitaneada por Eduardo Cunha e pelo PMDB. A aprovação do financiamento empresarial de campanha, após manobra realizada pelo presidente da casa, revela que não há o menor interesse de verdadeiras mudanças no atual sistema político brasileiro.

(Atualização)
O deputado flagrado pela reportagem do SBT assistindo pornografia e compartilhando o conteúdo com colegas durante a votação da reforma política é João Rodrigues (PSD-SC). 
As informações são da Folha de S. Paulo e Carta Capital.  “Eu participo de cerca de 70 grupos no Whatsapp, cada um com 20 ou 30 pessoas, entre eles 30 prefeitos e uns 150 vereadores de todo o estado de Santa Catarina. Eu sempre abro as mensagens durante a sessão porque eu também recebo dúvidas ou sugestões das pessoas”, justificou.

“O Whatsapp tocou e eu vi que era uma imagem. Abri para ver o que era, e daí apareceu uma imagem pesada, por isso, coloquei o celular embaixo da mesa e mostrei para o deputado ao lado. Eu disse ‘olha a imagem pesada que eu recebi pelo Whatsapp’ e ele falou: ‘que merda é essa?’, explicou.

Fonte:  http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/05/deputados-assistem-video-porno-durante-votacao-da-reforma-politica.html

sábado, 30 de maio de 2015

Tudo sobe, menos os salários

Os preços seguem em alta e o arrocho reduz a renda das famílias brasileiras, que se adaptam à nova realidade cortando os gastos e o padrão de consumo

Os últimos meses têm sido estressantes para a família Santos. Ana e Ernesto, pais de Artur, Rafaela e Alexandre, elegeram a educação e a formação dos filhos como o investimento mais valioso que poderiam fazer. Ernesto, dono de uma consultoria de vendas, começou a sentir o aperto no rendimento quando as empresas que o contratavam diminuíram a demanda por serviços. Ao mesmo tempo, as despesas passaram a ficar mais pesadas. 

Com menos folga no orçamento, a família se viu obrigada a eliminar gastos para manter a faculdade do primogênito, o curso de alemão da filha do meio e a escola do filho mais novo. A primeira medida foi cancelar os cartões de crédito e trocar o plano dos celulares de pós para pré-pago. Depois, o casal diminuiu a frequência dos serviços da faxineira e, por fim, cancelou a TV a cabo. "É doloroso cortar coisas com as quais nos acostumamos, mas, quando as contas não param de aumentar, é preciso fazer escolhas", diz Ana.

As mudanças de hábitos da família Santos representam um microcosmo do novo padrão de consumo dos lares brasileiros nos últimos meses, com reflexos sobre toda a economia. Em bares e restaurantes badalados, as filas minguaram. Dois em cada três brasileiros reduziram os gastos com lazer fora de casa, segundo dados da consultoria Nielsen. O consumo arrefeceu, diminuindo também o tráfego de veículos comerciais nas estradas. Até mesmo os infernais congestionamentos de São Paulo estão menos intensos nos horários de pico neste ano. São sinais de que a retração na atividade econômica chegou definitivamente à casa dos brasileiros, e as famílias fazem bem em se ajustar. "Para que o dinheiro renda o máximo, é preciso que o consumo seja consciente - isto é, separar o que é essencial do que é ostentação, o chamado bem posicional", afirma William Eid Junior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas. "Sempre dá para procurar um restaurante que não seja o mais caro", diz o economista. São tempos difíceis corroborados pelos números fracos generalizados da atividade.

Os dados sobre o desempenho da economia no primeiro trimestre do ano, divulgados na sexta-feira, mostraram uma queda de 0,9% no consumo das famílias em relação ao mesmo período de 2014. Foi o pior resultado desde 2003. O produto interno bruto (PIB) como um todo recuou 1,6%. Se o calendário de doze meses acabasse em março, a economia brasileira teria encolhido 0,9%. Não existem mais dúvidas. O país está em recessão. O desemprego aumentou, e os rendimentos reais (descontada a inflação) estão em queda. As dificuldades para as famílias são ainda maiores por causa da inflação. 

Uma comparação entre os preços anunciados pelos supermercados e lojas hoje e há um ano revela o reajuste expressivo no custo de alguns itens de consumo comuns no cotidiano da classe média, sem falar na alta pesada no preço das tarifas de energia e água. O arrocho é ainda mais doloroso porque as famílias haviam se acostumado a um novo padrão de consumo, com viagens internacionais, carro novo na garagem, aquisição de produtos eletrônicos de última geração, saúde e ensino privados de melhor qualidade. A ascensão da classe média havia colocado o Brasil no radar das maiores empresas do mundo. O governo ajudou a impulsionar esse movimento, ao incentivar a concessão de crédito, sobretudo pelos bancos públicos. Mas a capacidade de gastar do brasileiro chegou a um limite.

O desemprego subiu, mas não houve demissões em massa. O maior tormento dos orçamentos familiares é a inflação. O índice em doze meses está em 8,2%, muito acima do teto da meta oficial do Banco Central, que é de 6,5%. E ela não deve ficar abaixo de 8% antes do próximo ano, segundo analistas. Muito além da taxa oficial, no entanto, foram os aumentos de preços de produtos e serviços que fazem parte da cesta de consumo da maior parte da população. A conta de luz subiu 60% nos últimos doze meses; a refeição em restaurantes, 11%; e o plano de saúde, 10%. Ao mesmo tempo, a renda média de quem estava empregado caiu 3%. "O encarecimento de itens essenciais como a energia elétrica e a gasolina tira uma parte do orçamento doméstico. É possível gastar menos com supérfluos, mas não dá para cortar a eletricidade", diz Rodrigo Baggi, economista da consultoria Tendências. Segundo cálculos da empresa, hoje 67% da renda das famílias está comprometida com o consumo de bens e serviços essenciais, e outros 30%, com o pagamento de dívidas (o dado do Banco Central indica que essa fatia é de 22,4% e está crescendo). "A parcela de recursos que sobra para o consumo de outros bens é muito pequena. Além disso, a confiança das famílias está em um nível baixíssimo e não há perspectiva de melhora no curto prazo. Há muito pessimismo", afirma Baggi.

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Outros destaques de VEJA desta semana


Não deixe de ler: Cinco garotas que se tornaram milionárias antes dos 20 — sem herança
 

 

A recuperação da Universidade pública exige novos José Carlos Azevedo (o que anda escasso ou mesmo não existe mais)

O desmonte da Universidade pública

Radicalização de grupos de estudantes e o ativismo sindical de funcionários têm contribuído para tumultuar os campi, onde o ensino passa a ficar em segundo plano

Não fosse suficiente a crise de qualidade enraizada no ensino básico, a Universidade pública passa por uma fase de turbulência, a qual a falta de recursos em função da crise fiscal do Estado não explica por inteiro. A degradação educacional brasileira tende a fechar o círculo: vai da falta de creches ao ensino superior precário. A alegada escassez de recursos aparece apenas na superfície de uma fase de conflitos, muitas vezes violentos, entre reitoria, professores, alunos e servidores, alimentados por muita politização radical e sindicalização de atividades secundárias nos campi, mas que afetam a própria finalidade dos estabelecimentos: a formação de profissionais de alto nível, sem os quais nenhum país eleva seu estágio de desenvolvimento.

A depredação, na noite de quinta-feira, do campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com a participação de estudantes e pessoas que resistiam à remoção de parte de uma favela próxima, retrata este momento da crise do ensino superior financiado pelo contribuinte.  Foi iniciado também na quinta um movimento de greves nas universidade federais. O sindicato nacional de docentes (Andes—SN) contabilizou paralisações em 18 instituições, distribuídas em 12 estados. Movimento que o novo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, critica porque, segundo ele, não foi dada chance para negociações. Parece que é mais forte a motivação política das paralisações, outro sintoma da radicalização nos campi. O fenômeno não é novo. Há tempos, a Universidade de São Paulo (USP), a instituição de ensino superior brasileira mais bem colocada em rankings mundiais, tem enfrentado sérias dificuldades devido a esta exacerbação de grupos de alunos e sindicatos de servidores.

Mal administrada, a USP estourou a folha de salários. Por isso, está em fase de ajuste, o que alimenta a radicalização. Em artigo ontem na “Folha de S.Paulo”, o professor Francisco Carlos Palomanes, do curso de História, relatou as dificuldades para conseguir dar aula. A tendência é a universidade cair nas avaliações internacionais.  A banalização da greve nos campi levou, por sua vez, o professor da UFF, também de História, Daniel Aarão Reis a criticar publicamente esses movimentos. Insuspeito perante a esquerda, participante da chamada luta armada, preso político, Daniel, em entrevista ao GLOBO, de que é articulista, destacou a absoluta falta de representatividade das assembleias que decretam essas greves. 

Nas quais os maiores prejudicados são os estudantes da graduação. Mas como parece haver outra e delirante agenda para esses grupos que infestam os campi, a ebulição continua. Vozes sensatas como a dos dois professores não devem ser minoritárias entre o corpo docente. Porém, falta mobilização política daqueles que entendem qual o papel da Universidade. Enquanto isso não ocorrer, o ensino superior público corre sérios riscos.

Fonte: O Globo - Editorial
 
 

A Aristocracia Petista vive seu pior momento - ou o Brasil acaba politicamente com o petismo, ou o petismo destrói o Brasil.

Em 2015, em meio a muita tensão política, a Constituição de 1988 terá sua prova de fogo. Não há qualquer paralelo com o episódio do impeachment de Fernando Collor. Este já tinha percorrido mais de dois anos de mandato quando foi apeado do poder. E o momento mais agônico da crise foi resolvido em quatro meses — entre julho e outubro de 1992.

Também deve ser recordado que o então presidente tinha um arremedo de partido político, sua conexão com a sociedade civil era frágil e quase nula com os setores organizados, a relação com o Congresso Nacional era ruim, e com medidas heterodoxas descontentou amplos setores, do empresariado ao funcionalismo público. Sem contar que, em 1990, o país passou por uma severa recessão (-4,3%) e tudo indicava — como efetivamente ocorreu — que, em 1992, teria uma nova recessão.

O quadro atual é distinto — e causa muito mais preocupação. O governo tem um sólido partido de sustentação — que está em crise, é verdade, mas que consegue agir coletivamente e tem presença dominante em governos estaduais e dezenas de prefeituras. A base congressual é volátil mas, aparentemente, ainda responde ao Palácio do Planalto. As divergências com o sócio principal do condomínio petista, o PMDB, são crescentes mas estão longe do rompimento. Em 12 anos, o governo construiu —
 usando e abusando dos recursos públicos  uma estrutura de apoio social. E, diferentemente de Collor, Lula estabeleceu uma sólida relação com frações do grande capital — a “burguesia petista” — que é hoje dependente do governo.

O país está vivendo um impasse. O governo perdeu legitimidade logo ao nascer. Dilma não tem condições de governar, não tem respeitabilidade, não tem a confiança dos investidores, dos empresários e da elite política. E, principalmente, não tem mais apoio dos brasileiros horrorizados com as denúncias de corrupção e a inépcia governamental em enfrentá-las, além do agravamento dos problemas econômicos, em especial da inflação.

Deve ser reconhecido que Fernando Collor aceitou o cerco político que sofreu sem utilizar da máquina de Estado para coagir os adversários. E foi apeado legalmente da Presidência sem nenhum gesto fora dos limites da Constituição. Mas o mesmo não ocorrerá com Dilma. Na verdade, não com Dilma. Ela é um nada, é uma simples criatura, é um acidente da História. O embate vai ser travado com Lula, o seu criador, mentor e quem, neste momento, assumiu as rédeas da coordenação política do governo.[só que o Lula está se esfarelando, perdendo apoio, credibilidade.
Basta observar que desde o MENSALÃO - PT, mais ainda no PETROLÃO - PT, todos sabiam quem era o chefe das organizações criminosas, o 'comandante' das falcatruas, e ninguém tinha coragem de dizer o nome.
Atualmente, o nome do chefe da organização criminosa, do chefe do MENSALÃO - PT, do chefe do PETROLÃO - PT, anda de boca em boca, ninguém tem dúvidas que é o Lula e nenhum membro da petralhada faz qualquer coisa para processar os que colocam Lula como chefe das falcatruas.
O motivo é simples: o processado vai ter oportunidade de se defender, de apresentar provas, fatos, argumentos, não lhe negarão o direito ao contraditório e ampla defesa e aí será a oportunidade de mais provas ser apresentadas contra Lula e a acusação se fortalecer.
Para a petralhada o melhor é adotar aquele velho princípio: em m ..., quanto mais se mexe, mais fede.
Lembram quando Cesar Benjamim,  o menino do MEP,  denunciou que Lula tinha tentado estuprá-lo quando estiveram presos? mesmo sendo presidente da República Lula não processou o acusador. Afinal, audiências ocorreriam e mais coisas seriam divulgadas. (clique aqui e saiba mais...)
 
De uns meses para cá, até os eleitores de cabresto do Lula e da trupe petista não aceitavam sequer a insinuação que o Lula poderia saber das falcatruas - imagine comandá-las.
Era tentar explica e ficar, no mínimo, falando sozinho.
Agora mudou: os ouvintes surgem, ouvem com atenção, chamam outros e depois formam grupinhos comentando e o pior para o Lula... ACREDITANDO.]

Foi Lula que venceu a eleição presidencial de 2014. E agora espera repetir a dose. Mas a conjuntura é distinta. As denúncias do petrolão e a piora na situação econômica não permitem mais meros jogos de cena. O momento do marketing eleitoral já passou. E Lula vai agir como sempre fez, sem nenhum princípio, sem ética, sem respeito a ordem e a coisa públicas. O discurso que fez no Rio de Janeiro no dia 24 de fevereiro é apenas o início. Eleum ex-presidente da República incitou à desordem, ameaçou opositores e conclamou o MST a agir como um exército, ou seja, partir para o enfrentamento armado contra os adversários do projeto criminoso de poder, tão bem definido pelo ministro Celso de Mello, do STF. [só  naquele discurso Lula violou a Constituição Federal, a Lei de Segurança Nacional e sua ação criminosa deveria ter sido objeto de imediato inquérito policial. CLIQUE AQUI E SAIBA MAIS]

Lula está desesperado. Sabe que a aristocracia petista vive o seu pior momento. E não vai sair do poder sem antes usar de todas as armas, legais ou não. Como um excelente leitor de conjuntura — e ele o é sabe que os velhos truques utilizados na crise do mensalão já não dão resultado. E pouco resta para fazer — dentro da sua perspectiva. Notou que, apesar de dezenas de partidos e entidades terem convocado o ato público do dia 24, o comparecimento foi pífio, inexpressivo. O clima no auditório da ABI estava mais para velório do que para um comício nos moldes tradicionais do petismo. Nos contatos mantidos em Brasília, sentiu que a recomposição do bloco político-empresarial que montou no início de 2006 — e que foi decisivo para a sua reeleição – é impossível.

A estratégia lulista para se manter a todo custo no poder é de buscar o confronto, de dividir o país, jogar classe contra classe, região contra região, partido contra partido, brasileiro contra brasileiro. Mesmo que isso custe cadáveres. Para Lula, pouco importa que a crise política intensifique ainda mais a crise econômica e seus perversos efeitos sociais. A possibilidade de ele liderar um processo de radicalização política com conflitos de rua, greves, choques, ataques ao patrimônio público e privado, ameaças e agressões a opositores é muito grande. Especialmente porque não encontra no governo e no partido lideranças com capacidade de exercer este papel.

O Brasil caminha para uma grave crise institucional, sem qualquer paralelo na nossa história. Dilma é uma presidente zumbi, Por incrível que pareça, apesar dos 54 milhões de votos recebidos a pouco mais de quatro meses, é uma espectadora de tudo o que está ocorrendo. Na área econômica tenta consertar estragos que produziu no seu primeiro mandato, sem que tenha resultados a apresentar no curto prazo. A corrupção escorre por todas as áreas do governo. Politicamente, é um fantoche. Serve a Lula fielmente, pois sequer tem condições de traí-lo. Nada faria sozinha.

Assistiremos à lenta agonia do petismo. O custo será alto. É agora que efetivamente testaremos se funciona o Estado Democrático de Direito. É agora que veremos se existe uma oposição parlamentar. É agora que devemos ocupar as ruas. É agora que teremos de enfrentar definitivamente o dilema: ou o Brasil acaba politicamente com o petismo, ou o petismo destrói o Brasil. [no Brasil não existe uma oposição parlamentar que mereça o nome - basta ver que todas as medidas da Dilma foram aprovadas com votos dos que se dizem opositores e em alguns casos o PT deu menos votos à Dilma do que os opositores de araque.
o confronto não é desejado, mas, se necessário, que venha e seja qual for o seu tamanho o importante é que o PT não vença.]

Por: Marco Antonio Villa é Historiador.
 
 

Marido: Pimentel = consultor fantasma - Esposa: Carolina = fachada, laranja

Relatório da PF diz que mulher de governador de Minas tinha empresa de fachada

Na sexta-feira, policiais fizeram buscas na casa de Carolina de Oliveira Pereira

 

A Polícia Federal acusa a jornalista Carolina de Oliveira Pereira, mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, de manter empresa que é usada pela organização do empresário Benedito de Oliveira, um dos presos nesta sexta-feira pela Operação Acrônimo. Um dos relatórios da operação a que o GLOBO teve acesso afirma que Oli Comunicação e Imagens, que está em nome de Carolina, seria apenas uma empresa de fachada. A empresa teria sido usada pelo grupo de Benedito para movimentação financeira indevida.
 Carolina Oliveira, mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel - Agência de Minas Gerais / Divulgação

A Polícia Federal concluiu que a Oli Comunicação é empresa fantasma depois de fazer uma visita ao endereço da empresa. No papel, a Oli funciona no mesmo endereço da PP & I Participações Patrimoniais, outra empresa supostamente usada em negócios nebulosos de Benedito Oliveira. "Conforme item 3.1.1. da Informação 009/2015, embora a recepcionista do local tenha referido o funcionamento da empresa Oli, nos salas 1810 e 1881 (onde deveria funcionar a empresa) não foi encontrada qualquer indicação da existência da mesma", diz o procurador Ivan Marx ao pedir à Justiça Federal busca e apreensão de documentos em endereços de Caroline.

Segundo o procurador, "pode se concluir que, tanto a empresa PP & I Participações Patrimoniais e Imobiliárias, a empresa Oli Comunição e Imagens também seria uma empresa fantasma possivelmente utilizada para os fins Orcrim (organização criminosa) com a conivência de sua proprietária Caroline de Oliveira Pereira". 
 Antes de se casar com Fernando Pimentel, Carolina trabalhava como assessora de imprensa do petista no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ela era contratada por meio do BNDES, órgão vinculado ao ministério comandado por Pimentel. A ação da PF ocorreu no endereço onde Carolina vivia antes da eleição de Pimentel, em Brasília. Atualmente, a primeira-dama mora no Palácio dos Mangabeiras, em Belo Horizonte, residência oficial do governador do estado.

Procurado pelo GLOBO para comentar a ação na casa de Carolina, o governo de Minas informou, apenas, que “não é objeto de investigação neste processo”. Na tarde de ontem, a primeira-dama divulgou nota informando que “viu com surpresa a operação de busca e apreensão realizada em sua antiga residência, em Brasília” e que “acredita que a própria investigação vai servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas”.


A Operação Acrônimo apura o que a PF diz ser um esquema de montagem de empresas para lavar dinheiro. A maior parte das empresas é considerada, pela PF, como de fachada. Elas teriam movimentado mais de R$ 500 milhões desde 2005, só em contratos com o governo federal. A Gráfica Brasil — principal empresa da família de Benedito — faturou R$ 465 milhões nesse período. Isso chamou a atenção dos investigadores. Outra empresa do grupo, chamada Due, faturou R$ 65 milhões em eventos. Parte do dinheiro pode ter sido doação para campanhas.

Nas buscas, foram aprendidos R$ 98 mil e US$ 5 mil. A assessoria da PF informou que, durante a operação, teria sido constatado que o grupo investigado continuou a atuar e por isso foi feita prisão em flagrante. A PF não esclareceu em que circunstância isso ocorreu. Ao todo, 12 carros foram apreendidos e estão na superintendência da PF em Brasília.
Segundo a PF, o grupo fazia transações com pequenas quantias para ficar fora do radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A técnica é batida e ganhou um apelido “smurffing”. O nome deriva do desenho Smurfs: criaturinhas que vivem numa aldeia mágica e conseguem passar despercebidas dos humanos.

Fonte: O Globo 

 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

A vida importa? Jean Wyllys responde.



Projeto de Lei protocolado pelo deputado Jean Wyllys. (Fonte: ASCOM/Jean Wyllys)

A ignorância não devia ser algo escandaloso. De fato, ela não é: trata-se da condição natural do homem. Através da observação, da experiência e da contemplação, o homem pode ultrapassar a barreira da ignorância e elevar-se de um nível inferior de conhecimento a um nível superior de conhecimento. Esse processo jamais se encerra, a bem da verdade. 

O que de fato é escandaloso é que se ostente a própria ignorância como um tesouro, que se a exiba como algo precioso e que se a defenda como o fim último do homem. O escândalo é ainda maior quando se trata de alguém que, por função da posição que ocupa na sociedade, deveria zelar pela verdade

E esse é justamente o caso de Jean Wyllys. Vamos aos fatos: @ deputad@ Jean Wyllys (PSOL/RJ) apresentou no dia 24 de março, ontem, no plenário da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 882/2015 (baixe o arquivo digital aqui),que “[e]stabelece as políticas públicas no âmbito da saúde sexual e dos direitos reprodutivos e dá outras providências”. 

Dentre outras coisas, o projeto estabelece a legalização da “interrupção voluntária de gravidez” até a 12ª semana de gestação, a inserção de conteúdos relacionados a direitos reprodutivos e educação sexual no sistema de ensino pelo Ministério da Educação e restrições à objeção de consciência por parte de médicos que se recusem a tomar parte nos procedimentos.  O conteúdo legal do projeto não é o foco deste texto do contrário, ficaria muitíssimo extenso e chato, e creio que há pessoas muito mais habilitadas a escrever sobre aspectos jurídicos do que eu –, mas sim a justificativa que compõe o projeto de lei. Para manter a integridade mental dos leitores, copiarei abaixo apenas os dois primeiros parágrafos do texto, mas convido-os a ler o inteiro teor do projeto de lei d@ eminente deputad@ PSOLista. Os negritos, bem como as respectivas numerações entre colchetes, são por minha conta.

A primeira razão para este Projeto de Lei é, na verdade, uma falta de razões: não há justificativa para que o aborto seguro seja ilegal [2] e as mulheres que o praticam, bem como aqueles e aquelas que as assistem, sejam considerados criminosos ou criminosas. Todos os argumentos que, ao longo do tempo, têm sido oferecidos a modo de justificativa para manter a atual legislação não passam de um conjunto mal articulado de mentiras, omissões e hipocrisias [1] cujo efeito se mede, anualmente, em vidas humanas. Vidas indiscutíveis, seja pela ciência, seja pela filosofia, seja pela religião, de mulheres já nascidas. E o único motivo para isso é a vontade de uma parcela do sistema político e das instituições religiosas de impor pela força suas crenças e preceitos morais ao conjunto da população, ferindo a laicidade do Estado. [3]

Vocês devem ter notado que os números dos negritos não estão em ordem. Vamos por partes.

Concedendo ao nobre parlamentar o beneplácito da dúvida pelo seu infeliz comentário no argumento [1], talvez @ deputad@ conheça apenas de nome um único cientista que é freqüentemente citado por aqueles que combatem a descriminalização do aborto: Jérôme Lejeune. O Dr. Lejeune foi o responsável pela descoberta da trissomia do cromossomo 21, mais comumente chamada de Síndrome de Down. Bom, decerto os argumentos contra o aborto de um homem da estatura intelectual e científica do Dr. Lejeune não passam de “um conjunto mal articulado de mentiras, omissões e hipocrisias”.  


Afinal, ele era a epítome do opressor: branco, heterossexual, europeu e, o pior dos crimes, católico. No entanto, @ deputad@ talvez jamais tenha ouvido falar no Dr. C. Ward Kischer. O Dr. Kischer é biólogo, PhD em embriologia humana, professor emérito da Faculdade de Medicina da Universidade do Texas e detentor de uma farta bibliografia publicada em periódicos científicos de primeira linha. A explicação que o Dr. Kischer oferece, em artigo escrito em 1993, a respeito do começo da vida humana é a seguinte (tradução minha):
A partir do momento em que o espermatozoide entra em contato com o ovócito, sob condições que entendemos e descrevemos como normais, todo desenvolvimento subseqüente até o nascimento de uma criança viva é fait accompli [fato estabelecido].  

Isso quer dizer que, depois do contato inicial entre o espermatozóide e o óvulo, não há qualquer momento ou estágio subseqüente que possa ser arbitrado ou esteja pendente da mãe, ou do embrião ou feto.


Também não há uma segunda contribuição, um sinal ou gatilho, requerido pelo macho para continuar e completar o desenvolvimento até o nascimento. O desenvolvimento humano é um continuum no qual os ditos estágios se sobrepõem e se fundem uns nos outros. De fato, toda a vida está contida dentro de um continuum do tempo. Portanto, o começo de uma nova vida se dá no começo da fertilização, o evento reprodutivo que é a essência da vida.

A exposição sucinta do Dr. Kischer, baseada nos estágios Carnegie de desenvolvimento embriológico humano, nos conduz ao argumento 2, que afirma que não há motivos para que o aborto seguro seja ilegal. Seguro ou não, todo procedimento de “interrupção voluntária de gravidez” implica na eliminação de uma vida humana. Portanto, ao menos do ponto de vista legal, encaixa-se perfeitamente no rol dos crimes dolosos contra a vida, uma vez que se trata de algo que se buscou voluntariamente.  

A argumentação do Dr. Kischer também nos conduz ao argumento 3. Se você for uma pessoa minimamente educada, que saiba ler e consegue compreender o que está escrito (o que deve ser fato, já que, do contrário, você sequer se daria o trabalho de ler este artigo), você certamente irá reparar que o Dr. Kischer não citou, em nenhum momento, quaisquer premissas morais, filosóficas ou religiosas para defender que a vida humana se inicia na concepção.  

Ele não relacionou o momento da concepção com a encarnação de uma alma, por exemplo, nem com a valoração moral do aborto sob a perspectiva de uma divindade ou de um livro sagrado. Diante da clareza do Dr. Kischer e da patente verborragia d@ nobre parlamentar do PSOL, duas são as possibilidades: ou Jean Wyllys é um@ total, complet@ e profund@ ignorante das questões sobre as quais pretende legislar ao propor esse projeto de lei;
ou se trata de um caso puro e cristalino de falta de caráter.

 Independente do caso, o que o projeto demonstra é que @ deputad@ tem maior preocupação em defender qualquer ideologia rasa do que se debruçar sobre um assunto complexo e, nele, buscar a verdade. Todo o resto da justificativa é um show de horroresargumentos requentados que provém desses três primeiros que selecionei, estatísticas obscuras sem indicação de fonte específica, contradições, etc. –, e recomenda-se ao aventureiro que queira desbravar o texto do deputado que se arme de toda a cautela possível – e, talvez, de um bom remédio para o trato estomacal. Não o leia depois de ter comido: os efeitos podem ser desastrosos.

Observação: a designação de gênero ao se referir a Jean Wyllys foi convenientemente substituída pelo “@” para evitar desagradar @ nobre deputad@ e ofender sua respeitável e ilibada figura.

Escrito por Felipe Melo