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quarta-feira, 29 de junho de 2022

Joe Biden revela plano de ação de aborto em 5 etapas para matar bebês “na maior extensão possível” - Micaías Bilger

LifeNews.com

O governo Biden divulgou um plano de cinco etapas na terça-feira para manter os Estados Unidos matando bebês não nascidos em abortos depois que a Suprema Corte dos EUA derrubou Roe v. Wade na semana passada.

O secretário do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Xavier Becerra, revelou o plano em uma entrevista coletiva em Washington, D.C., incluindo esforços para frustrar a legislação estadual que proíbe medicamentos abortivos por correspondência e treinar médicos e farmacêuticos sobre como encaminhar para abortos.

“Aumentar o acesso a esse medicamento é um imperativo nacional e de interesse público”, disse Becerra, ao acusar a Suprema Corte de criar um “momento de crise na saúde”. O ex-advogado da Califórnia criticou a decisão do tribunal de permitir que os estados protejam bebês não nascidos do aborto novamente, chamando-a de “desprezível”, mas “previsível”, segundo a Fox News.

O governo Biden disse que quer disponibilizar medicamentos abortivos “em toda a extensão possível”. “No HHS, não deixaremos pedra sobre pedra”, disse Becerra. “Todas as opções estão na mesa. Faremos tudo dentro do limite legal da lei para alcançar pacientes e provedores de apoio.”

(Primeiro,) Becerra prometeu que seu escritório trabalhará com agências federais de aplicação da lei para garantir que os estados não possam proibir as pílulas abortivas, como alguns estados liderados pelos republicanos tentaram fazer - embora não esteja claro como as leis seriam aplicadas, já que as pílulas são enviadas por o Correio.

Os escritórios federais também enviarão informações aos profissionais de saúde sobre os medicamentos, chamados misoprostol e mifepristone, disse Becerra. Mas ele não chegou a dizer que todo médico deveria oferecer a pílula abortiva quando perguntado sobre a possibilidade por um repórter.

Em vez disso, ele disse que o HHS planeja lembrar aos programas federais de saúde que eles devem, por lei, fornecer pílulas abortivas para pacientes que as desejam após casos de estupro, incesto ou gravidez com risco de vida.

Segundo, o governo Biden quer garantir que médicos e farmacêuticos sejam treinados sobre como encaminhar pacientes para abortos e, terceiro, planeja lembrar aos provedores do Medicaid que os dólares dos impostos federais podem ser usados?? para pagar o controle de natalidade e a contracepção de emergência, de acordo com o relatório.

Em quarto lugar, Becerra disse que disse ao Escritório de Direitos Civis para garantir que as informações médicas permaneçam privadas e que os pacientes não sejam discriminados por buscarem abortos.

E quinto, o secretário do HHS disse que seu escritório está explorando maneiras de potencialmente usar a Lei de Tratamento Médico de Emergência para expandir os abortos. “Não existe uma bala mágica”, acrescentou. “Mas se houver algo que possamos fazer, encontraremos e faremos no HHS. De fato, essa foi a instrução que recebi do presidente dos Estados Unidos.”

O governo Biden acredita que as drogas abortivas encomendadas pelo correio são uma maneira de os Estados Unidos continuarem abortando bebês ainda não nascidos, mesmo em estados que protegem suas vidas sob a lei. Na sexta-feira, em reação à decisão da Suprema Corte, o presidente Joe Biden prometeu garantir que a droga abortiva mifepristone permaneça disponível para as mulheres “na medida do possível”.

O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, também mencionou a droga abortiva na sexta-feira, quando prometeu que o Departamento de Justiça “trabalhará com outros braços do governo federal que buscam usar suas autoridades legais para proteger e preservar o acesso aos cuidados reprodutivos”, relata a AP. “Em particular, o FDA aprovou o uso do medicamento mifepristone”, disse Garland. “Os estados não podem proibir o mifepristone com base em desacordo com o julgamento de especialistas da FDA sobre sua segurança e eficácia”.

No entanto, isso parece contradizer a decisão da Suprema Corte em Dobbs v. Jackson Women's Health, que restaura os direitos dos estados de tomar decisões sobre o aborto e os direitos dos fetos.

Mifepristone é usado para abortar bebês até 10 semanas de gravidez. 
Ele bloqueia o hormônio progesterona e basicamente deixa o bebê morrer de fome. 
Durante décadas, a FDA exigiu que os abortistas fornecessem o medicamento pessoalmente após um exame médico devido aos seus altos riscos. Em dezembro, no entanto, o governo Biden se livrou da exigência presencial e começou a permitir que o medicamento fosse vendido pelo correio. 
Agora, as drogas abortivas podem ser compradas online sem nunca ver ou mesmo falar com um médico.
 
A FDA vinculou a droga do aborto a pelo menos 26 mortes de mulheres e 4.000 complicações graves entre 2000 e 2018. 
No entanto, sob o presidente Barack Obama, a FDA parou de exigir que as complicações não fatais da mifepristona fossem relatadas. Portanto, os números quase certamente são muito maiores.

Novos dados e estudos sugerem que os riscos da droga abortiva são muito mais comuns do que os ativistas do aborto afirmam, com até um em cada 17 necessitando de tratamento hospitalar. Outro estudo do Charlotte Lozier Institute descobriu que a taxa de atendimentos de emergência relacionadas ao aborto por mulheres que tomam o medicamento abortivo aumentou mais de 500% entre 2002 e 2015.

A droga abortiva é usada em mais da metade de todos os abortos nos Estados Unidos, de acordo com um novo relatório do Instituto Guttmacher. Em 2020, a droga foi responsável por 54% de todas as mortes por aborto de bebês em gestação, contra 39% em 2017, segundo o grupo de pesquisa pró-aborto.

Transcrito do site:  Puggina.org

*       Tradução livre do original em inglês do artigo:

Joe Biden Unveils 5-Step Abortion Action Plan to Kill Babies to “The Fullest Extent Possible”


**      Na imagem, Biden e Secretário Becerra.

Senado - CPI eleitoreira tira o lugar da investigação que realmente precisa ser feita - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é o principal articulador da CPI do MEC. [o senador estridente colherá mais uma derrota - o que lhe é habitual, já que sempre perde.                   Uma das mais vergonhosas foi na CPI Covidão, quando o calhamaço que pensava merecer ao menos uma rápida leitura do TPI - Haia foi recusado antes de ser entregue.]

A  partir de amanhã, quem for apresentador de televisão, mas for pré-candidato, já não pode mais estar na tevê ou vai ficar impedido pela Justiça Eleitoral, porque a lei está proibindo.  
 E a partir de sábado, quem for candidato e ocupar um cargo no Executivo, como o presidente da República ou um governador, não pode nomear, transferir com fins eleitorais, não pode mandar dinheiro para estado ou município com fins eleitorais. 
Se for fazer uma inauguração, não pode contratar show. São os rigores da lei eleitoral, para dar igualdade de condições entre o candidato que está no poder e o candidato que está fora do poder.


MAIS UMA DO BOCA DE VELUDO

Senadores preferem CPI para aparecer em vez de CPI para levar a sério
No Senado, mais um movimento para fazer uma CPI eleitoreira. Conseguiram fazer aquela da Covid, a CPI do circo, que por ordem do Supremo passou na frente de todas as CPIs que estavam prontas para ser instaladas. Recorreram ao Supremo e o ministro Barroso deu uma liminar que foi confirmada pelo plenário do Supremo menos pelo ministro Marco Aurélio, que disse que o Supremo não tem de dar ordem ao Senado, de acordo com o artigo 2.º da Constituição.

Há etnias isoladas que têm “proprietário”: a ONG estrangeira é proprietária, usa essa etnia para mostrá-la, como se fosse um zoológico humano, e fatura milhões com documentários na Europa
Abriram a CPI da Covid, e quem ficou para trás? O primeiro lugar da fila, a CPI das ONGs da Amazônia, que está pronta para começar desde o fim de agosto de 2019. Há uma pressão muito grande, diz o senador Plínio Valério, inclusive de uma grande rede de televisão e de muita gente que não tem interesse em mostrar o que está acontecendo, segundo ele, com 100 mil ONGs que recebem estrangeiros. 
A ex-ministra Damares me disse ontem que há etnias isoladas que têm “proprietário”: a ONG estrangeira é proprietária, usa essa etnia para mostrá-la, como se fosse um zoológico humano, e fatura milhões com documentários na Europa, mostrando como vivem os índios brasileiros.
 
 É esse o horror que a gente precisa mostrar numa CPI, mas tem gente querendo esconder. O senador Plínio Valério me disse, e eu coloquei isso no meu artigo que sai nos jornais de hoje, que em Coari uma ONG comprou um território equivalente a um décimo do território da Holanda. 
No subsolo tem gás de petróleo – que coincidência! 
A maior parte dos territórios indígenas, me disse também a ex-ministra Damares, foi coisa de gente estrangeira, uma antropóloga belga botava um, dois, três índios. “Plantava” índios, em geral em área de fronteira, e dizia que tinha de ser território indígena. Tudo isso sob a expectativa de um julgamento do Supremo sobre o tal marco temporal, que é simplesmente o julgamento de gramática, porque na Constituição diz que terras indígenas são as terras que ocupam, e não que vierem a ocupar, nem as que ocuparam. Diz ocupam, isso é presente do indicativo, de 5 de outubro de 1988, simples. 

Bons números na segurança e no emprego
Para terminar, quero lembrar vocês que, no ano passado, os homicídios caíram mais uma vez, queda de 6,5%; saiu no Anuário de Segurança Pública. E o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados mostra que em maio foram criados 277 mil novos postos de emprego; neste ano, 1,51 milhão. E isso que o cadastro não revela aqueles que estão trabalhando, vendendo na internet ou viraram microempresários.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


Mulheres que abusam de crianças e adolescentes: o caso de Ghislaine - Mundialista

Vinte anos de prisão é o castigo reservado para a mulher que era apaixonada pelo pedófilo Jeffrey Epstein - e se tornou seu instrumento

“Eu não era nada além de um brinquedo sexual com pulso e alma para entreter Epstein, Maxwell e outros”.

“Depois de atraírem a mim e a outras com uma falsa sensação de segurança e conforto, eles nos enredavam em seu mundo pervertido de estupro, estupro e mais estupro”.

Cúmplice: Ghislaine Maxwell não só aliciava meninas como participava de sessões de sexo coletivo - Mathieu Polak/Getty Images

Estes são alguns trechos do depoimento dado por Sarah Ransome nas audiências que precederam a sentença de Ghislaine Maxwell – serão vinte anos de prisão para a socialite inglesa que se tornou cúmplice no aliciamento de adolescentes para servir sexualmente o pedófilo milionário Jeffrey Epstein, que se suicidou na cadeia em 2019, num caso escandaloso que até hoje provoca suspeitas.

Sarah, hoje com 37 anos, foi uma das centenas de adolescentes, em muitos casos inseguras ou com problemas familiares, manipuladas por Ghislaine para manter o constante suprimento de meninas lindas convencidas a fazer massagens e prestar outros serviços sexuais para Maxwell e sua rede de amigos importantes. No caso dela, um dos argumentos usados foi que era “excepcionalmente inteligente” e poderia se tornar uma pessoa destacada; bastava seguir suas orientações.

Além de “caçar” e atrair as meninas, até em portas de escolas, Ghislaine ensinava-as a fazer as massagens como “Jeff gosta” e participava de sessões de sexo coletivo, usando vibradores.

Virginia Roberts Giuffre, promovida a “primeira namorada” na época dos abusos, disse que Ghislaine a violentou dessa maneira em inúmeras ocasiões. Ela é a mais conhecida das vítimas do casal maligno por causa da denúncia de ter sido “emprestada” ao príncipe Andrews, amigo de Epstein, em três ocasiões. O filho da rainha Elizabeth II resolveu a ação indenizatória com um pagamento de 15 milhões de dólares antes que o caso fosse a julgamento.

Por que uma mulher adulta, com experiência nas mais altas esferas da sociedade, adere ao mundo de degradação e crime criado  por Epstein – e protegido pelas barreiras que só o dinheiro pode propiciar? Obviamente, amor. Ela era totalmente apaixonada por ele e acreditava que um dia iriam se casar, segundo uma amiga. “No começo, tiveram um envolvimento romântico”, depôs Lawrence Paul Visoski, um dos pilotos do avião particular de Epstein, apelidado de “Expresso Lolita”.

Pois é, Epstein queria as Lolitas, não uma mulher adulta como Ghislaine. Circulava com ela como se fossem um casal, aproveitando as portas que lhe abria – inclusive para o príncipe Andrew, de quem Ghislaine tinha sido amiga de juventude. Um milionário sedutor e abusivo era exatamente o mesmo perfil do pai dela, Robert Maxwell, que também se suicidou em circunstâncias suspeitas depois de perder seu império de mídia.

Amor ou paixão são os sentimentos que movem um fenômeno relativamente novo, o de mulheres que se transformam elas mesmas em abusadoras de crianças e adolescentes, seguindo os caprichos perversos do homem a quem querem agradar. Ou da mulher. Na Inglaterra, um dos casos recentes é o de Frankie Smith, condenada a doze anos de prisão por ter sido cúmplice no assassinato de sua própria filhinha, Star, de apenas um ano e quatro meses. 

Sua companheira Savannah Brockhill, boxeadora amadora que trabalhava como guarda de segurança, matou a menininha a murros ou chutes, depois de meses de abusos bárbaros. Os ferimentos sofridos pela criança foram comparados aos de um acidente de automóvel. Nesse período, às vezes a vestiam de menino. A assassina pegou 25 anos de prisão. A pena inicial da mãe, de oito anos, foi considerada branda demais e ampliada.

Vanessa George tinha um homem com quem nunca havia se encontrado fisicamente a quem queria agradar. Tinham se conhecido pelo Facebook. Vanessa usou sua posição como funcionária de uma creche Plymouth para aceder aos desejos de Colin Blanchard, que tinha outra mulher na rede de perversidades.

Tirou mais de cem fotografias enquanto abusava de criancinhas na hora da troca de fraldas. 
Usava vibradores e outros objetos, incluindo até um brinquedo. 
Dezenas de pais assistiram seu julgamento, em prantos – e atormentados por uma dúvida que nunca irão elucidar: 
- nas fotos, os rostos das crianças não apareciam, impossibilitando sua identificação. Foram pelo menos trinta pequenas vítimas, embora se suspeitasse que até 300 pudessem ter sido abusadas durante os dois anos em que Vanessa trabalhou na creche.“Eu culpava a mim mesma por ter acreditado que aqueles predadores queriam realmente me ajudar”,  disse Annie Farmer, uma das vítima de Epstein e Ghislaine. A irmã dela, Maria, também foi abusada, com “efeitos devastadores para ela e nossa família”. Entre outros tormentos, Ghislaine convenceu Maria que podia ser morta andando em qualquer rua de Nova York.

“De maneira simplificada, Ghislaine Maxwell é um monstro”, desabafou outra vítima, Juliette Bryant. Mais uma: “Eu testemunhei o impulso incansável e insaciável que ela tinha de atender as necessidades sexuais de Epstein a qualquer custo para as meninas e mulheres vulneráveis que caçava e dava a Epstein e outros homens poderosos, a quem queria agradar”.

“Para mim e para tantas outras, você abriu as portas do inferno”, resumiu Virginia Giuffre, que foi “caçada” por Ghislaine quando tinha apenas quinze anos. “Como mulher, eu acho que você entendia o mal que estava causando – o preço que estava fazendo que nós, as vítimas, pagássemos”.

Mesmo no mundo de cafetinas experientes, existem regras sobre a exploração de menores. Como Ghislaine fechou tanto os olhos não só aos abusos, mas a suas consequências na justiça? Existem ainda outras perguntas: como nenhum dos outros homens, mais ou menos importantes, que desfrutavam dos “presentes” de Epstein, foi levado à justiça criminal? 
E onde estão os vídeos que, segundo convicção generalizada, o pedófilo fazia dos encontros sexuais dos poderosos a quem cultivava?

Aos 60 anos, com duas décadas de cadeia garantida pela frente, Ghislaine Maxwell continuará em silêncio sobre eles?

Blog Mundialista - Vilma Gryzinski, coluna em VEJA


Impunidade, causas e consequências. - Percival Puggina

Ano 2022. No Brasil, dois dos três poderes de Estado causam danos irreparáveis à segurança da sociedade contando com apoio da mídia militante antiarma e antipolíciae de um magote de teóricos marxistas das ciências humanas. 
Entre estes, contam-se articulados sabichões das carreiras jurídicas, filósofos, psicólogos, sociólogos, antropólogos palpiteiros em segurança pública e comunicadores sociais.  
Juntos dão suporte de silêncio ou apoio explícito ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional.

Há um preceito na Constituição segundo o qual “todos são iguais perante a lei”. Não ria, leitor! Não ria. Não faça troça. Que os debochados sejam apenas eles. Afinal, o preceito está no livrinho, no artigo 7º, acrescentando zelosamente que “[todos] sem distinção têm direito a igual proteção da lei”. Qualquer concurseiro sabe disso.

Se as instituições da República não dão bola para o preceito, aí estamos falando da vida fora das bolhas e da sociedade ao relento de qualquer proteção. Procurei no Google por “morre durante assalto”. Encontrei 36 mil referências. 
São policiais, padeiros, vigilantes, secretárias, professoras, “gente comum” cuja morte não chama a atenção, não é percebida na bolha dos poderosos. [pedir Justiça para esses mortos não interessa as ONGs formadas por vendidos aos estrangeiros,nem aos ambientalistas e outros da mesma laia. Não se sabe de nenhum supremo despacho dando cinco dias para a polícia informar o paradeiro dos assassinos dessas pessoas nem para investigar as tais ONGs - em algumas,  85% do dinheiro delas é para sustentar  seus diretores.]
O registro da página policial sequer é lido nos festivos  salões da cobertura do prédio da república. Nenhuma ONG pia ou chia.  Manchete alguma noticia. Se for realmente cidadão comum, se não pertencer a qualquer minoria, nenhum partido intervém e nenhum ministro do STF se manifesta ou dá prazo.

A insegurança em que vivemos foi planejada e semeada, antes de ser colhida. A nata dos noticiários não faz mais do que recobrir dos olhos da multidão a realidade cotidiana de milhões de brasileiros. Suas principais vítimas são os policiais e a classe média, tão odiada pela esquerda em virtude de sua resistência à conhecida “revolução” dos progressistas. Revolução das mãos grandes e dedos ágeis.

Noutra ponta do sistema, temos um Congresso avesso à lei penal por constrangedoras razões individuais e coletivas. Lá estão os que precisam de seus mandatos para ficar sob resguardo do foro privilegiado, preservando os respectivos inquéritos e processos penais no confortável cativeiro das prateleiras do Supremo. No Congresso estão, também, os solidários com os colegas e companheiros em dificuldades com a lei. Lá estão os financiados por empresários de boa fortuna e má fama. Lá estão os muitos que dependem da benevolência de um partido malevolente para custeio de sua reeleição.

Você é capaz de imaginar quantos criminosos, em todo país, exercem influência sobre congressistas e quantos destes estão sob tais influências?  Por isso, a prisão após condenação em 2ª instância foi derrubada no STF para viabilizar a candidatura de Lula. [crítico habitual da classe média] Ao menos até prova em contrário, por uma infinidade de razões análogas, o Congresso não vota PEC nesse sentido.

Para flagelo nacional, por aí se difunde o “não dá nada” e a impunidade transforma o crime no mais próspero negócio do país. Em outubro, não se omita. Os corruptos querem voltar.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

Ibaneis, ainda governador do DF, assume compromissos com policiais e bombeiros e agora quer que o Governo Federal assuma

Promessa de reajuste de policiais e bombeiros deve ficar no papel

Governo transfere a responsabilidade para Bolsonaro, mas, na campanha de 2018, o candidato ao Buriti disse que pagaria a recomposição até com recursos do DF

O governador Ibaneis Rocha (MDB) corre o risco de entrar em campanha à reeleição sem cumprir um dos principais compromissos de 2018: a concessão da paridade dos salários de policiais civis aos dos policiais federais, com o mesmo aumento de 37% para as demais forças de segurança. O prazo para conceder a recomposição salarial termina nesta sexta-feira, de acordo com o estabelecido pela Lei 9.504/1997. Mas não há sinalização de que a promessa vai vingar.

Segundo a chamada Lei das Eleições, não é permitido aumentar salários de servidores no período de 180 dias que antecede o fim do mandato. Ibaneis repassa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) a responsabilidade de conceder qualquer reajuste. De fato, a Presidência da República precisar enviar ao Congresso Nacional uma medida provisória ou um projeto de lei para que o parlamento autorize a recomposição, pois a segurança pública é custeada pelo Fundo Constitucional do Distrito Federal. [Ibaneis é o campeão das promessas não cumpridas e das simulações - as promessas a tentativa de sair fora do que prometeu aos policiais é um exemplo e as simulações é construir hospitais e escolas (melhor dizendo, anunciar que concluiu determinado hospital ou escola e omitir que não contratou médicos, enfermeiros para os hospitais e professores para as escolas e fica tudo fechado se estragando.)]

Mas Ibaneis fez um compromisso na campanha de 2018. Fez reuniões com os sindicatos da Polícia Civil (PCDF) e criticou o então governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), por não ter liberado a equiparação com a Polícia Federal para a Polícia Civil, uma paridade histórica. Em uma das reuniões entre o primeiro e o segundo turnos, em 13 de outubro, Ibaneis prometeu a representantes das forças de segurança a paridade salarial dos policiais civis e garantiu que os militares teriam aumento proporcional — acréscimo de 37% na remuneração. "Já está tudo calculado. Se for necessário, usaremos recursos do Distrito Federal para manter as forças de segurança", afirmou na ocasião o então candidato.

Desde que assumiu, em 2019, o discurso mudou. Ibaneis concedeu, a partir de 2020, um acréscimo de 8% nos contracheques, mas o valor é bem abaixo da paridade prometida. Neste ano, o governador encaminhou à Presidência da República uma proposta de aumento de 10% para as forças de segurança. Mas o documento não foi enviado por Bolsonaro ao Congresso. "O prazo estabelecido está acabando, e não vemos nenhum gesto do governo para que o aumento saia", reclama Alex Galvão, presidente licenciado do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF).

O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindepo-DF), Marcelo Portella, esteve com o governador Ibaneis Rocha na semana passada, para pedir empenho nessa reta final. O encontro contou com a presença do presidente Sinpol-DF, Enoque Venâncio; do presidente da Câmara Legislativa, Rafael Prudente (MDB); do deputado Hermeto (MDB); do ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) Wellington Luiz; e dos comandantes das forças de segurança do DF.  Uma semana depois, os representantes dos sindicatos perderam as esperanças. "Já fizemos o possível. Iremos, agora, conversar com os candidatos. É hora de obter compromissos. Estamos cansados de promessas não cumpridas", disse o presidente do Sindepo-DF.

Marcelo Portella afirma que os policiais civis estão deprimidos pela defasagem salarial. "A categoria está adoecida. Vão colocar a culpa no presidente (da República, Jair Bolsonaro). Mas não vimos empenho suficiente do governador nem do delegado-geral (da Polícia Civil, Robson Cândido) para tentar cumprir as promessas de campanha", critica Portella.

Na saída da reunião da semana passada, o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, disse que o governo Ibaneis fez muito pelas forças de segurança pública: nomeação de mais de 3,5 mil profissionais; reduções de interstício da Polícia Militar; plano de saúde para a Polícia Civil; entre outras medidas. "Colocamos toda a valorização feita pelo governador, as diversas reduções de interstício, o aumento de 8% concedido lá em 2019, o plano de saúde para a Polícia Civil, o auxílio-uniforme e o aumento do auxílio-alimentação da PCDF, os mais de 3,5 mil nomeados e o concurso em andamento da PCDF, além dos aprovados para o ano que vem da PMDF e do Corpo de Bombeiros", acrescentou. [além da péssima remuneração concedida aos policiais civis,  policiais militares e bombeiros, o Ibaneis não contrata nem um terço do que precisaria contratar para equiparar o efetivo de hoje das forças de segurança ao inicio do século.
Ibaneis, o  protetor da cidade de Corrente no PI, promete mas sem a menor intenção de cumprir. Muitos devem lembrar que na campanha, qualquer promessas era seguida da garantia que se não houvesse verba, grana, ele pagaria do próprio bolso. Foi ser eleito e passou a usar roupas sem bolsos.]

Marcelo Portella diz que a PCDF teve muitas perdas salariais nos últimos anos. "Somos, hoje, o 19° (lugar no ranking do) salário de delegado de polícia entre os 27 estados da Federação", lamenta.

Cidades - Correio Braziliense
 
 

terça-feira, 28 de junho de 2022

A última trincheira - Revista Oeste

Silvio Navarro

O avanço da esquerda no continente faz do Brasil, principal economia do cone sul, um ponto de resistência na luta pela liberdade


Apoiadores do candidato Gustavo Petro comemoram depois que ele venceu o segundo turno das eleições presidenciais em Cali, Colômbia | Foto: Andres Quintero/AP/Shutterstock
Apoiadores do candidato Gustavo Petro comemoram depois que ele venceu o segundo turno das eleições presidenciais em Cali, Colômbia | Foto: Andres Quintero/AP/Shutterstock
 
A última reportagem de capa de Oeste no ano passado tinha como título “América vermelha”. Alertava, em dezembro, para o avanço da esquerda como nunca no continente. Colômbia e Brasil eram as últimas trincheiras contra o populismo e o fim da liberdade na América Latina. Seis meses depois, só resta o Brasil.

No domingo passado, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro foi eleito presidente da Colômbia, tingindo ainda mais o mapa geopolítico de vermelho. Esta é a primeira vez que a esquerda chega ao poder num território marcado por décadas de derramamento de sangue no combate a narcoguerrilheiros e cartéis de drogas. A Colômbia registra em páginas tristes da sua história nomes como o do megatraficante Pablo Escobar, das Farc (Forças Armadas Revolucionárias) e do M-19 (Movimento 19 de Abril).

É por participar do violento M-19 que Gustavo Petro ficou conhecido. Ele fazia parte do grupo, que surgiu na década de 1970, como outros tantos formados por jovens marxistas pelo mundo. Logo entrou no radar das autoridades, pelo uso de pistolas e fuzis. A fama do bando armado começou em 1974, na invasão do Museu de Bogotá, para roubar a espada de Simón Bolívar, um dos líderes da independência do país. Anos depois, quando Pablo Escobar resolveu se meter na política, a espada foi parar nas mãos dele. Seu filho, Juan Pablo, já afirmou que brincava com ela quando criança.

“A esquerda precisa cativar jovens idealistas que não têm memória do que aconteceu no passado”

O M-19 foi responsável por uma série de sequestros que terminaram em mortes. O episódio mais trágico ocorreu em 6 de novembro de 1985. A imagem retratada na primeira temporada da série Narcos, da Netflix, mostra um tanque do Exército posicionado diante do Palácio da Justiça — o STF colombiano. Dentro do prédio, estavam 35 terroristas em conluio com o cartel de Medellín. Cem pessoas morreram, entre elas 11 magistrados. Pablo Escobar queria eliminar documentos. O M-19, tomar o poder.

Os “meninos” de Lula
Para o Brasil e a economia global, a chegada de Gustavo Petro à Presidência assim como a de Gabriel Boric (uma espécie de Guilherme Boulos tatuado) no Chile pouco importam. São economias pequenas, pouco industrializadas e incapazes de competir com a produção agrícola de Mato Grosso, por exemplo. O que tem incomodado grande parte da sociedade é o radicalismo dessa ofensiva em bloco contra quem se opõe ao tal “progressismo”.

É como se fosse obrigatório estar engajado à agenda da esquerda para andar no compasso do mundo atual isso inclui linguagem neutra (o “todes” e suas esquisitices, que não constam no dicionário), feminismo exacerbado, LGBT, “racismo estrutural”, etc. A coisa piora quando essa cartilha esbarra em minimizar o banditismo. Chamou a atenção, por exemplo, o primeiro discurso de Gustavo Petro depois de eleito: “Quanta gente morreu, quantos estão presos neste momento? Quantos jovens acorrentados e algemados, tratados como bandidos simplesmente porque tinham esperança e amor?”. Ele se referia a homens que foram parar na prisão por sequestros e assassinatos.

“A esquerda precisa cativar jovens idealistas que não têm memória do que aconteceu no passado”, afirma Gustavo Segré, analista político e consultor econômico argentino. “Por exemplo, da corrupção. No caso de Petro, esses jovens só se lembram de que ele foi prefeito de Bogotá, mas não que foi guerrilheiro.”

Os jovens de Petro não são diferentes dos “meninos” citados recentemente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mais uma desastrosa fala eleitoreira de improviso. Ao lado do senador alagoano Renan Calheiros (MDB), contou que pediu ao então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1998, que libertasse os sequestradores do empresário Abílio Diniz, em greve de fome na cadeia.

“Fui na cadeia, no dia 31 de dezembro, conversar com os meninos e falar: ‘Olha, vocês vão ter de dar a palavra para mim, vocês vão ter de garantir pra mim que vão acabar com a greve de fome agora e serão soltos”, disse Lula. “Eles respeitaram a proposta, pararam a greve de fome e foram soltos. E eu não sei onde eles estão agora.”

Lula disse não saber qual foi o destino dos “meninos”. Um deles matou um vigilante de banco no Chile em abril de 2020. Está preso.

O caminho para a revolução
São nessas manifestações que os líderes de esquerda latinos se parecem. Lula já lamentou publicamente a prisão de jovens por furtos de celulares. E escorregou ao dizer que o presidente Jair Bolsonaro “não gosta de gente, gosta de policial”. Uma das bandeiras de campanha do colombiano Petro era “acabar com a abordagem do proibicionismo” em relação às drogas.

O advogado e ex-deputado chileno José Antonio Kast afirma que seu país segue na mesma direção. Ele perdeu as últimas eleições para Gabriel Boric. O Estado de Direito tem de fazer valer a lei, ou a impunidade prevalece”, disse Kast a Oeste. “Não é só o narcotráfico que vai crescer, mas o mesmo se aplica ao ladrão de carros: se não for punido, no próximo assalto vai agredir o condutor. Se o militante ‘progressista’ acha que pode bloquear estradas porque nada vai acontecer, ele começa a incendiar e depredar.” O político conclui: “Começam a enxergar que é o caminho para uma revolução”.

Gabriel Boric, atual presidente do Chile, chegou a ser levado para uma delegacia em 2005. Foi fichado por furto, ao sair com um vidro de álcool escondido de um supermercado em Punta Arenas. Incendiar praças e vias públicas foi uma das marcas dos protestos que terminaram em vandalismo no Chile antes das eleições.

O consórcio sem juízo
Os discursos da legião de governantes latinos de esquerda e seus apoiadores ainda sugerem a ampliação de relações diplomáticas com as ditaduras da Venezuela, Nicarágua e Cuba. Também é uníssona a narrativa de que os mandatários de direita estão depredando a Amazônia. No Brasil, é pior. A essa, somam-se acusações de que o presidente Jair Bolsonaro estimula a criminalidade na área de selva e promove genocídio de índios. A agenda ambiental, devidamente manipulada, desponta como a favorita dessa geração que vota pela primeira vez.

Com exceção de Equador, Uruguai e Paraguai, democracias com pouca expressão global, a vizinhança tem outros movimentos de esquerda em curso. O principal deles foi a vitória de Andrés Manoel López Obrador num plebiscito para esticar seu mandato na Presidência mexicana até 2024. Na Argentina, nem a miséria nas ruas de Buenos Aires nem a inflação galopante de 60% tiram a hegemonia do “kirchnerismo socialista”, atualmente representado por Alberto Fernández.

México e Argentina são bons exemplos de países onde a imprensa hoje paga o preço por ter apoiado candidatos populistas de esquerda. O tiro saiu pela culatra. López Obrador não só tenta silenciar a imprensa local como tem aversão aos correspondentes estrangeiros de jornais norte-americanos, mesmo os alinhados à esquerda. Já atacou publicamente o New York Times e o Washington Post. Cristina Kirchner, a vice-presidente que manda de fato na Argentina, ficou famosa por tentar fechar jornais que a investigam — o Clarín foi o pior caso, mas não o único. A caçada é descrita no livro A Batalha Final de Cristina, do jornalista Daniel Santoro.

                                    A América do Sul vermelha

Tentar regular os meios de comunicação depois de eleito foi uma marca nos países vizinhos. Poderia servir de alerta ao Brasil, não fosse a militância sem maquiagem das redações da velha imprensa, unidas em um consórcio político sem juízo. Apesar das críticas diárias à mídia tradicional, o fato é que Jair Bolsonaro não tentou calar articulistas que desejam sua morte em páginas de jornais nem repórteres que acham normal chamá-lo de fascista e genocida. Paralelamente, o consórcio também aplaude a censura imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a canais de direita na internet.

Em 2004, o governo brasileiro cancelou o visto do correspondente Larry Rohter, do New York Times. Tentou duas vezes estabelecer ferramentas de censura à imprensa, pelas mãos dos ministros Franklin Martins e José Dirceu, ambos ex-guerrilheiros de esquerda. O presidente era Lula — o candidato do consórcio. 

Com reportagem de Cristyan Costa

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Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


Brasil bate recorde de empregos com carteira assinada

Artur Piva

Saldo do governo Bolsonaro está positivo em quase 2 milhões de vagas

Quase 5 milhões de empregos foram criados em meio à covid-19
Quase 5 milhões de empregos foram criados em meio à covid-19 | Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O número de empregos com Carteira de Trabalho no Brasil bateu recorde em maio de 2022. A quantidade de vagas ocupadas ficou em 41,8 milhões a maior nos registros do Caged (do Ministério do Trabalho), iniciados em dezembro de 2012. A segunda melhor marca foi registrada em 2014, no mês de setembro: 41,7 milhões.

Em maio de 2021, pouco mais de 39 milhões de trabalhadores estavam em vagas de empregos formais no Brasil. Desse modo, a expansão se aproximou de 7% nos últimos 12 meses.

Apenas no mês passado, aproximadamente 280 mil vagas foram criadas. Ou seja: 40% mais que a expansão de 200 mil registrada em abril.

Com o início das medidas de restrição em razão da pandemia, houve a redução dos postos de trabalho. Em abril de 2020, pouco mais de 37 milhões de trabalhadores tinham empregos formais no Brasil. Desse modo, a recuperação do mercado de trabalho em meio à covid-19 está próxima de 5 milhões de vagas.

Em dezembro de 2021, último mês antes de o presidente Jair Bolsonaro assumir o poder, o país tinha pouco menos de 40 milhões de empregos com carteira assinada. Assim, o saldo do governo atual está em 1,7 milhão de novos empregos.

 Revista Oeste

 

Lula e PT não sabem como reagir à nova jogada de Bolsonaro

O problema da oposição é a impossibilidade política de protestar contra o aumento do socorro estatal aos pobres, que estão mais empobrecidos 

O PT de Lula amanhece ainda sem saber como reagir ao novo movimento de Jair Bolsonaro e de seus aliados do Centrão: aumentar de R$ 400 para R$ 600 por mês o socorro financeiro estatal a 17 milhões de eleitores. Em tese, esse aumento do Auxílio Brasil, versão bolsonarista do Bolsa Família, é questionável nos tribunais se considerados os limites impostos pela legislação ao assistencialismo governamental em plena temporada eleitoral. [aos milhões de famintos não interessa se pode ser questionado ou não, o que eles querem e precisam é receber e logo - vão lembrar dos que de alguma forma retardarem.]

O problema de Lula e dos demais adversários de Bolsonaro é a impossibilidade política de protestar contra o aumento do auxílio estatal a um segmento expressivo do eleitorado. São quase duas dezenas de milhões de pessoas inscritas no cadastro assistencial do governo. Já eram pobres e ficaram ainda mais empobrecidos com a corrosão inflacionária, persistente e disseminada na economia nos últimos dois anos. A Fundação Getulio Vargas estima que sete milhões de novos pobres surgiram no ano passado.

Na origem das dificuldades do PT de Lula, líder da oposição no Congresso, está o fato de que não apresentou ou promoveu projeto alternativo e consistente para mitigar o impacto da crise econômica no estrato mais pobre do eleitorado. Sem iniciativa parlamentar robusta, produto de reflexão organizada, restou ao partido e ao seu candidato a aposta na definição do voto a partir do olhar no retrovisor, com eleitores contrapondo a crise atual à memória do ciclo de bonança que permitiu ao PT vencer três eleições na sequência do primeiro mandato de Lula (2002-2006).

Deu certo, por enquanto. É o que informam pesquisas como a da FSB para o banco BTG, divulgada ontem.

Lula se mantém estável na liderança entre eleitores cuja renda familiar vai até um salário mínimo (R$ 1.212,00 mensais). Nesse segmento ostenta uma extraordinária vantagem de 48 pontos percentuais em relação a Bolsonaro.

A distância continua larga, embora menor (32 pontos) entre os que ganham de um até dois salários mínimos.

A partir daí, inverte-se o quadro: Bolsonaro lidera (seis pontos) na faixa de dois a cinco salários mínimos e acima desse nível, dispara (27 pontos de vantagem). [nos menores valores qualquer acréscimo é mais sentido positivamente, e mais acréscimos surgirão nos menores salários, já que reduzir a fome é o ponto primeiro do programa de governo do presidente Bolsonaro.

Já o descondenado Luladrão quer facilitar o aborto,  aumentar impostos, acabar com a classe média e por aí vai.]



Pobres são maioria. Os que têm renda domiciliar de até dois salários mínimos mensais compõem 43% do eleitorado e detêm 63 milhões votos.

Esse é o público-alvo do novo socorro financeiro governamental — um acréscimo de R$ 200 no auxílio que hoje é de R$ 400 mensais. A maioria não será beneficiária, porque o acesso está restrito à clientela já cadastrada pelo governo. Mas Bolsonaro e aliados apostam na repercussão eleitoral entre famílias.

É manobra cara, pode ser classificada como eleitoreira porque tem prazo até dezembro, está na zona cinzenta da legislação eleitoral, mas dificilmente será contestada pelos adversários.  Não se conhece político que, em época de eleição, vá às ruas protestar contra a distribuição de dinheiro aos eleitores pobres, acossados pela virulência da escassez de comida.

Quanto ao futuro, nada está claro. Não se sabe quais as propostas de Bolsonaro para resgatar o país da crise. E o adversário Lula, líder nas pesquisas, também nada esclarece. Por onde passa, repete aos pobres: “Peguem o dinheiro do Bolsonaro e votem no Lula”. E acena com reminiscências de uma temporada de bonança cujo epílogo ocorreu há mais de uma década.

José Casado, Colunista - VEJA