Ex-juiz do caso Eike confessa desvio de R$ 830 mil
Procuradoria
pediu quebra de sigilos fiscal e bancário de magistrado
Dirigir
o Porsche apreendido de Eike Batista parece ter sido a ponta de um emaranhado
novelo de irregularidades cometidas pelo
juiz Flávio Roberto de Souza, afastado de suas funções como titular da 3ª Vara Federal
Criminal e do caso do empresário.
O
magistrado confessou à Corregedoria Regional do Rio ter desviado o equivalente
a mais de R$ 830 mil, em moedas estrangeiras,
apreendidos pela Justiça em processo
criminal por tráfico internacional de drogas. O juiz desviou mais R$ 290,5
mil, relativos a esse mesmo processo e que estavam depositados na Caixa,
informou ontem a Procuradoria Regional da República (PRR) da 2ª Região. No
total, o valor escamoteado supera R$
1,12 milhão.
Essas e
outras informações foram colhidas no âmbito da investigação criminal aberta pelo Ministério Público Federal
(MPF-RJ) contra o juiz, com o
objetivo de apurar a suposta prática dos crimes de
peculato, subtração de autos, fraude processual e lavagem de
dinheiro.
ADVOGADO
DO JUIZ NÃO COMENTA
Os dados
levantados desde a semana passada na investigação criminal levaram a Procuradoria a solicitar a prisão preventiva do magistrado, alegando risco de fuga.
Operação de busca e apreensão conduzida pela Polícia Federal (PF) na residência
do juiz, no condomínio Parque das Rosas, na Barra, mostrou que ele não vive mais naquele endereço. O magistrado, porém, se recusou a declarar onde estaria
pernoitando atualmente. Na última segunda-feira, o passaporte de Souza
foi entregue ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, por determinação
da Corte. O tribunal, no entanto, não deferiu o pedido de prisão preventiva.
Procurado, o TRF não comentou o caso, alegando que o
processo corre sob segredo de Justiça. [ser
advogado de um juiz desse naipe deve ser mais complicado do que advogar para o
Marcola – PCC.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário