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domingo, 17 de dezembro de 2017

O bunker de Temer derreteu



A capacidade de mentir do Planalto é infinita, mas ela deve ser calibrada pelo risco de se perder crédito até mesmo quando se diz a verdade 

Nenhum governo admite que pode perder uma votação no Congresso mas, ainda assim, eles se diferenciam no grau de seriedade com que administram seus receios. Desde o início da tramitação da reforma da Previdência, o bunker do Palácio do Planalto, sob a regência de Temer com os ministros Moreira Franco, na flauta, Eliseu Padilha, no clarinete, e Henrique Meirelles, na tesouraria, seguiu em duas linhas. Primeiro dizia que o projeto, cheio de bodes, era intocável. Patranha, mas vá lá. Depois, inventou prazos. Até a tarde fatídica em que o país soube do grampo do Jaburu, o limite de 2017 parecia plausível. Depois do grampo, a prioridade do bunker passou a ser apenas salvação do mandato de Temer.

Tudo acabou num episódio de pastelão, com o senador Romero Jucá dizendo que a votação estava adiada para o próximo ano, sendo imediatamente desmentido por uma nota do Planalto. No dia seguinte veio o reconhecimento de que o jogo está adiado para fevereiro.  Nesse clima de barata-voa, chegou-se até ao ardil de pedir ao empresariado que pressionasse os parlamentares. Temer, Moreira, Padilha e Meirelles sabem perfeitamente que, a esta altura, se um empresário ligar para seu deputado levará uma facada em nome da campanha do ano que vem.

A capacidade de mentir do Planalto é infinita, mas ela deve ser calibrada pelo risco de se perder crédito até mesmo quando se diz a verdade. O bunker violou essa norma. Se num dia ele diz que Jucá está errado e, no outro, informa que a saúde do presidente vai bem, obrigado, no que se pode acreditar?  A presepada pode alegrar a maioria dos brasileiros que não confia no governo, mas ela embute um perigo. O derretimento do bunker pela aritmética da falta de votos e pela má qualidade de suas lorotas, arrisca expandir-se. A contaminação de um governo fraco e impopular num ano de sucessão presidencial radicalizada adiciona à confusão uma instabilidade perigosa e desnecessária. [oportuno lembrar que apesar da reforma da Previdência ser assunto para 2019, Temer pode, e deve, concentrar esforços imediatos  na recuperação da economia.
Com a recuperação da economia e a queda do desemprego aumenta o recolhimento da contribuição dos trabalhadores à Previdência, contribuindo ainda que em pequena escala para a redução do déficit;
o combate às fraudes -  seja na ponta da falsificação na concessão de benefícios,  seja no desvio de contribuições (o empregador desconta do empregado a contribuição para o INSS,  mas não repassa ao Instituto o valor descontado); -
também aumenta a arrecadação da Previdência Social.]


A Volks passou a conta para o coronel
(...)
Um sucinto depoimento que define de forma verdadeira  quem foram os responsáveis por forçar atitudes mais enérgicas do Governo Militar, período de 64 a 85, foi o de um ex-diretor de recursos humanos da Volks:
 “nós nunca tivemos ditadura no Brasil, quem se queixa de ditadura é quem sofreu as consequências. Eram os esquerdistas que queriam bagunçar o país.”
 
(...)

Outro Lula
De quem conhece Lula há mais de 30 anos:
“Ele se tornou outra pessoa. Está ressentido e vingativo. Está, mas nunca se deve esquecer que ele se orgulha de ser uma metamorfose ambulante.”

(...)

Elio Gaspari, jornalista - O Globo



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