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domingo, 16 de fevereiro de 2020

Paulo Guedes e os parasitas que afundam o Brasil - Sérgio Alves de Oliveira



[Nota editores do Prontidão Total: Republicação, com atualizações, do Post "O "clã" parasita que governa o Brasil", publicado em 03 fevereiro 2020.

Mantidos comentários daquele Post.]

A grande mudança havida na política brasileira  com a posse do Presidente  Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro de 2019, foi a de destrinchar  o “cadáver” da corrupção que corroía   o Estado Brasileiro, desde 1985, mais fortemente na “Era PT/MDB”, de 2003 a 2018,onde se estima uma “roubalheira” no erário em montante superior ao  PIB brasileiro, e que estaria  em torno de 10 trilhões de reais.                                                                                                                      
Os dados meramente parciais que foram levantados até agora por diversas operações da Polícia  e do Ministério Público Federais, destinados a identificar toda a roubalheira do “passado”, apresentam números estarrecedores, demonstrando uma corrupção em montante que não encontra paralelo no mundo.  Luiz Carlos Bresser Pereira, economista, cientista político e social, administrador de empresas, advogado, professor da  Fundação Getúlio Vargas, e   Ministro  nos Governos Sarney e  FHC, conseguiu definir  com rara maestria ,no  livro “Desenvolvimento e Crise no Brasil”, o perfil  de grande parte dos  Servidores  Públicos brasileiros que, segundo ele, seria  de caráter “parasitário”. E a palavra “parasita” fala por si mesma ,dispensando qualquer explicação adicional. Mas a grande admiração que eu sempre tive pelo ilustrado professor caiu por terra desde o momento em que ,em primeiro  lugar, conseguiu “explodir” com a economia do país no Governo Sarney e, em segundo, quando  começou a “flertar” e andar de “mãozinhas dadas” com o pessoal do PT, Lula,”et caterva”, momento em que percebi com clareza  que toda a sua “teoria” não correspondia à prática das  “alianças” políticas espúrias pelas quais optou.  

[atualizando: o Bresser tem experiência mais que suficiente para definir 'servidor público', especialmente quando do alto escalão;

Bresser foi um servidor público por várias vezes  e em uma delas causou uma das maiores tragédias:  quando foi ministro do Governo Sarney, por quase oito meses - foi ministro da Economia, criou um tal de Plano Bresser e, entre proezas, conseguiu elevar a inflação de 23%, antes do Plano, para 366%, seis meses depois.
Ainda hoje tem servidor público, baixo escalão, aguardando receber dinheiro que perdeu, lhe foi tomado na "manha", durante o tal plano.]


Mas o aprendizado  que tive  com o professor valeu. Aprendi que jamais o desenvolvimento econômico de um país, ou seja, o seu  progresso, pode ser entregue ao comando  tanto de  servidores públicos, quanto  de  políticos, o que dá no mesmo, porque essa seria a política do atraso de um país, a entrega dos seus destinos a “parasitas”. Mas o que vemos hoje no Brasil é um  país  sendo governado, regido por leis,e “julgado” nos tribunais exclusivamente  por  servidores públicos ,políticos com mandatos eletivos , e outros agentes políticos (juízes e tribunais), que além de não produzirem absolutamente nada na  atividade econômica, ”consomem”  quase todas as riqueza produzidas pela sociedade civil,em vista das milionárias remunerações e mordomias de toda espécie que têm, asseguradas  mais acentuadamente   aos chamados “agentes políticos”    (juízes,parlamentares federais,estaduais e municipais,procuradores,etc.).

Esse é o caráter não só “parasitário” a que se refere Bresser Pereira, porém, mais do que isso, o que me permito acrescentar, verdadeiramente “predatório” da sociedade civil, do país inteiro. Os produtores da atividade privada - trabalhadores e empresários-  se tornam dessa maneira  verdadeiros escravos dos “parasitas” acampados nos Três Poderes Constitucionais, muitos servidores públicos e agentes políticos,que nada produzem ,e  muito  consomem, mais que todos os “outros”. Resumindo: uns produzem, e outros só consomem. Essa é a maldita roda-vida que leva o povo brasileiro de arrasto.  Na verdade as melhores governanças que teve o Brasil até hoje  foi na época em que,excepcionalente ,o país  não foi dirigido por políticos, através de “eleições” . Foi de 1964 a 1985, no chamado “Regime Militar”.  No aspecto de “honestidade”, por exemplo, não dá nem para comparar. Basta dizer que   alguns dos últimos governantes  do país encheram  os seus “rabos” com tanto  dinheiro sujo  que chegaram a se tornar  “bilionários”, até com fortunas “escondidas” em todos os  paraísos fiscais. 

Mas enquanto alguns  se tornaram bilionários “governando”, nos momentos em que abriram as ”sucessões” por morte dos 5 (cinco)  ex-Presidentes do Regime Militar, as “fortunas” deixadas por eles  para os seus sucessores ,nos respectivos inventários, foram totalmente compatíveis com   as suas  modestas  aposentadorias. Nenhum herdeiro  dos 5 generais    ficou rico. Todos eles morreram como viveram: modesta e  honestamente.  E essas “fortunas”, deixadas de herança, SOMADAS, não chegam  talvez   nem  a 1/50 do que um só ex-Presidente “civil” acumulou roubando.

Por aí se vê que o Ministro da Economia, Paulo Guedes,tem toda a  razão quando reclama dos “parasitas” que “atrapalham” o Serviço Público ,que não são todos, é claro, mas cuja proporção é infinitamente maior que na atividade privada, em vista das “estabilidades” que têm. A única dificuldade é “entrar”. Mas depois que “entram”, ninguém mais tira.Por isso seria preciso,realmente, igualar as condições de trabalho entre o Serviço Público e o privado, inclusive na questão da “estabilidade” no emprego. [a estabilidade dificilmente protege os chefões do crime organizado dentro do Serviço Público - na maioria não são, e nem precisam, daquela proteção; acabando a roubalheira tende a aumentar, já que qualquer chefete, a serviço dos chefões ao perceber que um subalterno quer atrapalhar uma operação de assalto ao Erário, simplesmente ordena que ele fique na dele ou será demitido.]

Mas têm “parasitas” não só entre os servidores públicos, porém no próprio Poder Executivo,  Legislativo e Judiciário, entre os detentores de mandatos eletivos,  senadores, deputados, vereadores, e mesmo “concursados”, juízes, desembargadores, ministros de tribunais, procuradores, todos denominados “agentes políticos”. Portanto a gama de “parasitas” no setor público não estão somente  entre aqueles relacionados pelo Ministro Guedes, aos servidores públicos. O “elenco” é infinitamente maior.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo



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