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segunda-feira, 21 de maio de 2018

Brasil e outros países não reconhecem resultado de eleição venezuelana

Decisão acertada e necessária, conforme este blog abordou mais cedo:
O Brasil, como integrante do Grupo de Lima, anunciou que não reconhecerá a reeleição de Nicolás Maduro para mais 6 anos de governo na Venezuela. Em nota, os países do grupo anunciaram que vão convocar os seus embaixadores para prestarem esclarecimentos.

O Grupo de Lima é composto, além do Brasil, por mais 13 países: Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia e pretende levar à OEA (Organização dos Estados Americanos) suas preocupações a respeito das situações política, econômica, social e humanitária na Venezuela.

O crescente fluxo migratório motivado pela falta de alimento e violência
, a violação de direitos humanos e os indícios de corrupção estão no foco das preocupações dos países latino-americanos. Grupo articula um encontro extraordinário no início de junho, no Peru, para encaminhar providências conjuntas.  O Grupo de Lima pede ainda  a instituições financeiras internacionais que não deem crédito ao governo venezuelano, exceto se para ajuda humanitária. Leia trechos da nota do Grupo:
“Os países que integram o Grupo de Lima não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente.” (…)
“[Os países do Grupo de Lima] reiteram sua preocupação com o aprofundamento da crise política, econômica, social e humanitária que deteriorou a vida na Venezuela, o que se reflete na migração em massa de venezuelanos que chegam a nossos países em condições difíceis, na perda de instituições democráticas, do Estado de Direito e na falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos.” (…)
“[Os países do Grupo de Lima] reiteram sua preocupação com o aprofundamento da crise política, econômica, social e humanitária que deteriorou a vida na Venezuela, o que se reflete na migração em massa de venezuelanos que chegam a nossos países em condições difíceis, na perda de instituições democráticas, do Estado de Direito e na falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos.” (…)
“Solicita-se que as Unidades de Inteligência Financeira e as autoridades competentes de cada país emitam e atualizem guias, circulares ou boletins em nível nacional, que alertem as instituições financeiras para a corrupção no setor público venezuelano e os métodos que os servidores públicos venezuelanos e suas redes podem estar usando para ocultar e transferir recursos provenientes de atos de corrupção.”

Blog do Reinaldo Azevedo



segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Quando será o Juízo Final do Poderoso Chefão?

Ainda não se sabe quando a Lava Jato deflagrará alguma operação com o apelido de "juízo final", "Dom Corleone" ou "Poderoso Chefão", para fisgar quem seria o coordenador máximo da Propinocracia petista. 

No entanto, já se especula que estão na mira da Força Tarefa nomes poderosos: Luciano Coutinho (ex-presidente do BNDES) e Erenice Guerra (ex-Ministra da Casa Civil). Especula-se que Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda preso e logo solto semana passada, volte a ser um "companheiro de cárcere" de Antônio Palocci Filho - o "Italiano" - engaiolado provisoriamente por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco, na Operação Omertá, a 35a da Lava Jato.

A tendência é que Palocci seja premiado com uma prisão preventiva. O juiz Sérgio Moro mandou bloquear R$ 128 mihões em ativos de Palocci, do assessor Branislav Kontic e do ex-chefe de gabinete, Juscelino Dourado. O bloqueio também atinge as empresas Projeto Consultoria Empresarial e da J&F Assessoria. Investigadores da Lava Jato identificaram montanhas de dinheiro pagas pelo setor de "Operações Estruturadas" da Odebrecht. Mesmo que Marcelo Bahia Odebrecht mantenha seu silêncio digno da filosofia mafiosa da "omertá", sem aderir a um complicado acordo de delação, a Força Tarefa decifrou codigos em planilhas que comprovam os pagamentos de propinas em negociatas que vão além da Petrobras.

Inegavelmente, o cerco se fecha a Luiz Inácio Lula da Silva. A operação contra Palocci confirmou que, em 2010, ocorreu uma operação milionária para a compra de um terreno para a nova sede do Instituto Lula. A Lava Jato teria outras provas de que, via "patrocínios culturais", a Odebrecht investiu na montagem de um sofisticadíssimo sistema de inteligência em informática que o IL utiliza estrategicamente para obter informações do mercado político e econômico. Os negócios envolveriam Palocci e o compadre e principal advogado de Lula, Roberto Teixeira. As "colaborações premiadas" da Lava Jato são fatais para o time de Lula.  

Embora se dedicando a dar um show de demagogia e mentiras nas campanhas para prefeito de aliados, Lula sabe que está na corda bamba ou com ela no pescoço. Nos meios policiais, já se especula que haveria um "alerta" na Interpol para impedir que Lula embarque em qualquer espécie de voo ao exterior, sem a devida autorização judicial, já que é réu em pelo menos dois processos de Lava Jato, além de ser investigado em um outro grande escândalo de tentativa de obstrução do judiciário, na manobra de nomeação para a "Casa Covil" da ex-presidenta Dilma Rousseff - onde a "Jararaca" prometia deitar e rolar...

O Alerta Total antecipou que Lula, posando há muito tempo de "perseguido político no Brasil", já tem uma alternativa concreta de exílio, caso seja levado à pressão extrema pelos "meninos da Força tarefa da Lava Jato",  com condenação e prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro. A Costa Rica é o destino planejado, com logística preparada, para o eventual plano de asilo político pedido por Lula. O ex-Presidente já descartou o Uruguai, a Itália, Cuba ou a Venezuela como destinos prováveis. O esquema costariquenho, usando a casa de um poderoso magistrado como refúgio, seria mais seguro. com menor risco de extradição.

Agora que o propinoduto da petelândia parece mapeado com provas que podem levar à condenação de seus principais líderes (além de três tesoureiros já presos), fica no ar uma pergunta incômoda: Quando é que a República de Curitiba vai enfrentar o PMDB, agora na cadeira mais alta do Poder Executivo Federal? Será que o sistema de corrupção fica afetado apenas pegando Eduardo Cunha, ou eventualmente Renan Calheiros (outro cabra marcado para se danar), como bode expiatórios? A resposta óbvia ululante é um não rotundo...

Seria melhor não demorar e mexer com a máfia peemedebosta... Simplesmente porque o PMDB herdou toda a estrutura criminosa utilizada pelo PT e demais partidos aliados para financiar o projeto de tomada e perpetuação no poder. A bem sucedida Lava Jato fisgou alguns peixes grandes da politicagem, sobretudo da petelândia. Mas as operações continuam atuando sobre os efeitos - e não nas causas da corrupção.[o PMDB pode esperar; a meta agora é destruir Lula e toda a corja petista, não apenas cortando as cabeças da serpente e sim passando em um triturador, moendo mesmo para que nada sobre.
A meta é a DESTRUIÇÃO TOTAL do PT, Lula, Dilma  e o resto da corja. Depois se cuida do PMDB, PCdoB e outras drogas chamadas de partidos políticos.]

Petrobras e Eletrobras, tirando os lucros reduzidos, e muitos negócios paralisados, continuam do mesmo jeitinho, à mercê dos saqueadores de propinas. Uma pergunta que não ofende e nem quer calar: Quando a cúpula e ex-conselheiros da Petrobras na Era Lula-Dilma serão incomodados pela Lava Jato? A estrutura estatal do crime institucionalizado, mesmo com as empreiteiras sob vigilância e alguns ladrões condenados e presos, continua intacta, prontinha para uso de quem permanece no poder. Esta é a mágoa invejosa dos canalhas da petelândia.

Agora, na cadeia, figuram como "Otários Honrados", o ideólogo petista José Dirceu e o militante-meliante André Vargas. O Zé, que chegou a ser apontado como "capitão do time" e "chefe da quadrilha do Mensalão", termina rebaixado a coadjuvante, a cada nova revelação da Lava Jato. A dúvida é se Palocci e outros futuros presos seguirão as mesma regrinha do mafioso silêncio forçado ou se vão abrir o bico em troca de redução de penas nas transações penais.

O "cheque especial" da conta da Odebrecht e de outras empreiteiras com a petelândia se encerrou, mas ainda tem muita família de corrupto milionária para várias próximas gerações. Será que o mesmo já aconteceu com bandidos de outros partidos? Os próximos capítulos da Java Jato precisam acabar com este mistério perigosíssimo para a judicialização da politicagem em Bruzunganda...

Estamos na Democradura?
O destino cospe para o alto com a declaração do advogado José Antônio Batochio, o mesmo que defende o preso-solto Guido Mantega, condenando, politicamente, a prisão do cliente Antônio Palocci Filho? "Não conheço a acusação porque até o presente momento ela é secreta, no melhor estilo da ditadura militar. Você não sabe de nada, não sabe o que está sendo investigado. Num belo dia batem à sua porta e o levam. Estamos voltando aos tempos do autoritarismo, da arbitrariedade. Qual é a necessidade de prender uma pessoa com domicílio certo, que é médico, foi duas vezes ministro, pode dar todas as informações quando for intimado. É por causa do espetáculo? Ele não fez nada que violasse a lei. Mas vai ter muita gente que vai ser presa sem ter violado a lei. O espetáculo continua".

Em uma outra nota oficial, solta depois da bronca inicial contra a prisão de Palocci,José Roberto Batochio mandou bala na direção do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que, no domingo, em campanha eleitoral de candidatura do PSDB, avisou que a semana seria cheias de operações da Lava Jato: “Soa muito estranho que às vésperas das eleições seja desencadeado mais este espetáculo deplorável, que certamente produzirá reflexos no pleito. Muito mais insólita foi a antecipação do show pelo Sr. ministro da Justiça em manifestação feita exatamente na cidade de Ribeirão Preto, onde Palocci foi prefeito duas vezes. Tempos estranhos”.

Bem feito?!... A Petelândia, que abusou em usar o rigor seletivo e as investigações secretas para assassinar a reputação de inimigos, agora reclama do amargo sabor do mesmo veneno que é forçada a provar por tanta roubalheira e incompetência que destruiu o Brasil, inclusive comprometendo nosso frágil e nada democrático Estado de Direito...

Chamado no guando adiado...


Viraliza nas redes sociais a listinha de feitos internacionais do BNDES na Era Lula-Dilma...





Ler íntegra da matéria, clicando aqui



Leia também:  Lula tem asilo prontinho na Costa Rica, enquanto a Lava Jato detona a "Operação Omertá" contra Palocci


Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão


domingo, 19 de junho de 2016

Lula fez tráfico de influência em favor da OAS no exterior

Em acordo de delação, Léo Pinheiro disse que, em contrapartida às obras no sítio em Atibaia e no tríplex do Guarujá, Lula ajudou a empreiteira fora do País. Troca de favores começou quando o petista era presidente

A disposição do juiz Sérgio Moro desde a semana passada, o arsenal de provas preparado por agentes federais e investigadores contra o ex-presidente Lula será robustecido em breve pelo que os procuradores da Lava Jato classificam de a “bala de prata” capaz de aniquilar o petista. O tiro de misericórdia a julgar pelo cardápio de revelações ofertado durante as tratativas para um acordo de delação premiada será desferido pelo empresário Léo Pinheiro, um dos sócios do grupo OAS. Conforme apurou ISTOÉ junto a integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, ao se dispor a desfiar com profusão de detalhes a maneira como se desenvolveram as negociações para as obras e reformas no sítio em Atibaia e no tríplex do Guarujá, tocadas pela OAS, Pinheiro já forneceu antecipadamente algumas das peças restantes do quebra-cabeças montado desde o surgimento das primeiras digitais de Lula no esquema do Petrolão.

Diz respeito às contrapartidas aos favores prestados pela empreiteira ao ex-presidente. De acordo com o relato preliminar de Pinheiro, em troca das obras no sítio e no tríplex do Guarujá, o petista se ofereceu para praticar tráfico de influência em favor da OAS no exterior. A OAS acalentava o desejo de incrementar negócios com o Peru, Chile, Costa Rica, Bolívia, Uruguai e nações africanas. Desenvolto no trânsito com esses países, Lula se prontificou a ajudá-los. Negócio fechado, coube então ao petista escancarar-lhes as portas. Ou, para ser mais preciso, os canteiros de obras. Se até meados de 2008 a OAS engatinhava no mercado internacional, hoje a empresa possui 14 escritórios e toca 20 obras fora do País – boa parte delas conquistada graças às articulações do ex-presidente petista.


Tráfico de influência quando praticado por um agente público é crime. Torna-se ainda mais grave quando em troca do auxílio são ofertados favores privados provenientes de uma empresa implicada num dos maiores escândalos de corrupção da história recente do País, o Petrolão. As revelações de Pinheiro, segundo procuradores da Lava Jato, ferem Lula de morte. O empreiteiro planeja deixar claro ainda que Lula é o real proprietário tanto do sítio em Atibaia quanto do tríplex no Guarujá. Assim, o ex-presidente estará a um passo de ser formalmente acusado pelos crimes de ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Um futuro julgamento, provavelmente conduzido pelo juiz Sergio Moro, poderá resultar em condenação superior a dez anos de reclusão.

Ainda durante as negociações para o acordo de delação premiada, Pinheiro prometeu detalhar o mal contado episódio do aluguel patrocinado pela OAS de 10 contêineres destinados a armazenar o acervo museológico do ex-presidente da República. O que se sabia até agora era que a empreiteira havia gasto R$ 1,3 milhão para guardar os objetos retirados do Palácio do Planalto, do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto durante a mudança do ex-presidente. Parte dos itens ficou acondicionada em ambiente climatizado, em um depósito da transportadora Granero em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. O restante foi armazenado a seco, em outro balcão no Jaguaré, na capital paulista. De lá, os itens foram transportados para o sítio em Atibaia. Elaborado de forma dissimulada para escamotear o seu real beneficiário, o contrato celebrado pela OAS com a transportadora Granero ao custo R$ 21.536,84 por mês por cinco anos tratava da “armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da Construtora OAS Ltda”. Segundo apurou ISTOÉ, além de, obviamente, confirmar mais um préstimo a Lula, Pinheiro já disse que as negociações ocorreram quando o petista ainda ocupava a Presidência da República, em dezembro de 2010.


A se consumar o que foi esquadrinhado no acordo para a delação de Pinheiro, pela primeira vez será possível estabelecer que Lula cultivou uma relação assentada na troca de favores financeiros com a OAS quando ainda era o mandatário do País. O depoimento desmontará o principal argumento utilizado por advogados ligados ao PT sempre quando confrontados com informações sobre a venda de influência política por Lula no exterior para empresas privadas nacionais: o de que não constitui ilícito o fato de um ex-servidor público viabilizar negócios de empresas privadas nacionais com governos estrangeiros. No “toma lá, dá cáentre o petista e a OAS, o “dá cá” ocorreu quando Lula encontrava-se no exercício de suas funções como presidente da República.

O que o ex-presidente da OAS já antecipou aos procuradores é apenas um aperitivo. O prato principal descerá ainda mais amargo para Lula e virá a partir dos depoimentos propriamente ditos. Obviamente, não basta apenas o delator falar. É necessário fornecer provas sobre os depoimentos, sem as quais o aspirante à delação premiada não se credencia para a diminuição da pena. Quanto a isso, tudo está tranqüilo e favorável para o empreiteiro. E desfavorável para Lula. Pinheiro está fornido de documentos, asseguram os investigadores. 

Promete entregar todos eles. Dessa forma, mais uma tese de defesa do petista será demolida. Ficará comprovado que tanto o sítio em Atibaia como o tríplex no Guarujá pertenceriam mesmo a Lula. No papel, o sítio é de propriedade dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, irmão de Kalil Bittar, sócio de Lulinha. Na prática, era Lula e sua família quem usufruíam e ditavam as ordens no imóvel. O enredo envolvendo o apartamento no Guarujá é mais intrincado, mas não menos comprometedor para família Lula da Silva. 

Além de abundantes indicativos relacionando Lula ao tríplex, reunidos num processo pelo MP-SP, há uma imagem já tornada pública que registra um encontro do próprio Léo Pinheiro com Lula. A foto, tirada do hall de acesso aos apartamentos, registra uma vistoria padrão de entrega de chaves, segundo depoimento prestado por Wellington Carneiro da Silva, à época o assistente de engenharia da OAS, responsável por fiscalizar as obras do Edifício Solaris. No depoimento, ele disse que o imóvel estava em nome da OAS, mas sabia que a família a morar no apartamento seria a de Lula. Pinheiro confirmará à força-tarefa da Lava Jato que o imóvel foi um regalo ao petista e que a pedido do ex-presidente assumiu obras da Bancoop, pois a cooperativa estava prestes a dar calote nos compradores dos apartamentos.

Nos últimos dias, Lula voltou a entoar como ladainha em procissão a fábula da superioridade moral. Reiterou que “não há ninguém mais honesto” do que ele. Como se vê no desenrolar das negociações para a delação, Pinheiro, simpatizante do PT e com quem Lula viveu uma relação de amizade simbiótica desde os tempos do sindicalismo, o fará descer do pedestal ético erguido por ele próprio com a contribuição dos seus fiéis seguidores. O acordo ainda não está sacramentado, mas flui como mel. Para os investigadores não pairam dúvidas: Pinheiro provará que Lula se beneficiou pessoalmente dos esquemas que fraudaram a Petrobras. Os relatos e documentos apresentados pelo executivo, hoje um dos sócios da OAS, poderão reforçar uma das denúncias contra Lula que a Lava Jato pretende apresentar por crimes relacionados ao Petrolão. 

Seriam pelo menos três. Já haveria elementos comprobatórios, segundo investigadores, para implicar Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por favores recebidos não só da OAS como da Odebrecht. Resta saber o momento em que as denúncias seriam apresentadas, uma vez que podem resultar numa condenação superior a dez anos de cadeia. 

Há uma vertente da Lava Jato que prefere aguardar o desfecho da tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. Seria uma maneira de evitar uma possível convulsão social no País, antes do desenlace do julgamento tido como crucial para os rumos políticos nacionais. Outro grupo, por ora majoritário, não admite que o critério político prevaleça sobre o técnico. Por isso, Lula anda insone, segundo interlocutores próximos.

Mensagens apreendidas no celular de Léo Pinheiro já evidenciavam a influência de Lula em favor da OAS fora do País, conforme revelou o empreiteiro nas tratativas para a delação. Constam do relatório de cerca de 600 páginas encaminhados pela Polícia Federal à Procuradoria-Geral da República no início deste ano. Nas mensagens, Pinheiro conversava com seus funcionários para decidir viagens do ex-presidente ao exterior e já mencionava a contribuição dele em obras fora do Brasil. No capítulo “Brahma”, codinome cunhado pelo empresário para se referir a Lula, a PF listou pelo menos nove temas de interesse de Pinheiro que teriam sido abordados com o petista.

 Entre eles estão programas no Peru, na Bolívia, no Chile, no Uruguai e na Costa Rica. São citados numa mensagem encontrada pela PF o “Programa Peru x Apoio Empresarial Peruano e Empresas Brasileiras”, o “Apoio Mundo-África” e a “Proposta Mundo-Bolívia”. Num torpedo de Jorge Fortes, diretor da OAS, para Leo Pinheiro, dias depois de a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, ter anunciado o cancelamento da concessão outorgada à empreiteira para a construção de uma estrada avaliada em US$ 523,7 milhões, ele diz o seguinte: “Presidente Lula está preocupado porque soube que o Ministério Público vai entrar com uma representação por causa da Costa Rica”. 

Num SMS para Pinheiro, em novembro de 2013, César Uzeda, executivo da OAS, diz que colocou um avião à disposição para Lula embarcar rumo ao Chile ao meio dia. “Seria bom você checar com Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula) se é conveniente irmos no mesmo avião”. No mesmo conjunto de mensagens, o ex-presidente da OAS diz para um funcionário da empreiteira: “Lula está procurando saber sobre obras da OAS no Chile”. Na delação, o empresário promete confirmar que as trocas de mensagens se referiam mesmo à atuação de Lula em favor da OAS no exterior.

À Lava Jato interessa perscrutar os segredos mais recônditos de Lula. E Léo Pinheiro possuía intimidade suficiente para isso. O empreiteiro foi apresentado a Lula no início da década de 1980. Quando o petista ingressou na política, o empreiteiro logo marcou presença como um dos principais doadores de campanha. A ascensão de Lula ao Palácio do Planalto foi acompanhada da projeção da OAS no mercado interno. Dono de acesso irrestrito aos gabinetes do poder, Pinheiro se referia a Lula como “chefe”. A relação se deteriorou quando o empresário foi privado de sua liberdade. O sócio da OAS apostava no prestígio de Lula para livrá-lo do radar da Lava Jato. Ameaçado de morte num diálogo cifrado com um carcereiro no Complexo Médico-Penal de Curitiba, o empresário tomou a decisão de fazer do testemunho sua principal arma de defesa e trilha para salvação. Sobrará para Lula.

Ex-ministros do PT também estão nas mãos de Moro

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), também encaminhou semana passada para o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, apurações envolvendo os ex-ministros Jaques Wagner (Chefia de Gabinete da Presidência), Ideli Salvatti (Direitos Humanos) e Edinho Silva (Comunicação Social) e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. 

Uma das investigações envolvendo Wagner surgiu de depoimento do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que em delação premiada apontou recebimento de propina na Petrobras junto com Gabrielli. O material sobre Ideli Salvatti também é baseado na delação de Cerveró, que apontou que ela usou cargo no governo para renegociar uma dívida de R$ 90 milhões de uma transportadora de Santa Catarina com a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras. Na delação, ele diz que “imagina que a ministra Ideli e outros políticos” receberam propina no negócio. O caso de Edinho Silva é fundamentado na delação do ex-presidente da construtora UTC Ricardo Pessoa. Aos investigadores, ele narrou encontro em que o ex-ministro teria pressionado por doações para a campanha da presidente afastada Dilma Rousseff nas eleições de 2014.

Fonte: Isto É -  Débora Bergamasco, SÉRGIO PARDELLAS

http://istoe.com.br/lula-fez-trafico-de-influencia-em-favor-da-oas-no-exterior/ 

 

 

terça-feira, 13 de outubro de 2015

O lavador de dinheiro



Ele lavou US$ 444,6 milhões (ou R$ 1,7 bilhão), um terço já rastreado como propina em contratos da Petrobras. Tornou-se a sexta testemunha contra o presidente da Câmara
‘Sou réu confesso e colaborador” — anuncia, para não deixar dúvidas. Aos 40 anos, o bacharel em direito Leonardo Meirelles acumula uma condenação a cinco anos de prisão e variados processos.

Poucos lavaram tanto quanto ele: em apenas cinco anos (de 2009 a 2014), Meirelles comprovadamente retirou do Brasil e pulverizou no exterior US$ 444,6 milhões — o equivalente a R$ 1,7 bilhão. É dinheiro suficiente para se erguer um novo Maracanã. Quase um terço (US$ 120 milhões, ou R$ 480 milhões) já tem origem rastreada: propinas pagas por fornecedores da Petrobras.

Foram 3.649 operações de lavagem a partir de seis empresas de fachada, três de informática e três de química-farmacêutica, todas lastreadas em contratos fraudulentos de exportação e importação — um atestado da vulnerabilidade das regras adotadas em 2006, na gestão do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

Para ocultar a origem e distribuir o dinheiro em contas externas, indicadas por fornecedores da Petrobras e seus intermediários, como Alberto Youssef, ele cobrava 1% do valor.  Em seguida, levava o dinheiro da propina para um passeio por contas bancárias em duas dúzias de países: Suíça, China, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Itália, Bélgica, Espanha, Holanda, Liechtenstein, Índia, Hong Kong, Coreia, Malásia, Nova Zelândia, Formosa/Taiwan, Cingapura, Ucrânia, Angola, Costa Rica, Panamá, Paraguai e Uruguai.

Se alguém precisava pagar a um político no exterior, encomendava a Meirelles a transferência. Youssef registrava esse tipo de operação numa planilha intitulada “Band”, em franca alusão à palavra  “bandido” (“Era uma brincadeira entre nós”), contou Rafael Ângulo, assessor de Youssef, ao juiz Sérgio Moro, em agosto.

Recentemente, Meirelles viajou com autorização judicial à Suíça, China, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul. Coletou extratos e registros específicos de seus negócios emitidos pela Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (Swift), uma espécie de cooperativa mantida por duas centenas das maiores casas bancárias globais.  Voltou com uma pilha de papéis. Entre eles, demonstrativos da sua contribuição a Youssef e Julio Camargo, representante do grupo Samsung, na lavagem de propina supostamente paga ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por contratos de plataformas marítimas para a Petrobras.

Duas semanas atrás, na CPI, Meirelles ouviu o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) fazer a leitura de um trecho da denúncia da procuradoria contra o presidente da Câmara. — O senhor tem conhecimento disso?
— Sim — respondeu Meirelles, monossilábico. Pressionado, acrescentou:  — Todos os extratos e as informações pertinentes já foram entregues e fazem parte de um acordo. Não posso responder por força disso.
— É colaboração premiada? — insistiu o deputado Aluísio Mendes (PSDC-MA).

— É. É colaboração premiada, sim — retrucou o homem que lavava propina para os “Band” de Youssef. Ele se tornou a sexta testemunha contra o presidente da Câmara.
O deputado Eduardo Cunha segue na autoimolação. Aparentemente, escolheu a opereta do impeachment de Dilma Rousseff como epílogo da própria tragicomédia.

Fonte: José Casado, jornalista – O Globo