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sexta-feira, 2 de julho de 2021

Caso Dominguetti: imprensa atirou no que viu e acertou no que não viu

O Antagonista

Jornais e emissoras preferiram ignorar a verdadeira bomba - os encontros de Luis Miranda com o lobista Silvio Assis e o líder do governo, Ricardo Barros - e acreditar em quem tentou desviar o foco da CPI

A imprensa tradicional decidiu, em boa parte, ignorar a reportagem da Crusoé sobre os dois encontros do deputado Luis Miranda com o lobista Silvio Assis. No segundo, estava presente o líder do governo, Ricardo Barros. Os encontros foram posteriores à reunião na qual o deputado e o seu irmão, Luis Ricardo, denunciaram diretamente a Jair Bolsonaro um esquema de corrupção na compra da vacina Covaxin.

De acordo com o que apurou a revista, e confirmado por Luis Miranda, o lobista ofereceu ao deputado 6 centavos de dólar por dose de Covaxin comprada pelo governo. Mais precisamente, vinte milhões de doses, o que faria Luis Miranda embolsar 1,2 milhão de dólares em propina. Em troca, o deputado e o seu irmão, Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde, deveriam deixar de embarreirar a aquisição da vacina (de eficácia e segurança duvidosas) fabricada por um laboratório indiano. A compra foi agilizada, lembre-se, por iniciativa de Ricardo Barros, e aprovada cheia de ressalvas pela Anvisa só poderia ser aplicada em até 1% da população brasileira.

Talvez por acharem Luis Miranda picareta demais (como se os denunciantes dos esquemas fossem sempre gente muito ilibada), jornais e emissoras preferiram cobrir o caso do suposto representante de uma empresa supostamente representante da AstraZeneca, o PM Luiz Paulo Dominguetti Pereira. Ele teria tentado vender 400 milhões de doses do imunizante do laboratório anglo-sueco ao Ministério da Saúde — e teria ouvido a proposta de um funcionário do órgão, Roberto Dias, ligado a Centrão, de pagar 1 dólar de propina por dose, para que o negócio fosse efetivado. O valor da negociata sairia por 400 milhões de dólares, quantia impagável nos dois sentidos, convenhamos.

Em depoimento à CPI, hoje, Dominguetti apresentou um áudio que implicaria Luis Miranda na negociata com a AstraZeneca. A imprensa tradicional ignorou a verdadeira bomba, a reportagem da Crusoé, e pode ter caído numa armadilha. Agora, os senadores da CPI tentam entender o que aconteceu, abrindo um novo caminho de investigação. Jornais e emissoras miraram no que viram e acertaram no que não viram — e no que também se recusaram a ver.

 Mario Sabino - O Antagonista

 

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Maricas, covardes, picaretas - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro faz escola e até desembargador e enfermeira aderem ao baile funk na pandemia

O presidente Jair Bolsonaro cai nas pesquisas pelo negacionismo diante da pandemia e do desdém pelas vacinas. A Procuradoria-Geral da República pede e o Supremo autoriza a investigação do general da ativa Eduardo Pazuello pela falta de oxigênio e as mortes em Manaus. O deputado Rodrigo Maia aproveita sua última semana na presidência da Câmara para dizer que não há dúvida de que Pazuello cometeu crime e defender a criação da CPI da Saúde.
[O parágrafo das inverdades: a primeira frase do parágrafo expressa uma mentira e a articulista sabe que a queda do capitão foi motivada por oscilações típicas da pandemia e a maximização da existência do que,  na prática, não existe: a vacina do Doria.
Mas a 'mãe' de todas as mentiras, consubstanciada quando quem se furtou a tomar medidas e agora caminha de forma inexorável para o ostracismo, se manifesta favorável a que seja adotado o que se omitiu.]  

Falta, porém, responsabilizar autoridades e cidadãos que negam a pandemia, fazem campanha contra o isolamento social e a própria vacina, que são as únicas armas para salvar vidas, conter o vírus, aliviar a pressão sobre o sistema de saúde e, assim, normalizar a economia e o próprio País. Eles também têm culpa.

São magistrados, parlamentares, empresários e irresponsáveis em geral, até da área de saúde, movidos pelo negacionismo, a ideologia irracional, a falta de respeito e empatia com os quase 220 mil brasileiros mortos. Esse mau exemplo, que começa com o presidente da República e decanta pelos seguidores da sua seita, induz jovens, idosos, homens e mulheres a relaxar os cuidados na pior hora. Tome baile funk nas periferias! E barzinho cheio dos bairros chiques! [é presidente Bolsonaro: o senhor agora é responsável pelos bailes funk nas periferias e por barzinhos cheios nos bairros chiques = a estupidez dos 'inimigos do Brasil = inimigos do Bolsonaro. A falta de argumentos sólidos = ilícitos cometidos pelo presidente Bolsonaro, e claro provados  - valem argumentos imaginados.]

Ao assumir ontem a presidência do Tribunal de Justiça (TJ) de Mato Grosso do Sul, o desembargador Carlos Eduardo Contar pediu “o fim da esquizofrenia e palhaçada midiática fúnebre” e propôs que “desprezemos o irresponsável, o covarde e picareta da ocasião que afirma “fiquem em casa’”. Para Bolsonaro, o cidadão que se cuida e cuida do outro na pandemia é “maricas”. Para Contar, é “irresponsável, covarde e picareta”.

O desembargador não pronunciou uma palavra sobre os escândalos do Judiciário, onde pululam “penduricalhos”, enquanto milhões de brasileiros estão sem emprego, renda, até comida. Reportagem de Patrik Camporez, do Estadão, informa que ali do lado, em Mato Grosso, os 29 magistrados do TJ receberam, em média, R$ 262,8 mil em dezembro. Contar preferiu reclamar das “restrições orçamentárias” e o “exaurimento da capacidade humana” da corporação.

Pôs-se a criticar aqueles que creem na ciência, nas entidades de saúde, nas recomendações médicas como “rebanho indo para o matadouro”. E a atacar “a histeria coletiva, a mentira global, a exploração política, o louvor ao morticínio, a inadmissível violação dos direitos e garantias individuais, o combate leviano e indiscriminado a medicamentos”. A pandemia é uma “mentira global”?! Quem ele está papagaiando?

Isso lembra a comemoração de parlamentares bolsonaristas quando o governador do Amazonas, Wilson Lima, cedeu à pressão e recuou do lockdown. Mas, depois, não escreveram uma só linha sobre o resultado macabro: falta de UTI e oxigênio, pacientes morrendo asfixiados e transportados para outros estados às pressas. Nem o sistema funerário resistiu ao caos, que está sendo exportado para o Pará e Rondônia.Se o isolamento social tivesse sido levado a sério pelo presidente e todos os governadores, o Brasil não precisaria ter afundado tão dramaticamente em mortes e contaminações. [países que já em março de 2020 adotaram o lockdown, hoje são campeões na letalidade por habitantes = a Bélgica tem o maior índice de letalidade por milhão de habitantes - e realizou o primeiro lockdown em março 2020.]  E a dúvida, agora, é quanto às vacinas. A quantidade, a logística, a seriedade e o exemplo de cima – particularmente de Bolsonaro –, vão definir a luz no fim do túnel.

Por isso, dói na alma a enfermeira Nathanna Ceschim, do Espírito Santo, divulgar vídeos sem máscara no hospital e desdenhando: “Não acredito na vacina (...). Tomei foi água”. E por que tomou? Para se cuidar, preservar seus pacientes, pais, avós e amigos e em respeito aos colegas do Brasil inteiro que se arriscam para salvar vidas? Não. “A intenção era só viajar...” Com presidente, desembargador, parlamentares e gente assim, é difícil ser otimista.

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo


sábado, 14 de novembro de 2020

Procura-se a ciência do lockdown - Por Guilherme Fiuza

A Seita da Terra Parada anunciou a chegada da segunda onda. Ela quer te trancar de novo. Tudo bem, você topa. Mas com uma condição: que te mostrem os laudos comprovando que o lockdown resultou na detenção eficaz do contágio pelo coronavírus e na proteção aos grupos de risco. Pede os laudos agora, tá? Você precisa organizar logo a sua quarentena.

Pediu? Ótimo. E eles? Já te mostraram os laudos com a eficácia do trancamento geral na defesa da população contra a Covid? Não mostraram? Tudo bem, pede de novo. Eles estão muito ocupados espalhando a notícia da segunda onda, é preciso um pouco de paciência. Pediu de novo? Ótimo! Nada ainda? Que estranho.
Liga pro Mandetta. Ele com certeza tem esse atestado científico, porque vivia o dia inteiro na televisão dizendo para ninguém botar o nariz fora de casa que seria fatal. Ok, de fato ele foi filmado se abraçando e dançando com assessores num ambiente aglomerado, mas isso não tem nada a ver. A máscara de um picareta cairá mais cedo ou mais tarde, então ele não tem mesmo como se prevenir. Ligou pro Mandetta? E aí? Não atende? Insiste, que ele deve estar terminando um comício e daqui a pouco te explica tudo.

Enquanto isso vai ligando pro Butantã. Ligou? E aí? Caiu errado? Como assim? Na telefonia não existe mais esse negócio de “foi engano”, você deve ter discado errado. Ou melhor: teclado. Teclou certo? Estranho. Quem atendeu disse o quê? “Comitê do Bruninho”?! Não é possível. Você ligou pro Instituto Butantã e caiu no comitê de campanha do Bruno Covas?! É, então essa telefonia não presta mesmo. Tem que privatizar. Já privatizou? Então tem que estatizar.

Liga pro Dória. Ele deve ter outro telefone do Butantã. Ligou? Ele atendeu de primeira? Maravilha, o Dória é muito solícito mesmo. E aí, ele te deu outro telefone do Butantã? Não?! Por que? Disse que só te dá se você tomar a vacina chinesa? Espera aí, deve ter entrado uma linha cruzada. A vacina nem existe e você só queria um laudo do Butantã sobre a eficácia do lockdown... Por que você não disse isso com todas as letras? Ah, você disse? E aí, o que ele respondeu? A ligação caiu? É, não dá. Tem que privatizar. Ou melhor, estatizar. Faz o seguinte, dá uma ligada pra Fiocruz. Lá com certeza você consegue o atestado de eficácia do lockdown. Aí pode voltar tranquilo e convicto pro buraco. O que não dá é pra ficar na dúvida, que aí o vírus te pega. Esse vírus é que nem cachorro: se você demonstra insegurança ele te ataca.

Conseguiu falar com a Fiocruz? Maravilha! E aí, te deram os laudos da contenção da Covid pela quarentena horizontal? Não?! O que houve dessa vez? Eles disseram que os laudos existem mas não estão com eles? Ah, menos mal. Hoje em dia tem motoboy pra tudo. Estão com quem, os laudos? Com o Witzel?? A Fiocruz montou um plano de lockdown total com o Witzel e naquela confusão da chegada da polícia os documentos ficaram com ele? Poxa, que azar.

Bom, tenta pegar com ele assim mesmo. Não vai dar? Por que não vai dar? Ele se mudou? A Justiça despejou o Witzel do palácio? O que aconteceu? Não pagou o aluguel? Essa lei do inquilinato é absurda, coisa da ditadura. Por isso é que tem que parar tudo e fazer uma assembleia constituinte. Coitado do Witzel. Por que você não faz uma visita de solidariedade no cafofo novo dele e aproveita pra pegar a papelada científica do lockdown? Não vai dar? Por quê? Foi tudo perdido na mudança?!

Aí fica difícil. Não há ciência que aguente tantos incidentes. Vamos fazer o seguinte: como está a taxa média de letalidade da Covid? Abaixo de 70 anos é inferior à da gripe sazonal? Ok. Então liga pra Seita da Terra Parada, conta isso a eles e avisa para continuarem em lockdown mental, que você vai ficar aqui fora vigiando o perigo.

Guilherme Fiuza, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes


quinta-feira, 30 de julho de 2020

Gilmar e os Valentes da Live - Guilherme Fiuza

A Disneylândia da cruzada contra o fascismo imaginário transforma qualquer proscrito em herói, e isso foi irresistível para o ministro

O genocídio digital de Gilmar Mendes fez o maior sucesso. Aliás, tem sido sempre assim: no que aparece na sua frente uma tela dividida com aquele monte de janelinhas, cada uma delas ocupada por uma cabecinha educada, ética, empática, simpática, solidária, civilizada, perfumada (não dá pra sentir o cheiro, mas tá quase), consciente, antifascista, quarentenada e culta, com cara de quem está no lugar certo, protegido pela ciência e pronto para repreender os ignorantes do mundo lá fora — enfim, quando você está diante de uma cena como essa, já sabe que vem merda.

E não deu outra. Gilmar Mendes, que era a criatura mais detestada do Brasil e hoje é um queridinho da grande imprensa — a militância contra o  fascismo imaginário faz milagres —, deu um show. Mostrando que para os Valentes da Live verdade se faz em casa, Gilmar saiu inventando com grande fluência e desassombro. Os Valentes da Live não têm medo de nada.
O ex-vilão sabe que o confinamento burro campeão de contágio e responsável por 12 mil mortes diárias de fome no mundo é, no Brasil, obra do STF. Gilmar sabe que foi a Suprema Corte (ou seja, ele e seus colegas) quem deu a caneta mágica para governadores e prefeitos brincarem de fascismo (real) prendendo e arrebentando o cidadão — e recitando o famoso “fica em casa enquanto a gente rouba você”.
O mínimo que um picareta espera do seu ídolo é que ele minta com desenvoltura — e assim foi feito.

Todo ladrão que ficou rico com o Covidão é grato aos supremos juízes que inventaram a pandemia estadual — e assim deram poderes mágicos aos tiranetes para montar as estatísticas que lhes rendessem mais hospitais de campanha fantasmas e respiradores superfaturados. Qualquer desses picaretas que ficaram milionários em dois meses fingindo salvar vidas, barbarizando os cidadãos sob o silêncio dos humanistas de Zoom, diria sem pestanejar: meu time é Gilmar e mais dez.

O craque do time não decepcionou. O mínimo que um picareta espera do  seu ídolo é que ele minta com desenvoltura — e assim foi feito. Gilmar Mendes trocou tudo sem a menor inibição e disse que o descalabro patrocinado por togados, tiranetes e sanguessugas foi obra do governo federal e da militarização. Um genocídio. Enfim, um Valente da Live sabe quais são as palavrinhas mágicas que lhe darão as manchetes certas e os holofotes mais luminosos.

Não deixa de ser comovente assistir a um personagem execrado pela opinião pública como Gilmar Mendes se lambuzando no mel da mídia que o tratava como ser abjeto. Curiosamente, Gilmar havia feito um contraponto importante dentro do STF às tentativas da Corte de sabotar o impeachment de Dilma Rousseff. E também ajudou a expor as manobras conspiratórias em 2017 baseadas na delação forjada de Joesley Batista. Mas a Disneylândia da cruzada contra o fascismo imaginário transforma qualquer proscrito em herói, e isso foi irresistível para ele. Chegou a hora do banho de loja.

Um mundo ideal em que as pessoas permaneçam trancafiadas de pavor ou egoísmo (tanto faz)
Nessa mesma live estavam o médico Drauzio Varella, que disse no início da epidemia ser possível circular com responsabilidade, e o ex-ministro Henrique Mandetta, que pregou o lockdown horizontal, o isolamento total e se despediu do cargo abraçando-se ao vivo e sem máscara com seus auxiliares. Num alegre jogral com o genocídio digital de Gilmar, Mandetta disse que o ministro interino da Saúde, um militar especializado em logística, deveria na verdade ser especializado “em balística”, considerando-se a quantidade de mortos pela covid. Veja toda a empatia do ex-ministro da Saúde para com as vítimas fatais de uma epidemia e entenda a ética circense dos Valentes da Live.

Qual o mundo ideal para um Gilmar Mendes repaginado e toda a freguesia dessa fabulosa butique humanitária? É um mundo onde as pessoas permaneçam trancafiadas de pavor ou egoísmo (tanto faz) e não seja preciso nunca mais cruzar com alguém na rua, que aí complica. Eles vão lutar com todas as forças para que o novo paradigma de liberdade seja o pombal do Zoom.

Guilherme Fiuza, jornalista -  Coluna na Revista Oeste


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Segure a carteira, deputados trabalharam à noite - UOL



Blog do Josias



No Legislativo de um país como o Brasil, civilização é tudo o que sobra para ser desenterrado dez mil anos depois. Num futuro remoto, quando os arqueólogos desencavarem as antiguidades de Brasília, encontrarão escondida nos subterrâneos do Congresso uma escola de cinismo, perfídias e malandragens. Ficará finalmente esclarecido por que o bolso do brasileiro amanhecia violado sempre que os parlamentares davam expediente noturno.

A propósito, segure a carteira. Os deputados fizeram serão na noite desta terça-feira. Aprovaram um projeto que permite, entre outras barbaridades, o uso de verbas do fundo partidário —dinheiro seu, meu, nosso no pagamento de advogados para políticos encrencados com a lei. Repetindo: o partido vai filiar o picareta, ele mesmo patrocinará a corrupção, ele mesmo fornecerá o advogado. Nesse ciclo de autossuficiência, você entrará com o bolso.

O texto-base do projeto passou com relativa facilidade: 263 votos 144. Quer saber como seu representante votou? A íntegra da lista de votação está disponívelaqui. Nesta quarta-feira, os deputados analisarão as emendas que sugerem modificações pontuais no projeto. No essencial, há no texto uma cota de desfaçatez que deve ser preservada. Inclui do afrouxamento de regras eleitorais à suavização de penalidades.

Inclui também a recriação da famigerada propaganda partidária semestral, fora da temporada de campanha —uma boçalidade que havia sido extinta para evitar o desperdício de verbas. Faltou definir o valor do fundo eleitoral que irá bancar as eleições municipais do ano que vem. Os desejos oscilam entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3,7 bilhões. Esse bote sobre sua carteira será efetuado mais adiante, na hora em que for votado o Orçamento Geral da União para 2020. Os congressistas não perdem por esperar. Ganham.

Blog do Josias de Souza

LEIA TAMBÉM: Bolsonarose acha exemplo, falta informar de quê




[um 'pequeno' comentário sobre o post acima linkado - o uso de um helicóptero da FAB para transformar familiares do presidente Bolsonaro do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, para a Zona Oeste da mesma cidade não representa nenhuma ilegalidade.
O deslocamento por via terrestre implicaria em passar próximo a vários 'complexos de favelas' com alto risco para os transportados.
A legislação brasileira autoriza, em situações excepcionais, que familiares de autoridades recebam segurança do governo brasileiro.

Exemplo: o ministro Fachin, mora e trabalha no DF, mas tem um pequeno contingente de agentes em Curitiba - PR,  - no momento, não posso precisar se só da PF ou só da segurança do STF - salvo equívoco são agentes das duas corporações. 

Moram familiares do ministro na capital paranaense, sofreram ameaças,  e passaram a receber proteção.

Os filhos do presidente da República - a maior autoridade da República Federativa do Brasil - por óbvio, até mesmo uma questão de isonomia, fazer jus a segurança necessária.]