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domingo, 24 de setembro de 2017

Coreia do Norte celebra repercussão do teste nuclear


A vitrine norte-coreana

Kim Jong-un transforma a capital Pyongyang para que ela sirva de cartão de visitas de seu regime. A cidade recebe a maior parte dos investimentos e não mostra sinais de desigualdade social 

 Repórter do Correio Braziliense entra na Coreia do Norte, o país mais fechado do mundo

Passaporte para o segredo

10 dias na Coreia do Norte


O Correio visitou a Coreia do Norte, comandada por uma dinastia comunista totalitária que, hoje, com sua bomba atômica, provoca apreensão em todo o planeta. O repórter Renato Alves estava no país mais fechado do mundo em 3 de setembro, data do sexto e, até então, mais potente teste nuclear feito pelo regime de Kim Jong-un. Ele sentiu a terra tremer e foi apresentado à equipe envolvida no desenvolvimento da temida arma.

Diferentemente da maioria dos poucos estrangeiros que conseguem entrar na nação asiática, o repórter não se infiltrou em uma das excursões organizadas por empresas parceiras, com pacotes vendidos na vizinha China. Ele obteve um visto especial de jornalista e, por isso, sofreu uma vigilância muito mais intensa que a reservada aos turistas.

Mesmo assim, Alves conseguiu deixar a parte norte da Península Coreana com um material farto e inédito no mundo ocidental. São mais de 500 fotografias e dezenas de curtos vídeos, inclusive de cenários e cenas proibidos pelo governo do país que cultua seu líder como um deus. O resultado dessa viagem você confere neste especial, que será publicado ao longo de oito dias, entre 24 de setembro e 1º de outubro de 2017.

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui



terça-feira, 5 de setembro de 2017

As 4 opções não militares para enfrentar o desafio da Coreia do Norte

O último teste nuclear anunciado pela Coreia do Norte no domingo passado voltou a alarmar não apenas Washington mas também países vizinhos na Ásia.  Depois de os norte-coreanos terem anunciado que acionaram uma bomba que, segundo a mídia oficial de Pyongyang, seria de hidrogênio e poderia ser transportada por um míssil de longo alcance, o presidente dos EUA, Donald Trump, convocou assessores militares para discutir as opções disponíveis.

Depois da reunião, o secretário de Defesa americano, James Mattis, ameaçou "uma resposta militar em massa" se o líder norte-coreano Kim Jong-un atacasse território americano ou algum de seus aliados na Ásia.  Nas últimas semanas, por mais de uma vez os EUA ameaçaram a Coreia do Norte com ações militares que não se materializaram. 

Muitos analistas destacam os perigos de uma intervenção militar contra Pyongyang e os efeitos devastadores que sua resposta poderia ter. O caminho adotado, ao menos por enquanto, parece se limitar à pressão política e diplomática. Há pelo menos quatro opções para lidar com os testes nucleares da Coreia do Norte sem recorrer ao uso da força.

Como acontece com certa frequência, sempre que a Coreia do Norte anuncia ter feito seus ensaios nucleares e contraria as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), o Conselho de Segurança se reúne para responder a ameaça.  A representante dos EUA na ONU, Nikki Haley, instou os Estados membros do Conselho de Segurança a adotarem "as medidas mais rigorosas possíveis". A diplomacia americana apresentará um novo projeto de resolução que, provavelmente, vai incluir uma nova rodada de sanções contra Pyongyang.

Há dúvidas, contudo, se sanções terão algum efeito. A ONU adotou sete rodadas anteriores de sanções, além das impostas pelos Estados Unidos ou a União Europeia e seus Estados membros. Mas nenhuma delas fez com que Kim Jong-un desistisse de seu programa de desenvolvimento nuclear.

A Coreia do Norte tem se mostrado resistente mesmo depois que a China, um grande avalizador dos norte-coreanos, mudou sua política em 2006 e começou a votar a favor das sanções contra o vizinho no Conselho de Segurança. As poucas informações disponíveis indicam que a economia norte-coreana está crescendo graças às medidas liberalizadoras implementadas por Kim Jong-un desde que assumiu o cargo em 2011.
Eficientes ou não, os EUA insistem em castigos adicionais. "Trata-se de esgotar todos os meios diplomáticos antes que seja tarde demais", disse Haley. 

MATÉRIA COMPLETA em BBC BRASIL
 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Opção militar contra a Coreia do Norte é beco sem saída para Estados Unidos

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta segunda (4) para discutir novas sanções contra o regime de Kim Jong-un após o sexto teste nuclear do país, e os EUA voltaram a ameaçar usar força contra a ditadura. A chance de a primeira opção ter algum efeito prático, dado o histórico de resiliência do regime comunista, parece exígua.


  Militares sul-coreanos fazem exercícios militares perto da zona desmilitarizada com a Coreia do Norte

Resta na mesa de EUA e aliados a opção de negociar diretamente com Kim, o que requer intervenção mais objetiva por parte de Pequim, que passou a proteger o regime após a dissolução da União Soviética em 1991. Fora isso, há as alternativas militares, todas impossíveis de bancar. O problema neste momento nem é a possibilidade de Pyongyang armar um míssil balístico intercontinental com uma bomba atômica. 

Apesar de todas as demonstrações recentes, é incerto que essa capacidade exista de fato. Por mais que os norte-coreanos tenham avançado, talvez com ajuda de antigo material soviético contrabandeado da Ucrânia, a guiagem e a proteção de uma ogiva nuclear requerem testes ainda não realizados. Segundo estimativas disponíveis, contudo, o país já pode fazer isso com talvez 5 ou 10 de seus 300 mísseis de curto e médio alcance, ameaçando Coreia do Sul, Japão e Guam, ilha que sedia base estratégica americana. 

A questão é a certeza de que, se for atacado, Kim irá usar seu poderio de artilharia concentrado na fronteira com o vizinho do sul —com quem a Coreia do Norte vive em cessar-fogo desde 1953, após os três anos de guerra. São 21 mil peças de artilharia e lançadores múltiplos de foguetes, boa parte deles apontada em direção a Seul, a 55 km da fronteira. 

Algumas delas, como lançadores de 300 mm, podem atingir a capital, onde moram 10 milhões de pessoas. Considerando áreas adjacentes, está concentrada por lá quase metade dos 50 milhões de habitantes do país. Como seria o ataque liderado pelos EUA? Isso vai depender do que o secretário Jim Mattis (Defesa) considera "maciço", como disse. Um cenário moderado, sem o hoje teoricamente impossível emprego de armas nucleares em primeiro golpe, é buscar destruir a defesa antiaérea norte-coreana e as principais instalações do programa nuclear e de mísseis. 

Isso pode ser feito com mísseis de cruzeiro Tomahawk instalados em navios norte-americanos na região, como os destróieres da classe Arleigh Burke —dois dos quais estão fora de combate após terem batido em embarcações civis recentemente. Há a opção do uso de aviões também. Guam é base de bombardeiros estratégicos B-1B Lancer. Eles seriam apoiados por caças coreanos F-15K, de fabricação americana, e talvez por modelos iguais e aeronaves F-35 dos EUA baseadas no Japão. 

Como se vê, Pyongyang só não tem na China um regime hostil a si na vizinhança —fora os 47 mil americanos no Japão, 28,5 mil na Coreia do Sul e 5.100 na ilha de Guam.
A certeza da destruição de parte de Seul é o que impede o apoio do governo capitalista do sul a uma ação, e de certa forma a garantia para Kim manter sua agressividade. Quando estudou atacar a Coreia do Norte em 1994, os EUA estimaram em 1 milhão de mortos na Coreia do Sul só pela ação de armas convencionais. Isso sem contar armas nucleares, então fora da equação, e a ampla gama de foguetes convencionais para atacar alvos americanos e aliados na região. 

Eles podem ser detidos apenas parcialmente pelos sistemas antiaéreos de fabricação norte-americana na região —Patriot e THAAD em solo, e Aegis em navios. Uma invasão total do norte, contudo, é ainda mais improvável. O Exército norte-coreano, com 1,2 milhão de homens altamente motivados, seria derrotado pelas armas mais modernas e eficientes da coalizão EUA-Coreia do Sul-Japão, mas o custo humano parece proibitivo para ambos os lados. 
 
ENTENDA
O desafio norte-coreano

O que o teste significa?
> Um teste bem sucedido mostraria que a Coreia do Norte sofisticou seu programa nuclear e que está mais perto de produzir uma ogiva adaptável a um míssil de longo alcance, capaz de atingir a parte continental dos EUA

> Os testes debaixo da terra, que provocaram tremores percebidos na Coreia do Sul e na China, foram os primeiros em que a Coreia do Norte ultrapassou o poder de destruição das bombas de Hiroshima e Nagasaki, da Segunda Guerra Mundial
> Se o país asiático for capaz de produzir uma bomba H, isso pode abrir caminho para ogivas muito mais destrutivas e compactas, o que resolverá o problema de seus estoques limitados de urânio enriquecido 

O que esperar?
> Analistas vão estudar as ondas decorrentes dessa explosão. Eles também buscarão indícios de gases nucleares que podem estar se dissipando na atmosfera para poder avaliar se o teste foi mesmo com uma bomba de hidrogênio


Fonte: Folha de S. Paulo



Coreia do Norte prepara novo lançamento de míssil, diz Coreia do Sul

Em demonstração de força, Seul simula ataque à base nuclear de Kim Jong-un

A Coreia do Sul alertou nesta segunda-feira que a Coreia do Norte prepara um novo lançamento de míssil, que poderia ser um artefato balístico intercontinental. O Ministério da Defesa de Seul vem detectando sinais sobre a provável nova ofensiva desde domingo, quando o regime de Kim Jong-un realizou o seu sexto teste nuclear. Em forte demonstração de força, o governo sul-coreano simulou um ataque à base nuclear da nação vizinha com exercícios do Exército e das Forças Aéreas. 

Seul não revelou o momento em que poderia acontecer o novo disparou de Pyongyang, mas anunciou que reforçará suas táticas de proteção militar (o escudo de defesas antimísseis THAAD) junto com Washington. Embora tenha conduzido os recentes exercícios sozinho, o Sul planeja novas manobras conjuntas com os Estados Unidos, numa tentativa de lembrar o Norte do seu poder militar, segundo autoridades.

"Muito em breve serão deslocados temporariamente outros quatro lançadores restantes, após consultas entre Coreia do Sul e Estados Unidos, para contra-atacar as crescentes ameaças nucleares e de mísseis procedentes do Norte", disse o governo sul-coreano.

Pyongyang provocou uma grande consternação na comunidade internacional no domingo ao executar o seu teste nuclear mais potente até hoje. Especialistas estimaram que a explosão tenha chegado aos 100 kiloton —  ou seja, cinco vezes mais potente do que a bomba nuclear lançada contra a cidade japonesa de Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial, que instantaneamente matou 70 mil pessoas —, além de ter provocado um terremoto de magnitude 6,3.

O regime afirmou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogênio, cuja capacidade de destruição é muito elevada em comparação às bombas de fissão. Se confirmada a declaração, que analistas já prevêem como verdadeira, a Coreia do Norte terá alcançado um nível de tecnologia até então exclusiva de apenas cinco potências militares: EUA, Reino Unido, China, França e Rússia (à época, União Soviética) — que, atualmente, são os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Outros países, embora desenvolvam aparatos explosivos, possuem apenas bombas atômicas, e não as de hidrogênio.

ONU DEBATE MAIS SANÇÕES
Também nesta segunda-feira, o Sul disse acreditar que o Norte conseguiu miniaturizar com sucesso uma arma nuclear para o tamanho de uma ogiva. Se confirmado, isso significa que Pyongyang seria capaz de colocar disparar uma bomba nuclear, possivelmente para o território dos EUA.  A Coreia do Sul acredita que a Coreia do Norte miniaturizou com sucesso uma arma nuclear, ao tamanho de uma ogiva, declarou nesta segunda-feira o ministro da Defesa, Song Young-Moo. "Acreditamos que entra em um míssil balístico intercontinental", afirmou Song Young-Moo aos deputados no Parlamento, um dia depois do teste nuclear mais potente de Pyongyang até o momento.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas terá uma reunião de emergência nesta segunda-feira para discutir a aplicação de novas sanções contra o isolado regime de Kim Jong-un. No entanto, especialistas questionam quão efetivas novas punições podem ser, uma vez que diversas medidas semelhantes já foram tomadas antes, mas não são capazes de frear o avanço nuclear da Coreia do Norte, um regime altamente isolado na comunidade internacional e aliado à China

O presidente dos EUA, Donald Trump, cogita recorrer a uma reação militar e já pediu aos seus assessores que o informem sobre suas opções, segundo o Departamento de Defesa americano. Ontem, o Pentágono ameaçou uma resposta militar maciça às ameaças norte-coreanas, evocando seu poder de provocar "aniquilação total" do país asiático. Além disso, no domingo, levantou a possibilidade de um embargo total à Coreia do Norte: "Os Estados Unidos consideram, além de outras opções, parar todas as suas trocas comerciais com qualquer país que faça negócios com a Coreia do Norte", disse Trump pelo seu Twitter.


Em 4 de julho, Dia da Independência dos EUA, Pyongang lançou o seu primeiro míssil balístico intercontinental. O projétil Hwasong-14 aterrissou na Zona Econômica do Mar do Leste no Japão, após sobrevoar 933 km por quase 40 minutos. Segundo especialistas, o artefato poderia atingir o Alasca. A Coreia do Norte, por sua vez, anunciou que poderia inserir uma bomba de hidrogênio na sua ogiva. Após 24 dias, o regime disparou mais um míssil balístico intercontinental.

Além disso, no início de agosto, após o Conselho de Segurança da ONU ter decidido, por unanimidade, ampliar as sanções à Coreia do Norte, Pyongyang afirmou que revisava planos de atacar alvos militares em Guam, um território dos Estados Unidos na Micronésia que abriga bases da Marinha, Guarda Costeira e Força Aérea americanas. As ameaças levaram Trump a ameaçar responder às provocações com "fogo e fúria" jamais vistas pelo mundo.

Fonte: O Globo


domingo, 20 de agosto de 2017

O mundo somos nós

Qualquer pessoa pode fazer diferença. Podemos melhorar o que nos cerca. O prédio. A cidade. O país 

Quando decidi ser jornalista, nos anos 1970, me perguntaram se eu queria mudar o mundo. Respondi que não tinha essa ambição. Queria conhecer o mundo, a trabalho. Escolhi o jornalismo internacional, para depois voltar a meu Rio de Janeiro. Hoje, penso que, nos meus 19 anos, havia uma sabedoria inocente na resposta. Para mudar algo, é preciso conhecer. Entender. Perguntar, mais que responder.

>> Mais colunas de Ruth de Aquino

Quando o jornalista revela uma injustiça, um malfeito – ou, na outra ponta, joga luz num bom exemplo e conhecimento num fato histórico –, ele espera que a sociedade reaja. E a sociedade somos todos nós. Por pressão nossa, todos juntos, a criação do Fundo da Vergonha de R$ 3,6 bilhões para as campanhas eleitorais de 2018 balança e naufraga. O mesmo aconteceu com o aumento indecente de 16,7% para procuradores e juízes.
Nada disso resolve a crise moral e fiscal do Brasil. Mas ajuda saber que a pressão pode mudar rumos. O juiz de Mato Grosso que recebeu no contracheque meio milhão de reais, entre salários e benefícios, pode ser um personagem em extinção no país. A imprensa o mostrou. O juiz Mirko Giannotte disse: “Não estou nem aí”. É justo, dentro da lei. Pessoal, nós precisamos mudar muitas leis para o Brasil reduzir o abismo social e enfraquecer o regime de castas. Vamos fazer mais pressão.

Esta edição de ÉPOCA, o número 1.000, é dedicada a reportagens que ajudaram de alguma forma a mudar o mundo para melhor. Não é fácil. Hoje, quando todas as tragédias chegam ao vivo a nossos celulares 24 horas por dia, sem filtro ou análise prévia, as redes sociais incham de indignação, impotência e também de intolerância. São os terroristas islâmicos que matam turistas com uma van nas Ramblas, em Barcelona, ou os neonazistas armados que atropelam judeu, negro ou branco antirracista em Charlottesville, nos Estados Unidos. Tudo numa semana só.

No Rio de Janeiro, além dos arrastões nas vias expressas, vemos uma explosão de moradores de rua e favelas sitiadas por tiroteios e pelo tráfico pesadamente armado. Em São Paulo, vemos as cracolândias e as comunidades fixas de sem-teto sob viadutos, num estado que sofre um roubo a cada 30 segundos, muitos deles seguidos de morte.  Como mudar tudo? Como, se Brasília é uma ilha da fantasia em que a nutricionista e a roupeira da primeira-dama, Marcela Temer, desfrutam apartamentos funcionais e privilégios? A imprensa denuncia. E sua pressão pode influenciar sim .[a nutricionista e a roupeira da primeira-dama, são funcionárias públicas (ainda que não sejam concursadas e sim comissionadas - a lei permite que alguns funcionários sejam contratados na condição de comissionados, portanto, demissíveis, 'ad nutum' ), mas, enquanto não são demitidos são funcionários públicos e desde que atendam requisitos fixados em leis tem o direito de ocupar imóvel funcional.
O fato das duas exercerem suas funções na assessoria da primeira-dama não as torna funcionárias de segunda classe e uma delas atendeu aos requisitos e recebeu o imóvel funcional.
A outra, salvo engano, não atendeu os requisitos e não foi beneficiada.
Trabalhar na assessoria pessoal do presidente da República não é motivo para o funcionário ser punido.]
O mundo não é amistoso ou pacífico. Nunca foi. Ditaduras, guerras e genocídios sempre existiram. Hoje, vemos o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, complacente com movimentos racistas como a Ku Klux Klan. Vemos o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ameaçando o mundo com um ataque nuclear. Testemunhamos o êxodo forçado dos sírios, com crianças órfãs, feridas, mutiladas ou mortas pela guerra insana de ditadores. Vemos as mortes e prisões na Venezuela de Nicolás Maduro, a fuga em massa para escapar da miséria e de mais de 700% de inflação. 


Vemos mulheres mortas por ser mulheres. Homossexuais mortos por ser homossexuais. Vemos a ganância que destrói o meio ambiente e torna nosso ar irrespirável – e, pior, continua impune, como os criminosos que mataram um rio e uma cidade em Minas Gerais. Vemos o uso da fé para extorquir e para alimentar projetos de poder político.  Tudo isso exige de nós um esforço sobre-humano para resistir e melhorar o entorno. Vimos o jovem médico brasileiro que voltou às Ramblas após o atentado, para socorrer os feridos. A van branca vinha em sua direção e a gritaria o empurrou para se abrigar numa cafeteria. Ele não fez mais que sua obrigação de médico ao voltar? Bernard Campos, de 26 anos, seguiu sua consciência. Levou uma asiática de 30 anos para o hospital porque as ambulâncias demoravam. Fez das mãos dele um colar cervical e pediu soro. “Vou ter de esquecer isso”, disse. Não esqueça que você contribuiu para um mundo melhor, Bernard. 

Qualquer pessoa pode fazer diferença. Não é preciso ser jornalista ou exercer um cargo influente. Se não mudarmos por dentro, nada mudará por fora. A atitude individual conta. A comunitária também. Podemos melhorar o que nos cerca. Primeiro, a família e nossa casa. A relação com os amigos próximos. Os vizinhos. Os colegas de trabalho. O prédio. A rua. O bairro. A cidade. O estado. O país.  Podemos mudar a forma de encarar o mundo. E a forma de agir. Escuto que somos a média das cinco pessoas com quem mais convivemos. São pessimistas, resignadas ou inconformistas? Podemos cultivar as semelhanças, em vez das diferenças. Podemos ter uma causa, uma paixão, podemos ser indignados otimistas. Parabéns aos jornalistas que fazem sua parte. E a você, que faz sua parte como cidadão.

Fonte: Revista Época - Ruth de Aquino

 

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Fachin, Janot, Fux, Kim Jong-un “et alii” - Se precisar do STF, torça para estar do mesmo lado do Kim Jong-un de toga

Está contente, amigo, com o andar da carruagem? Acha que o caminho é esse mesmo? Caso você tenha de encarar um dia Fachin, Fux, Barroso "et alii", torça para estar do lado certo da "hermenêutica do arbítrio"

É preocupante o silêncio das entidades que representam os advogados sobre os atos atrabiliários, quando não sobre as asneiras, praticados por procuradores, juízes e, olhem o meu espanto!, ministros do STF. Antevi há muito que Rodrigo Janot acabaria, por contraste, absolvendo moralmente o PT (só a direita xucra não percebeu...). Bingo! 

Antevejo agora dias difíceis na área dos direitos fundamentais. A força política que substituir Michel Temer no dia 1º de janeiro de 2019 terá à sua disposição um incrível arsenal de excepcionalidades para usar contra os adversários. A esquerda não diga, depois, que não avisei. Ou a direita. Qualquer que seja a resposta do eleitorado, haverá um governo mais autoritário do que esse que aí está. 

Não deixa de ser impressionante, ainda que óbvio, ver os esquerdistas, incluindo a pequena multidão de jornalistas, a endossar as estripulias de Janot. Àquele que era odiado até outro dia, dispensa-se agora o tratamento de herói da resistência. Afinal, os "companheiros" reconhecem o notável trabalho feito pelo procurador-geral, em parceria com Edson Fachin, ambos regidos por Cármen Lúcia, para depor o presidente Michel Temer numa única tacada. Falhou a Blitzkrieg. Agora é preciso optar pelas contínuas ações de sabotagem. Como escrevi em meu blog, não há mais investigação contra o presidente, mas uma coleção de armadilhas. 

O direito que tem letra e forma cede ao alarido. Ao negar o pedido de prisão preventiva do senador Aécio Neves –afinal, não houve flagrante de crime inafiançável, como exige o Parágrafo 2º do Artigo 53 da Constituição–, Fachin o auto-outorgado relator da delação de Joesley Batista, escreveu este brocado da democracia universal: "No caso presente, ainda que, individualmente, não considere ser a interpretação literal o melhor caminho hermenêutico para a compreensão da regra extraível do art. 53, § 2º, da CR (...), entendo que o locus adequado a essa consideração é o da colegialidade do Pleno."
 
Que se note, hein?, antes que eu continue: o doutor não mandou trancafiar o senador, mas o afastou do mandato (da função pública), uma das medidas cautelares previstas do Artigo 319 do Código de Processo Penal, só aplicável como alternativa à prisão. Cabe a pergunta: dado o que diz a Constituição, era a prisão uma alternativa? Como diria o ministro Marco Aurélio, ao acrescentar a 381.001ª palavra ao "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, "a resposta é 'desenganadamente' negativa".  Ora, se a "interpretação literal" –vale dizer: o que está na lei– não é o melhor caminho hermenêutico, restam a discricionariedade, o solipsismo jurídico, o arbítrio das tiranias, ainda que das tiranias de opinião pública, confundidas pelos idiotas com democracia. 

Saibam todos vocês que um dia poderão depender do Supremo: há um ministro lá que considera haver um valor superior à garantia constitucional. Um? Essa também é a praia... hermenêutica preferida de Roberto Barroso, o sujeito que diz, em um livro sobre "neoconstitucionalismo", que cabe aos juízes o papel de uma espécie de vanguarda modernizadora da sociedade. Não por acaso, ele aproveitou um simples habeas corpus para legalizar, a seu modo, o aborto até o terceiro mês de gestação. Esqueçam o debate de mérito: ministro do STF não pode mudar o Código Penal! No dia seguinte ao julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE, Luiz "Mato no Peito" Fux desdenhou do que chamou "formalismo" do tribunal. Ora, direito sem formalismos é aquele vigente na Coreia do Norte ou na Venezuela. 

O solipsismo jurídico, em nome da "causa", é o AI-5 destes tempos. Está contente, amigo, com o andar da carruagem? Acha que o caminho é esse mesmo? Caso você tenha de encarar um dia Fachin, Fux, Barroso "et alii", torça para estar do lado certo da "hermenêutica do arbítrio". 

Torça para ser amigo do Kim Jong-un de toga. 

Fonte: Blog Reinaldo Azevedo  e Coluna da Folha
 

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Kim Jong-nam: morte rápida e dolorosa

Caso Kim Jong-nam: autópsia revela paralisia e morte em 20 minutos

Ministro da Saúde da Malásia afirmou que meio-irmão do ditador da Coreia do Norte teve morte "dolorosa" vinte minutos após o ataque

Kim Jong-nam, o meio-irmão do ditador norte-coreano Kim Jong-Un que foi assassinado na Malásia, sofreu paralisia provocada pelo VX, um potente agente nervoso, e morreu cerca de vinte minutos depois, de acordo com os resultados da autópsia revelados neste domingo pelas autoridades.

Os resultados do exame sugerem que a vítima, de 45 anos, sofreu uma “paralisia muito grave” e faleceu um “um período de tempo muito curto”, afirmou o ministro da Saúde da Malásia, Subramaniam Sathasivam. “Ele morreu na ambulância. A partir do início do ataque, morreu em um período de 15 a 20 minutos”, afirmou o ministro. Sathasivam destacou que a morte foi “muito dolorosa”. Kim Jong-nam foi assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur no dia 13 de fevereiro.

Duas mulheres, uma indonésia e uma vietnamita, que teriam jogado a substância em Kim Jong-Nam foram detidas, assim como um norte-coreano.  As autoridades malaias já haviam revelado na sexta-feira que o assassinato foi cometido com o agente nervoso VX, que é classificado uma arma de destruição em massa.

A polícia também quer interrogar outros sete norte-coreanos, incluindo um diplomata da embaixada da Coreia do Norte em Kuala Lumpur, mas quatro deles fugiram da Malásia no dia do assassinato.  Nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto é possível observar duas mulheres que se aproximam de Kim Jong-nam pelas costas. Uma delas joga algo no rosto da vítima.

As duas detidas alegam que foram enganadas – a indonésia disse ter recebido o equivalente a 280 reais para participar de uma “pegadinha” para um programa de TV – e que não sabiam o que faziam. Depois do assassinato uma das suspeitas ficou doente, com episódios de vômito, informou a polícia. O VX é uma versão mais letal do gás sarin, extremamente tóxico. Os agentes nervosos agem com o estímulo excessivo das glândulas e dos músculos, o que cansa rapidamente as vítimas e ataca a respiração. De acordo com o ministro da Saúde, as causas da morte estão agora “mais ou menos confirmadas”.

Durante a madrugada de domingo, as equipes de defesa civil da Malásia, com trajes de proteção, rastrearam minuciosamente o local do crime, não encontraram nada e declararam que o aeroporto é uma área segura.

O que é o agente VX, arma que matou o norte-coreano Kim Jong-nam

O produto foi declarado pela ONU como uma arma de destruição em massa

Saiba mais

Fonte: AFP e Redação Veja

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Trump, com pulso firme, enquadra Coreia do Norte

Trump diz à Coreia do Norte que ‘não haverá arma nuclear’

O presidente eleito dos Estados Unidos reagiu assim ao discurso de Ano Novo feito ontem pelo ditador norte-coreano, Kim Jong-un

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu nesta segunda-feira pelo Twitter as ameaças da Coreia do Norte e garantiu que o regime de Pyongyang não desenvolverá uma arma nuclear que possa pôr em perigo a segurança dos americanos.


 Loucura total

Cidadãos e militares aplaudem o ditador norte-coreano Kim Jong-un depois de sua aprição no desfile do Partido dos Trabalhadores, em Pyongyang (Damir Sagolj/Reuters)

Trump reagiu assim ao discurso de Ano Novo feito ontem pelo ditador norte-coreano, Kim Jong-un, que anunciou que a Coreia do Norte finaliza os preparativos para lançar outro projétil balístico intercontinental, o que ressalta mais uma vez a aposta da Coreia do Norte em seu programa nuclear e de mísseis. “A Coreia do Norte acaba de afirmar que está na etapa final para desenvolver uma arma nuclear capaz de chegar a áreas dos Estados Unidos. Não vai acontecer!”, assegurou o magnata no Twitter.


Durante a campanha, Trump chamou Kim de “maníaco”, mas não esclareceu se essa descrição era totalmente negativa porque, logo em seguida, disse que era preciso dar “crédito” ao ditador norte-coreano. O sigiloso país stalinista lançou anteriormente, em seis ocasiões, mísseis balísticos intercontinentais, que assegura que emprega para pôr em órbita satélites de observação.

No entanto, os testes norte-coreanos se emolduram em sua meta de conseguir projéteis precisos e com alcance distante e armas nucleares suficientemente pequenas para equipá-las sobre os mesmos. Caso alcance este objetivo — que parece cada vez mais próximo, segundo os analistas —, a Coreia do Norte teria armamento atômico para atingir território americano e poderia empregá-lo como elemento dissuasório para assegurar a sobrevivência do regime.

Durante décadas, um dos desencadeantes do mal-estar de Pyongyang foram os exercícios militares conjuntos que Coreia do Sul e EUA realizam anualmente, vários como herança da Guerra da Coreia (1950-53), que finalizou com um armistício nunca substituído por um tratado de paz definitivo.

Fonte: Revista VEJA 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Coreia do Sul tem plano para assassinar ditador Kim Jong-un

A medida será posta em prática por forças especiais caso o país se sinta ameaçado pelas armas nucleares da Coreia do Norte

As tropas de elite da Coreia do Sul estão preparadas para assassinar o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, caso o país se sinta ameaçado pelas armas nucleares da nação vizinha. Segundo a rede CNN, a existência do plano foi revelada pelo ministro da defesa sul-coreano, Han Min-koo, na última quarta-feira.


Kim Jong-un preside Congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte (Kyodo/Reuters/Reuters)

Durante uma sessão do Parlamento, o ministro foi questionado se havia uma unidade de forças especiais pronta para eliminar Kim Jong-un, se necessário. “Sim, nós temos tal plano”, respondeu Min-koo. “A Coreia do Sul tem uma ideia geral e um planejamento para usar mísseis de precisão para eliminar grandes áreas de instalações do inimigo, além da sua liderança”, completou.

Há muito tempo existem suspeitas sobre um plano de defesa do sul que envolveria a morte do ditador, mas a resposta direta de Min-koo foi inesperada no Parlamento. A medida faz parte do Plano Massivo de Punição e Retaliação da Coreia do Sul, uma resposta militar anunciada pelo governo após o quinto teste nuclear do norte, realizado em 9 de setembro.

Leia também: Falha expõe ‘toda’ a internet da Coreia do Norte: 28 sites
EUA enviam bombardeiro para Seul para advertir Coreia do Norte
Seul tem planos de reduzir Pyongyang ‘a cinzas’ em caso de ataque


sábado, 10 de setembro de 2016

O que sabemos sobre o programa nuclear da Coreia do Norte

O regime de Kim Jong-un realizou seu maior teste nuclear até o momento. Mas o que isso significa?

Na última sexta-feira, o regime norte-coreano anunciou a realização do quinto e maior teste nuclear de sua história. A explosão marcou as comemorações pelos 68 anos da fundação da Coreia do Norte e foi mais poderosa que a bomba detonada em Hiroshima, de acordo com estimativas do Ministério de Defesa da Coreia do Sul.
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A insistência de Kim Jong-un em dizer que já domina tecnologias nucleares avançadas tem aumentado cada vez mais a tensão e a instabilidade no continente asiático, além de provocar a condenação dos Estados Unidos e da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas, apesar de todo o temor, os testes norte-coreanos também despertam muitas dúvidas e são cercados de contradições.

Pouco se sabe sobre a verdadeira potência das bombas desenvolvidas por Pyongyang ou sobre as matérias-primas utilizadas em sua construção, por exemplo. Listamos alguns dos fatos principais já conhecidos sobre o programa nuclear norte-coreano e algumas das maiores dúvidas que ainda pairam ao seu redor.

O primeiro teste com bombas nucleares da Coreia do Norte foi anunciado em outubro de 2006. Como todos os outros que viriam a seguir, foi feito em nível subterrâneo, e a principal matéria-prima utilizada nesse dispositivo foi o plutônio. A comunidade internacional acredita que a explosão gerou uma descarga de energia de cerca de 1 quiloton, menos de um décimo do tamanho da bomba lançada sobre Hiroshima em 1945.

O segundo teste aconteceu em maio de 2009 e sua explosão alcançou potência entre 2 e 8 quilotons. A experiência seguinte só foi registrada em fevereiro de 2013 e gerou uma série de especulações sobre a capacidade do regime de Kim Jong-un de enriquecer urânio.

Em janeiro deste ano, mais um teste foi anunciado. Desta vez, o regime de Kim assegurava se tratar de uma bomba de hidrogênio. Alguns meses depois, o ditador divulgou que seus cientistas foram capazes de desenvolver uma ogiva nuclear pequena o suficiente para caber em um míssil, notícia que a comunidade internacional recebeu com desconfiança.


O tamanho da explosão
A grande dúvida da comunidade internacional sobre o quinto teste nuclear realizado pela Coreia do Norte está no poder explosivo da nova bomba. As primeiras estimativas apontam que a explosão alcançou uma potência de 20 quilotons (um quiloton equivale à potência explosiva de mil quilos de TNT). As autoridades sul-coreanas, no entanto, afirmam que a explosão foi de 10 quilotons.

De qualquer forma, a explosão causada por esse teste foi muito maior do que as anteriores no regime de Kim Jong-un. O seu impacto foi tão forte que provocou um terremoto artificial de 5 graus na escala Richter no nordeste da Coreia do Norte, local do teste.

A Coreia do Norte tem, de fato, uma bomba nuclear?
Tecnicamente, sim. A Coreia do Norte realizou vários testes com bombas nucleares. No entanto, para lançar um ataque nuclear contra seus vizinhos é necessário fazer com que a ogiva nuclear seja pequena o suficiente para caber em um míssil. Kim Jong-un alega que seus cientistas conseguiram desenvolver essas ogivas em ‘miniatura’, mas o feito nunca foi comprovado, e muitos especialistas duvidam da reivindicação.

E uma bomba de hidrogênio?
A outra grande dúvida é se os dispositivos nucleares que estão sendo testados são bombas atômicas ou bombas de hidrogênio, que são muito mais poderosas. As bombas de hidrogênio usam a fusão de átomos para liberar enorme quantidade de energia, enquanto o dispositivo nuclear usa a fissão nuclear, ou a divisão de átomos.

Os testes de 2006, 2009 e 2013 foram todos testes com bombas atômicas. A Coreia do Norte alega que o teste de janeiro 2016 era de uma bomba de hidrogênio. Entretanto, especialistas questionam a informação, pois o tamanho da explosão registrado foi muito menor do que o estimado para uma bomba de hidrogênio.

Plutônio ou urânio?
Outra questão muito discutida pelos especialistas é a matéria prima utilizada na fabricação das bombas. A maioria acredita que os dois primeiros testes usaram plutônio, mas essa informação nunca pode ser confirmada.

O fato é que um teste bem sucedido com uma bomba desenvolvida com urânio marcaria um salto significativo no programa nuclear da Coreia do Norte. As reservas de plutônio no país são finitas, mas se os cientistas locais dominarem a técnica de enriquecimento de urânio, o país estaria muito próximo de construir um arsenal nuclear. Além disso, enriquecer plutônio exige grande maquinário e instalações, enquanto o enriquecimento de urânio é um processo muito mais discreto, que pode ser realizado em segredo.

As intenções de Kim Jong-un
Em 2016, além dos testes de armas nucleares, a Coreia do Norte realizou um lançamento de satélite, que a comunidade internacional suspeita ter se tratado de um teste de míssil balístico intercontinental. O país também lançou mais de 30 mísseis balísticos de 200 quilômetros de alcance – foram mais testes de mísseis neste ano do que em toda a história norte-coreana.

Por outro lado, é consenso no cenário internacional que Kim Jong-un usa as ameaças, os lançamentos de mísseis e os testes nucleares para desviar a atenção dos fracassos de seu governo e de sua fraca liderança. Ele busca assegurar seu apoio militar e impedir que seus ‘inimigos’ tomem qualquer ação contra seu regime.

O que a comunidade internacional está fazendo a respeito?
Estados Unidos, Rússia, China, Japão e Coreia do Sul já se engajaram em várias rodadas de negociações com a Coreia do Norte, mas nenhuma resultou em um acordo concreto de desarmamento. Em 2005, a Coreia do Norte concordou com um acordo histórico para desistir de suas ambições nucleares em troca de ajuda econômica e concessões políticas. 

A implementação do acordo se revelou complicado e as negociações foram paralisadas em 2009. Outros pactos com os Estados Unidos também nunca alcançaram resultados práticos.
A China ainda é o principal parceiro comercial da Coreia do Norte, e seu único aliado. Pequim também se juntou ao coro de nações que condenaram os testes de 2016, mas não tem se mostrado muito ativa nas negociações para frear seu vizinho ameaçador.


Fonte: VEJA On Line

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A bomba norte-coreana



A bomba norte-coreana
Há cerca de dez anos comecei a ler um livro apaixonante, mas abandonei a leitura depois de algumas páginas porque era aterrorizante. Fora escrito por um grupo de cientistas que, depois de estabelecerem, na medida do possível, o número de armas nucleares existentes no planeta, o que deve ter aumentado neste intervalo de tempo, abordavam as consequências para o mundo se, num ato de loucura ideológica ou mero acidente, essas armas de destruição em massa começassem a explodir.

Os dados eram alarmantes, tanto em número de mortos e feridos como no tocante à contaminação da atmosfera, das águas, da fauna e da flora. Isso chegaria a tal extremo que, no curto ou longo prazo, o processo levaria à extinção de toda a forma de vida no planeta que habitamos. Se a informação for correta, e suponho que seja, não é incompreensível que uma questão tão transcendental – a preservação da vida – chame a atenção da sociedade apenas em determinadas ocasiões? Por exemplo, nesta semana, quando Kim Jong-un, o insano ditador da Coreia do Norte, anunciou que o país acabava de explodir sua primeira bomba de hidrogênio, o que foi comemorado por toda a população, técnicos dos Estados Unidos e Europa se apressaram em dizer que era um exagero, que a última ditadura stalinista do planeta somente conseguira fabricar até agora uma bomba atômica.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas, a União Europeia e vários governos, entre eles o da China, condenaram o teste anunciado por Kim Jong-un. Haverá novas sanções contra o regime norte-coreano? A princípio, sim, mas em termos práticos, não fará diferença, pois o país vive totalmente isolado, como se dentro de uma proveta, e sobrevive graças ao punho de ferro que submete seus infelizes cidadãos ao contrabando e à demagogia delirante.

Oficialmente, há seis países no mundo possuidores de armas nucleares: Estados Unidos, Rússia, China, Índia, Paquistão e Coreia do Norte. E apenas dois,  Estados Unidos e Rússia, testaram bombas de hidrogênio, artefatos que possuem uma capacidade de destruição sete ou oito vezes maior do que as bombas que destruíram Hiroshima e Nagasaki. Somente uma décima parte do arsenal nuclear já acumulado é suficiente para acabar com todas as cidades do globo e fazer desaparecer a espécie humana. Devemos estar todos muito loucos neste mundo para chegar a uma situação como essa sem que ninguém reaja e continuar observando, à nossa volta, como esses arsenais nucleares vêm aumentando, à espera de  que, a qualquer momento, algum fanático no poder acenda a chama que provocará a gigantesca explosão que nos exterminará.
Sei que há organizações pacifistas que procuram, sem muito sucesso, mobilizar a opinião pública contra este armamentismo suicida. Governos e instituições protestam cada vez que um novo país, como o Irã há pouco, tenta ingressar no clube exclusivo de potências atômicas. Mas o fato é que, até agora, o desarmamento tem sido mera retórica sem consequências práticas e, a começar dos Estados Unidos e Rússia, os planos para acabar com tais arsenais não avançam. Os depósitos de armas de destruição em massa continuam aí, como um aviso permanente de um cataclismo que porá fim à história humana.

Devemos nos resignar, esperando que a situação se prolongue, ou é possível fazer alguma coisa? Sim, é possível e é preciso, e fazendo exatamente o contrário do que eu fiz há dez anos com aquele livro aterrador. Temos de nos inteirar do horror que nos cerca e enfrentá-lo, difundi-lo e inquietar um número cada vez maior de indivíduos com a sinistra realidade, de modo que as campanhas pacifistas deixem de ser uma tarefa de minorias excêntricas e atinjam tal magnitude a ponto de mobilizar de modo efetivo as organizações internacionais. Nada disso é utópico; quando existe vontade política é possível trazer para a mesa de negociação os adversários mais implacáveis, como ocorreu com o Irã, que concordou em frear seu programa atômico em troca da suspensão das sanções que paralisavam sua economia.

E se a negociação for impossível? Em raros casos isso pode ocorrer e, sem dúvida, um desses casos seria o regime de Pyongyang. A ditadura da família Kim não só condenou a população coreana a viver na miséria, na mentira e no medo. Com sua busca frenética da arma nuclear que, acredita, garantirá sua sobrevivência, o país coloca em risco seus vizinhos da península e a Ásia inteira.

A comunidade internacional tem o dever de agir e utilizar todos os meios ao seu alcance para por fim a um regime que se converteu num perigo para o restante do planeta. Até a China, um dos poucos defensores da ditadura norte-coreana, parece ter compreendido o risco que representam para sua própria sobrevivência as iniciativas dementes de Kim Jong-un. E o modo de agir mais eficaz é cortar na raiz a possibilidade de o regime continuar com testes nucleares que constituem, de imediato, uma gravíssima ameaça para a Coreia do Sul, China e Japão.

Ação. A comunidade internacional pode dar um ultimato ao regime norte-coreano por meio das Nações Unidas, estabelecendo um prazo definido para Pyongyang desmantelar suas instalações atômicas sob pena de começar a destruí-las. E efetivar a ameaça se não for ouvida. Não acredito que haja um caso mais evidente em que um mal menor se impõe sobre o risco de a Coreia do Norte provocar uma catástrofe com centenas de milhares de vítimas na Ásia, e talvez no mundo inteiro.

Em um desses lúcidos ensaios com os quais atacou o messianismo ideológico a que sucumbiram tantos intelectuais do seu tempo, George Orwell se perguntou se o progresso científico devia ser comemorado ou temido. Porque esses extraordinários avanços do conhecimento ao mesmo tempo que criaram melhores condições de vida – nas áreas da alimentação, saúde, coexistência, direitos humanos – desenvolveram também uma indústria da destruição capaz de produzir massacres que nem mesmo a imaginação mais doentia poderia prever.

Em nossos dias, o avanço da ciência e da tecnologia semeou pelo planeta alguns artefatos de morte que, no melhor dos casos, podem nos levar de volta ao tempo das cavernas, e no pior, fazer este planeta retroceder àquele passado remotíssimo em que a vida ainda não existia e estava para nascer, não se sabe se para o bem ou para o mal.
Não tenho resposta para essa pergunta. Mas o que farei de imediato será buscar aquele livro que abandonei e lê-lo até a última linha.

Mario Vargas Llosa -  Publicado no Estadão