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quinta-feira, 23 de março de 2023

Suspeito de planejar ataque a Moro foi solto pelo STF

Valter Lima Nascimento é a conexão entre traficantes da América Latina e o PCC 

 Valter Lima Nascimento, conhecido como Guinho, suspeito de planejar um atentado contra autoridades, foi solto em abril de 2020 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, a decisão foi assinada pelo ministro Marco Aurélio Mello, hoje aposentado. [pergunta que insiste em não calar: poderá Guinho ter o fim da Celso Daniel? prefeito petista.]

O criminoso havia sido preso em flagrante em junho de 2014, com 400 quilos de cocaína. Teve a prisão convertida em preventiva e ficou na cadeia até abril de 2015. A condenação saiu em outubro de 2016. Ele foi sentenciado a 20 anos de reclusão, em regime inicial fechado, por tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A Justiça determinou que ele não poderia recorrer em liberdade e implementou sua prisão provisória. O mandado de prisão foi expedido em outubro de 2017. Em outubro de 2018, o ministro Marco Aurélio afastou pela primeira vez a prisão, ao analisar um pedido da defesa
Deliberação da Primeira Turma do STF, porém, derrubou a decisão em março de 2019, e Guinho voltou a ser preso.

Os advogados do criminoso recorreram à Justiça paulista e ao Superior Tribunal de Justiça, que rejeitaram os recursos. A defesa argumentava que Guinho estava cumprindo provisoriamente a pena, e afirmou que a sua saúde estava “debilitada” por causa de um diagnóstico de hérnia de disco.

Ao analisar o novo pedido da defesa, em abril 2020, Marco Aurélio concedeu a liberdade ao criminoso. O magistrado baseou sua decisão no tempo em que ele passou preso sem condenação definitiva, o que configuraria excesso de prazoA decisão do ministro, porém, foi revista pela 1ª Turma cinco meses depois. Por maioria, os ministros seguiram a divergência aberta pelo ministro Alexandre de Moraes, que derrubou a decisão de Marco Aurélio.

Segundo a polícia, Guinho é responsável pela principal conexão entre traficantes da América Latina e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele havia sido preso em São Paulo, pela Rota, em 9 de janeiro deste ano.

O criminoso é considerado o braço direito de Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, principal fornecedor de drogas para o PCC. Próximo do chefe da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, Fuminho foi preso em Moçambique em 2020.

 

Atentado contra autoridades
O grupo preso ontem pela Polícia Federal integra o PCC e articulava um atentado contra servidores públicos e autoridades. Entre os alvos da quadrilha, estavam o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e a família dele, e o promotor de Justiça Lincoln Gakiya. Os nove suspeitos presos — seis homens e três mulheres — se encontravam em São Paulo, e os outros dois procurados com mandado de prisão expedido são do Paraná.
 
Redação - Revista Oeste
 

Quem mandou matar Sergio Moro? - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo - VOZES


Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Num dia vem a público a "entrevista" de Lula com companheiros do Brasil 247 em que o presidente diz que, na prisão, desejava "foder" Sergio Moro e se vingar do juiz da Lava Jato
No dia seguinte, vem a público a informação de que a polícia interceptou planos do PCC de matar autoridades, entre elas... Sergio Moro.

Não podemos esquecer que um preso do PCC disse que, com o PT, a entidade criminosa tinha "diálogos cabulosos". Lulistas conseguem subir favelas dominadas pelo tráfico de drogas sem escolta policial, como ficou claro na campanha, quando Lula usou o boné CPX na favela controlada pelo CV, ou mais recentemente, quando o ministro da Justiça Flavio Dino esteve no Complexo da Maré com apenas dois carros e sem forte esquema de proteção, o que só poderia acontecer com aval prévio dos bandidos.

O PT insiste muito na questão sobre quem mandou matar Marielle Franco, a vereadora do PSOL assassinada. Mas, curiosamente, o mesmo PT não tem a menor curiosidade de saber quem mandou matar Jair Bolsonaro, quando um esquerdista ex-filiado ao mesmo PSOL deu uma facada quase fatal no então candidato de direita.  
O PT quer combater somente alguns crimes, enquanto outros ele parece ignorar - ou até defender, como os invasores do MST ou os sequestradores das FARC.

Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e agora deputado, reagiu: "O atentado do crime organizado contra a vida de Moro e sua família é um atentado contra a sociedade e todos os agentes da lei. Foi frustrado pela atuação coordenada da Polícia, do Congresso, do MP e da Justiça. Parabéns às instituições. Obrigado por não deixarem o crime vencer".

O ex-deputado Paulo Eduardo Martins comentou: "Parabenizo as forças policias por terem derrubado dos planos do PCC de assassinar autoridades, incluindo o Sen Sérgio Moro. O Brasil não pode se tornar um narcoestado, mas o risco é real. É preciso enfrentar a realidade e aniquilar essas organizações com toda a força disponível".

Esse ponto é muito importante. Afinal, a América Latina viu vários países caírem nas garras do narcotráfico, e o Foro de SP, idealizado e criado pelo PT ao lado do ditador comunista Fidel Castro, acaba endossando esse caminho. 
Falar de possíveis ligações entre o partido do atual presidente e o crime organizado não é ser teórico da conspiração, mas simplesmente ser capaz de traçar elos evidentes e fazer perguntas pertinentes.

A mídia já está no esforço de desviar o assunto, cortar os possíveis laços entre a fala de Lula e a descoberta da polícia sobre o plano do PCC. Mas como podem ter tanta certeza de que não há qualquer ligação? Por que fingem que seria absurdo pensar numa relação mais próxima entre o PT e o PCC? 

Os nossos militantes disfarçados de jornalistas reagem como se tal questionamento fosse já absurdo e coisa suja da "extrema direita", mas cabe fazer um exercício hipotético: e se houvesse um vídeo de Bolsonaro dizendo que desejava ferrar com Marielle Franco? 
 Qual seria a reação da imprensa? 
Sem qualquer indício, essa turma alimenta há cinco anos a narrativa de que Bolsonaro poderia ser o mandante de tal crime bárbaro. Quem joga sujo, afinal? E quem protege criminosos?

Rodrigo Constantino, colunista - VOZES - Gazeta do Povo 

 

quarta-feira, 22 de março de 2023

Planalto teme repercussão de fala de Lula sobre Moro após operação e Secom aponta ligação ‘perversa’ - O Estado de S.Paulo

Ministro Paulo Pimenta convocou uma coletiva de imprensa às pressas para criticar as tentativas de associar o presidente às ações de grupos criminosos 

[a pergunta é: qual juiz condenou Lula? qual juiz impediu que um desembargador, aproveitando um final de semana com um feriado, soltasse Lula?]

O Palácio do Planalto montou operação para tentar conter a repercussão negativa da fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, no período em que esteve preso em Curitiba, admitiu que dizia a procuradores e delegados que só iria “ficar bem quando foder com o Moro”. A declaração de Lula foi dada um dia antes de a Polícia Federal divulgar que o senador Sergio Moro (União-PR) poderia ser alvo de um atentado organizado por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Com Lula fora de Brasília para participar de eventos de entregas de obras, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), convocou às pressas uma coletiva de imprensa para declarar que as tentativas de associar o presidente às ações de grupos criminosos são “perversas” e “fora de propósito”. [em nossa opinião, não  se tratam de tentativas de associar Lula a um possível atentado contra Moro e, sim, da divulgação do que o petista disse a delegados e procuradores.] Pimenta chamou os jornalistas para apresentar a versão do governo com apenas 15 minutos de antecedência e foi acompanhado de ao menos cinco assessores. A reação veio após o governo detectar que bolsonaristas estavam explorando o episódio nas redes.

Antes de Pimenta vir a público, o ministro da Justiça, Flávio Dino também fez questão de desvincular a fala de Lula da operação da PF contra a organização criminosa de São Paulo. “Tentar, como algumas pessoas estão tentando, estabelecer um vínculo entre essa declaração e a operação conduzida pela PF é algo absolutamente fora de propósito e serve evidentemente para a disputa política”, afirmou Pimenta. “Querer fazer esse vínculo é uma estratégia perversa e mais uma forma de estabelecer uma relação de questionamento das instituições, que enfraquece a democracia e que deve ser repudiada”, argumentou o ministro.

Moro está entre os políticos que reagiram à fala de Lula, assim como têm feito os parlamentares que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à CNN na última terça-feira, 21, o senador disse temer risco a seus familiares após a fala de Lula. “Repudio veementemente, acho que o presidente feriu a liturgia do cargo por utilizar esse palavreado de baixo calão e simplesmente a gente tem que questionar quando isso é utilizado como forma de desviar o foco dos fracassos do governo federal”, afirmou.

O ministro da Secom tentou minimizar as declarações de Lula, alegando ser apenas uma manifestação de quem esteve preso e se sentiu injustiçado. “A manifestação do presidente Lula foi uma manifestação em que ele relatou o sentimento de injustiça e indignação. Absolutamente natural e compreensível que alguém que ficou 580 dias detido numa solitária e que depois teve todos os seus processos anulados”, argumentou. “Portanto, a manifestação do presidente Lula tem que ser compreendida dentro do contexto em que ele relata o momento que ele estava vivendo”, prosseguiu. [processos anulados por 'descondenação',  sem que tenha sido inocentado.]

O presidente foi condenado por Moro quando ele ainda era juiz federal na 13ª Vara de Curitiba, então responsável pelos processo da operação Lava Jato. As decisões do ex-juiz, no entanto, acabaram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que o considerou parcial ao julgar Lula e declarou a Justiça do Paraná incompetente [em nenhum momento, a sentença 'descondenando' Lula, se manifestou sobre ser ele inocente.]

Política - Por Weslley Galzo - Estadão 

 

quinta-feira, 16 de março de 2023

A volta dos diálogos cabulosos? - Rodrigo Constantino

VOZES - Gazeta do Povo

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

"O PT tinha diálogo com nois (sic) cabuloso", disse um preso do PCC sobre a relação com o partido de Lula no poder no passado. Conversas interceptadas pela Polícia Federal entre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) levantaram indícios de que os criminosos mantinham diálogo com pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores.

Não é de hoje que a esquerda radical parece manter um elo com marginais. No Foro de SP, criado por Lula com o ditador assassino Fidel Castro, as FARC são sempre defendidas, apesar (ou por causa) de seus sequestros e tráfico de drogas, tudo "revolucionário". 
No Brasil, o PT sempre foi o partido dos "direitos dos manos", pronto a sair em defesa de bandidos enquanto alfinetava a polícia "fascista".
 
Lula, então candidato, subiu favelas cariocas dominadas por traficantes sem escolta policial, e ainda usando o boné que carrega a marca da facção que controlava o território - a mesma sigla que esses bandidos do CV usam em seus fuzis. 
Juntando tudo isso e muito mais, não há motivo para ficar surpreso com a aparente proximidade entre PT e marginais.

Isso ficou mais escancarado agora, quando o ministro da Justiça Flávio Dino fez uma visita ao Complexo da Maré, chegando em apenas dois carros sem a necessidade de aparato militar para garantir sua segurança. Tudo muito "estranho", não é mesmo? Lula está preocupado com o sobrepeso de seu ministro, mas o Brasil quer saber o que ele foi fazer na favela controlada por traficantes.

O deputado Eduardo Bolsonaro tomou a dianteira para cobrar explicações: "Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas 2 carros e sem trocar tiros. Vamos convocá-lo na Com. Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo!"

Eduardo continuou com suas indagações: "Bem como o que ele foi discutir lá: desarmamento? 
Recadastramento? Assassinato de policiais? Apreensão de drogas? 
Ou agradecer o crime por não permitir propaganda de Bolsonaro nestas áreas durante as eleições?"

Ele insistiu no esforço de chamar a atenção para o absurdo, ignorado pela imprensa: "Quem dera todo brasileiro pudesse sair às ruas nas grandes cidades com a mesma tranquilidade que Flávio Dino chega na Maré. Lembrando: Dino é o ministro da Justiça de Lula. E o Complexo da Maré é dominada pelo tráfico do Rio. Mas claro, tudo pura coincidência".

Mas a imprensa preferiu atacar... o deputado!
O Globo disse que Eduardo divulgou falsas notícias, sendo que ele simplesmente cobrara explicações. O deputado reagiu: "Tim Lopes entrou numa favela dominada pelo tráfico, mas para investigar o crime. Lamentavelmente uma família perdeu seu ente e a sociedade um grande jornalista. Estranhamente hoje O Globo passa pano para ministro que comanda polícias e entrou em local semelhante com tranquilidade".

Após a "reportagem" o atacando, o deputado retrucou: "Não fiz acusações, perguntei e cobrei explicações, pois não é normal um ministro que comanda polícias entrar assim em área dominada pelo crime. Mas entendo que interpretação de texto não é o forte de jornal que tem jornalistas do tipo 'economia vai mal, masss isso pode ser bom'".

O próprio ministro resolveu entrar na briga de narrativas e tentou alfinetar o deputado com base na velha narrativa de Freixo do suposto elo entre Bolsonaro e milícias: Mas o deputado não passou recibo: "E não tem medo mesmo, tem até colega de ministério com envolvimento com milícia. A propósito, nem o Freixo se incomoda em receber ordens de um DESgoverno assim, quanto mais quem entra na Maré como entrou. Quem tem medo de traficante e milícia é o povo, não seus cupinchas…"

 
Clique aqui e confira
 

Por fim, para apresentar alguma "explicação" depois que as imagens viralizaram e isso pegou muito mal para o governo Lula, o ministério soltou uma nota e colocou em Soros a responsabilidade pela visita tranquila na favela comandada por traficantes: Eduardo Bolsonaro aproveitou, então, para jogar a pá de cal nas narrativas fajutas do petismo: "Quem diria, Flávio Dino então foi para o Complexo da Maré atender a Open Society, ONG de George Soros, pessoa que destina milhões em pautas como aborto e desarmamento".

O governo Lula está obcecado em desarmar o cidadão de bem, mas circula tranquilamente, sem necessidade de aparato policial grande, pelas favelas controladas por bandidos fortemente armados - de maneira ilegal, claro. 
O Brasil virou um escárnio, uma palhaçada total, uma piada de muito mau gosto. [Constantino, não há condições de um país que elege um criminoso descondenado, não foi inocentado, ser mais que uma piada de mau gosto.]
Quem leva a sério isso tudo é cúmplice de um circo patético.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

A revolução do papel em branco - Rodrigo Constantino

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VOZES - Gazeta do Povo

Regimes tirânicos sobrevivem até o povo realmente cansar da opressão e tomar as ruas. O aparato militar serve para intimidar, coibir, e até matar manifestantes, mas se a adesão for realmente generalizada, não há estado capaz de conter o fluxo, pois o massacre teria de ser gigantesco demais.

A China viveu isso no final da década de 1980. Na Praça "Celestial", milhares foram mortos pelo Partido Comunista Chinês. E o restante recuou. Mas sempre há a possibilidade de uma reação total que torne inviável o massacre, pelo simples motivo numérico. Nesses casos, regimes são trocados ou derrubados, os militares abandonam o ditador, a cúpula política faz o mesmo.

É a esperança que alguns começam a demonstrar com os protestos na China. Há cidades chinesas vivendo em lockdown por três anos! A Covid começou em Wuhan, as autoridades chinesas já sabiam que o vírus era transmissível por humanos em novembro de 2019, e não obstante o caminho escolhido foi trancar todo mundo em casa.

O Ocidente copiou os métodos abjetos e nada científicos, alegando que a China teve sucesso em conter a epidemia - acreditando nos números oficiais de uma tirania opaca. Ocorre que hoje ficou claro que de nada adiantou seguir essa via autoritária. Com a economia crescendo, muitos escolhem fechar os olhos, mas quando a situação aperta, a paciência se esgota.

É o que estamos vendo hoje. Chineses impedidos de sair de casa, com filhos doentes, por conta de uma política insana e ditatorial, tudo isso num ambiente de baixo crescimento econômico. Foi a gota d'água para muitos. Quando pessoas morreram isoladas num prédio, foi a fagulha que faltava.

Os chineses saíram às ruas e enfrentaram as autoridades tirânicas, mostrando ao mundo papeis em branco com o claro recado de que todos sabem o que precisa ser dito, mas não pode ser dito sob risco de repreensão truculenta da ditadura comunista. Trata-se de uma forma inteligente de expor a repressão cruel que os chineses vivem.

Ninguém sabe como isso vai acabar, mas podemos torcer pelo melhor. Xi Jiping acumula um poder que rivaliza apenas com o próprio Mao Tse Tung, declarando-se presidente eterno. Pouco se sabe no Ocidente sobre o funcionamento da cúpula de comando do PCC, mas dependendo do tamanho dos protestos, isso pode acarretar uma mudança de comando ou de regime, na melhor das hipóteses.

Ainda é cedo para imaginar um desfecho tão otimista, mas ao menos o povo, cansado de tanto abuso, resolveu reagir. E povo nas ruas é sempre algo que assusta tiranos. 
Vide o caso no Irã, sob outro regime nefasto dos aiatolás. 
Não por acaso, são regimes defendidos pelo PT de Lula, que sempre bajulou o ditador mais sanguinário do continente americano, Fidel Castro, e que até hoje apoia Maduro na Venezuela e Ortega na Nicarágua.

O povo está sempre em maior número. Quando o gigante desperta mesmo, e toma as ruas, a pressão sobre os militares, que possuem o monopólio das armas, acaba sendo grande. Nessa hora eles precisam decidir de qual lado ficam. O custo de se voltar contra o povo pode ser alto demais...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Banditismo estrutural - Revista Oeste

Flávio Gordon

Antes que uma mazela social, a “explosão de criminalidade” é vista como um dos meios pelos quais a ordem opressora atual pode ser rompida, abrindo caminho para um futuro radiante

Lula, em caminhada no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro | Foto: João Gabriel Alves/AGIF/Estadão Conteúdo

Lula, em caminhada no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro | Foto: João Gabriel Alves/AGIF/Estadão Conteúdo 

“Despertaremos por toda parte os germes da confusão e do mal-estar.
Que os traficantes de drogas se atirem sobre as nossas nações aterrorizadas!” (Louis Aragon, poeta e comunista francês, citado por Olavo de Carvalho)

“O PT tinha um diálogo com nóis cabuloso, mano”
(liderança do PCC interceptada pela Polícia Federal, em abril de 2019)

Um gráfico impressionante circulou nas redes nesta semana, com base em dados do Atlas da Violência produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Ele mostra a série histórica de homicídios no país desde o momento em que o PT assumiu o governo até os dias de hoje. A partir do primeiro mandato do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, o que se vê é uma tendência geral de aumento dos índices, movimento que culmina no alarmante número de 62.517 homicídios no último ano do governo de Dilma Rousseff. 

A partir do impeachment da ex-presidente, quando então Michel Temer assume o cargo, inicia-se um movimento de queda vertiginosa nos números, movimento que continua e se intensifica no governo de Jair Bolsonaro, que adotou uma série de medidas mais duras no combate à criminalidade violenta.

Entre as várias causas possíveis para o fenômeno, gostaria de destacar aquela que, embora já houvesse sido diagnosticada por Olavo de Carvalho em um capítulo seminal de O Imbecil Coletivo, continua mal compreendida pelo público em geral. Chamo-a de banditismo estrutural. Sim, se a ideia esquerdista-identitária de “racismo estrutural” baseia-se numa falsificação completa da história e da sociologia brasileiras, o mesmo não se diga do conceito de banditismo estrutural, que decidi cunhar para caracterizar a relação frequentemente observável entre a ascensão da esquerda revolucionária ao poder e o aumento da criminalidade violenta.

Essa relação, cujo marco simbólico, no caso brasileiro, é o pacto firmado entre criminosos comuns e guerrilheiros comunistas no presídio de Ilha Grande, na década de 1970, pode ser observada em uma série de episódios factuais recentes, com destaque para a preferência eleitoral do líder do PCC, a votação expressiva do candidato socialista nos presídios e a visita desse mesmo candidato ao Complexo do Alemão, ocasião na qual usou boné com a inscrição “CPX”, que os narcotraficantes costumam usar como emblema. Mas há também razões doutrinais históricas para o banditismo estrutural promovido pela esquerda. Senão vejamos.

CPX Lula
Lula esteve no Complexo do Alemão - 
 Foto: Carlos Elias Junior/FotoArena/Estadão Conteúdo
No livro O Combate das Trevas. A Esquerda Brasileira: das Ilusões Perdidas à Luta Armada, de 1987, o historiador Jacob Gorender afirma que, entre os anos de 1964-1968, na primeira fase do regime militar, a esquerda brasileira dedicou-se a uma revisão profunda do cânon marxista-leninista quanto à “classe” que deveria assumir o protagonismo na revolução e conduzir o processo histórico.
Na esteira das revoluções cubana e argelina, da Guerra do Vietnã e da Revolução Cultural na China, esquerdistas de todo mundo passaram a encarar o campesinato como principal candidato a destituir o proletariado urbano do posto de classe revolucionária por excelência. 
Mas, em paralelo ao campesinato, um outro segmento social começava a emergir como uma interessante alternativa: os marginais, os delinquentes, os bandidos ou, em suma, o lumpemproletariado. “Marx não confiava no lúmpen, nos trabalhadores degradados pelo vício e pelo crime” — escreve Gorender. “Porém, nos países atrasados e oprimidos, as circunstâncias são diferentes. O marginal, seja cafetão ou prostituta, pode ser arrancado da colaboração com a polícia e convertido em revolucionário.”

E, de fato, a ideia do criminoso como revolucionário, como fator disruptivo da ordem burguesa opressora, transparece frequentemente em atos e palavras da nossa intelligentsia de esquerda. Essa romantização do bandido está no lema “seja marginal, seja herói”, de Hélio Oiticica, ou em filmes como O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. Em coisas como a sugestão de um conhecido jornalista de “dar voz aos bandidos” ou a apologia do assalto feita por uma conhecida “intelectual” petista. E na relação íntima de amizade entre um herdeiro milionário ultraesquerdista e um narcotraficante carioca.

Não raro, ocorre também de o banditismo estrutural manifestar-se mais diretamente na boca de algum esquerdista emocionado. Foi, por exemplo, o caso do blogueiro petista Eduardo Guimarães, que em 2018 postou em seu Blog da Cidadania: “A revolução está chegando, mas não será daquele tipo em que o povo se arma e marcha tal qual exército para cima dos opressores. A revolução se dará através da explosão da criminalidade. Será uma revolução de guerrilha. A justiça será feita nos semáforos, em cada esquina [sic]”. Na mesma linha, o blogueiro Anderson França, então colunista da Folha de S.Paulo, chegou a propor em suas redes sociais uma espécie de “frente ampla” reunindo a militância de esquerda e o Comando Vermelho. 

Disse na época o extremista de esquerda (o mesmo que, há poucos dias, aliás, confessou seus desejos homicidas para com Bolsonaro, familiares e apoiadores): “Pense comigo que: a PM arrega pro crime [sic], mas bate em militante. Imagine o dia em que a militância fechar com o crime, APENAS PENSE [sic], a força do aço dos menino [sic], a disposição dos manifestante [sic]. CVRL e esquerda junto [sic]. Aliás, né? A História já conta. Eu fechava lindo nessa frente. LINDO [sic]”.

“Nos países atrasados e oprimidos, as circunstâncias são diferentes. O marginal, seja cafetão ou prostituta, pode ser arrancado da colaboração com a polícia e convertido em revolucionário”

Tendo em vista esse tipo de mentalidade — que, embora nem sempre declarada tão singelamente, subjaz à cultura política da esquerda revolucionária —, não surpreende que a criminalidade aumente toda vez que partidos, movimentos ou agentes de extrema-esquerda conquistam posições de poder e influência. 
Basta olhar para o que aconteceu recentemente em vários países da América Latina governados por integrantes do Foro de S. Paulo, organização fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro para levar o socialismo ao poder em todos os países da região. O caso da Venezuela é paradigmático. Com o chavismo no poder, o número de homicídios aumentou de maneira exponencial, atingindo, já com Nicolás Maduro, sucessor de Chávez, impressionantes 92 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Reunião de membros do Foro de São Paulo. O grupo apoia 
a eleição de candidatos de esquerda na América Latina - 
 Foto: Reprodução

Roberto Briceño-León, sociólogo e membro do Observatório Venezuelano da Violência, pesquisou a fundo as causas do fenômeno. Em artigo crucial sobre o assunto, publicado em 2006, León concluiu que a explosão de crimes violentos durante a vigência do regime chavista não era obra do caso, resultando, antes, de cálculo político e ação sistemática. Para que o leitor tenha ideia dos números, considere-se que, em 1998, durante a campanha eleitoral, 4.550 homicídios haviam sido cometidos na Venezuela. Em 2004, após seis anos de governo Chávez, esse número quase triplicara, passando a 13.288.  

A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, que em 1998 era de 19,5, saltou para 51 no ano de 2003 um crescimento muito fora da curva. De um lado, a crise política impulsionara a criminalidade. De outro — eis o argumento central de León —–, o governo chavista agira deliberadamente no sentido de impedir o seu controle e repressão.

Nas palavras do autor: “Há políticas que favorecem a violência. Uma delas tem sido o descrédito sistemático ao qual foi submetida a polícia, e que levou tanto a uma campanha de agressões e desqualificações verbais, como a medidas de desarmamento dos funcionários. No ano de 2002, a emissora de televisão do governo transmitiu sistemática e repetidamente a promoção do filme venezuelano intitulado Disparem para Matar, como sempre fazem os canais de tevê quando estão preparando a audiência para uma estreia. Nas cenas escolhidas do filme para os comerciais, apresentava-se um oficial de polícia ordenando morbidamente a repressão em um bairro pobre; depois mostrava-se o crime cometido por um funcionário da polícia num rincão escuro; após um som estrepitoso do disparo, escutava-se o grito raivoso e longo da mãe da vítima que acusava os policiais: ‘Assassinos!’. Antes e depois da propaganda, agregavam-se frases políticas contra a oposição política ao governo”.

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Os presidentes Hugo Chávez e Lula, em 2009 | Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Isso não parece ser casualidade” — continuava Briceño-León. “Não é de estranhar, então, que em 1999 se atingissem 5.974 homicídios, que no ano 2002 chegaram a 9.244 e que em 2003 superaram as 13 mil vítimas. Quer dizer, os homicídios triplicaram em seis anos da chamada ‘revolução bonita’”. E arriscava um prognóstico: “Num contexto de violência política como a que descrevemos, a violência delinquencial, a violência das gangues e da polícia tenderão a se intensificar de modo notável, pois os indivíduos violentos encontrarão um espaço de fácil atuação, e isso é o que já está acontecendo nestes últimos anos”.

O caso venezuelano é um exemplo perfeito das consequências de uma cultura política para a qual a criminalidade pode ser encarada positivamente, como potência revolucionária. 
Daí que, onde quer que socialistas e revolucionários cheguem ao poder, os índices de criminalidade subam consideravelmente. Para a mente revolucionária, o banditismo não é acidental, mas estrutural. 
Antes que uma mazela social, a “explosão de criminalidade” para falar como o blogueiro petista acima citado é um dos meios pelos quais a ordem opressora atual pode ser rompida, abrindo caminho para um futuro radiante, um paraíso terreno no qual segundo a letra da profecia o homem será livre para “caçar de manhã, pescar na parte da tarde, cuidar do gado ao anoitecer, fazer crítica após as refeições”.

Leia também “Bolsonaro e o bolsonarismo”

Flávio Gordon, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Bolsonaro nadou de braçada no debate da Band - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo    

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Sem seus linhas auxiliares e sem William Bonner, o ex-presidente Lula fica um tanto perdido. Foi o que vimos no debate da Band este domingo, com enorme audiência. Bolsonaro massacrou seu adversário, mostrou-se bem mais calmo, soube explorar as fraquezas do oponente e transmitir bem sua mensagem.

Regras mais flexíveis aprovadas entre a produção do programa e representantes das campanhas permitiram aos candidatos condições e espaço para apresentarem seus posicionamentos e suas propostas ao eleitor.  
Talvez Lula tenha pensado que poderia mentir em paz, mas aconteceu o contrário: o petista, incapaz de administrar bem o seu tempo (mas quer administrar o país!), acabou deixando Bolsonaro com mais de cinco minutos para uma palestra em horário nobre.[o debate da Band, mostrou o que o descondenado petista é: NADA, UM NADA ABSOLUTO.]

O desespero dos petistas espalhados pelos veículos de comunicação era visível. Todos eles estavam incomodados com o amadorismo de Lula, seu candidato, por permitir esse comício bolsonarista de cinco longos minutos - os mais longos da vida de Lula, provavelmente. Ali Bolsonaro comeu e mastigou com calma, apenas para cuspir os ossos do adversário depois.

Eis a verdade inapelável: Lula nada tem contra Bolsonaro além de rótulos vazios e acusações falsas
É preciso chamá-lo de "genocida", pois não há nada concreto para utilizar. Já Bolsonaro precisa apenas lembrar quem é Lula, o que seu governo fez.  
Basta refrescar a memória dos telespectadores com os casos de corrupção inesgotáveis da era petista.
 
A vantagem de Bolsonaro foi tanta que nem os esquerdistas do UOL conseguiram escondê-la
Quanto tempo até o TSE mandar anular o debate e obrigar todos a esquecer do massacre sofrido por seu corrupto favorito? [recomendamos, enfaticamente, que o presidente Bolsonaro só aceite participar do debate da Globo - cuja importância se deve unicamente a ser, por tradição, o último  - com as regras do da Band ou que permitam maior imparcialidade. Não ficaremos surpresos se o TSE, como bem diz o articulista  "... TSE mandar anular o debate e obrigar todos a esquecer do massacre sofrido por seu corrupto favorito...".  
Afinal agora além do crime de opinião, há o risco de processo por crime de conclusão, como diz Ana do Volei.  Agora temos o “crime de conclusão”! Você vai ver fatos reais, ler notícias verdadeiras — mas não pode tirar suas próprias conclusões. Veja o que diz Ana do Volei na Revista Oeste: "... Não bastou o novo “crime de opinião”. Agora temos o “crime de conclusão”! Você vai ver fatos reais, ler notícias verdadeiras — mas não pode tirar suas próprias conclusões... "]

Bolsonaro colou em Lula a pecha de amigo de ditador, e Lula foi incapaz de criticar o companheiro Daniel Ortega, que persegue cristãos na Nicarágua. Bolsonaro cobrou o nome do futuro ministro da Economia caso Lula vença, e o petista fugiu pela tangente novamente. 
Bolsonaro afirmou na cara de Lula ("fica aqui") que seu governo desmatou menos que o do PT. Bolsonaro alfinetou Lula com os casos de corrupção envolvendo seus filhos ("meus filhos me acompanham, os seus não"). E por aí vai.

Ponto alto para Bolsonaro foi a presença de Sergio Moro. Ambos deixaram as diferenças de lado para uma união pelo país, contra a corrupção. No final, Bolsonaro concedeu entrevista ao lado do ex-juiz e ex-ministro, para reforçar que a Lava Jato está com ele e contra Lula. Paulo Eduardo Martins comentou: "Sobre a presença de Moro ao lado de Bolsonaro no debate, é algo positivo e interessante. O que aconteceu não muda, mas todos os esforços são necessários para evitar que o comunupetismo tome conta do Brasil. Somente o Brasil importa".

A verdade: o governo Lula é indefensável. Todos esses tucanos, esses banqueiros e esses jornalistas são uns cínicos oportunistas que, no fundo, sabem que defendem o absurdo. 
Lula chegou a se gabar de que sobe favela sem colete, esquecendo que ninguém sobe o Complexo do Alemão sem autorização do Comando Vermelho. 
Filipe G. Martins comentou: "Lula só entra em favela sem colete de segurança porque sabe que tem o apoio do Comando Vermelho, do PCC e de mais de 90% dos criminosos. Não poderia ser diferente: Lula e o PT sempre protegeram os criminosos, votando contra leis mais duras e promovendo a impunidade".

Lula tentou explorar a gestão do governo na pandemia, considerada o ponto fraco de Bolsonaro, mas acabou dando um tiro no pé e teve de ouvir do adversário uma resposta fulminante sobre sua hipocrisia: “Fez discurso no caixão da esposa e está comovido com a sogra?”

Em suma, Bolsonaro foi bem, estava calmo, alfinetando o ladrão nos pontos certos. O ladrão estava mais nervoso, mente que nem sente, e foi incapaz de se defender das acusações.  
Bolsonaro foi bem melhor, nadou de braçadas, apesar dos "jornalistas" alinhados ao PT. 
Lula só não vai cancelar o debate da Globo pois sabe que, lá, conta com William Bonner para impedir qualquer constrangimento maior... [Bonner, depois de ontem, é um cão sem dentes; viram o quanto aquela jornalista, a Magalhães, estava desmilinguida.
Aliás, tudo indica, que a Globo só vai saber se teve a concessão renovada no  inicio de novembro próximo e dependendo da resposta, Bonner estará perdido.]

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 17 de setembro de 2022

PCC mata mulher que se recusou a beijar traficante em SP, diz polícia


Uma mulher de 26 anos foi assassinada após ser "condenada" pelo chamado "tribunal do crime" do PCC (Primeiro Comando da Capital) por negar um beijo a um traficante da facção criminosa em um bar no Itaim Paulista, zona leste de São Paulo, e denunciar o caso, segundo a polícia.

Após o episódio do assédio no bar, ocorrido na noite de 14 de agosto, a vítima Karina Bezerra foi levada a um cativeiro, onde foi mantida em cárcere privado. Ela escapou ao ser resgatada por policiais militares. A mulher, então, relatou o que aconteceu em depoimento à Polícia Civil e ficou escondida em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Mas o seu paradeiro foi descoberto há três semanas por membros do PCC. Segundo a polícia, ela foi assassinada. O corpo ainda não foi encontrado.

Entre os presos, estava Brendon Soares, 27, apontado pelos investigadores como suspeito de ser o responsável pelo "tribunal do crime" do PCC na favela. Segundo a Polícia Civil, ele admitiu envolvimento no assassinato de Karina, mas não deu informações sobre o paradeiro do corpo. O UOL não conseguiu localizar a defesa do suspeito.

 



 
A cuidadora de idosos Karina Bezerra, de 26 anos, foi assassinada pelo tribunal do crime do PCC por se recusar a beijar traficante, segundo a Polícia Civil Imagem: Reprodução da internet...
A cuidadora de idosos Karina Bezerra, de 26 anos, foi assassinada pelo tribunal do crime do PCC por se recusar a beijar traficante, segundo a Polícia Civil Imagem: Reprodução da internet... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/09/16/audios-tribunal-do-crime-pcc-mulher-morta-apos-negar-beijo-traficante.htm?cmpid=copiaecola
A cuidadora de idosos Karina Bezerra, de 26 anos, foi assassinada pelo tribunal do crime do PCC por se recusar a beijar traficante, segundo a Polícia Civil Imagem: Reprodução da internet... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/09/16/audios-tribunal-do-crime-pcc-mulher-morta-apos-negar-beijo-traficante.htm?cmpid=copiaecola

Como a vítima conseguiu escapar de um cativeiro atribuído ao PCC após o assédio? Karina acusou um integrante do PCC de assediá-la em depoimento registrado pelo 50º DP (Itaim Paulista).

Após resistir às investidas do traficante, que tentou beijá-la e agarrá-la à força, ela disse ter sido sequestrada e mantida em cárcere privado entre a madrugada do dia 14 de agosto e a manhã do dia seguinte. Em seu relato, disse só ter escapado da morte porque policiais militares chegaram ao local. Devido ao episódio, foram presas nove pessoas envolvidas no crime. Depois disso, Karina buscou refúgio em Taboão da Serra.

Como foi o caso de assédio? Em depoimento, Karina disse ter ido a um bar na estrada Dom João Nery, no Itaim Paulista, com três amigas por volta das 22h de 14 de agosto. Cerca de duas horas depois, um rapaz identificado apenas como "Xenon" sentou na sua mesa, dizendo estar interessado nela. Mas ela disse ter recusado às investidas.

Contudo, ele teria insistido, segundo relato dado por Karina à Polícia Civil. "[O traficante do PCC] passou a tocá-la, segurar os seus braços, forçando abraços e beijos, mas ela se esquivou de todas as tentativas e começou a se irritar com ele. Inclusive, o xingou e eles passaram a discutir", disse, segundo relato em boletim de ocorrência ao qual o UOL teve acesso.

"A facção [PCC] que se diz contra crimes sexuais obriga mulheres a se relacionarem com os seus integrantes", disse o delegado Pedro Ivo Corrêa dos Santos, da 5ª Delegacia de Investigações sobre Furtos e Roubos a Bancos do Deic, responsável pela prisão dos suspeitos.

O que o traficante disse em meio à discussão? Após ser rejeitado por Karina, o assediador disse "que ela iria ser a mulher dele, por bem ou por mal, que ele era do PCC e que ficaria com quem ele quisesse", detalhou a vítima em seu depoimento.

Como ela foi sequestrada? Após xingá-lo, Karina relatou que o traficante reagiu, dizendo que "ela estava desacatando ele". Em seguida, tomou a chave do seu veículo, a puxou pelo braço e anunciou que ela seria sequestrada. "Não é assim que se trata um irmão [em alusão ao fato de ser 'batizado' como membro do PCC]", teria dito o traficante, de acordo com o depoimento, antes de embarcar no veículo com outros três comparsas. Depois de um trajeto que durou cerca de 15 minutos, Karina foi levada ao cativeiro.

O que aconteceu no cativeiro? No cativeiro, Karina disse ter tido braço e pernas amarradas enquanto era questionada pelo chamado "tribunal do crime" por que não teria ficado com Xenon, que estava armado no local e a ameaçou de morte. "Depois, ele foi embora. Mas antes mandou que os caras 'dessem um jeito' nela", disse a vítima em depoimento à Polícia Civil.

Mudança de cativeiro. Pela manhã, Karina disse ter presenciado a chegada de outras duas pessoas. Em seguida, relatou ter sido levada em um veículo para outro cativeiro, em frente a um barraco. Segundo ela, os criminosos aguardavam pela chegada de "Xenon" quando foram interceptados pelos policiais militares.

Apontado como suspeito de ser o responsável pelo 'tribunal do crime' do PCC no assassinato de Karina, Brendon Soares, 27, foi preso em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma Imagem: Reprodução
 

Como vítima foi localizada pelo PCC. Segundo a Polícia Civil, Karina foi para Taboão da Serra após relatar o episódio em depoimento, com medo de ser localizada pelo PCC. Contudo, a facção criminosa encontrou o seu paradeiro e a assassinou em outro "tribunal do crime".

Áudios indicam como foi o crime. Áudios atribuídos a traficantes envolvidos no assassinato obtidos pelo UOL dão detalhes do crime.

"A menina lá, certo mano? Que 'tava' nas mãos dos parceiros que foi (sic) em 'cana' [presos pela polícia onde Karina foi mantida em cativeiro], tá em Taboão da Serra. Ela procurou lá um moleque que ela ficou. O moleque procurou a 'disciplina' lá [como são chamados membros do PCC]. Os irmãos já pulou pra montar um tabuleiro [tribunal do crime do PCC, na gíria]. Deixar ciente pros parceiros aí".

Um outro traficante cita ainda a versão apresentada por Karina do assédio que deu origem ao episódio. Segundo ele, a vítima teria relatado a investida do traficante em meio ao "tribunal do crime". O criminoso inclusive citou o apelido relatado no boletim de ocorrência.

"Ela está mandando as mesmas ideias que ela mandou pra polícia lá, entendeu? Que o 'Xenon' lá, já mandou o vulgo do irmão, quis ficar com ela, ela não quis. Os irmãos foi [sic], pegou ela e levou ela pro 'tabuleiro'. Aí, os parceiros já montou [sic] o tabuleiro lá pra ver se traz ela pra mão, entendeu, quadrilha? Deixar ciente pros parceiros aí."

Cotidiano - Segurança Pública - UOL