Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Foto: Reprodução/Instagram
O atual governo federal tem uma ministra da Igualdade Racial. [cidadã que além de chefiar um ministério desnecessário - como são mais da metade dos ministérios do governo do apedeuta -ainda é um péssimo exemplo.
Fechando o comentário: Imaginem o quanto uma ministra que não respeita as leis de trânsito pode ser nocivapara sua comunidade e para os brasileiros que ainda acreditam no atual DESgoverno?
Ao reconhecer que as favelas do Brasil possuem leis específicas, o ministério que a ministra DESadministra comprova sua inutilidade e mostra que sua conduta é nociva por incentivas o desrespeito as leis vigentes em TODO O TERRITÓRIO NACIONAL.]Recentemente, a titular do cargo percorreu, de motocicleta, a favela da Maré, no Rio de Janeiro. Ela divulgou nas redes um vídeo com imagens do passeio.
O vídeo mostra que, sentada na garupa de uma moto em movimento, a ministra não usava capacete.
O uso do capacete é obrigatório pela legislação brasileira. Em resposta a questionamentos, o ministério teria informado que “é praxe qualquer motociclista circular pela Maré sem o capacete”. Seria a 'lei da comunidade'.
No Rio de Janeiro, comunidade é um eufemismo usado para descrever uma favela.
No Rio de Janeiro a maioria das comunidades é dominada por grupos criminosos pertencentes ao narcotráfico ou a milícias. As exceções são cada vez menores.
As comunidades do Rio de Janeiro obedecem a uma lei diferente da lei que vigora na República Federativa do Brasil.
A lei das comunidades do Rio pode ser resumida da seguinte forma: entrou no lugar errado, da maneira errada, levou chumbo.
Foi o que aconteceu com Ulisses da Costa Cancela.
No sábado, dia 9 de maio de 2015, Ulisses estava com a mulher e um casal de amigos no carro.
Eles retornavam do Rio para Petrópolis. Mas Ulisses errou o caminho, e entrou com o carro na Comunidade Vila Sapê, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Errar o caminho, no Rio de Janeiro, é um delito passível de pena de morte.
Foi o que aconteceu com Ulisses. Ele foi morto com um tiro de fuzil. Ulisses
da Costa Cancela tinha 36 anos e era alpinista industrial.
Ele era
casado. A viúva de Ulisses, Jennifer, de 32 anos, nunca vai esquecer os
minutos de desespero que ela, o marido e amigos passaram dentro daquele
carro.
Tudo isso aconteceu em 2015. Milhares de pessoas já foram mortas pelo tráfico no Rio depois de Ulisses.
As operações policiais regulares nas comunidades do Rio estão suspensas desde 2020 por decisão judicial do Supremo Tribunal Federal. Depois dessa decisão, inúmeras guerras entre traficantes já eclodiram no Rio de Janeiro.
O narcotráfico expandiu seu controle para regiões que, até então, não sofriam desse mal.
A Polícia Civil do Rio informa que o Terceiro Comando Puro (TCP) aproveitou as restrições da pandemia e ocupou a comunidade Cinco Bocas,que pertencia ao Comando Vermelho.
Os criminosos decidiram que a região que inclui Cinco Bocas e as favelas de Cidade Alta, Vigário Geral, Parada de Lucas e Pica-pau passaria a ser chamada de Complexo de Israel.
O Comando Vermelho dominou todas as favelas da região da Praça Seca,em Jacarepaguá, onde continuam a ocorrer confrontos diários entre facções e a milícia.
O Comando Vermelho está se expandindo na Barra da Tijuca, tomando o controle da comunidade Gardênia Azul e entrando em favelas que eram controladas por milícias, como Muzema, Rio das Pedras e Tijuquinha.
As operações policiais regulares nas comunidades do Rio estão suspensas desde 2020 por decisão judicial do Supremo Tribunal Federal
Na Península, um bairro de classe média alta da Barra – onde mora o governador do estado - os moradores podem, frequentemente, ouvir o ruído de tiros disparados em Rio das Pedras.
O capítulo mais recente dessa guerra ocorreu quando o Comando Vermelho invadiu o Morro dos Macacos, na Tijuca, que era dominado pelo TCP.
A polícia carioca tem registrado a presença de líderes de facções de outros estados da federação. Eles estão fazendo um estágio remunerado no Rio, para depois levar a tecnologia do caos de volta aos seus estados de origem.
Só mesmo um passeio de moto, sem capacete, para esfriar a cabeça. Veja Também:
Na
onda do “empoderamento”, que parece ser a verdadeira força motriz das
reivindicações identitárias destes dias tumultuados, mas pedagógicos,
ganha espaço o empoderamento do narcoestado. Um poder sem regras que o
reprimam tende a crescer como inço em jardim desmazelado. Em pouco
tempo, acaba com o jardim e vira mato.
Certa vez,
revisitando Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha, depois de muitos anos sem
por lá andar, encontrei a cidade transformada num jardim. Uma senhora
que me reconheceu abordou-me e, após algumas palavras, perguntei a razão
daquela transformação que me dava a sensação de estar em bem cuidada
cidade alemã da Bavária. Ela me esclareceu, com forte sotaque regional: “Quando a chente passa por uma cassa mal cuidada, tiz pra tona: ‘A senhora é pem relaxada mesmo, non?’.”
Assim, na
lata. No Brasil, protetores da criminalidade zelam pelo inço social! São
os inimigos da ação policial, sempre prontos a criticar a polícia.
Quando policiais e criminosos se defrontam numa operação, parecem querer
um equilíbrio de forças que só se satisfaz se houver“equidade”no
número de óbitos.
Pedem políticas de desencarceramento.
Afirmam que
temos presos demais, como se os cidadãos, caminhando nas ruas ou
navegando na internet, não fossem peças numa vitrine de frango assado à
escolha da bandidagem.
Dizem – na caradura – que roubar é um direito.
Querem a liberação das drogas, como se o narcoestado, com livre comércio
e consumo, fosse se transformar em alguma ONG benemerente.
Odeiam as
armas dos cidadãos de bem e têm contra eles palavras de repreensão
jamais empregadas aos criminosos que veem como vítimas da sociedade e
aos quais devotam cínico senso de humanidade.
Tudo se
agrava quando: a) o STF proíbe o acesso da polícia a certos locais
dominados pelo crime;
b) quando o presidente da República entra choroso
nesse discurso e constrói a imagem falsa de um “menino” preso e
maltratado por roubar um celular;
c) quando o ministro da Justiça
ingressa no recinto privado e controlado pelo crime da favela da Maré
para se reunir com uma ONG, em evento no qual não tratou de
recadastramento de armas nem de desarmamento, mas de mortos em ações
policiais”, segundo informação de um parlamentar.
O controle de
estabelecimentos penais ou de inteiras galerias pelas facções do
sindicato do crime; centenas de violentos ataques a unidades policiais,
veículos estabelecimentos públicos e privados no Rio Grande do Norte; a
ação planejada contra autoridades da República, entre as quais o senador
Sérgio Moro e sua família, etc., são simples consequências do
empoderamento que não encontra contenção e se propõe eliminar qualquer
resíduo de resistência.
Não por
acaso, à nossa volta,o narcoestado é uma realidade ou está em acelerada
formação no Peru, na Bolívia, no Colômbia, na Venezuelae se você
prestar atenção vai reconhecer parte expressiva dos países do Foro de
São Paulo, da Pátria Grande etcétera e tal.
Tudo tem sua
compensação. Não há um minuto sequer de leniência, tolerância,
comiseração nem perdão para quem rezou e cantou na frente de um quartel.
Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Num dia vem a público a "entrevista" de Lula com companheiros do Brasil 247 em que o presidente diz que, na prisão, desejava "foder" Sergio Moro e se vingar do juiz da Lava Jato.
No dia seguinte, vem a público a informação de que a polícia interceptou planos do PCC de matar autoridades, entre elas... Sergio Moro.
Não podemos esquecer que um preso do PCC disse que, com o PT, a entidade criminosa tinha"diálogos cabulosos". Lulistas conseguem subir favelas dominadas pelo tráfico de drogas sem escolta policial,como ficou claro na campanha, quando Lula usou o boné CPX na favela controlada pelo CV, ou mais recentemente, quando o ministro da Justiça Flavio Dino esteve no Complexo da Maré com apenas dois carros e sem forte esquema de proteção, o que só poderia acontecer com aval prévio dos bandidos.
O PT insiste muito na questão sobre quem mandou matar Marielle Franco, a vereadora do PSOL assassinada. Mas, curiosamente, o mesmo PT não tem a menor curiosidade de saber quem mandou matar Jair Bolsonaro, quando um esquerdista ex-filiado ao mesmo PSOL deu uma facada quase fatal no então candidato de direita.
O PT quer combater somente alguns crimes, enquanto outros ele parece ignorar - ou até defender, como os invasores do MST ou os sequestradores das FARC.
Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e agora deputado, reagiu: "O atentado do crime organizado contra a vida de Moro e sua família é um atentado contra a sociedade e todos os agentes da lei. Foi frustrado pela atuação coordenada da Polícia, do Congresso, do MP e da Justiça. Parabéns às instituições. Obrigado por não deixarem o crime vencer".
O ex-deputado Paulo Eduardo Martins comentou: "Parabenizo as forças policias por terem derrubado dos planos do PCC de assassinar autoridades, incluindo o Sen Sérgio Moro. O Brasil não pode se tornar um narcoestado, mas o risco é real. É preciso enfrentar a realidade e aniquilar essas organizações com toda a força disponível".
Esse ponto é muito importante. Afinal, a América Latina viu vários países caírem nas garras do narcotráfico, e o Foro de SP, idealizado e criado pelo PT ao lado do ditador comunista Fidel Castro, acaba endossando esse caminho.
Falar de possíveis ligações entre o partido do atual presidente e o crime organizado não é ser teórico da conspiração, mas simplesmente ser capaz de traçar elos evidentes e fazer perguntas pertinentes.
A mídia já está no esforço de desviar o assunto, cortar os possíveis laços entre a fala de Lula e a descoberta da polícia sobre o plano do PCC. Mas como podem ter tanta certeza de que não há qualquer ligação?Por que fingem que seria absurdo pensar numa relação mais próxima entre o PT e o PCC?
Os nossos militantes disfarçados de jornalistas reagem como se tal questionamento fosse já absurdo e coisa suja da "extrema direita", mas cabe fazer um exercício hipotético: e se houvesse um vídeo de Bolsonaro dizendo que desejava ferrar com Marielle Franco?
Qual seria a reação da imprensa?
Sem qualquer indício, essa turma alimenta há cinco anos a narrativa de que Bolsonaro poderia ser o mandante de tal crime bárbaro. Quem joga sujo, afinal? E quem protege criminosos?
Decisões do Supremo Tribunal Federal
(STF) que restringiram operações das forças de segurança nas favelas do
Rio de Janeiro não apenas têm contribuído para o fortalecimento e a
expansão dos territórios dominados por facções criminosas no estado,
principalmente pela instalação de centenas de novas barricadas para
impedir o avanço de viaturas, mas também aumentado a frequência dos
treinamentos com táticas de guerrilha feitos pelos traficantes.
Traficantes do Comando Vermelho, maior facção do Rio de Janeiro, posam
com fuzis e roupas camufladas para incursões na mata| Foto: Reprodução
Fontes das polícias estaduais e especialistas em segurança pública
ouvidos pela reportagem apontam que quase dois anos e meio após as
medidas entrarem em vigor, tais exercícios, em geral conduzidos por
ex-militares que vendem conhecimento ao crime organizado e,
ocasionalmente, por ex-guerrilheiros que moram nas comunidades, têm sido
uma realidade ainda mais frequente.
A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635,
chamada “ADPF das Favelas”, foi ajuizada no STF em novembro de 2019 pelo
PSB. Desde junho de 2020, medidas restritivas às ações policiais
passaram a ser estabelecidas pelos ministros sob provocação de partidos
de esquerda e ONGs ligadas a direitos humanos. Ao menos uma dessas ONGs,
aliás, tem ligações estreitas com lideranças do crime organizado.
Como já mostrado pela Gazeta do Povo, desde que as restrições passaram a
valer, lideranças do narcotráfico no estado têm encontrado mais
facilidade para fortalecer e ampliar suas posições; aumentar seus
arsenais de guerra e até mesmo receber traficantes de outros estados,
que agora percebem os morros fluminenses como locais seguros para
permanecerem impunes enquanto comandam o crime em seus estados de
origem.
Exercícios militares como os executados no vídeo abaixo, registrado em
abril deste ano na favela da Maré, não são algo novo. Desde o final da
década de 1990, ex-guerrilheiros que fugiram da Guerra Civil Angolana,
ocorrida entre 1975 e 2002, passaram a ser identificados pelas forças
policiais atuando em combates junto às facções que dominam os morros
fluminenses.
Os veteranos de guerra, treinados por
Rússia e Cuba, possuíam experiência em operações especiais, comandos,
táticas de guerrilha, guerra na selva, operações em montanhas, tiro de
precisão, bombas e demais artefatos explosivos. Além disso, o idioma
padrão de Angola é o português, o que facilitava a comunicação com os
traficantes.
Em 2006, o delegado Delcir Teixeira, na época superintendente da
Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, declarou que investigações
haviam concluído que “um grupo de angolanos, refugiados de guerra,
estava adestrando traficantes da Maré em táticas de guerrilha” desde o
final da década de 90. Essa integração entre ex-guerrilheiros e
traficantes fluminenses foi uma virada de chave para a forma como o
crime organizado passou a combater forças policiais e facções rivais.
Como explica o coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ)
Fábio Cajueiro, que é ex-comandante de operações especiais, até hoje
centenas de veteranos de guerra angolanos permanecem nessas comunidades,
mas grande parte dos treinamentos é ministrada, atualmente, por
ex-militares, dispensados do serviço, sem remuneração, que são
recrutados pelas facções para oferecer conhecimento e treinamentos. “A ADPF 635, ao dificultar a ação das forças da lei e da ordem, torna
mais fácil o treinamento da narcoguerrilha e também o fortalecimento das
facções em termos de equipamentos, construções e barricadas”, explica o
coronel.
“Devido ao aumento do poder de fogo, precisão e treinamento dos
traficantes, as forças policiais operam com mais dificuldade e com
progressão mais lenta e segura no terreno, via de regra evitando
operações noturnas e confrontos sem veículos blindados e helicópteros”. A
restrição a operações noturnas e ao uso de helicópteros nas incursões
fazem parte das medidas determinadas pelo STF.
Alessandro Visacro, analista de segurança e defesa eautor do livro
Guerra irregular: Terrorismo, guerrilha e movimentos de resistência ao
longo da história, explica que não apenas o conjunto de táticas,
técnicas e procedimentos de combate tem evoluído nos últimos anos, mas
também o arsenal e os sistemas e mecanismos de defesa que os criminosos
usam para defender seus territórios contra as forças de segurança e
outras facções.
Para ele, as medidas impostas pelo STF têm impacto bastante negativo na
segurança pública do estado, já que permitem que as facções que dominam
as comunidades avancem na edificação de espaços segregados, isto é,
áreas não governadas pelo Estado.
“A partir daí vão sendo instituídos verdadeiros enclaves de
'microssoberania', protetorados urbanos sem lei, espaços anárquicos,
áreas não governadas no interior do estado. Isso adquire características
típicas de guerrilha. E quando observamos esses treinamentos, é uma
demonstração clara da capacidade que esses atores têm para perseguir
seus objetivos estratégicos”, explica o especialista.
“Quando se cria essa série de restrições para o ingresso do poder
coercitivo do Estado dentro das comunidades, isso só ajuda na construção
desses enclaves de 'microssoberania'. O Estado não consegue impor seu
sistema normativo, o que fortalece o poder dos criminosos dentro desses
enclaves. Isso não vai parar, vai continuar evoluindo”, alerta Visacro.
Mudança na política de combate ao crime no RJ é improvável no curto prazo Diante do fortalecimento do crime organizado no Rio de Janeiro, na
avaliação das fontes ouvidas pela Gazeta do Povo, é necessária a revisão
de políticas de tolerância à criminalidade, a mudança de postura do
Judiciário e o fortalecimento das instituições policiais para fazer
frente aos avanços do crime organizado nos últimos anos.
“O que deve ser feito é modificar a legislação, tornando-a mais dura,
moderna e não permissiva e reduzir o garantismo jurídico e o laxismo
penal”, aponta o coronel da PMERJ. A respeito de melhor estruturação às
instituições policiais, Cajueiro cita a necessidade de investir em meios
de deslocamento modernos, suficientes e adequados; implementar seleção e
treinamento com parâmetros altos; ajustar escalas de serviço;
proporcionar boa remuneração e oferecer carga de trabalho humanizada.
Apesar da mencionada necessidade de mudanças de postura quanto ao
combate à criminalidade no estado, ministros do STF não dão sinais de
reversão das medidas implementadas, e parte deles, como o relator Edson
Fachin, costuma manifestar simpatia ao fim das operações policiais em
declarações públicas.
No poder Executivo, a plataforma política do presidente eleito, Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), segue a mesma linha. O próprio Partido dos
Trabalhadores (PT) figura como amicus curiae (amigo da Corte) na ADPF
635 e endossou o pedido de diversas restrições a operações policiais em
comunidades no Rio de Janeiro.[FATO: bandido e partido de bandido, assim como, apoiadores de bandidos são todos bandidos.]
Durante o Encontro Nacional de Direitos Humanos do partido, realizado
em dezembro de 2021, o setorial aprovou diversas sugestões para serem
aplicadas caso Lula vencesse as eleições. [ADIANTE, em itálico vermelho, APRESENTAMOS AS PROPOSTAS DO PT =Dentre as propostas, validadas
na reunião do Coletivo Nacional em fevereiro deste ano, consta, por
exemplo, desmilitarização das polícias, descriminalização das drogas e
fim da “guerra às drogas” – termo comumente usado por políticos e
partidos de esquerda para defender a redução de operações policiais de
enfrentamento ao narcotráfico. FICA CLARO AS RAZÕES PELAS QUAIS LULA NÃO COMENTA NADA SOBRE SEU 'PLANO DE GOVERNO.]
No plano parcial de governodivulgado pela campanha de Lula há menção à
substituição do “atual modelo bélico de combate ao tráfico” por
“estratégias de enfrentamento e desarticulação das organizações
criminosas e fortalecimento da investigação e da inteligência”. Vale
reforçar que toda operação policial é indissociável do aparato de
inteligência.
Apesar disso, no atual cenário do estado – com 1,4 mil comunidades
dominadas pelo crime organizado e 56,6 mil criminosos em liberdade
portando armas de fogo de grosso calibre segundo dados de 2020 da
Polícia Civil –, inevitavelmente, o combate bélico é uma realidade nas
operações em que há resistência armada.
O governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), é
favorável ao retorno das operações no estado. Em março deste ano, Castro
chegou a dizer que, em decorrência das medidas implementadas pelo STF, a
região dos complexos havia se tornado “hotel de luxo” para chefes de
facções criminosas de outros estados brasileiros.
Apesar disso, frente
às restrições determinadas pelo Judiciário que, na prática,configuram a
imposição de uma política externa de segurança pública imposta ao
estado,o governo estadual pouco tem a fazer frente ao dramático avanço
do crime organizado.
O
despudor do governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), em temas relacionados à
segurança pública, dentre outros, deve assombrar até os fãs mais entusiasmados
do presidente Jair Bolsonaro, que costumam regurgitar por aí aquela frase que
vale como divisa de um esquadrão da morte: "Direitos humanos para humanos
direitos".
[Witzel começa a trabalhar e a bandidagem vai ter que aprender a respeitar autoridade policial;
"Direitos humanos", é lícito que existam e sejam respeitados, desde que DIREITOS HUMANOS para HUMANOS DIREITOS.]
Witzel pretende ser uma alternativa ainda mais truculenta ao,
vamos dizer, bolsonarismo de raiz. Se o presidente conta com generais no
Palácio que lhe servem, ainda que precariamente, de elemento de contenção,
Witzel pode atuar sem freios. E seu despudor é assombroso.
Na tarde de sábado, nós o vimos embarcar num helicóptero da polícia que
depois é flagrado despejando uma chuva de balas sobre comunidades
necessariamente pobres de Angra dos Reis — ou havia mansões do outro lado do
cano? Na sequência, o governador se hospedou com a família no hotel Fasano da
cidade, considerado de altíssimo luxo. Passou lá o fim de semana. A diária mais
barata sai a R$ 1.600. Por pessoa. A assessoria do governo não quis dizer quem
pagou. Um fim de semana e tanto para a sua visão de mundo e a de seus admiradores,
não é? Depois de participar de uma operação que despejou uma saraivada contra
áreas em que moram pobres, o governador foi curtir um pouco a vida entre os ricos.
Tentei saber quantas arrobas de carne preta e pobre a operação rendeu neste fim
de semana, enquanto o governador se esgueirava entre lençóis de algodão
egípcio, mas não há dados disponíveis. ´[infelizmente, a bandidagem sempre procura se esconder no meio das camadas menos favorecidas da população;
ações como a realizada pelo governador do Rio, vai desestimular a bandidagem do hábido de usar os mais pobres como escudos humanos.
O bandido precisa entender que ele não está seguro em nenhum local.]
À frente de um helicóptero já com os
motores ligados, Witzel grava um vídeo ao lado de Fernando Jordão (MDB),
prefeito de Angra, e anuncia: "Olá pessoal, estamos começando aqui em Angra dos Reis, a pedido do
prefeito, Fernando Jordão, uma operação em Angra dos Reis. Começando com a
Core, com a Polícia Militar, com a Polícia Civil, para acabar de vez com a
bandidagem que está aterrorizando a nossa cidade maravilhosa de Angra dos Reis.
Fernando Jordão, tá aqui o pessoal, ó, o pessoal da Core, o helicóptero, vamos
começar hoje a operação. Acabou a bagunça. Vamos colocar ordem na casa.
Vambora!"
A Core é a Coordenadoria de Recursos Especiais do governo. Num outro
vídeo, o governador está dentro do helicóptero e diz: "Estamos iniciando,
hoje aqui, uma operação aqui em Angra dos Reis, com a Core, trouxe aqui o nosso
pessoal, o delegado (Fábio) Baruck, o delegado Marcus Vinicius, o prefeito
Jordão. Vamos botar fim a bandidagem de Angra dos Reis. Acabou"
(...)
MILÍCIAS
Em recente entrevista, indagado sobre o poder
das milícias, o governador disse o seguinte: "Eu
não acredito que a milícia seja a principal chaga do estado. Ela é uma
organização criminosa e estamos combatendo."
Há nada menos de 2 milhões de pessoas que vivem hoje no Rio em áreas
comandadas pelas milícias e que estão sujeitas à sua governança. A tragédia dos
desabamentos da Muzema tem a sua marca. A organização está infiltrada nas
polícias, na Assembleia Legislativa e nas Câmaras de Vereadores de várias
cidades, incluindo a Capital. Adriano Magalhães da Nóbrega, o chefão do
"Escritório do Crime", uma das organizações que atuavam na Zona Oeste
do Rio, está foragido. Ele é um dos investigados no caso do assassinato da
vereadora Marielle Franco (PSOL). Ninguém aposta que vá ser encontrado um dia…
Witzel, como esquecer?, integrava a turma que resolveu rasgar uma placa que
fazia uma homenagem simbólica à vereadora assassinada por milicianos. [detalhe que não pode ser esquecido:
colocar placas em logradouros públicos, dando nomes a ruas, praças, etc, é COMPETÊNCIA de LEI MUNICIPAL;
após aprovada pela Câmara dos Vereadores uma lei dando nome a determinado local, o prefeito sanciona a lei - que deve conter um dispositivo revogando a lei anterior que dava o nome a ser substituído - e então a PREFEITURA providencia a troca da placa.
Devotos, admiradores e assemelhados não podem sair pelas ruas arrancando placas existentes e substituindo por outras como nomes de pessoas que eles entendem que merecem ser homenageadas.
Assim, o governador Witzel agiu corretamente ao destruir placa clandestina.
O atual governador do Rio foi Juiz e com certeza conhece bem as leis e jamais participaria de um ato ilegal.
Entendemos que de um lado ficam os a favor da LEI e da ORDEM e do outro os que querem resolver as coisas na bagunça, desrespeitando as leis e todo o ordenamento legal.] Atenção:
se fôssemos dividir as personagens todas em dois grupos, é fatal considerar
que, de um lado, ficou a morta e, de outro, seus assassinos e aqueles que
rasgaram a placa — ainda que isso não implique que tenham vínculo direto com a
execução. O vínculo moral é inegável.
(...)
O
Ministério Público do Rio vai acordar para o morticínio da carne preta e pobre
que se está a promover no Estado? E, com efeito, caras e caros, convém que
fiquemos atentos ao número de pessoas mortas no Brasil inteiro. Quando um
governador de Estado faz o que fez Witzel, é sinal de que se considera que está
dada a licença para matar — como, de resto, propõe Sérgio Moro, o queridinho de
jornalistas que ainda dizem se preocupar com direitos humanos e com o combate à
corrupção — em seu pacote anticrime. A pior corrupção sempre será a do caráter.
É a mãe de todas as outras. Quem vai tirar a mão de Witzel do gatilho por força
da lei?
A exploração que se faz da morte da
vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) é das coisas mais asquerosas que vi
desde que acompanho política. Virou um emblema de todos os pensamentos
tortos que infelicitam o país. Nunca, do ponto de vista dos criminosos,
um assassinato foi tão bem-sucedido. Aquele que puxou o gatilho e a
alvejou quatro vezes estava também abrindo a Caixa de Pandora das
imposturas. Nunca o crime organizado escolheu uma vítima com tanta
precisão e inteligência. A precisão e a inteligência do mal, que
alimentam o festim diabólico do capeta.
Sim, há estupidez para todos os gostos. É
uma pena que não se possa chegar ao primeiro delinquente que postou a
foto de um casal como se fosse de Marielle em companhia de Marcinho VP.
Os dois nunca tiveram um relacionamento amoroso. Era notícia falsa,
“fake news”. A extrema-direita aproveitou para fazer barulho e para
expelir boçalidades, o que só açula a disposição das esquerdas de
carregar o corpo simbólico de Marielle como se fosse um troféu.
Morreu porque era negra? Morreu porque
era mulher? Morreu porque era lésbica? Morreu porque era socialista?
Morreu porque era favelada? Não! Morreu porque seus assassinos,
certamente contrários à intervenção, distinguiram nela o alvo perfeito.
Constatar tal evidência, à diferença do que dizem os papa-defuntos, não
corresponde a culpar Marielle por sua própria morte. Não fosse ela esse
alvo perfeito, seria outra pessoa. Era preciso mandar o recado.
Logo na minha primeira manifestação a
respeito, observei que se tentaria usar o evento trágico para recriar a
baderna de 2013,que, já escrevi isto aqui tantas vezes, foi deflagrada
pela extrema-esquerda. E, curiosamente, os extremistas vermelhos estão
na raiz, ora vejam!, da queda de Dilma Rousseff. Não custa lembrar: a
desordem começou, então, em São Paulo, sob o olhar cúmplice do governo
federal petista, que, inicialmente, silenciou sobre a violência dos
manifestantes, e preferiu atacar a Polícia Militar do Estado. O objetivo
era o governo Alckmin. Aquele tiro saiu pela culatra.
E desta vez? Vamos ver o que vão
conseguir os companheiros e camaradas. A verdade é que, à diferença do
que dizem os exploradores de defuntos, a agenda de Marielle era
minoritária quando confrontada com o que pensa a população. A leitura
política que ela fazia dos mais de 6.300 assassinatos havidos no Estado
em 2016 não coincide, em absoluto, com a percepção que tem a maioria da
população — e isso inclui as mulheres, os negros, os favelados…O apoio à
ação federal é maior entre os mais pobres.
Marielle não era uma crítica novata da
violência policial ou da ação de forças federais no Rio. Por que matá-la
agora?Porque era preciso conturbar o ambiente para tentar pôr fim à
intervenção.Não vai acontecer. Mas é claro que isso põe o governo sob
pressão. Mais uma vez, as esquerdas e setores da
imprensa brincam com fogo. Qualquer pessoa sensata, a esta altura,
receia que aqueles que foram tão bem-sucedidos no investimento
sanguinolento que fizeram, dada a gritaria insana que objetivamente
colabora com o banditismo — seja o narcotráfico, as milícias ou a
parcela bandida da polícia —, resolvam dobrar a aposta. O Brasil não é a
Colômbia de Pablo Escobar, mas certamente as franjas do crime abrigam
homicidas compulsivos daquela espécie. O facínora ficou famoso por
sobrepor um atentado a outro, de modo a mostrar, afinal, quem estava no
controle.
E, nestes dias pós-morte de Marielle,
nós já lemos e ouvimos de tudo. Os mais desavergonhados não têm pejo nem
mesmo de aproveitar o assassinato para resgatar a sua militância em
favor da discriminação das drogas, já que, segundo os perturbados, tudo
isso decorreria da ilegalidade das ditas-cujas. Claro! Com a
legalização, os criminosos iriam procurar emprego honesto, não é mesmo? Não! Marielle não é culpada por sua
morte. Os culpados são os assassinos. Mas parece que há humoristas do
sangue alheio dispostos a encontrar também os responsáveis morais. Nem é
preciso procurar muito. Estão entre aqueles que constituem o lado da
demanda de que traficantes são a oferta. Essa perversa lei do mercado
não se esgota no bem-estar do consumidor e no lucro do fornecedor. Essa
relação produz cadáveres.
“Ah, mas o certo é legalizar”.Digamos
que fosse. A maioria da sociedade tem de ser convencida disso, segundo
os mecanismos oferecidos pela democracia. Enquanto isso não acontecer,
integrar ou não a cadeia do crime é uma escolha moral. De resto, noto: em 2006, para a Justiça
eleitoral entrar na favela da Maré, no Rio, que Marielle conhecia bem,
foi preciso apelar a blindados da Marinha porque o narcotráfico havia
decidido que tomaria conta das urnas…
É a esse tipo de “liberdade” que estão
submetidas outras pessoas também pobres, também negras, também
faveladas, eventualmente homossexuais ou socialistas… Trata-se de uma
esmagadora maioria que disse“sim” à intervenção e que é contrária à
legalização das drogas porque conhece as leis do crime organizado.E não
como consumidora de droga. E não como fornecedora de droga.
São dias vergonhosos estes!
Acho, se querem saber, que a esquerda
será malsucedida de novo em sua insanidade.“Ora, Reinaldo, então não
reclame!” É que meu ponto é outro. Esse embate distorcido, ensandecido e
oportunista degrada o país um pouco mais. E põe os criminosos no
controle do debate e até da agenda.
Nunca, para eles, matar foi um argumento tão convincente.
Quem são e como se organizam os chefes das
facções criminosas que controlam os complexos penitenciários
brasileiros e ameaçam levar uma guerra sangrenta para as ruas do País
Eles espalham terror, impõem sua lei nos presídios e têm poder
semelhante aos grandes grupos de mafiosos. Ao longo dos últimos trinta
anos, se tornaram conhecidos e temidos pela população brasileira. As
facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital
(PCC) cresceram em importância não só nos estados onde surgiram, mas em
todo o País. As atividades dos grupos, inicialmente concentradas nos
complexos prisionais, venceram as muralhas das penitenciárias e ganharam
as ruas em ações cinematográficas.Luiz Fernando da Costa, o
Fernandinho Beira-Mar, à frente do CV, e Marcos Williams Hermes Camacho,
o Marcola, à frente do PCC, se tornaram homens procurados
internacionalmente e ganharam notoriedade continental. Nem o mais
pessimista especialista em segurança pública poderia prever tamanha
expansão desse tipo de organização criminosa. Expansão esta que só tende
a crescer, ancorada na omissão do Estado.
Donos do crime: Marcola, Fernandinho Beira-Mar e 'Compensa'
Na semana passada, o Brasil foi apresentado, de forma traumática, a
mais uma representante desta seara podre da sociedade brasileira . A“Família do Norte”, conhecida pela sigla FDN, dominou o noticiário
nacional e internacional depois de comandar a execução de 56 presos
ligados ao PCC durante rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim
(Compaj), em Manaus, no Amazonas. Foi o
maior massacre dentro de uma prisão desde 1992, quando a Casa de
Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru, foi invadida durante
uma briga e 111 detentos foram mortos. Em vídeo feito por um detento na
parte interna do Compaj, entre corpos decapitados e muito sangue, vê-se
uma bandeira da organização criminosa. “É FDN que comanda, porra!”,
desafia o preso que empunha a flâmula, sem se preocupar em esconder o
rosto.
A FORÇA DA FACÇÃO A FDN surgiu em 2006 da aliança entre dois ex-rivais do mundo do tráfico
de Manaus. José Roberto Fernandes Barbosa, conhecido como “Compensa”,
controlava a venda de drogas na região Oeste da cidade, enquanto Gelson
Carnaúba, o “G”, dominava a região Sul. Presos, ambos cumpriram pena em
presídios federais, onde tiveram contato com membros do CV e do PCC, e
de lá voltaram determinados (ou orientados), segundo a Polícia Federal, a
estruturarem uma operação nos moldes das facções do eixo Rio-São Paulo.
Não demorou para o negócio decolar.
Em pouco tempo, a dupla dominou quase toda a rota “Solimões”, na
região da fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, e passou a escoar
grandes quantidades de cocaína para vender em Manaus, distribuir pelo
Brasil e exportar para a Europa. Já em 2006, Barbosa aparece em vídeo
durante sua própria festa de aniversário, organizada para mais de
duzentos convidados, em um luxuoso buffet de Manaus. Durante os
parabéns, é visto rodeado por amigos em cerimônia que lembra o beija-mão
dos mafiosos italianos. Cada convidado que o abraça entrega uma joia de
ouro – seja anel, pulseira, relógio ou colar. Sorridente, o criminoso
bate palma e posa para foto. Também em 2006, Barbosa funda o
“Compensão”, time de futebol que viria a se tornar uma das mais
populares equipes amazonenses na categoria “amador”. Pesadamente
financiado, o time foi campeão duas vezes em sua categoria e até hoje
amedronta adversários, que dizem temer as ameaças que frequentemente vêm
das arquibancadas.
Mesmo com a detenção de Barbosa, em setembro de 2009, a arrecadação
da FDN continuou a crescer. Os negócios nessa época iam tão bem que os
cerca de R$ 1 milhão em receita mensal passou a bancar não só a operação
do grupo, mas também os honorários de um time de nove advogados
dedicados exclusivamente ao bando. À época, Barbosa e seus comparsas já
respondiam por crimes como evasão de divisas, tortura, sequestro,
lavagem de dinheiro, homicídio, corrupção de autoridades, e tráfico
internacional de drogas e armas. Mas foi a partir do momento em que
Barbosa foi preso que a FDN deslanchou. Na cadeia, mas com mordomias, sem muito o que fazer e protegido por seus aliados, o
traficante pôde se dedicar aos negócios. Foi com Barbosa detido que a
facção colocou no ar seu sistema digital de compra e venda de drogas e
de monitoramento das ruas do tráfico. Foi também nesse período que
reformulou o processo de seleção de novos membros. Agora, os integrantes
devem passar por uma rigorosa peneira com participação de filiados de
vários escalões.
PROFISSIONAIS Atualmente, a FDN é a terceira maior facção criminosa do País. O grupo
nunca escondeu que, nesse esforço organizacional, suas inspirações foram
o Comando Vermelho (CV) e, fundamentalmente, o Primeiro Comando da
Capital (PCC), hoje seu maior rival. No Brasil, não há exemplo maior de
estruturação e planejamento do crime do que o PCC. Criado em 1993 no
Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, a 130km de São Paulo, o grupo
surgiu com estatuto próprio e missão clara: “combater a opressão dentro
do sistema prisional paulista”.
Os anos se passaram e a missão parece se
resumir a ganhar dinheiro. A facção tem hoje mais de 22 mil membros
espalhados por praticamente todos os estados do País. À
frente da potência que virou o PCC está Marcos Willians Hermes Camacho, o
Marcola. Preso por roubo a bancos desde 1999, ele comanda com mão de
ferro a estrutura fortemente hierarquizada que é a facção.
Com Marcola, o PCC expandiu e diversificou seus negócios, tidos como
muito dependentes do tráfico de drogas até o final dos anos 1990. Hoje,
sabe-se que possui times de futebol na Zona Leste de São Paulo. Também é
proprietário de companhias de ônibus, forma advogados e teria feito um
prefeito na Grande São Paulo. É dono de uma refinaria clandestina em
Boituva, no interior de São Paulo, que, durante anos, desviou óleo da
Petrobras, o refinou e o revendeu em uma rede de postos de gasolina,
também de sua propriedade. E ajuda a operacionalizar a ocupação de
terras na região metropolitana de São Paulo para depois exigir 25% das
habitações construídas nos terrenos invadidos. Os imóveis são mais tarde
entregues às famílias de detentos que estão desamparados.
Hoje, estima-se que o PCC tenha uma receita anual bruta de cerca de
R$ 300 milhões – o equivalente à operação de uma indústria como a Caloi,
que fabrica bicicletas desde 1948. Muito do dinheiro foi reinvestido na
facção. Parte, porém, ficou para o conforto de Marcola e família. A
mulher do traficante, por exemplo, costuma ser levada para visitá-lo por
um motorista particular a bordo de uma Toyota SW4, carro que não custa
menos de R$ 150 mil. Já Marcola, vaidoso, esbanja com cremes e
procedimentos de beleza. Recentemente, pediu à Justiça autorização para
fazer um tratamento de botox dentro da cadeia. O pedido foi negado.
Quem é quem Marcola – Marcos Willians Herbas Camacho
Líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcola, 48 anos, nasceu na
Vila Yolanda, em Osasco (SP). Órfão de mãe, não conheceu o pai e já
roubava aos 9 anos, no Centro de São Paulo. Sua primeira condenação foi
em 1987 por assalto à mão armada. Só foi preso em 1999 por participar de
dois roubos a banco e cumpre pena em presídio de segurança máxima em
Presidente Venceslau
Fernandinho Beira-Mar – Luiz Fernando da Costa
Nascido em Duque de Caxias (RJ), Fernandinho Beira-Mar, 49, foi criado
na favela Beira-Mar e é líder do Comando Vermelho (CV). Aos 20 anos, foi
preso por furtar armas do Exército. Cumpriu pena, voltou à favela e
tornou-se líder do tráfico. Para fugir da polícia, já se refugiou no
Paraguai e se aliou às FARC. Foi preso em 2001 e cumpre pena de 200 anos
em Porto Velho (RO) e
Zé Roberto da Compensa – José Roberto Fernandes Barbosa Compensa, 44 anos, fundou a facção Família do Norte (FDN), de Manaus.
Aos 12 anos iniciou a vida no crime e já foi preso quatro vezes.
Compensa é o elo dos traficantes do Peru e da Colômbia com o Brasil. Já
esteve preso em Porto Velho (RO) e Catanduvas (PR). Durante uma fuga, em
2013, matou dois comparsas que se aliaram ao PCC. Cumpre pena em
Catanduvas (SC).
A trajetória das facçõesSaiba quando surgiram, quantos membros possuem e quanto arrecadam anualmente as maiores facções do País Primeiro Comando da Capital (PCC)• 1993 é o ano em que a organização criminosa surgiu, no Centro de Reabilitação Penitenciária de Taubaté, no Vale do Paraíba• 7 mil é a quantidade de integrantes do PCC em São Paulo• 20 a 22 mil são os membros do grupo fora de São Paulo• R$ 300 milhões é quanto o PCC arrecada anualmente
Comando Vermelho (CV)
• 1979 foi ao ano em que o CV foi criado, na prisão Cândido Mendes, na Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ)
• 3 a 8 mil é a quantidade de integrantes no Rio de Janeiro
• 16 mil são os membros do grupo fora do estado fluminense
• R$ 57,6 milhões* é quanto o CV arrecada anualmente
Família do Norte (FDN) • 2006 foi ao ano em que Gelson
Carnaúba, o Mano G, e Zé Roberto Compensa, voltaram para Manaus após
passarem um tempo cumprindo pena em presídios federais e decidiram criar
a FDN para conter o PCC • 200 mil é a quantidade de membros cadastrados em um sistema informatizado e com senhas • R$ 6-12 milhões é quanto arrecada anualmente
Marcola, Beira-Mar e Compensa têm vida diferente da de outros homens presos
Os líderes das três maiores facções do País são tratados de forma
diferente nos presídios. E não é com mais rigidez, como se espera. Pelo
contrário. Marcola, do PCC, pode receber, de suas visitas, creme
hidratante, condicionador e outros produtos para cuidados pessoais.
Normalmente, esses itens só podem ser entregues pelo correio e são
revistados. Até o final do ano passado, Marcola tinha um dermatologista
com quem fazia consultas. O médico chegou a pedir autorização para a
aplicação de botox.
O pedido foi negado. O chefe do PCC também pode
receber visitas íntimas, vive em uma cela espaçosa sozinho e pode até
pedir pizza. Em maio de 2015, Fernandinho Beira-Mar viajou de
helicóptero de Porto Velho (RO) ao Rio de Janeiro para acompanhar um
processo. Os gastos com o transporte e com os honorários ficaram em,
pelo menos, R$ 120 mil.Ele recebe produtos para cuidados pessoais,
visitas íntimas e até o ansiolítico Rivotril, para insônia. Zé Roberto
Compensa também tem suas mordomias. De dentro da cela, tocou o time de
futebol da FDN, tem direito a visitas íntimas, ônibus especial para
transporte próprio e de parentes, tolerância acima da média na cadeia,
além de vigilância praticamente inexistente.