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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Teste das urnas: o que o ministro Alexandre quis dizer? - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino


Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

"Vaidade de vaidades, diz o Pregador. Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade". Além do Eclesiastes, temos também a fala final do Diabo, personagem de Al Pacino, no filme "O advogado do Diabo": "Vaidade, definitivamente meu pecado favorito".

Alguém com o poder de Alexandre de Moraes acaba se cercando só de bajuladores, pois todos têm medo de fazer críticas duras, de "tocar a real". A própria imprensa tem aplaudido seu abuso de poder, pois mira basicamente em "bolsonaristas". Alexandre se fechou numa bolha.

Quando
, então, o desembargador aposentado Sebastião Coelho, homem de coragem, disse em sua cara - e na cara do Brasil todo - que os ministros do STF eram "as pessoas mais odiadas do país", isso foi uma bomba. E Alexandre parece ter reagido com o fígado mais do que com a cabeça.

Rebatendo o desembargador, que atuava como advogado do réu, Alexandre disse que uma minoria extremista odeia o STF, enquanto a maioria defendia a atuação dos ministros supremos, e deu a seguinte "prova" disso: basta ver o resultado das urnas! [vamos mais no popular: o 'teste das ruas', que são evitadas pelo maligno petista e pelos ministros da Suprema Corte.]

Não vou entrar na questão da transparência desses resultados, se são ou não confiáveis, até porque o tema virou tabu imposto pelo TSE, ou sequer no aspecto do 7 de setembro lulista totalmente às moscas, esvaziado, enquanto Bolsonaro arrastava multidões. 
O que o ministro quis dizer com isso?
 
Ora, Alexandre confessa, como fez seu colega Barroso, que o STF tinha um candidato, um partido preferido? 
O STF, como sabemos, não recebe votos. 
Logo, os votos recebidos por Lula são sinônimo de votos de confiança na atuação do Supremo?
 
Essa confissão é simplesmente bizarra! Os ministros supremos admitem à luz do dia que tinham um candidato, que "derrotaram Bolsonaro". Deixando de lado a insanidade de tal confissão e a consequente cara de paisagem da mídia e dos nossos juristas ou da OAB, cabe perguntar: 
- então os quase 60 milhões de votos que Bolsonaro recebeu foram dos que não confiam no STF? 
Se for o caso, isso está longe de ser uma minoria insignificante, não é mesmo? 
A matemática alexandrina é um tanto esquisita...
 
A democracia brasileira está morta, eis a triste realidade. 
E certamente não é a ampla maioria que aprova essa transformação do STF num partido político. 
Tanto que nem o presidente nem os ministros supremos aceitariam o "teste das ruas", preferindo se proteger atrás do "jornalismo" alinhado ou das urnas eletrônicas.

Na "democracia relativa" do lulismo, só não há espaço mesmo para o povo. Esse tem que aceitar calado essas narrativas estranhas, ou arcar com as consequências que nem marginais perigosos enfrentam. Afinal, Alexandre condenou um manifestante a 17 anos de prisão, enquanto traficantes acabam soltos pelo mesmo STF. 

Está tudo invertido no Brasil hoje...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo

 


quarta-feira, 1 de março de 2023

TOMADA PODER – Comandante disse que vitória de Lula foi indesejada pelo Exército e infelizmente ocorreu


Dias antes de assumir, em janeiro, Tomás Paiva foi gravado em conversa com subordinados no Comando Militar do Sudeste

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou a subordinados que a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi “indesejada” pela maioria dos militares, mas “infelizmente” aconteceu. “Não dá para falar 'com certeza' que houve qualquer tipo de irregularidade [na eleição]. Infelizmente, foi o resultado que, para a maioria de nós, foi indesejado, mas aconteceu”, disse.

A declaração foi dada a oficiais do Comando Militar do Sudeste, em 18 de janeiro —três dias antes de assumir a chefia do Exército com a demissão do general Júlio César de Arruda. O áudio foi gravado de forma escondida por um dos presentes e divulgado pelo podcast Roteirices. A Folha teve acesso à gravação, que circula em grupos de militares desde a última semana. Procurado, o Exército não se manifestou.

Na conversa, Tomás disse que era preciso aceitar o resultado das eleições[sendo  recorrente, na recorrência, mais uma vez: citamos Carl Sagan: "... astrônomo Carl Sagan Ausência de evidência não é evidência de ausência.” - que equivale a:  Não é porque não há provas de algo que esse algo não é verdade."] porque não havia nenhum sinal de irregularidade no processo eleitoral. Ele lembrou que as Forças Armadas fiscalizaram o sistema eletrônico de votação e não encontraram falhas. “A diferença nunca foi tão pequena, mas o cara fala assim: ‘General, teve fraude’. Nós participamos de todo o processo de fiscalização, fizemos relatório, fizemos tudo. Constatou-se fraude? Não. Eu estou falando para vocês, pode acreditar. A gente constatou fraude? Não.”

“Este processo eleitoral que elegeu o atual presidente e que não elegeu o ex-presidente foi o mesmo processo eleitoral que elegeu majoritariamente um Congresso conservador. Elegeu majoritariamente governadores conservadores”, completou.

Tomás conversava com os subordinados após o então comandante do Exército, general Arruda, reunir o Alto Comando do Exército pela primeira vez após os ataques de 8 de janeiro. Segundo relatos feitos à Folha, Arruda havia ordenado que os comandantes militares repassassem mensagens legalistas às tropas, para a manutenção da hierarquia e disciplina. Tomás aproveitou essa ordem para realizar conversas internas e incentivar o apoio ao governo Lula.

Na conversa gravada, Tomás afirmou que “nós estamos na bolha fardado, militarista, de direita e conservadora” e que era importante reconhecer que “existe outra bolha, e ela não é pequena”.

O comandante dedicou parte do discurso para falar sobre os acampamentos golpistas que se formaram em frente a quartéis do Exército espalhados pelo país. Segundo Tomás, houve inicialmente uma “orientação generalizada” de não impedir as manifestações golpistas, citando a nota divulgada em novembro pelos comandantes das três Forças que, com recados ao Judiciário, tentava justificar os pedidos de intervenção militar.  “Havia um entendimento do comandante em chefe das Forças Armadas, que era o presidente da República, que não era para mexer [nos acampamentos], que era legítimo. Não teve nenhuma intercorrência, ninguém se manifestou [pelo término dos atos], nem a Justiça, nem o Ministério Público, não teve nada”, disse.

O comandante ainda disse que, na virada do governo, não houve ordem de Lula para a desmobilização dos acampamentos. “E de 1º a 8 [de janeiro], qual foi a ordem recebida para tirar? Nenhuma, não teve ordem. Porque a expectativa era que o movimento ia naturalmente se dissolver. Era de se esperar, e não ocorreu.”

Apesar dos ataques às sedes dos três Poderes, destacados por Tomás como “deploráveis e lamentáveis”, o comandante disse que não há como chamar os bolsonaristas de terroristas. “É triste também porque a gente deu ferramenta para chamar o cara de terrorista. Que é isso? Não é terrorista. Estão até de sacanagem dizendo que o Mossad, está todo mundo querendo vir aqui para aprender com a Polícia Federal como que prende 1.500 terroristas de uma vez só […] Isso daqui é o seguinte: é vândalo, é maluco, cara que entrou numa espiral de fanatismo e extremismo que não se sustenta”, completou.

Tomás também disse que era “impossível de fazer” uma “intervenção militar com Bolsonaro presidente”, como pediam os bolsonaristas em frente aos quartéis. Segundo o comandante, os efeitos de um golpe militar seriam arrasadores.“Imagina se a gente tivesse enveredado para uma aventura. A gente não sobreviveria como país. A moeda explodiria, a gente ia levar a um bloqueio econômico jamais visto. Aí sim iria virar um pária e o nosso povo viveria as consequências. Teria sangue na rua. Ou vocês acham que o povo ia ficar parado? Não ia acontecer, cara.”

A apresentação de Tomás possuía uma série de slides com matérias jornalísticas e outras informações. O general leu o conteúdo em voz alta para os subordinados. O comandante se mostrou irritado com charges e memes feitos sobre a atuação dos militares no processo eleitoral e, principalmente, com o desfile de blindados que a Marinha fez na Esplanada dos Ministérios no dia da votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso na Câmara, em 2021.“A gente fica puto quando vê um negócio desses, fica chateado, ninguém gosta”, disse.

No fim da conversa, de cerca de 50 minutos, Tomás leu notícias sobre os planos do PT de promover uma reforma nas Forças Armadas. O comandante disse que é preciso conter as propostas petistas e preservar o Exército. “Faz parte da cadeia de comando segurar para que isso não ocorra. Agora fica mais difícil, mas nós vamos segurar, porque o Brasil precisa das Forças Armadas. Da nossa postura, da nossa coesão, da nossa manutenção dos valores, da crença na hierarquia e disciplina, do nosso profissionalismo, depende a força política do comandante e dos comandantes de Força para obstar qualquer tipo de tentativa de querer nos jogar para o enquadramento”, concluiu.

(...)

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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

A oposição golpista ficou desesperada… Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino - VOZES

A velha imprensa militante está inconsolável. Duas coisas nem ela consegue negar: - que o evento do 7 de setembro foi gigantesco, e que foi extremamente pacífico e ordeiro. 
Como conciliar isso com suas narrativas de que Bolsonaro perde até para a desconhecida Simone Tebet num segundo turno e que os bolsonaristas são golpistas, fascistas, raivosos perigosos que espalham o risco da “violência política” pelo país? Impossível.
 
E por conta disso a esquerda entrou em desespero. O “jus esperneandi” é um direito sagrado de todo perdedor. 
Como diria uma apresentadora de uma grande emissora aos que queriam trabalhar e não podiam na pandemia: o choro é livre.  
E é exatamente isso que estamos vendo após os atos incrivelmente lotados e belos para festejar o bicentenário de nossa Independência e, de tabela, apoiar o presidente Bolsonaro e criticar o ativismo jurídico e a militância podre da mídia vendida.

O caso mais engraçado foi o de Eliane Cantanhede na Globo News. Ela disse: “Hoje é um dia triste para o Brasil, porque o Bolsonaro botou milhões de pessoas nas ruas, foram gigantescas, mas isso foi bom para ele, péssimo pro Brasil, pra Constituição, pra lei eleitoral”. Podemos apenas imaginar quanto remédio foi necessário para que a “jornalista” conseguisse dormir depois.

Reinaldo Azevedo, autor de “País dos Petralhas” que hoje defende os petralhas, esperneou: “Transmitir ininterruptamente os ‘atos’ de 7 de setembro corresponde a abrir espaço para a campanha eleitoral de Bolsonaro”. Ele conclui: E os outros?” Ora, os outros não conseguem juntar nem a terça parte dessa multidão patriota, nem mesmo juntos, até porque nunca foram verdadeiros patriotas...

Um tal de André Fran comentou de sua bolha: “Assustado com o orgulho dessa gente em exibir tanto ódio, burrice e preconceito”.  
Não sei onde ele foi para ver isso, mas em Copacabana, onde passei o dia, só vi gente feliz, inteligente, atenta ao cenário político e de todas as cores e classes. 
Uma mistura bonita cujo denominador comum era o patriotismo, sentimento ausente em quase toda a esquerda.

Misoginia é o novo “genocídio”: hipocrisia e vitimismo na campanha eleitoral

Já o ex-conservador Alexandre Borges, hoje bajulando a velha imprensa que ontem condenava, conseguiu falar em "dois Brasis" usando uma foto de passageiros de ônibus olhando para a motociata, como se nas motos só houvesse ricaço. Ele também alegou que não é liberdade de expressão criticar jornalista, saindo em defesa de sua colega Verinha. Saibam agora que entregador de comida de aplicativo é classe rica opressora, e que chamar militante disfarçada de jornalista de vergonha ao jornalismo nacional não é mais um direito nosso de liberdade de expressão, segundo o “conservador” que virou petista…

O humorista Joaquin Teixeira matou a pau: “Isso aí que tá na rua não representa o Brasil! O verdadeiro povo brasileiro são os jornalistas, funcionários públicos, youtubers e artistas da globo!” Já o empresário Salim Mattar resumiu bem: “Tem muita gente com raiva porque as manifestações de hoje foram pacíficas e ordeiras em todo país. Essa mesma gente está decepcionada pois esperavam um golpe ou ruptura institucional que nunca aconteceria. Essa mesma gente deseja o atraso do país com suas ideias de esquerda”.

Resta a essa patota esquerdista convocar o despachante supremo, o senador saltitante, para tentar judicializar uma festa patriótica. Mas o povo está com Bolsonaro, e isso os faz tremer...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 16 de janeiro de 2022

A palavra esquecida - Alon Feuerwerker

Análise Política

Quem tem caminho para chegar vitorioso a outubro de 2022, em um ou dois turnos? No momento, todos os campos, apesar do clima de estagnação. Está é natural, pois as pesquisas mostram-se algo inalteradas e convergentes. Se a eleição fosse hoje, Luiz Inácio Lula da Silva ganharia. O detalhe: a eleição não é hoje, temos pelo menos longos oito meses e meio até lá.

É um período para a terceira via tentar conectar-se ao ponto sensível das massas. O principal obstáculo é ela, a terceira via, continuar acreditando que existe na sociedade um desejo, ainda não completamente decifrado, de “rejeitar os extremos”. O problema: esse tem-se revelado um assunto forte na bolha auto nomeada centrista, mas vem sendo completamente ignorado pela maior parte da população.

Lula e Jair Bolsonaro têm hoje somados uns 60% de intenção de voto estimulado e não muito longe disso de espontâneo. Se ambos fossem vistos pelo eleitorado como “extremistas”, poder-se-ia concluir que o extremismo é mais popular do que dizem por aí. Claro que não é isso. Bolsonaro e Lula lideram porque, desculpem a tautologia, são identificados como líderes pelo respectivo campo político e por ofertarem propostas concretas para problemas reais.


 Lula vem liderando seu campo há uns trinta anos, desde que o antecessor, o PMDB da resistência ao regime militar e herdeiro até então do trabalhismo, associou-se à ruína econômica do governo José Sarney. A liderança petista estabilizou-se a partir de 1989, tanto que o PSDB, nascido naquele momento como centro-esquerda, precisou depois procurar outra freguesia, outro mercado eleitoral. Que ocupou com sucesso de 1994 a 2018.

O PSDB foi destroçado no segundo tempo da Operação Lava-Jato e quem pagou o pato quatro anos atrás foram Geraldo Alckmin, candidato a presidente, e os principais governadores da legenda. Aí o vácuo sugou Jair Bolsonaro, que calhou de estar no lugar certo na hora certa. Competência e sorte. Mas Bolsonaro não soube navegar bem na tempestade da Covid-19 e vem emagrecendo politicamente. O que anima os candidatos a sucedê-lo na turma dele.

 

Caro Editor:

No presente momento, repleto de “cientistas vacinadores”, tem uma filosofia dominante.

E que se resume a uma gozação que recebi de uma amiga.

Ela me enviou esta mensagem:

Tomei pílula anticoncepcional e engravidei.

Mas certamente teria engravidado de quíntuplos se não tivesse tomado.

Pois Lula parece consolidado na esquerda. Ciro Gomes que o diga. O desafio de todos jogadores é o mesmo: tomar para si a bandeira da prosperidade, a imagem de quem mais tem condição de levar o país, as famílias e as pessoas a uma vida melhor. Lula está em vantagem pelo currículo.[pelo currículo? possível... currículo de ladrão com múltiplas condenações, todas confirmada em múltiplas instâncias...;  pelo menos no Supremo vale como bons antecedentes ou pelo menos torna o ladrão uma vítima de ter sentado na vara errada; 
mas, o eleitor pensa diferente... ou não? ] Bolsonaro retém os fiéis ideológicos, procura trabalhar a má lembrança do segundo período Dilma Rousseff e também o fantasma das dificuldades econômicas enfrentadas por Venezuela e, em grau bem menor, Argentina. [Bolsonaro tem a seu favor, além da má lembrança acima citada e o fantasma também citado e recuperação da economia com o INEVITÁVEL FIM DA PANDEMIA.]

O presidente tem um problema adicional: não consegue se conectar às entregas de seus ministros, pela simples razão de não transmitir a impressão de estar voltado à operação governamental propriamente dita. Um exemplo extremo se dá nas tragédias causadas pelas chuvas. Agitar a própria bolha 24x7 ajuda a manter a base mais fiel, mas tem pelo menos um efeito colateral: não sobra espaço comunicacional para tentar capitalizar o que o governo efetivamente faz.

E a terceira via? Sergio Moro vem até o momento prisioneiro de um único tema, que nesta hora não leva jeito de ser a principal preocupação das pessoas: a corrupção. Ciro Gomes está encapsulado, tem seu público mas não consegue crescer para nenhum dos dois lados. E João Doria enfrenta uma certa descrença decorrente das pesquisas e de um desempenho relativamente inferior em São Paulo, quando comparado ao retrospecto de governadores tucanos paulistas candidatos a presidente.

Mas o jogo ainda está sendo jogado. E, de novo, vai ganhar quem conseguir associar-se à esperança de um futuro de prosperidade. Que obrigatoriamente estará vinculado ao desenvolvimento. Uma palavra ultimamente pouco lembrada. Mas cuja hora vai chegar. [que  começará a se manifestar alguns meses antes de outubro próximo - confiram.]

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político 


quarta-feira, 9 de junho de 2021

"Neste país vigoroso, otimistas reagem, desafiados" - Otimismo furou a bolha da má notícia - Correio Braziliense

"Agora, a despeito das restrições da pandemia, do pessimismo, do medo, o país se sentiu desafiado. E o otimismo furou a bolha da má notícia"

Este país ciclotímico se movimenta em altos e baixos com fases de pessimismo e otimismo. 
O otimismo e o entusiasmo levaram ao milagre econômico dos anos 1970, com crescimento médio de 11,2% do PIB por um período de quatro anos. Num ano, crescemos 14%! 
Despencamos nos anos Dilma, perdendo mais de 7% do PIB em dois anos e deixando mais de 12 milhões de desempregados. 
Agora, a despeito das restrições da pandemia, do pessimismo, do medo, o país se sentiu desafiado. E o otimismo furou a bolha da má notícia.

Num seminário de banco, o ex-secretário de economia, hoje economista-chefe do banco, Mansueto Almeida apostou em crescimento do PIB em 5,3%. Foi além da previsão da Fundação Getulio Vargas, de 4,2%, e até superou instituição concorrente, que previu 5,2%. Nada mais eloquente do que a Bolsa de Valores em torno de 130 mil pontos, depois de ter estado na casa dos 60 mil pontos quando sofreu com a pregação do pânico. É confiança no vigor das empresas, no futuro. Até o dólar encolheu.

No comércio exterior, acúmulo de superavits, mesmo com crescimento das importações, que indica atividade econômica se recuperando. O agro, que não parou nunca, desponta como a locomotiva do processo, agora com a indústria reaquecendo, como mostra a demanda de aço, a produção de caminhões, o salto em máquinas e equipamentos, a construção civil, o varejo e, consequência maior, a recuperação de empregos. Até as contas públicas mostram recordes de arrecadação federal, e a previsão do economista Mansueto é de fechar quatro anos com menor despesa primária que a recebida e dívida pública não de 100% do PIB como se temia, mas de menos de 85%.

Depois da reforma da Previdência, veio a pandemia, mas também o auxílio emergencial, que será prorrogado até o novo Bolsa Família com porta de saída. E já estão aí as novas leis do gás, das falências, do saneamento, Banco Central independente e encaminhamento das reformas administrativa e tributária, privatização da Eletrobras (atenção para o jabuti da Câmara), lei da cabotagem. No pessimismo, afundam todos primeiro os pessimistas. Neste país vigoroso, otimistas reagem, desafiados.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense

 

quarta-feira, 2 de junho de 2021

"Fico imaginando quanta gente precisa sair de sua bolha"- Correio Braziliense

Alexandre Garcia

Fico imaginando quanta gente importante no seu ramo de atividade está precisando sair de sua bolha para conhecer os brasileiros 

Num debate com empresários cearenses, o ministro Paulo Guedes admitiu que enquanto vivia numa bolha, não conhecia o Brasil. A bolha, certamente, era o seu mundo acadêmico e financeiro, mas não o da diversidade do país. O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, me revelou a mesma sensação. Disse que vivia o mundo da Av. Faria Lima e, agora, está conhecendo o Brasil real. Sai toda semana para lugares como pantanal, alagados, floresta de babaçu, lixão… E está maravilhado com a descoberta do Brasil real.
 
Fico imaginando quanta gente importante no seu ramo de atividade está precisando sair de sua bolha para conhecer os brasileiros. Assim como Paulo Guedes, talvez, só conversasse com seus semelhantes, quantos médicos só se relacionam com seus colegas na redoma das clínicas; quantos jornalistas só convivem com os companheiros de redação, inclusive nas happy hours; assim como políticos que se limitam a ouvir as louvações de seus assessores. Às vezes, esse círculo é tão fechado que se casam com colega de profissão.

É o risco do mais do mesmo, de não ter portas e janelas abertas para o outro mundo, o do lado de fora da redoma. O risco de não aprender o que esteja fora do círculo. Às vezes, encontro empresários que vivem para sua grande empresa, como se ela fosse seu próprio país, e esquecem que o país real pode dispensar suas empresas, esquecendo que elas dependem da situação do país. Não sei se é uma forma de egoísmo ou uma tentativa de proteção. Os fechados em seus círculos se isolam do país e vão se alienando. Depois, podem ser surpreendidos e não entendem por quê. Boa parte do mercado já percebeu isso e se blindou contra narrativas. Os recordes de valorização das ações brasileiras são prova de confiança na economia do Brasil real. Os dados de ontem do IBGE confirmam essa confiança.

Há dias, o presidente da República esteve na região conhecida como Cabeça do Cachorro. Um grupo de naturais da região expressou uma reivindicação básica: conexão digital, wi-fi. Querem estar conectados ao Brasil, aos demais brasileiros, querem acompanhar mais, querem ter a liberdade de buscar informação — tanto que não pediram parabólica. Querem liberdade para se informar fora da bolha. E dão exemplo aos que, nas cidades, se fecham em suas bolhas.
 
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braaziliense 
 
 

 

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Agitação e espuma dentro da bolha - Alon Feuerwerker

Análise Política


Esta primeira quase metade de gestão Jair Bolsonaro vem sendo marcada pelo sonho oposicionista de que o governo é uma construção frágil, pronta a desabar pela ação do próximo “fato novo”. Foi assim quando das manifestações em defesa da educação, logo no comecinho do mandato. Mais recentemente, as esperanças da oposição passaram a ser depositadas nos efeitos econômicos e sanitários da pandemia da Covid-19. E de tempos em tempos os olhos brilham quando surge alguma novidade no “Caso Queiroz”.

A realidade, porém, é que Bolsonaro por enquanto defende com sucesso a fatia de mercado conquistada por ele em 2018. O Brasil tinha então 147 milhões de eleitores e o candidato do PSL recolheu no primeiro turno 33% desse eleitorado, 49 milhões de votos, tudo em números arredondados. A esta altura você já percebeu. Os fatos vêm e vão, mas o percentual de “ótimo” e “bom” do presidente oscila sempre em torno desse mesmo um terço.

A taxa de aprovação de Bolsonaro só pode ser medida se se pergunta “você aprova ou desaprova?”, e não deve ser confundida com o ótimo+bom. Ela também oscila pouco, em torno de 40%. Interessante notar que essa ordem de grandeza corresponde ao market share do capitão no segundo turno. Aliás é também o patamar da fatia que aposta que o governo será bom ou ótimo ao final do mandato em 2022. Eis por que é furada a tese do “somos 70%”. Serve como propaganda, mas estrategistas políticos que acreditam cegamente na própria propaganda estão a caminho de ter problemas.

Há, é claro, as variações. Uma foi em meados do ano passado, quando o tema das queimadas na Amazônia ganhou visibilidade. Outra, agora mesmo, na decolagem da pandemia. Mas essas oscilações costumam deslocar mais do “regular” para o ruim/péssimo que qualquer outra coisa. E Bolsonaro tem mostrado resiliência. Quando a pressão afrouxa, as curvas de avaliação dele tendem a voltar para o padrão de “um terço, um terço, um terço”.

Sempre supondo que a conjuntura correrá pelos trilhos desse “normal”, fica claro portanto que a base social de sustentação de Jair Bolsonaro é consistente e ampla o suficiente para ele se segurar na cadeira e ser competitivo em 2022. Poderá ser derrotado? Sim, desde que se encontre um candidato capaz de aglutinar todo o restante do eleitorado e que além disso consiga ganhar alguma margem levando para votar uma parte dos que têm insistido no absenteísmo.

Não é simples. Implicaria costurar uma alternativa em que todas as facções do antibolsonarismo estejam contempladas. Como diz o ditado, seria o casamento do jacaré com a cobra d'água. Por enquanto, o que cada facção antibolsonarista vem pedindo às demais é a capitulação incondicional em nome do combate ao adversário comum. Na real, hoje ainda inexiste na oposição um sentimento autêntico de "qualquer um menos Bolsonaro". Aliás, é o contrário.

Outro problema: a cada gesto de distensão do presidente, os ensaios de coalizão são lipoaspirados. E Bolsonaro tem sido hábil (ou tido sorte) na política, como mostrou a votação do Fundeb. Enquanto o novelo não desenrola, vem restando ao antibolsonarismo repetir o antipetismo praticado na maior parte do extenso período do PT no poder. Promover agitação e criar espuma dentro da própria bolha. Não deixa de ser uma maneira de passar o tempo fazendo algo útil. 


[Recomendamos: alguém explica.]

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político