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domingo, 8 de agosto de 2021

DESIGUALDADE ENTRE AS NAÇÕES Luiz Carlos Da Cunha

O desnível econômico entre indivíduos se mostra também entre nações, ainda que estas se pautem pela economia capitalista, de mercado. A desigualdade acontece na religião, cultura, tradições. Pode-se constatar que o sistema de produção e distribuição da riqueza capitalista, integra e confronta as nações com diferentes regimes políticos e religiosos, pois são governados pela concorrência. Sob a concorrência, há disputa pacífica ou bélica, de acordo com as circunstâncias.  Penso que ainda há um largo espaço para o desenvolvimento capitalista, como sua crescente abrangência tem se mostrando desde a metade do século XX.

Provam-no acontecimentos como a ruína da URSS, o salto econômico em quatro décadas da China. O conservadorismo islâmico do Irã e da Arábia Saudita estão engranzados na economia mundial pelo capitalismo, num desprezo olímpico dos versículos maometanos quando se trata de negócios.

Nesta constatação quero enfatizar que estes países financiam o terrorismo de Al Qaeda e Talebã, cujas ações criminosas feriram o ocidente, e agora se faz sentir no Afeganistão. Salvo o Egito islâmico e secular implantado pelos militares, o resto (sem ofender) são teocracias; por razões outras USA e Rússia e China contornam as contradições em benefício de interesses nacionais no tapete geopolítico. Eis onde desejava chegar: o desnível econômico de nações. Veja-se a África – um amontoado de países desenhados na geografia pelo colonialismo – ronceia no pré-capitalismo e na pobreza. O extremo Oriente vem a largos passos enriquecendo há cinco décadas. 

As teocracias se consolidam pelo fanatismo da crença, e elas permanecem fieis aos preceitos islâmicos de subjugar pela força as nações descrentes. Exibem a modernidade na arquitetura estirada na altura de mil metros em meio de população onde a mulher é mascarada sob a chibata do fiscal religioso. A legitimidade desta autoridade se atribui à divindade. Toda realeza precisa de deus para se proteger. Precisa inculcar a crença popular no deus que lhe garante a estabilidade do desnível de renda e a submissão moral e política da população. Os sistemas políticos ateus, herança comunista, recorrem às múmias dos ditadores embalsamados, feitos substitutos da divindade. A Coreia do Norte é um caso cômico: seu fundador morto   continua presidente vitalício; o país inventou o primeiro caso de necrocracia. Parece que a linha divisória do confronto dentro do bojo capitalista, cindirá o mundo: o islamismo paupérrimo de África e Oriente Médio em migração ameaçadora e a civilização rica dos infiéis orientais e ocidentais unindo  China, Rússia e EEUU. 

Artigos de Outros Autores - Luiz Carlos da Cunha  

 

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O general Villas Bôas e o labirinto em que se meteu - Blog do Noblat

Ricardo Noblat

Nota para intimidar o Supremo Tribunal Federal era mais incendiária do que foi 

[Nos parece que já passa da hora de um dos maiores comandantes do Exército Brasil começar a ser respeitado.
Suas posições políticas tomadas às claras, com lealdade aos seus pares e subordinados o que o torna merecedor do respeito devido aos grandes vultos da nossa História.
A esse respeito,  natural e indispensável, deve se somar o decorrente do estado de saúde do General Eduardo Villas Bôas - que só a coragem e o senso de DEVER para com a Pátria mantém o comandante ainda em ação.
Muitos dos seus detratores teriam se acovardado e sucumbido aos primeiros sinais da doença.]

Reverenciado pela oposição e a mídia como um líder moderado e defensor da democracia à sua época de comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas conta em livro de memórias que a nota que divulgou em abril de 2018 para coagir o Supremo Tribunal Federal a não beneficiar Lula era mais incendiária na versão original. [coagir é um termo pesado; vamos substituir por alertar - afinal foi como uma que o STF entendeu, acatou e seguiu.]Deixou de ser por pressão de seus colegas.

Três ministros do governo Bolsonaro, todos, hoje, generais da reserva, foram consultados sobre a nota e, segundo Villas Bôas, o aconselharam a amenizá-la: Joaquim Silva e Luna, atual diretor-geral de Itaipu; Fernando Azevedo, então chefe do Estado Maior e agora ministro da Defesa, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria do Governo. Ramos respondia pelo Comando Militar do Leste.

No dia 4 de abril daquele ano, a seis meses do primeiro turno da eleição presidencial, o Supremo julgaria uma ação que, se aceita, revogava a possibilidade de prisão de condenado em segundo instância. Lula já fora condenado em segunda instância no processo do tríplex do Guarujá. Se o Supremo recusasse a ação, ele poderia ser preso e ficar impedido de concorrer com Bolsonaro.

A versão suavizada da nota de Villas Bôas, postada no Twitter na véspera do dia do julgamento, foi uma clara advertência aos ministros do Supremo: “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”

E concluía sem ter o cuidado de disfarçar a intenção golpista do seu autor: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”. Imagine a versão abortada da nota original…

Uma vez que o Supremo, por 6 votos contra 5, manteve a prisão de condenado em segunda instância, Lula foi preso e levado para Curitiba em 7 de abril, ali permanecendo por 580 dias. Liderou as pesquisas de intenção de voto até meados de agosto. Apoiou então a candidatura de Fernando Haddad. Bolsonaro venceu Haddad no segundo turno. Villas Bôas e os generais celebraram a vitória.

Missão que se propuseram (evitar que a esquerda voltasse ao poder), missão cumprida com êxito! Villas Bôas reconhece que Lula como presidente foi generoso com as Forças Armadas dando-lhes dinheiro para a compra de equipamentos. Critica Dilma por ter instalado a Comissão Nacional da Verdade que investigou casos de tortura e de mortos pela ditadura militar de 64.

A ojeriza dos militares brasileiros à esquerda é uma questão ideológica que data do início do século passado. A revolução comunista russa foi em 1917. O Partido Comunista do Brasil é de 1922. Em 1935, uma intentona comunista tentou depor o governo de Getúlio Vargas, mas fracassou. Na 2ª Guerra Mundial, militares brasileiros e comunistas russos lutaram contra Hitler.

Logo depois começou a chamada Guerra Fria entre os Estados Unidos e seus aliados, um deles o Brasil, e a União Soviética e seus aliados. Capitalismo x comunismo. A União Soviética desmoronou em 1991. O mundo tornou-se unipolar. A China se diz comunista, mas é tão capitalista quanto os Estados Unidos e, em breve, sua economia será a maior do planeta.

O comunismo, hoje, resiste em Cuba, na Coreia do Norte e onde mais? Serve de espantalho a governantes autoritários que querem se perpetuar no poder, e aos seus apoiadores, fardados ou não. Serve também de aríete para corroer a democracia mundo afora.[basta ler com um mínimo de atenção para se perceber que os países comunistas, com raras exceções, tem a palavra DEMOCRATA no nome.]

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA


quarta-feira, 15 de abril de 2020

O mundo pós pandemia (por Hubert Alquéres) - VEJA - Blog do Noblat

A crise terminal do capitalismo vem sendo preconizada desde a deflagração da Primeira Guerra Mundial. 

Já há um grande debate sobre o redesenho da ordem mundial, quando a crise do coronavírus passar. Há projeções para todos os gostos. As mais catastrofistas vão do fim do capitalismo ao surgimento de um “comunismo redesenhado”, como avalia o filósofo esloveno Slavoj Žižek.

Sem chegar a tanto, outros enxergam o fim da globalização e da União Europeia. Também se especula sobre o fortalecimento do autoritarismo; como se Victor Orban primeiro ministro da Hungria – fosse a regra e não a exceção das tendências que vão se impor com o fim da pandemia.
É bom desconfiar dos profetas do caos. A crise terminal do capitalismo vem sendo preconizada desde a deflagração da Primeira Guerra Mundial. Ressuscitada em todas as crises mundiais, sua morte jamais se confirmou, para desespero dos marxistas, estes sim cada vez mais minoritários. Não será diferente agora. O mundo também não vai retroagir para a era da segunda revolução industrial quando inexistiam as cadeias produtivas globais.

Isso não quer dizer que tudo será como dantes no quartel de Abrantes. A pandemia vai acelerar tendências que já estavam em curso. Antes mesmo da crise, o Fórum Econômico Mundial descortinava um “capitalismo de parte interessadas”, que não se guiaria apenas pela lógica implacável do lucro. Assim, as empresas teriam também responsabilidades sociais e ambientais. A desigualdade e a sustentabilidade já estavam na agenda planetária, com a crise assumiram caráter de urgência.

A pandemia tornou mais visível a desigualdade. Explicitou a necessidade de ser enfrentada por meio de um novo contrato social entre Estado, sociedade e mercado. A globalização desregulada levou à crise do Estado de Bem Estar Social, enfraquecendo serviços vitais para a população. Na Inglaterra, o sistema público de saúde , nos últimos anos dos conservadores no poder NHS – perdeu 17 mil leitos e 43 mil enfermeiros. Não foi muito diferente em outros países desenvolvidos.

Os ingleses redescobriram o quanto é importante ter um sistema de saúde fortalecido. O próprio Boris Johnson descobriu isso quando estava numa UTI. Saiu de lá fazendo declaração de amor ao NHS e a dois enfermeiros, imigrantes da Nova Zelândia e de Portugal.  Os países desenvolvidos estão valorizando os imigrantes. São eles que tocam parte de vários serviços essenciais. O reforço do liberalismo associado ao Estado de Bem Estar Social é uma tendência. No novo contrato social a ser estabelecido, determinados bens e serviços – saúde e segurança, por exemplo – terão uma forte presença do Estado, não sendo ditados apenas pelas leis do mercado. O desafio é encontrar novas fontes de financiamento para assegurar aos cidadãos uma renda mínima e serviços públicos.

A ideia do Estado-Nação também ressurge com força. Não que os países vão se fechar em copas, econômica e politicamente, mas a configuração da União Europeia terá de se reinventar, assim como a divisão de trabalho internacional. A dependência de um só produtor de equipamentos médicos gerou uma questão de soberania. Os países buscarão formas de se proteger, sobretudo se não houver uma resposta global ao desafio atual. A reindustrialização com cada país produzindo tudo seria um anacronismo que jogaria por terra os ganhos de produtividade decorrentes da automação e do advento das cadeias globais. A solução estará na regulamentação do mercado de itens sensíveis para evitar guerras de aquisição e na qual falará mais alto o poder do dinheiro dos países mais fortes.

Certamente a geopolítica mundial também passará por mudanças, com a China aumentando o seu protagonismo por meio do soft power. Os Estados Unidos não deixarão de ser a principal potência mundial econômica e militar, ao menos no curto prazo. Mas cada vez mais a Europa olhará mais para a China. Foi ela que veio em socorro de outros países, quando a pandemia ceifou milhares de vida no velho continente.
As grandes crises sempre tiveram o poder de fazer o mundo se reinventar. Na maioria das vezes para melhor. Foi assim na Segunda Guerra Mundial. Não será diferente agora.

Hubert Alquéres é membro da Academia Paulista de Educação, da Câmara Brasileira do Livro e do Conselho Estadual de Educação. Escreve às 4as feiras no Blog do Noblat. 

Ricardo Noblat, jornalista - VEJA

sábado, 20 de julho de 2019

Pelo fim da treta e da teta cinematográfica - Alerta Total

Edição do Alerta Total 
A melhor contribuição que Jair Bolsonaro pode dar ao cinema brasileiro é acabar com a Agência Nacional do Cinema e Audiovisual. A Ancine não tem razão de existir em um regime democrático. As artes visuais e audiovisuais não devem ser controladas pelo Estado, e nem sofrer interferência de governos – a não ser nas Uniões Soviéticas da vida...

É babaquice demais assistir à polêmica inútil alimentada pelo Grupo Globo (maior interessado em lucrar com a produção audiovisual no Brasil) e o governo. A iniciativa privada tem de ser livre e responsável para empreender no setor. É descabida uma Ancine para definir como o Audiovisual ou o cinema devem ser dirigidos ou receberem incentivos estatais, diretos ou indiretos. Bolsonaro não tem de transferir a Ancine do Rio de Janeiro para Brasília. Tem, sim, de acabar com mais esta estrutura estatal Capimunista. Fosse no Estado Novo de Getúlio Vargas, essa agência cairia como uma luva. Estatizar Hollywood ou Bollywood é uma estupidez. O Brasil precisa de um setor de audiovisual forte, mas inteiramente sob responsabilidade da iniciativa privada.

O Estado até pode intermediar a arrecadação do percentual cobrado pela distribuição de filmes. Mas esta é função da livre iniciativa, das entidades representativas das empresas produtoras de conteúdo audiovisual. Tal mercado tem de ser inteiramente livre. Não cabe interferência, nem censura estatal. No máximo, a regulação por indicação de faixa etária, com base no bom senso – e não no falso moralismo. asta de treta no mundo cinematográfico. Também chega de “mamação” na teta estatal para produzir e lucrar com o audiovisual. Nosso voto é para que acabe a treta e a teta. Que produtores e cineastas sejam livres para produzirem e ganharem dinheiro com seu trabalho. O resto é conversa inútil!  Resumindo: temos de lutar, cada vez mais, e sem tréguas, pela mudança de paradigmas no Brasil. Sai Capimunismo e entra Capitalismo! Mais Brasil; Menos Brasília! Cumpra sua missão de transição, Bolsonaro! 

Conheça o contraditório, clicando aqui 

 
Publicado no Alerta Total

 
Por Jorge Serrão

domingo, 31 de março de 2019

A REVOLUÇÃO DE 31 de março de 1964 E OS MORTOS QUE O BRASIL NÃO CHORA E NÃO HONRA!




Uma das premissas para um povo se tornar uma nação evoluída é conhecer e respeitar o seu passado histórico. A história dos povos está cheia de erros e acertos; eventualmente e temporariamente estes dois aspectos se confundem ao sabor dos tempos. Mas não há nada como o decorrer dos dias...

Durante 21 anos a partir do dia 31 de março de 1964 o Brasil viveu sob a égide de cinco presidentes militares. Foram anos difíceis e conturbados. Eram dias perigosos no mundo inteiro. Os mais jovens não se recordam: havia a guerra fria e o Muro de Berlim. Havia o capitalismo e o comunismo. Havia a liberdade e a escravidão do pensamento. 

O Brasil foi levado de roldão pelo furacão da história e não saiu ileso. Quando o General Mourão Filho movimentou as suas tropas na madrugada de 31 de março dando início à Revolução de 1964, o comunismo fincava suas garras sobre o território brasileiro já de longa data. Não fosse a coragem e o patriotismo de um punhado de oficiais das nossas Forças Armadas, o Brasil teria sido submetido durante longos anos ao terror da longa noite comunista. Somente os mais desinformados ainda acreditam que a esquerda implantara a luta armada em favor da democracia. 

Os “anos de chumbo” foram na verdade o período em que duas ideologias antagônicas se digladiaram no Brasil, a exemplo do que ocorreu na Coreia, Vietnam ou nos países do leste europeu tentando se libertar da opressão do monstro soviético. A grande questão é que aqui no Brasil se permitiu que os perdedores escrevessem a história a seu bel prazer e sem nenhum compromisso com a verdade e com os fatos ocorridos. Decorre desta omissão dos vencedores a ignorância da nossa juventude.

Assim, nossos jovens em mais um aniversário da  Revolução de 31 de março, continuam acreditando em heróis de papel, chavões de marqueteiros e mentiras cuidadosamente repetidas. Homens e mulheres dos dois lados tombaram naqueles anos: militares, militantes e inocentes. O terrorismo comunista não poupou o solo brasileiro e também aqui deixou a sua marca de sangue, dor e ódio. Os mortos daqueles anos (não importando o lado em que estivessem) nos encaram dos seus túmulos e perguntam: valeu a pena o nosso sacrifício? Militares e militantes – e aqui excluo os inocentes que morreram vítimas da luta instalada no Brasil – lutaram e morreram defendendo os ideais em que acreditavam. Merecem respeito justamente por isso, ainda que a esquerda tenha escolhido o caminho errado da guerrilha e do terrorismo. Merecem respeito porque na sua ótica lutavam por um Brasil que acreditavam poderia ser melhor. É preciso recordar-se que naqueles anos (1960/1970) o projeto comunista/socialista ainda não havia naufragado miseravelmente no lamaçal da corrupção e da incompetência. 

Nossos jovens daqueles anos parecem ter convivido com Theodore Roosevelt, que certa ocasião afirmou: "é muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota." Os jovens de hoje, com raríssimas e honrosas exceções, formam fila na penumbra cinzenta, para tristeza de nossa Pátria Mãe Gentil.

O Brasil não honra e não chora os seus mortos daquele período. Não os honra porque não conhece a sua verdadeira história (e a maioria nem se interessa em conhecer). Não chora justamente porque não se pode lamentar aquilo que se desconhece. O Brasil precisa fazer as pazes com a sua história. Precisa estudá-la, divulgá-la, analisá-la, discuti-la; ela precisa estar nas nossas salas de aula conduzida pelas mãos e mentes de verdadeiros Mestres e não por ideólogos de doutrinas fracassadas. Só assim, os sacrifícios daqueles anos não serão em vão. Só assim os nossos mortos serão honrados e poderão descansar em paz. Só assim poderemos nos tornar, enfim, uma grande Nação.

Robson Merola de Campos - Advogado- Transcrito do TERNUMA - Terrorismo Nunca Mais

quinta-feira, 21 de março de 2019

O Brasil é nosso

Alinhamentos à parte,  o Brasil é nosso - nossos problemas estão bem aqui dentro

 
Antigamente era mais fácil. Tinha, de um lado, Estados Unidos, de outro, União Soviética. E assim seguia: capitalismo x comunismo; OTAN x Pacto de Varsóvia; Ocidente livre x Cortina de Ferro; democracia x ditadura.

Mas havia um desvio, digamos assim, neste último quesito. Considerando-se, no Ocidente, claro, que o comunismo era o inimigo principal, admitia-se que as Forças Armadas assumissem o governo, com ditaduras, para eliminar o inimigo vermelho. E  assim, os Estados Unidos, sob diversos governos, patrocinaram golpes e revoluções pelo mundo afora para, como se dizia, defender o Ocidente livre da sanha comunista. Do lado do Pacto de Varsóvia, que não tinha nenhuma preocupação com isso de democracia e liberdade – o caminho era a ditadura do proletariado – tratava-se de patrocinar golpes e revoluções para derrubar o capitalismo burguês.
Tudo ruiu nos anos 80. Para surpresa de muitos, inclusive dos estrategistas dos dois lados, o mundo caminhou na direção da democracia e da economia de mercado. Ditaduras dois lados deram lugar a regimes democráticos, o comunismo soviético praticamente sumiu.

Parecia que as coisas ficariam mais simples, um mundo mais homogêneo. Durou pouco essa percepção.
Ficou mais complicado. Há um cenário bipolar, com Estados Unidos de um lado e China, de outro. Os EUA procurando manter sua hegemonia e a China se movimentando como a potência emergente. Mas há também um cenário multipolar, no campo da economia e do mercado. No tempo da Guerra Fria, comércio e investimentos ocorriam dentro de cada bloco. O Brasil, por exemplo, de vez em quando conseguia vender café na União Soviética, via Finlândia.

Hoje, pós-globalização, a China tornou-se o principal parceiro do Brasil, lugar que cabia antes aos Estados Unidos. E a própria China tornou-se a maior vendedora no mercado de consumo americano. Na verdade, a China está no mundo todo, comprando, vendendo e investindo.  Por outro lado, todas as grandes as grandes empresas ocidentais, incluindo especialmente as americanas, têm negócios na China, ou produzindo lá (a Apple não faz um celular sequer nos EUA) ou vendendo lá. Isso é bom para o Brasil. Não há mais necessidade de filiar-se a esta ou aquela liderança. Nem se deve. Os Estados Unidos são nosso segundo parceiro comercial e há muito espaço para ampliar os negócios. Mas também os EUA concorrem com o Brasil no mercado chinês de soja, por exemplo. Na verdade, Brasil e EUA concorrem em boa parte do mercado mundial de alimentos.

A China, até aqui pelo menos, não exige que seus fregueses adotem seu regime, que é uma exclusiva combinação de economia de mercado (mais de 60% do PIB do país, e a parte mais dinâmica) com controle do Estado e ditadura do partido único. O governo chinês, cada vez mais confiante, sustenta que seu regime é o mais adequado para o crescimento econômico, sendo isso mais importante que liberdades e direitos individuais. O Estado e o Partido sabem mais.  Mas a China não deixa por isso de fazer negócios com típicas democracias de economia de mercado, como essas (quase todas) que estão na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E a maior parte delas não quer se envolver na guerra comercial entre Trump e Xi Jin Ping.

Ou seja, escolher entre uma economia de mercado mais aberta ou com mais presença do Estado é um problema nosso, dos brasileiros. Abrir (ou não) a economia é uma decisão exclusivamente nossa. Não pode ser para agradar este ou aquele, mas saber se ajuda ou atrapalha nosso desenvolvimento. Optar por uma ampla democracia também é problema nosso. E mais: não tem ninguém nos ameaçando com nada.  Tudo isso para dizer que alinhamentos automáticos são um enorme equívoco no mundo de hoje. Nossos problemas estão bem aqui dentro e o primeiro deles é arrumar as finanças públicas. E depois, acho, facilitar a vida dos que fazer negócios honestamente no país. E, depois de tudo, tem uma coisa que todo mundo sabe, inclusive os chineses, embora não digam: o capitalismo, o empreendedor privado, é melhor caminho para gerar riquezas.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista


 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Liberal

Coluna publicada em O Globo - Economia 10 de janeiro de 2019
 
Na comemoração dos seus 175 anos, em setembro último, a revista Economist produziu magnífico material sobre a situação global do liberalismo, começando pela definição mais atualizada do termo. Não se trata, diz, do “progressismo” esquerdista dos campi universitários americanos (e brasileiros, acrescentamos) nem do “ultra liberalismo” direitista excomungado pela intelectualidade francesa (e brasileira). Liberalismo, eis a definição, é um compromisso com a dignidade individual, mercados abertos, governo limitado e fé no progresso humano realizado pelo debate e por reformas.

Não faltou progresso nos séculos de prevalência do liberalismo e do capitalismo, seu lado econômico. Por exemplo: expectativa global de vida em 1850 era de apenas 30 anos; hoje, acima de 70 anos. População vivendo na extrema pobreza, 80%; hoje, 8%. E o número absoluto de pobres caiu, mesmo com a população mundial passando de 100 milhões para 6,5 bilhões. Os direitos civis são mais respeitados do que nunca.  Claro que há diferenças entre os países, mas o mundo todo melhorou de vida. O progresso começou pelo Ocidente e, dado o sucesso, acabou se espalhando, no fenômeno conhecido por globalização.  De uns tempos para cá, entretanto, surgiu um claro mal-estar com o liberalismo. A questão principal está na desigualdade – os ricos avançam mais – e numa bronca contra as elites dominantes na política e na economia.

Essa onda antiliberal leva, na Europa e nos Estados Unidos, a um populismo de extrema direita. Na economia, isso leva a uma demanda por mais controle do governo para, por exemplo, defender indústrias locais, mesmo ineficientes, caso de Trump.  Na política, vem uma descrença na democracia, já que os sistemas eleitorais permitiram o contínuo comando das mesmas lideranças partidárias (que aliás, estão sendo varridas na Europa).

Na sociedade, há o retorno do conservadorismo. Por exemplo: o casamento entre pessoas do mesmo sexo é um avanço liberal evidente; a pessoa tem o direito (a liberdade) de escolher com quem quer viver. Já para o populismo de direita, casamento se dá entre homens e mulheres – e ponto final.  Essa onda bateu no Brasil, mas de um modo, digamos, enviesado. O que torna o debate confuso e raivoso – sendo nosso propósito aqui tentar colocar um pouco de bom senso.

Para começar, na economia, a demanda dominante no Brasil, expressa nas urnas, é por uma política liberal – menos Estado, mais privatizações, facilitar a vida de quem empreende honestamente, mercados abertos, livre competição. E isso faz sentido depois da falência de um sistema de mais Estado, mais gasto público – e mais corrupção. Nesse lado, portanto, a nova direita brasileira caminha na direção contrária da global.

Outra diferença importante: a direita europeia e americana é protecionista. Já a brasileira, pelo menos nas palavras de Paulo Guedes, é por livre comércio e competição entre investimentos nacionais e estrangeiros.  Já na pauta política e social, as direitas se encontram no anti-liberalismo. E não raro se encontram com a esquerda brasileira, representada pelo PT e seus associados. Por exemplo: no ataque à imprensa livre, a nossa aqui, considerada ao mesmo tempo comunista e fascista. É normal – todo autoritarismo detesta a imprensa crítica.

Já no social, a direita brasileira encontra a europeia no casamento (entre azul e rosa), na desconfiança em relação à democracia (a história da fraude nas urnas), na tentativa de impor seus padrões morais para todo mundo e excluir os adversários. Aliás, fazendo o mesmo que a esquerda faz, pelo avesso.

Não estranha que os liberais, na definição da Economist, fiquem no meio de um fogo cruzado. Mas o progresso brasileiro está no liberalismo na economia, na sociedade, nos costumes e, sobretudo, nas reformas que eliminem privilégios de uma elite voraz e corrupta.  E só pra lembrar: entre os que vivem no Brasil, os únicos que não são descendentes de imigrantes ou imigrantes de primeira viagem são os índios, que têm suas próprias culturas e não cantam o hino nacional. [as imigrações do passado eram necessárias e convenientes por trazer o progresso, incluindo melhores condições de vida para os locais - as atuais, infelizmente,  estão mais para uma distribuição de miséria.]

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

 


sábado, 2 de junho de 2018

Parente 5: Se a Petrobras não fosse, como é, monopolista do refino, haveria concorrência para formar preço; hoje, tem-se é uma ditadura

“Mas, então, Reinaldo, a gestão da Petrobras não poderá obedecer ao chamado mercado?”

 Acho que sim! Mas seria necessário que ela própria fosse, então, uma empresa de… mercado! Ou estaremos no pior dos mundos. E, creiam, o fato de ser empresa mista torna, então, a equação pior ainda.

Explico. Tivéssemos uma multiplicidade de empresas de refino no país, ao fazer seu preço, cada uma delas desenharia as suas próprias estratégias para ganhar mercado — desde que não formassem cartel. Não seria a primeira vez que uma empresa privada absorveria um custo, diminuindo seu lucro ou mesmo arcando com prejuízo temporário, para ganhar consumidores.

Mas, ora vejam, inexiste essa liberdade. E, na prática, quando a Petrobras faz o seu preço, ela não o faz, ela o impõe, porque o consumidor não tem alternativa, não é mesmo? Ou tem?  Não faz sentido que, em nome do capitalismo, da livre concorrência e dos valores do mercado, a gente defenda que uma empresa monopolista defina o preço de um produto que, em caso de curto-circuito econômico-social, pode conduzir o país ao caos.

Blog do Reinaldo Azevedo



sábado, 31 de março de 2018

A REVOLUÇÃO DE 31 de março de 1964 E OS MORTOS QUE O BRASIL NÃO CHORA E NÃO HONRA!

Uma das premissas para um povo se tornar uma nação evoluída é conhecer e respeitar o seu passado histórico. A história dos povos está cheia de erros e acertos; eventualmente e temporariamente estes dois aspectos se confundem ao sabor dos tempos. Mas não há nada como o decorrer dos dias...

Durante 21 anos a partir do dia 31 de março de 1964 o Brasil viveu sob a égide de cinco presidentes militares. Foram anos difíceis e conturbados. Eram dias perigosos no mundo inteiro. Os mais jovens não se recordam: havia a guerra fria e o Muro de Berlim. Havia o capitalismo e o comunismo. Havia a liberdade e a escravidão do pensamento. 

O Brasil foi levado de roldão pelo furacão da história e não saiu ileso. Quando o General Mourão Filho movimentou as suas tropas na madrugada de 31 de março dando início à Revolução de 1964, o comunismo fincava suas garras sobre o território brasileiro já de longa data. Não fosse a coragem e o patriotismo de um punhado de oficiais das nossas Forças Armadas, o Brasil teria sido submetido durante longos anos ao terror da longa noite comunista. Somente os mais desinformados ainda acreditam que a esquerda implantara a luta armada em favor da democracia. 

Os “anos de chumbo” foram na verdade o período em que duas ideologias antagônicas se digladiaram no Brasil, a exemplo do que ocorreu na Coreia, Vietnam ou nos países do leste europeu tentando se libertar da opressão do monstro soviético. A grande questão é que aqui no Brasil se permitiu que os perdedores escrevessem a história a seu bel prazer e sem nenhum compromisso com a verdade e com os fatos ocorridos. Decorre desta omissão dos vencedores a ignorância da nossa juventude.

Assim, nossos jovens em mais um aniversário da  Revolução de 31 de março, continuam acreditando em heróis de papel, chavões de marqueteiros e mentiras cuidadosamente repetidas. Homens e mulheres dos dois lados tombaram naqueles anos: militares, militantes e inocentes. O terrorismo comunista não poupou o solo brasileiro e também aqui deixou a sua marca de sangue, dor e ódio. Os mortos daqueles anos (não importando o lado em que estivessem) nos encaram dos seus túmulos e perguntam: valeu a pena o nosso sacrifício? Militares e militantes – e aqui excluo os inocentes que morreram vítimas da luta instalada no Brasil – lutaram e morreram defendendo os ideais em que acreditavam. Merecem respeito justamente por isso, ainda que a esquerda tenha escolhido o caminho errado da guerrilha e do terrorismo. Merecem respeito porque na sua ótica lutavam por um Brasil que acreditavam poderia ser melhor. É preciso recordar-se que naqueles anos (1960/1970) o projeto comunista/socialista ainda não havia naufragado miseravelmente no lamaçal da corrupção e da incompetência. 

Nossos jovens daqueles anos parecem ter convivido com Theodore Roosevelt, que certa ocasião afirmou: "é muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota." Os jovens de hoje, com raríssimas e honrosas exceções, formam fila na penumbra cinzenta, para tristeza de nossa Pátria Mãe Gentil.

O Brasil não honra e não chora os seus mortos daquele período. Não os honra porque não conhece a sua verdadeira história (e a maioria nem se interessa em conhecer). Não chora justamente porque não se pode lamentar aquilo que se desconhece. O Brasil precisa fazer as pazes com a sua história. Precisa estudá-la, divulgá-la, analisá-la, discuti-la; ela precisa estar nas nossas salas de aula conduzida pelas mãos e mentes de verdadeiros Mestres e não por ideólogos de doutrinas fracassadas. Só assim, os sacrifícios daqueles anos não serão em vão. Só assim os nossos mortos serão honrados e poderão descansar em paz. Só assim poderemos nos tornar, enfim, uma grande Nação.

Robson Merola de Campos - Advogado- Transcrito do TERNUMA - Terrorismo Nunca Mais