Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Estamos
terminando o primeiro quadrimestre do novo governo.
Em pouco mais de
cem dias, o estrago já é visível por todo canto.
A deterioração do país
tem sido acelerada demais, mesmo para aqueles, como eu, que sempre
esperaram o pior quando a turma resolveu fazer o L.
Chega-se
a questionar se não é intencional, para avançar com o projeto
totalitário de poder, que demanda caos social para justificar mais e
mais estado em todo lugar. Se, por um lado, uma tranquilidade econômica
daria tempo ao PT para seu projeto de poder, esse clima de anomia serve
como pretexto para mais controle ainda
Na área
econômica, o governo apresentou seu "calabouço fiscal", e até o ministro
Haddad, poste de Lula, já diz agora que "se economia continuar
desacelerando, vamos ter problemas fiscais". As previsões começam a
sinalizar graves crises à frente. [e só uma coisa para a desaceleração da economia: a saída do apedeuta petista.]
O ex-presidente do
Banco Central Armínio Fraga, tucano que fez o L para"salvar a
democracia",criticou duramente o arcabouço [calabouço.] fiscal proposto pelo governo
federal, em audiência no Senado nesta quinta-feira. Ele afirmou que a
aritmética da proposta não fecha. Durante o debate sobre juros, Fraga
também afirmou que 2023 é o ano da economia e que há um risco de o país
"desembocar em um grande fiasco". Arminio está com medo?
No
âmbito internacional é vergonha atrás de vergonha. Agora sim, o
brasileiro vai saber o que é ser um pária mundial.
Lula resolveu atacar
os Estados Unidos, a Ucrânia e até a ONU, enquanto sai em defesa das
ditaduras comunistas da China, Venezuela, Cuba e Nicarágua. O
desmatamento bate recordes, o presidente comete gafes contra Israel, é
um verdadeiro show de horrores!
O MST voltou a
invadir com vontade propriedades rurais, inclusive da Embrapa, e o
governo propõe "diálogo".A Folha de SP diz que Lula estaria irritado
com seus antigos aliados,mas é tudo mentira: a presidente do PT, Gleisi
Hoffmann, condenou Arthur Lira por apoiar a CPI do MST, saindo em
defesa do "movimento social". Tudo teatro: o MST invade pois tem
companheiros no poder, e o intuito é espalhar o caos no campo mesmo,
além de demandar mais verba estatal.
No quesito
liberdade de expressão o Brasil lulista caminha a passos largos rumo ao
totalitarismo comunista. O PL da Censura vem aí, criando o Ministério da
Verdade.
A narrativa dos blogueiros petistas segue espalhando... Fake
News. A Lei de combate às Fake News vai "acabar com as mentiras nas
redes sociais", assim como a Lei do Desarmamento acabou com as armas dos
marginais nas favelas...
Analistas atentos sabiam
que a volta de Lula ao poder significava enorme risco para o Brasil, mas
mesmo os mais pessimistas pensavam que a destruição seria mais lenta.
O
PT chegou com vontade de destruir tudo de vez, ninguém pode negar. Lula
não tem tempo a perder: ele sabe que se for aos poucos o sistema tucano
pode se livrar dele novamente.Ou vai ou racha: o PT tentará
transformar o Brasil numa Venezuela ainda no primeiro ano de governo!
MST não quer terra nenhuma, só dinheiro vivo – e quem paga é o povo - Foto: Reprodução/MST
O MST,esse 'santo sacrário' de Lula, da esquerda nacional e de quem acredita que o Brasil, a esta altura do século XXI, ainda precisa de uma "reforma agrária", nunca quis distribuir terra para ninguém.
Desde o começo das suas operações, ficou claro que é uma sociedade comercial com sócios-proprietários, acionistas e funcionários de carreira, com o objetivo de explorar o mercado mundial da piedade com o “camponês” explorado pelos “ricos” e sempre pronto a dar dinheiro para um “mundo mais justo”. Mais: cria e aproveita oportunidades para assaltar o Tesouro Nacional, em parceria com políticos que também estão pouco ligando para a "situação social"no campo; o que querem é verba, voto e cartaz.
O resultado prático disso é que o MST e seus derivadostêm um único interesse real, estratégico e político: manter vivo, e sem solução, o “problema da terra”. É dele que vivem. Estarão mortos o dia em que todos os brasileiros do mundo rural tiverem seu próprio pedaço de chão. Por isso ficaram tão ferozmente contra a distribuição, no governo passado, de mais de 300.000 títulos de propriedade a brasileiros que querem trabalhar na terra.
O MST está invadindo de novo propriedades rurais e órgãos do governo, com estímulo ou omissão da autoridade pública. [estímulo criminoso; exemplo: os facínoras do MST, desobedeceram ordem judicial para desocuparem em três dias, terras que invadiram da Suzano - Papel e Celulose. Que fizeram os criminosos? com o apoio de um dos ministros do atual presidente - não lembramos o nome do ministro, estamos aguardando que os 37 se reduzam a uns 10, para escolhermos se tem algum nome que valha a pena ser memorizado - que se acumpliciou com outro, também desconhecido, e marcaram reunião para na próxima quinta decidirem se cumprem ou não a ordem judicial. Em nossa opinião já passa da hora do ilustre magistrado que foi desobedecido e ignorado, determinar a prisão dos dois ministros e de quantos marginais do MST forem encontrados e fazer cumprir a DECISÃO JUDICIAL.
ORDEM JUDICIAL NÃO SE DISCUTE, SE CUMPRE - sendo cabível eventual discussão se usa os meios previstos em lei para contestar, sem prejuízo do cumprimento da ORDEM questionada.]
Essa trapaça, que dura há décadas, acaba de receber uma espécie de selo de aprovação do governo Lula, com ata de reunião, documento oficial e número de protocolo.
Atesta-se aí pública e abertamente, pela primeira vez, que o MST não quer terra nenhuma, e sim dinheiro vivo.
O dinheiro, naturalmente, é o seu, tirado diretamente dos impostos.
Não se de trata de uma “reivindicação política” de ordem geral.
O que houve de fato, numa reunião oficial do MST com o ministro da Fazenda,foi a exigência de um pagamento específico e determinado de 1 bilhão de reais, a ser depositado nas contas bancárias da organização. Isso mesmo: 1 bilhão de reais, uma em cima da outra.
Foi apresentada, é claro, a desculpa de que esse dinheiro se destinaria à “aquisição de terras” para os “camponeses”, mas quem conseguiria acreditar numa história dessas?
Se querem mesmo terra, por que não pedem terra?
O governo está cheio de terra – é, aliás, o maior proprietário de terras do Brasil, disparado. Nada disso:o que eles querem é 1 bilhão de reais.
É uma extorsão. O MST está invadindo de novo propriedades rurais e órgãos do governo, com estímulo ou omissão da autoridade pública; diz que vai invadir mais, se não receber dinheiro.
Se invadir os edifícios dos Três Poderes é crime, terrorismo e golpe de Estado, por que invadir e destruir instalações da Embrapa é permitido?
O MST sabe perfeitamente que está acima da lei. O STF processa de modo enfurecido, sistemático e ilegal tudo o que considera “antidemocrático”, ou “terrorista”, ou contra o “patrimônio do Estado brasileiro”.Mas o MST invade e destrói propriedades da Embrapa, a grande turbina do avanço da economia rural no Brasil, e não acontece absolutamente nada aos seus donos. É o contrário. Eles fizeram parte da comitiva oficial de Lula à China.Continuam ganhando postos-chave no comando do Incra e de outros órgãos oficiais ligados à terra.
Por decisão do STF, os proprietários rurais não podem pedir à polícia ou à justiça que os defendam quando suas fazendas são invadidas: têm de “negociar” com os invasores, como um cidadão que precisasse negociar com os assaltantes quando invadem a sua casa para roubar.
As instalações da Embrapa, para ficar só nessa parte do problema, são patrimônio do Estado brasileiro, como o Palácio do Planalto e os edifícios do Congresso e do STF.
Se invadir os edifícios dos Três Poderes é crime, terrorismo e golpe de Estado, por que invadir e destruir instalações da Embrapa é permitido?
Por que os autores destes crimes viajam ao lado do presidente da República, despacham com o seu ministro da Fazenda (que põe boné do MST na cabeça) e pedem abertamente dinheiro público ao governo?Por que a lei brasileira não se aplica a eles?
Nos últimos 40 anos, a agricultura brasileira teve um
salto produtivo graças à incorporação de tecnologias que permitiram o
cultivo de novas áreas e um maior ganho de eficiência
Há uma semana, em 28 de julho, o Brasil comemorou o Dia do Agricultor. A
data remete à criação do Ministério da Agricultura, fundado em 1860,
por determinação de Dom Pedro II.
A precocidade da decisão é mais uma
prova de que as lavouras ocupam papel de destaque na economia local
desde que o país foi descoberto. Entre os primeiros grandes ciclos de
prosperidade da nação, está o cultivo da cana-de-açúcar, que teve início
em 1532 — logo que os portugueses iniciaram a colonização do litoral.
Das primeiras mudas introduzidas no território brasileiro até hoje, o
cultivo no campo passou por diversas transformações.
Foto: Shutterstock
Na década de 1980, ocorreu um dos últimos grandes movimentos que impulsionaram a agricultura brasileira. Produtores rurais migraram das regiões Sul e Sudeste do país para o Centro-Oeste, levando na bagagem técnicas mais modernas de agricultura. Isso fez com que a safra nacional desse um salto de quase cinco vezes nos últimos 40 anos.
Voltando ao açúcar, por exemplo, o Brasil é hoje o maior produtor mundial do alimento. De 8 milhões de toneladas em 1981, hoje são mais de 41 milhões de toneladas — um salto de mais de cinco vezes. Já a colheita de grãos passou de 52 milhões de toneladas para 255 milhões de toneladas no mesmo período.
Entre os principais produtos, estão arroz, feijão, caroço de algodão, gergelim, girassol, sorgo, milho e soja, como mostram os boletins elaborados pela Companhia Nacional de Abastecimento.
Um salto da agricultura brasileira Para conseguir o feito, o avanço tecnológico incorporado à agricultura foi fundamental. Além da ampliação do uso de tratores, cuja frota nacional passou de 500 mil, em 1980, para cerca de 1,25 milhão, em 2017, a utilização de adubos e defensivos agrícolas também foi imprescindível. E o mesmo pode ser dito sobre o desenvolvimento de novas variedades de sementes e mudas mais resistentes. “As soluções químicas estão entre as ferramentas que mais se relacionam com o incremento da produção na lavoura”, explica Andreza Martinez, diretora de Defensivos Químicos da CropLife Brasil, associação que reúne especialistas, instituições e empresas que atuam na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologias agrícolas. “A revolução verde, por volta de 1960, introduziu essas inovações e, assim, contribuiu para aumentar drasticamente a produtividade de praticamente todas as culturas, não só no Brasil, mas no mundo.”
Andreza cita ainda estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura que ilustram a necessidade de defensivos e fertilizantes para a agricultura. De acordo com o órgão, cerca de 40% da produção agrícola do mundo é perdida todos os anos em razão de ataques de pragas.
“As doenças das plantas custam à economia global mais de US$ 220 bilhões por ano”, ressalta Andreza. “As culturas alimentares competem com 100 mil espécies de fungos patogênicos, 10 mil insetos herbívoros e 30 mil espécies de plantas daninhas. Ou seja, sem a contribuição dos defensivos agrícolas, esses agentes de redução de produtividade agiriam sobre as culturas sem nenhum controle, causando perdas muito grandes.”
Quanto à aplicação dos fertilizantes, a correção do solo permitiu, por exemplo, que as áreas de cerrado pudessem ser exploradas. O desbravamento dessas regiões surpreendeu até mesmo Norman Borlaug, um químico laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 1970, pelas contribuições que deu à agricultura.
“O cerrado brasileiro está sendo palco da segunda ‘revolução verde’ da humanidade”, declarou Borlaug, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, em 1994. “Os pesquisadores brasileiros desenvolveram técnicas que tornaram uma área improdutível há 20 anos na maior reserva de alimento do mundo.”
Entre 1981 e 2021, a área ocupada por culturas de grãos em Mato Grosso cresceu praticamente 15 vezes. Ela partiu de pouco mais de um milhão de hectares para 17 milhões hectares. As plantações de soja lideraram esse processo. Hoje, o Estado localizado no Centro-Oeste é o maior produtor desse grão no país. No começo da década de 1980, a safra de soja mato-grossense era de cerca de 360 mil toneladas, menos de 3% de toda a colheita nacional. Em 2021, os agricultores do Estado colheram cem vezes mais, chegando a 36,5 milhões de toneladas com essa cultura, ou seja, pouco mais de um quarto de toda a safra brasileira de soja no ano passado.
As novas técnicas envolvem ainda o plantio direto no solo e a manutenção palhada — restos das plantas —, deixada depois da colheita. Justus também cita o desenvolvimento de novas sementes e variações de plantas. “O cerrado não valia nada, porque dava, no máximo, um gado solto, criado de forma extensiva”, lembra. “Hoje, são plantadas ali duas safras por ano. Isso é possível porque, no sistema de agricultura tropical brasileiro, é feito um plantio de soja, que carrega o solo de nitrogênio, absorvido depois no plantio do milho.”
Justus afirma que tanto a soja quanto o milho não teriam se adaptado ao Brasil sem os fertilizantes nem os defensivos. O cultivo feito sem esses insumos renderia uma safra que não cobriria os custos de produção, segundo o especialista. Além disso, “a utilização do adubo químico é uma reposição de nutrientes necessária para a produção”, argumenta.
A combinação de ciência e tecnologia, aliada à expansão do plantio, trouxe um ganho de produtividade que é medido pela quantidade colhida em uma mesma porção de terra. Em 40 anos, a safra de soja por hectare praticamente dobrou nas lavouras mato-grossenses. Para os grãos de modo geral, o ganho passou de três vezes.
Aprendendo com o mundo Para que esse leque de tecnologias se disseminasse, Alysson Paulinelli, ex-ministro da Agricultura, foi fundamental. Na década de 1970, ele ocupou o cargo de ministro da Agricultura e se envolveu na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ele lembra que, em 1974, nenhum país tropical tinha o conhecimento científico próprio necessário para desenvolver a agricultura nessas áreas.
A quantidade de alimentos que o Brasil produz atualmente é suficiente para abastecer por volta de 1 bilhão de habitantes ao redor do planeta
“Nós mandamos mais de 1,5 mil técnicos para os melhores centros de ciência do mundo”, conta. Eles tinham de ir até lá, ver o que se fazia de melhor, mas tinham o compromisso de voltar e desenvolver aqui a tecnologia e a inovação para o bioma tropical brasileiro”, contou. “E isso deu certo, porque, além desse esforço, nós criamos a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural, responsável por transferir a tecnologia desenvolvida para os produtores rurais.”
Safra de ganhos para o Brasil Mais grãos e pastos melhores também impulsionaram os rebanhos brasileiros.Todas essas transformações aumentaram a relevância da agropecuária no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 1990, o setor foi responsável por 6,7% de PIB. No ano passado, essa fatia subiu para 14%. Na pauta de exportações, houve a mesma expansão. De cada US$ 100 que o Brasil ganhou com o mercado externo em 1997, US$ 11 vieram da produção rural. Em 2011, essa relação cresceu para US$ 20 por US$ 100.
A quantidade de alimentos que o Brasil produz atualmente é suficiente para abastecer por volta de 1 bilhão de habitantes ao redor do planeta. A média de calorias disponível diariamente por brasileiro chega a 3,3 mil — são 100 quilocalorias a mais que a Suécia, e acima também de nações como Holanda e Nova Zelândia, conforme mostram dados de um levantamento realizado em 2018 pelo site Our World In Data, vinculado à Universidade de Oxford.[e aquela sueca, Greta qq coisa,quer cantar de galo no Brasil.]
De arroz e feijão, o prato mais popular do país, são cerca de 60 quilogramas por habitante anualmente. O consumo médio interno de carnes, somando aves, bovinos e suínos, foi de cerca de 100 quilos por cabeça em 2021. De leite, a disponibilidade passa de um copo por dia para cada brasileiro. E ainda existe a produção de itens análogos à alimentação, como os biocombustíveis. A fabricação brasileira de etanol, sozinha, bateu cerca de 30 bilhões de litros no passado. E, em biodiesel, foram quase 7 bilhões de litros.
Produzindo com preservação ambiental Essa produção toda foi possível aliando preservação de matas nativas, uma vez que 66% do território nacional está intocado. Levantamentos realizados pela Embrapa, pela Nasa e pelo Mapbiomas mostram que a agricultura ocupa apenas 8% de todas as áreas brasileiras.[as terras indígenas, ociosas, ocupam quase que o dobro. E quando somadas com a pecuária, as terras ocupam o dobro das terras ociosas = terras indígenas.] Somando com a pecuária, as terras destinadas ao agronegócio representam cerca de 30% do país.
A área preservada corresponde ao território de 17 Estados brasileiros, incluindo os dois com o maior território: Amazonas e Pará. Ao mesmo tempo, a área empregada para o cultivo das lavouras equivale ao tamanho de Goiás e Tocantins.
É a revolução verde. Um verde que vem tanto da agricultura quanto do meio ambiente.
A doutrinação esquerdista domina o pensamento acadêmico, desde os livros didáticos até as escolas e as universidades
7 de janeiro de 2021. Durante uma live para
estudantes, o professor Pedro Hallal, da Universidade Federal de
Pelotas, “ensinou” para seus alunos que o presidente Jair Bolsonaro
tentou “dar um golpe” na instituição, ao indicar para a reitoria a
terceira colocada na lista tríplice. [esse Hellal nunca mereceu nossa confiança, desde o inicio da covid-19, quando posava de 'especialista' em covid-19 e se limitava a repetir as bobagens que outros, também denominados 'especialistas' pela TV Funerária, já tinham expelido.]
Ilustração: Shutterstock
Durante a transmissão, Hallal chamou Bolsonaro de “defensor de torturador” e o “único chefe de Estado do mundo que não defende a vacinação contra a covid-19”. Não ficou por aí. O pró-reitor Eraldo Pinheiro tomou a palavra e qualificou o presidente de “sujeito machista, homofóbico e genocida, que exalta torturadores”.
14 de dezembro de 2020. Escola Municipal Guerino Zugno, em Caxias do Sul (RS). A professora Monique Emer se lamentava em sala de aula porque Pepe Vargas, candidato do PT, perdera a disputa pela prefeitura do município. Vargas foi ministro do Desenvolvimento Agrário da ex-presidente Dilma Rousseff.
Em um áudio vazado,Monique declara aos alunos: “Da direita, quanto mais morrerem de covid-19, aids, câncer fulminante, melhor. Já que a gente não pode fuzilar, então que vão à praça fazer bandeiraço e, se Deus quiser, morram tudo de covid. Adultos, mulheres, idosos e crianças. Não vale um, não se salva um”.
Em seguida, a educadora fez uma publicação em sua conta no Facebook defendendo a necessidade de “canalizar a revolta incendiária de estudantes” em prol de pautas de esquerda. “Onde está a resistência?”, perguntou a professora. “Barricadas? Incêndios? Mobilização popular?” Dias depois, Monique foi afastada do cargo pela Justiça.
“Esse imbecil ganhou porque a maioria votou” Professores deveriam ensinar suas matérias e não usar a influência que têm sobre os alunos para fazer doutrinação político-partidária. Mas isso não impede que eles ajam para influenciar diretamente os estudantes, inclusive nas escolas particulares.
Abril de 2019. Um professor de geografia ataca o presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores. “Já pararam para pensar que esse imbecil ganhou porque foi a maioria que votou?”, pergunta o docente à classe, que se manteve em silêncio. “Mas sabe o que é pior? É quando a maioria que ganha quer que a outra parte se foda. Se a maioria ganha e quer ajudar o resto, é uma coisa, mas quando a maioria ganha e quer que o preto se ferre, o pobre se ferre, o gay se ferre e a mulher se ferre, aí é pior que uma ditadura.” Ele foi demitido depois de o vídeo ser publicado nas redes.
Na semana passada, outro caso chocou o país.A indígena Sônia Guajajara, ex-PT e atual Psol, ex-candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos, dava uma palestra na Escola Avenues, em São Paulo, que cobra mais de R$ 12 mil de mensalidade de seus alunos.
Previsivelmente, a política psolista atacava o agronegócio brasileiro e o governo federal. Um estudante pediu a palavra e expôs seu ponto de vista, o que não agradou ao professor Messias Basques.
A arrogância do fake Harvard O professor constrangeu o aluno diante de uma plateia de 300 estudantes. “A minha recomendação é a seguinte: respeite-me, porque sou doutor em Antropologia”, disse. “Não tenho opinião, sou especialista em Harvard. Isso é ciência. No dia em que você quiser discutir conosco, traga seu diploma e sua opinião, fundamentada em ciência. Aí sim poderá discutir com um especialista em Harvard.”
A plateia, formada por adolescentes, aplaudiu a arrogância do educador. Basques, na verdade, não tem diploma na universidade norte-americana de Harvard,mas apenas o certificado de um curso on-line que custou US$ 250.
Uma das vítimas preferidas dos redatores dos livros didáticos é o agronegócio
Na sequência, Guajajara retomou sua apresentação e criticou “fazendeiros”, que, segundo ela, ocupam terras que deveriam ser redistribuídas para a população: “É preciso democratizar o acesso às terras”. Em carta, o aluno manifestou seu descontentamento. “Falar do agronegócio de maneira tão pejorativa, para uma audiência de 300 pessoas, deixou-me extremamente ofendido”, ressaltou. “Os pais dos meus amigos trabalham no agronegócio, minha família vem da agropecuária.” [a índia Guajajara deveria começar a democratização distribuindo para os brasileiros a imensidão de 'terras indígenas' que eles possuem e não trabalham nelas - dividindo a área total de terras indígenas no Brasil pelo número de índios, resulta mais de 4.000 hectares/índio. Um hectare equivale a um campo de futebol.]
Até o momento, o professor Messias Basques continua integrando o corpo docente da escola, apesar de manifestações de repúdio de diversos pais. A instituição emitiu uma nota minimizando o ocorrido.
100% de doutrinação A doutrinação em sala de aula começa nas páginas dos livros didáticos, cujo conteúdo é elaborado por professores universitários — a maioria com viés de esquerda. O cientista político Fernando Schüler, professor do Insper, conta o que descobriu, em 2016, ao se debruçar sobre os principais livros didáticos do Brasil, com o objetivo de responder à pergunta: há ou não doutrinação ideológica nesse material?
“Dos dez livros que analisei, 100% tinham um claro viés ideológico”, disse Schüler, numa entrevista a Oeste.“Não encontrei, infelizmente, nenhum livro ‘pluralista’ ou particularmente cuidadoso ao tratar de temas de natureza política ou econômica. São todos livros mancos. E sempre para o mesmo lado.”
Além do capitalismo e do conservadorismo,uma das vítimas preferidas dos redatores desses livros é o agronegócio, retratado como um vilão da natureza. Essa visão distorcida da realidade origina-se do estrabismo marxista sobre vários aspectos da sociedade, constatou o professor Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo. “Existe um predomínio do pensamento de esquerda nas Ciências Humanas no Brasil e no mundo ocidental”, afirmou Aguiar. Para ele, a esquerda conseguiu vencer no campo ideológico-cultural, apesar da queda do Muro de Berlim, muito em razão da propaganda bem-sucedida. “Isso atinge as escolas, porque os professores são educados com base nessa formação.”
Essa deformação do ensino do agronegócio foi o estopim para a criação do De Olho no Material Escolar. O movimento começou quando a produtora rural Letícia Zamperlini presenciou as aulas on-line da filha de 10 anos durante a pandemia. Entre outras coisas, o setor era apresentado às crianças como responsável pela miséria de povos indígenas. “São inúmeros os exemplos”, contou Letícia, numa reportagem de Oeste. “Todo mundo que nos procura tem uma história para contar. Se você está perto e olha o material escolar, mesmo não sendo do agro, percebe o tom negativo e uma ausência de referências científicas. Não vemos citações da Embrapa, do Ibama ou de órgãos confiáveis.”
Hoje, são mais de 4 mil simpatizantes e centenas de associados espalhados por dez Estados brasileiros. O grupo já se encontrou com representantes dos ministérios da Educação e da Agricultura, além de ter conseguido das editoras a promessa de revisar os livros didáticos. Há duas semanas, um evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reuniu produtores rurais, diretores de escolas e representantes das principais editoras do país.
A tirania da minoria Para Ilona Becskeházy, ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, as universidades são dominadas pela esquerda em virtude de um processo complexo e demorado de ocupação de espaços. Como a classe intelectual é a responsável por formar diversos ramos da sociedade, a exemplo da classe política, a visão de mundo da esquerda acaba sendo hegemônica. “São esses acadêmicos que escrevem e controlam a qualidade dos livros didáticos, por exemplo”, explica. “Não tem como dar certo.”
Resolver um problema dessa magnitude leva tempo. A presidente do Instituto Livre pra Escolher, Anamaria Camargo, apoia a criação de instituições de ensino com diferentes vieses filosóficos, religiosos e outros focos pedagógicos, como o sistema STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português). “Devemos garantir a liberdade das famílias para que possam escolher aquela que está de acordo com seus valores”, disse. [a praga do maldito esquerdismo progressista encontra campo fértil mais na área de Humanas.]
Nesse modelo, Anamaria defende a criação de um sistema de vouchers, em que cada família possa usar o valor do recurso estatal que cabe à educação do seu filho no colégio de sua escolha, como na Holanda. “Enquanto couber ao Estado e àqueles que dele vivem, como sindicatos, escolher as ‘vozes’ que devem ser elevadas e as que devem ser caladas em todas as escolas, jamais teremos uma real pluralidade de ideias.”
Os “líderes geniais das massas” Cláudia Costin, especialista em educação e ministra da Administração do governo FHC, critica a formação de professores e defende a ideia de que o primeiro passo para alcançar uma escola plural é ensinar os educadores a praticarem, em sala de aula, o debate livre de ideias. “Na escola, sempre houve a tentação de doutrinar”, afirma Cláudia.
A especialista advertiu que esse cenário acaba empobrecendo a produção intelectual dos educadores, a exemplo dos livros didáticos, que oferecem uma visão muito limitada da realidade. “Sobretudo os de geografia”, observou, ao mencionar o agronegócio sendo retratado como inimigo. “Não se deve demonizar um setor da economia que gera renda e emprego.”
Ela defende ainda a ideia de que haja uma abordagem mais ampla dos assuntos, que possa oferecer os dois lados da moeda para o aluno, sem ocultar fatos ou tentar prejudicar determinada pauta. “Precisamos fugir da ‘verdade única’. Educação é formar pensadores autônomos e não pessoas que vão seguir ‘líderes geniais das massas’.”
A Embrapa Territorial identificou quase 3 milhões de
hectares com condições favoráveis para a triticultura nos cerrados
brasileiros
Plantação de trigo | Foto: Shutterstock
Companheiro! Hoje, essa expressão possui tons políticos. Seu significado literal evoca aquele com quem compartilhamos o pão (cum panis).
O pão é um dos maiores símbolos da alimentação humana. É alimento
material e espiritual. Como na metonímia, o pão nosso de cada dia. O
Cristianismo considera Jesus Cristo o Pão da Vida (Jo 6,48) e associa
Pai Nosso (ORAÇÃO) e Pão Nosso (EUCARISTIA). A fabricação do pão é
simples: farinha de trigo amassada com água e um pouco de sal. A massa
com levedura descansa, cresce e vai a um forno com temperaturas altas.
Quando falta trigo, falta pão. E não só. A farinha de trigo é a base de
macarrões, bolachas, bolos, pizzas, pastéis, pudins, bolinhos…
O trigo é o segundo cereal mais cultivado e produzido no mundo,
depois do milho. E é também o segundo cereal em consumo humano, depois
do arroz. Mais de 70% do trigo é destinado à alimentação humana,
enquanto boa parte do milho é usada na produção de etanol, ração animal e
outras finalidades não alimentares. O trigo é a principal fonte de
calorias em mais de 80 países. O Brasil, grande produtor e exportador de
alimentos, depende de importações de trigo.
Em 2021, houve uma exportação recorde de mais de 2 milhões de toneladas de trigo brasileiro
O Brasil é o sétimo importador mundial de trigo e compra na ordem de 7
milhões de toneladas por ano, essencialmente da Argentina (85%). Foram
quase US$ 3 bilhões, apenas em 2021, enviados ao exterior para não
faltar pão nem macarrão. Em 2021, o país plantou 2,74 milhões de
hectares de trigo e colheu 7,7 milhões de toneladas. Uma safra recorde. O
consumo interno foi de 12,5 milhões. A atual produção brasileira atende
mais da metade da demanda interna.
Os cinco principais exportadores de trigo são Rússia, Estados Unidos,
União Europeia, Ucrânia e Argentina. A produção mundial em 2020 foi da
ordem de 770 milhões de toneladas, cultivados em cerca de 219 milhões de
hectares. Rússia e Ucrânia representam juntas cerca de um terço do
trigo exportado no mundo e são os grandes fornecedores da África do
Norte. A Ucrânia é o quarto exportador de trigo. A guerra elevou o preço
internacional do trigo em mais de 30%.
Moinhos, indústria agroalimentar e de rações relutam em pagar por
aqui as valorizações refletidas do mercado internacional pela guerra
para os cereais. O milho está em patamares próximos das máximas
históricas no Brasil. As cotações do trigo atingiram o maior valor em 14
anos. O mercado interno anda devagar, à espera de alguma pouco provável
acomodação nos preços.
O Brasil também exporta trigo. Milhões de toneladas. Todo santo ano.Em 2021, por razões logísticas e econômicas, houve uma exportação recorde de mais de 2 milhões de toneladas de trigo brasileiro. E a exportação prossegue em 2022. Razões de mercado não faltam, e a guerra na Ucrânia ajuda.
Com câmbio favorável e um mercado interno em marcha lenta, a exportação de trigo atingiu volumes nunca vistos. A estimativa de exportação de trigo do
Brasil no período 2021/22 (de agosto a julho) foi revisada de 2,5 para
2,7 milhões de toneladas. De dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, os
embarques de trigo somaram cerca de 2 milhões de toneladas, o dobro do
volume de todo o ano passado. Em todo o mundo, a guerra ampliou a
exportação de trigo em 25%.
Isso comprometeu a disponibilidade interna e as margens dos moinhos.
Logo, o Brasil só contará com as importações para atender à demanda
interna, até a nova safra, em setembro. Para o presidente da Associação
Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo),
Rubens Barbosa, o Brasil vive o livre mercado. Isso proporciona
exportações na conjuntura atual e estimula a ampliação do plantio na
nova safra. Em 2022, o Brasil semeará 3,6 milhões de hectares, a maior
área dos últimos 36 anos. Se o clima ajudar e a produtividade média
atingir 3 toneladas por hectare, a produção nacional se aproximará de 10
milhões de toneladas.
O trigo pode seguir o caminho da soja e do milho nas últimas décadas.
Em 20 anos, o Brasil passou de 35 milhões de toneladas de milho por ano
para cerca de 120 milhões. Para a Embrapa Trigo,limitados unicamente ao mercado interno, os triticultores tinham poucos
incentivos. Agora, os preços externos elevados dão sustentação aos
preços internos. A demanda da indústria brasileira é boa e oferece
garantias aos produtores. A Argentina, principal exportador para o
Brasil, está diversificando seus mercados. O Brasil tem boas
oportunidades para ampliar a exportação ao mercado africano.
As regiões tradicionais no Paraná enfrentam dificuldades para
expandir a área de trigo. Os cultivos de inverno ocupam apenas 20% das
áreas cultivadas no verão. Já no Rio Grande do Sul, a área poderá
crescer em até 30% em 2022. A Embrapa, junto com o setor privado, lidera
a expansão de área e o aumento da produtividade do trigo tropical.
Minas Gerais e Goiás expandiram em mais de três vezes a área cultivada
entre 2012 e 2020, e ultrapassaram 100 mil hectares.
Experimentos da Embrapa e parceiros comprovam o potencial de produção detrigo tropical de sequeiro
no Norte e no Nordeste, como em Roraima, Piauí, Maranhão, Alagoas e
Ceará. Algo inimaginável tempos atrás. É a capacidade científica de
adaptar o trigo às condições tropicais, como foi feito para a soja, com
variedades adaptadas até ao clima equatorial. E essa expansão poderá
ocorrer sem implicar novos desmatamentos, em áreas já utilizadas nos
cerrados com a produção de grãos. A Embrapa Territorial identificou 2,7
milhões de hectares com condições favoráveis para a triticultura nos
cerrados brasileiros.
A produtividade do trigo aumenta constantemente. Na década de 1990, a
média era de 1,5 tonelada/hectare (ton/ha). Na de 2000, chegou a 2,5
ton/ha, quase 70% a mais. Hoje, as melhores lavouras já superam 5 ton/ha
nas regiões produtoras. No Cerrado, sob irrigação, com variedades da
Embrapa, como a BRS 264, produtores atingem mais de 9 ton/ha.Paulo
Bonato, de Cristalina (GO), colheu 9,63 ton/ha em 2021, um recorde
mundial de produtividade. O trigo avança, graças às melhores tecnologias
de produção, ao empreendedorismo e à competência dos agricultores.
A conhecida expressão “pão e circo” (panem et circenses) foi usada pelo poeta satírico romano Juvenal (Decimus Iunius Iuvenalis) para
denunciar a distribuição de pão e a organização de jogos pelos
imperadores romanos para desviar a atenção dos cidadãos de outras
preocupações importantes. No circo político atual do Brasil, o pão tem
sido usado para desviar a atenção dos legítimos problemas e de suas
verdadeiras soluções. A falta de trigo derivada da guerra neste momento é
estimada em menos de 1% do cultivo global. E a produção de trigo no
Brasil já é grande e pode avançar mais e rapidamente. Isso é relevante.
Para o presidente da Embrapa, Celso Moretti,
tempos de guerra relembram a importância da segurança nacional, e isso
inclui a segurança alimentar e a necessária autossuficiência brasileira
na produção de trigo. O país deve adotar as políticas e os mecanismos
necessários para expandir a produção tritícola. Não há solução mágica. O
Ministério da Agricultura aprovou um plano da Embrapa Trigo
para expansão da produção da triticultura no Cerrado. Os recursos
previstos de R$ 2,9 milhões fomentarão ações por 36 meses. Os objetivos
são: aumentar a área cultivada em 40% até 2025, de 252.000 hectares, em
2021, para 353.000 hectares; capacitar 70 assistentes técnicos; produzir
1.760 toneladas de sementes no período; apoiar dias de campo, unidades
demonstrativas, lavouras expositivas e visitas técnicas, além de fóruns e
reuniões de pesquisa.
As ações de pesquisa e transferência de tecnologia serão em São
Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, além
do Distrito Federal. Deveriam complementar essas ações, melhorias na
logística, impostos equilibrados e incentivos aos setores envolvidos, da
produção à pós-colheita.
Pão de hoje, carne de ontem e vinho de outro verão fazem o homem são,diz o adágio latino. Carnem hesternam, panem hodiernum, annotina vina, sume libens dicto tempore, sanus eris.
A sanidade alimentar está ao alcance de tratores e mãos dos produtores
brasileiros. Sus! A Embrapa estima ser possível produzir até 22 milhões
de toneladas/ano de trigo no Brasil. Isso triplicará a produção atual e
tornará o país um dos dez maiores exportadores de trigo. Sus! O Brasil
tem tecnologia e produtores preparados. Precisa subir no barco certo. Já
dizia Gil Vicente no Auto da Barca do Inferno: “Companheiro… Sus, sus! Demos à vela!”.
Ataques sucessivos envolvem ONGs, jornalistas, governos
estrangeiros e as chamadas revistas especializadas
Secas prolongadas e chuvas em excesso. Pragas e
ervas daninhas, além de muita saúva. Foi-se o tempo em que esses eram os
grandes inimigos do agronegócio brasileiro. Hoje, no Brasil, os
sabotadores da agricultura e da pecuária são igualmente nocivos, mas
combatê-los é bem mais difícil. Eles nascem em organizações não
governamentais, brotam em redações jornalísticas, desenvolvem-se em
agências de publicidade, crescem em gabinetes de Brasília, proliferam em
governos estrangeiros e se camuflam nas chamadas “revistas
especializadas”.
Em outubro de 2017, por exemplo, um artigo publicado pelo Psol
qualificou de “ecocida” o agronegócio brasileiro, acusado de ter
provocado um incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Fernando Tatagiba, então diretor do parque, também tentou envolver na
fogueira os fazendeiros da região, mesmo confessando que não existiam
elementos suficientes para identificar culpados. “O fato de o incêndio
ter surgido no interior do aceiro (espécie de trilha aberta no meio da vegetação ou próximo a estradas para tentar conter o avanço do fogo)
me leva a crer que alguém adentrou no parque e botou fogo”, disse
Tatagiba. “Não temos elementos para dizer quem é o responsável, mas
podemos dizer, com certeza, que é criminoso.”
Uma reportagem do Estadãomostrou que a resposta não era tão
singela. Os fazendeiros classificaram de absurda a acusação. “Estão
politizando o incêndio, querendo criminalizar os produtores, quando o
responsável por isso é o tempo seco”, disse Pedro Sérgio Beskow,
produtor rural em Cavalcante e presidente da Associação Cidadania,
Transparência e Participação, entidade que reúne pequenos e médios
ruralistas da região. O texto não descartava a hipótese de o fogo ter-se
originado de causas naturais.
Em outubro de 2021, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST) invadiram a sede da Associação Brasileira dos Produtores
de Soja (Aprosoja Brasil), em Brasília, depredaram o local e picharam
frases como “Agro é morte”, “Agro é fome” e “Soja não mata a fome”. O
surto de vandalismo teve repercussão internacional — traduzida em
manifestações de apoio aos baderneiros.
Em março passado, a fabricante de cervejas Heineken aderiu ao Dia
Mundial sem Carne. “Que tal comer e beber mais verde?”, propunha uma
postagem nas redes sociais da marca. “A cerveja feita com água, malte,
lúpulo e nada mais é a opção perfeita para o acompanhamento de hoje.”
Nove meses depois, o Bradesco teve uma ideia parecida. Num informe
publicitário, o banco resolveu relacionar o aquecimento global à pecuária brasileira.
No vídeo, três influenciadoras de YouTube sugeriam uma versão nacional
da Segunda-Feira sem Carne, com o objetivo de preservar o meio ambiente.
As ofensivas também vêm do outro lado do Atlântico. “Depender da soja
do Brasil é endossar o desmatamento da Amazônia”, delirou Emmanuel
Macron, em janeiro de 2021.[o gênio francês é também o autor de plantar em segundo andar no território do país que preside.]O presidente da França conclamava os países
europeus a produzir e consumir sua própria soja,para evitar a compra do
grão que, na sua cabeça, “era feito a partir da floresta destruída”.
Também essa declaração ecoou na imprensa historicamente desinformada.
Além de não serem grandes produtoras de soja, as propriedades rurais
localizadas na Amazônia são obrigadas a preservar 80% de sua área.
“É
como se você tivesse um carro, mas só pudesse usar o banco do
motorista”, compara Michel Muniz, assessor do projeto Farmun, que
estimula pesquisas científicas ligadas ao agronegócio em escolas de Mato
Grosso. “Ou como uma casa de cinco cômodos, em que só um pode ser
ocupado. Os outros devem ser arrumados e mantidos em ordem, mas ninguém
pode usá-los.”
Entre os incontáveis sabotadores do agro brasileiro, os engajados em
ONGs talvez sejam os mais agressivos. Em outubro do ano passado, a
organização austríaca AllRise chegou à estratosfera:denunciou o
presidente Jair Bolsonaro ao Tribunal de Haia por crime ambiental, em
razão dos desmatamentos na Amazônia. Numa reportagem da BBC, a ONG
afirmou que “as emissões de gases do efeito estufa advindas de queimadas
e da pecuária em escala industrial na floresta são agora maiores que o
total de emissões anuais da Itália ou da Espanha e estão levando a
Amazônia em direção ao ponto de desequilíbrio, para além do qual a
floresta entraria em estado de seca”. Para justificar o “crime contra a
humanidade”, a ONG atribui ao desmatamento no Brasil “as ondas de calor e
os incêndios florestais que se repetem no sul da Europa, em regiões do
Oceano Pacífico da América do Norte e na Austrália, além de enchentes e
outros problemas climáticos na Alemanha, Estados Unidos e China”.
Ciclo vicioso “Em 2009, durante a convenção do clima, foi pactuado que os países ricos iriam mobilizar US$ 100 bilhões por ano para serem investidos nos países em desenvolvimento e pobres, para que eles pudessem fazer transformações tecnológicas”, lembra Eduardo Lunardelli, produtor rural e ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente na gestão de Ricardo Salles. “Estamos falando de R$ 1,2 trilhão. Só que eles não aportaram até agora nem sequer US$ 12 bilhões. Ou seja, 1% do prometido.”
(...)
Essa dinheirama, contudo, acaba nas mãos de meia dúzia de ONGs. “Em muitos casos, é vetada a doação do dinheiro para a iniciativa privada, seja para pequenas empresas, cooperativas, tribos indígenas e outros agentes econômicos que não sejam ONGs”, diz Lunardelli. “Dessa forma, não há cooperação, inovação, inclusão, fomento ao empreendedorismo e à livre-iniciativa. Isso não beneficia quem está na ponta, não é usado contra o desmatamento nem para socorrer índios ou proteger a fauna e a flora silvestres. Os recursos são consumidos em estudos, workshops e viagens”. Lunardelli acusa também a existência de um grande esquema envolvendo forças à esquerda. “Se eu tivesse sido secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente no governo do PT, hoje estaria na FAO”, exemplifica. “Receberia o dinheiro para a locação, ficaria lá dois ou três anos, depois montaria uma ONG e iria para a ponta recebedora. Ou alguém realmente acredita que esses países estão doando dinheiro a fundo perdido para resolver um problema climático, ambiental?”
Golpe baixo Entre os beneficiários dessas doações, Lunardelli inclui dois dos 12 signatários de um artigo que configurou o mais recente golpe baixo contra o agronegócio brasileiro: Raoni Rajão, professor da UFMG, e o climatologista Carlos Nobre. Rajão é fundador do Laboratório de Gestão de Recursos Ambientais (Lagesa), integrado ao Departamento de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia (Laesa, da UFMG), que tem estreitas relações com o Observatório do Código Florestal e com instituições ligadas aos governos da Noruega, dos Estados Unidos, da Alemanha. O Observatório é composto das ONGs WWF, Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), SOS Mata Atlântica, The Nature Conservancy e Kanindé. JP Morgan, Intel e Ford são algumas das empresas envolvidas nessa rede.
Publicado na revista Biological Conservation, vinculada à empresa holandesa Elsevier, o artigo procura alvejar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e um de seus mais respeitados membros: Evaristo de Miranda.
Doutor em Ecologia e chefe-geral da Embrapa Territorial até dezembro do ano passado, Miranda é um dos mais respeitados especialistas em meio ambiente e agronegócio. (...) Para tentar desqualificar Miranda, que colaborou com todos os governos desde o presidido por José Sarney, o artigo começa por referir-se a ele como “guru ambiental de Bolsonaro”. A expressão foi usada pela revista Piauí em março de 2021. O conteúdo dos dois textos sugere que seus autores trocaram ideias intensamente.
Ficção e realidade Entre as acusações infundadas a Miranda, está a de que sua influência contribuiu para o “afrouxamento de normas ambientais”. Outra crítica mira o novo Código Florestal, considerado pelo mundo inteiro — com exceção dos autores da Biological Conservation — o mais rigoroso do planeta. “O Código Florestal foi uma tentativa bem-sucedida de proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo, garantir segurança jurídica aos agricultores”, resumiu Aldo Rebelo, relator do código e ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff. “Ele é extremamente severo com os agricultores. É só pesquisar o tamanho da reserva legal que um proprietário sueco, por exemplo, destinada ao meio ambiente. No Brasil, são em média 50%.”
A Embrapa contribuiu para que o Brasil, importador de alimentos na década de 1970, se transformasse num dos maiores exportadores de produtos agrícolas
Para Gustavo Spadotti, chefe da Embrapa Territorial, uma das provas do sucesso do código é que nem ambientalistas nem produtores rurais ficaram totalmente satisfeitos. “Talvez tenha sido a lei mais debatida da história”, observa. “Foram cerca de 200 audiências públicas até se atingir o equilíbrio entre produção e preservação.” Nesta quinta-feira, 10, a Embrapa soltou uma nota em que divulga as mais de 15 manifestações de apoio que recebeu das principais entidades agropecuárias do país desde a publicação do artigo.
O currículo de Miranda mostra que é possível conciliar o agro com a preservação ambiental. “Existe o agro antes e depois do livro Tons de Verde”, conta Lunardelli. “Escrito por Miranda, a publicação comprova que somos muito melhores do ponto de vista ambiental do que qualquer outro produtor rural do mundo. Podemos falar com orgulho que, para cada metro quadrado que o brasileiro planta, outro é dedicado à conservação.”
Essa realidade ajuda a entender a fúria de governos estrangeiros: os fatos desmontam a falácia que responsabiliza o agronegócio pelo desmatamento no Brasil. Lunardelli registra que o Brasil possui a maior reserva de água potável, terras agricultáveis não exploradas, biodiversidade e jazidas de minério do planeta. “Para os países desenvolvidos, sempre foi interessante articular estratégias para impedir a ocupação territorial do Brasil, que é basicamente uma reserva global”, diz. “Se um dia faltar minério no mundo, haverá na Amazônia. Se acabar água, a Amazônia terá de sobra. Especialista em análise de uso e ocupação territorial, Miranda provou que dois terços do território nacional são cobertos por vegetação nativa — e que 50% dessas áreas estão dentro dos imóveis rurais. A verdade é que ninguém quer salvar o planeta. Tudo é 100% interesse econômico.”
O país que alimenta o mundo
A Embrapa contribuiu para que o Brasil, importador de alimentos na década de 1970, se transformasse num dos maiores exportadores de produtos agrícolas. Projeções feitas por Elisio Contini e Adalberto Aragão, pesquisadores da Embrapa, atestam que o país alimentou, só com grãos, cerca de 800 milhões de terráqueos em 2020 — quase 10% da população mundial. Somente em grãos, foram 31 quilos de comida por habitante da Terra. Campos de soja, girassol e milho | Foto: Shutterstock
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os frangos existentes no país somaram 1,5 bilhão de cabeças em 2020. Em segundo lugar aparecem os 220 milhões de bovinos. O terceiro lugar fica com os mais de 40 milhões de suínos. Essa trinca gerou 30 milhões de toneladas de carnes, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Caso fosse consumido exclusivamente em hambúrgueres, esse colosso abasteceria 500 bilhões de sanduíches — 65 por habitante no planeta. O Brasil também é o maior fornecedor mundial de açúcar, soja, café e suco de laranja.
Produção com preservação Paralelamente a essas cifras superlativas, o país preserva quase 67% do seu território: 10% desse total são unidades de conservação. Outros 14% são terras indígenas e outros 10%, “terras devolutas e não cadastradas”. Mais de 33% — ou seja, um terço do país — de áreas dedicadas à preservação da vegetação nativa estão em propriedades rurais, em terras privadas. Estudos da Embrapa revelam que fazendas e sítios brasileiros preservam uma área de florestaequivalente à soma de dez países europeus:Irlanda, Reino Unido, Portugal, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Áustria e Itália.
O agronegócio utiliza menos de 30% das terras brasileiras (250 milhões de hectares). Desse total, pouco mais de 21% são ocupados por pastagens. As lavouras não chegam a 8% do território brasileiro. O 1% restante são florestas plantadas, sobretudo eucalipto. Nos Estados Unidos, quase 75% do território é destinado à agropecuária. Os agricultores brasileiros sabem explorar a terra como poucos: em 2022, enquanto a média mundial alcança menos de 3 toneladas de soja por hectare, a brasileira atinge incríveis 3,5 toneladas colhidas por hectare.
Não é surpreendente que esses números atrapalhem o sono de dezenas de países incapazes de competir com o Brasil. O que lhes resta é o jogo sujo. Para reduzir a pujança do agro brasileiro, no entanto, será preciso muito mais que manifestos publicados na Biological Conservation. Ou na revista Piauí.
O movimento De Olho no Material Escolar luta para
neutralizar as fantasias sobre o agronegócio difundidas pelos livros
didáticos
“Eu sou um indígena. Me chamo Beto.
Eu moro na Região Centro-Oeste. Minha casa foi destruída para plantar
cana-de-açúcar. Eu e meu amigo não conseguimos trabalho. Nós saímos nas
ruas para pedir que não comprem a cana-de-açúcar do lugar que era a
nossa casa.
Não adianta muito. Ninguém nos ouve e vivemos na pobreza total. Meus pais se mataram por causa das dificuldades de vida. Vivo sozinho desde que tinha 14 anos.”
Foi essa carta, escrita por uma criança de 10 anos
que fazia a lição de casa, o gatilho para a criação do De Olho no
Material Escolar.
O movimento começou quando Letícia Zamperlini contou o
que sua filha fora obrigada a escrever para Helen, que contou a
Andréia, que repassou para Heloísa, que relatou a Elizana. Hoje, são
mais de 4 mil simpatizantes e centenas de associados espalhados por dez
Estados brasileiros.
Depois de ler a carta, Letícia — produtora rural como Andréia,
Heloísa e Elizana — explicou à filha que grande parte daquela
dissertação estava distante da verdade. Ela conversou com diretores,
professores e pais até constatar que, muito mais do que resultado da
má-fé, aquilo decorria do desconhecimento generalizado. E era
potencializado sobretudo pelos livros didáticos.
O “De Olho”, como costuma ser chamado pelos associados, é fruto da
pandemia. Com as escolas fechadas, as mães, transformadas em
professoras, começaram a prestar muito mais atenção no que era ensinado
aos filhos — e em como era ensinado.
Depois de uma live em que o agrônomo e ambientalista Xico
Graziano mostrou alguns desses exemplos, o grupo passou a receber
materiais vindos de todo o país. Por exemplo, para uma pergunta sobre as
“condições econômicas e ambientais da pecuária realizada no Brasil”, a
resposta considerada correta era “Pecuária causa desmatamento na
Amazônia”.
Os “prejuízos da pecuária para o meio ambiente”incluíam afirmações
como: “o gado deixa o solo compacto e duro”; “vacas, ovelhas e cabras
soltam uma grande quantidade de gases, que poluem o ar”; ou “as fezes e a
urina produzidas na pecuária intensiva podem se infiltrar no solo e
contaminar as águas subterrâneas”.
Outro livro didático garante que o trabalho escravo não é uma exceção
que se restringe a 0,001% do Brasil. “Todos os anos, as autoridades
encontram e libertam trabalhadores escravizados nas fazendas do Brasil”,
desinforma o texto. “Há muitos proprietários que contratam homens
armados para vigiar os trabalhadores e impedir que eles se revoltem.”
Em vez de destacar que hoje 14% do território brasileiro é ocupado
por terras indígenas, uma das peças recebidas pelo grupo afirmava que
essa população “tem sido expulsa de suas terras ou se vê cercada por
grandes plantações”. Nada sobre Roraima, por exemplo, que tem 46% do seu
território reservado a tribos indígenas.
Os absurdos continuam com a forma como são usados defensivos
agrícolas e fertilizantes, com as jornadas de trabalho nas lavouras de
cana-de-açúcar ou a exposição de trabalhadores ao sol. É como se o
Brasil permanecesse estacionado em séculos ou décadas atrás e não fosse
hoje uma das maiores potências mundiais, referência tecnológica quando o
assunto é agropecuária.
“São inúmeros os exemplos”, diz Letícia. “Todo mundo que nos procura
tem uma história para contar. Se você está perto e olha o material
escolar, mesmo não sendo do agro, percebe o tom negativo e uma ausência
de referências científicas.” “Não vemos citações da Embrapa,
do Ibama ou de órgãos confiáveis.”
As editoras O grupo já se reuniu com representantes dos ministérios da Educação e da Agricultura, além de ter conseguido das editoras a promessa de revisar o material. Isso animou o De Olho a dar um passo adiante e criar o Vivenciando a Prática. Nesse programa, donos de editoras, professores e alunos conseguem enxergar com os próprios olhos o que é o agro brasileiro.
O primeiro evento aconteceu em Mato Grosso. Quando desceu do ônibus
numa fazenda que cultiva cana-de-açúcar, um dos participantes quis
conversar com um boia-fria — trabalhadores que cortavam cana com um
facão na mão, envolviam o corpo com trapos para não se cortarem e tinham
o rosto coberto pela fuligem das queimadas usadas para desfolhar a
plantação. “Só se voltarmos algumas décadas no tempo”, avisaram as organizadoras
do evento. Hoje, nas grandes plantações, a cana é colhida por máquinas
pilotadas à distância através de computadores de última geração. E as
queimadas não só estão proibidas como não interessam ao produtor rural,
uma vez que matam a matéria orgânica do solo.
O segundo Vivenciando ocorreu no município paulista de Itaberá, na
Fazenda Lagoa Bonita, especializada em melhoramento de sementes. Ali, a
máquina que mistura as sementes com defensivos tem a mesma tecnologia
dos equipamentos de hemodiálise — tamanha é a precisão da quantidade
necessária. Por ser o produto mais caro na lavoura, agricultores
minimamente informados sabem que o uso de fertilizantes e agrotóxicos
deve ser reduzido ao absolutamente necessário.
Voltado principalmente para professores, o evento em São Paulo
pretendia fazer com que eles levassem aos alunos o universo de
possibilidades proporcionado pelo agro. “Hoje, o agro não emprega apenas
agrônomos ou produtores rurais”, explica a engenheira agrônoma Elizana
Paranhos. “São necessários químicos, jornalistas, cientistas da
computação e diversas outras profissões. E nós precisamos de mão de obra
qualificada.”
Se o objetivo inicial era mudar o conteúdo das publicações usadas nas
escolas públicas e privadas, o De Olho agora é mais ambicioso. Planeja
organizar em 2022 cerca de 50 Vivenciando a Prática em diversos locais
do país, além de criar uma biblioteca virtual, sob a supervisão da
Escola Superior de Agricultura da USP (Esalq). O portal será uma
referência para professores. “Nenhuma categoria profissional nem o Estado Brasileiro preservam
mais vegetação nativa do que os produtores rurais”, afirmou Evaristo de
Miranda, chefe da Embrapa Territorial, em um artigo publicado na edição 63 da Revista Oeste.
Mais de um quarto do território nacional (quase 27%) preserva a
vegetação nativa no interior dos imóveis rurais. Líder mundial
da proteção ambiental em terras públicas, o Brasil também é o primeiro
em terras privadas, além de ter as maiores reservas minerais e
biológicas do mund.
“Precisamos fazer com que as pessoas conheçam o potencial gigantesco
desses setores produtivos, em vez de mostrar apenas uma visão negativa”,
afirma Letícia. “É preciso dar oportunidade para que as crianças tenham
orgulho do que o país produz.”
Especialistas esclarecem que o baixo volume de água nos
reservatórios brasileiros é consequência do ciclo natural da chuva
Não é novidade que o Brasil passa por uma das piores crises hídricas dos
últimos 91 anos e que o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um
alerta de emergência hídrica para a Bacia do Paraná, que abrange as
Regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. Especialistas apontam o baixo
volume de chuva dos últimos dez anos como o responsável por esse
cenário. No entanto, ambientalistas a serviço da desinformação
encontraram outro culpado: a produção agrícola no Cerrado.
Cenário das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, no dia
16/6/2021 | Foto: Luis Moura/WPP/AE
Atualmente, o Cerrado é o segundo maior bioma do país, atrás apenas do bioma Amazônia, e tem cobertura de 2 milhões de quilômetros quadrados, o que corresponde a 204 milhões de hectares — mais de 200 milhões de campos de futebol. O bioma inclui os Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e o Distrito Federal, mas também está presente em pequenas coberturas no Paraná e em Rondônia.
E, apesar de sua maior cobertura ficar na região central do país, nas últimas semanas parte da imprensa relacionou a produção agrícola e pecuária no bioma com o baixo volume de água nas Cataratas do Iguaçu, localizadas em Foz do Iguaçu, no Paraná. Mas, afinal, as Cataratas do Iguaçu têm alguma relação com a produção agropecuária na Região Centro-Oeste do Brasil?“Nada!”, explica Luiz Carlos Baldicero Molion, professor e pesquisador aposentado da Universidade Federal de Alagoas. “Como o próprio nome diz, as cataratas são do Iguaçu, que divide o Paraná e Santa Catarina. Não tem nada a ver com o Centro-Oeste. É um argumento falso, que não sei se foi feito por ignorância ou de propósito.”
Molion explica que, para entender a atual situação, é preciso olhar o regime de chuvas. Desde o segundo semestre de 2020 até o começo de maio de 2021, a Região Sul ficou sob efeito do fenômeno La Niña, responsável por deixar o tempo mais seco e com pontos de estiagem em algumas localidades. O La Niña, ao contrário do El Niño — outro fenômeno climático —, diminui a temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico tropical central e oriental, gerando uma série de mudanças nos padrões de precipitação (queda de água do céu) e também em relação à temperatura.
Quando esse fenômeno está vigente, o que acontece é uma mudança no padrão de ventos, que se tornam mais ou menos intensos, o que muda a chegada das frentes frias. Como efeito, há redução no volume de chuvas na Região Sul, enquanto no Norte e no Nordeste há aumento. Mas esses baixos volumes de chuva na principal estação úmida não foram registrados somente nos últimos meses. “Se fosse só um ano, aí, tudo bem, é uma crise passageira, mas como é o acumulado dos últimos dez anos, o problema fica um pouco mais grave”, esclarece o pesquisador, que fez uma análise nacional da precipitação no período 2011-2020, comparada com o ciclo de 1981-2010 (média usada pela Organização Meteorológica Mundial):
No mapa, é possível ver o efeito ao longo do país. O leste (cor verde-abacate), por exemplo, apresentou reduções de até 30 milímetros de chuva por mês, em média. Isso resulta em uma baixa anual da precipitação de 360 milímetros. “Como houve uma tendência entre 2010-2021 de a pressão atmosférica aumentar nessa região entre Bahia, Centro-Oeste, na Bacia do São Francisco, na costa leste brasileira como um todo — e isso vai desde São Paulo, norte do Paraná até lá no Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí —, por toda essa faixa leste o país apresentou nos últimos dez anos uma redução de chuva”, diz Molion. “A problemática é exatamente essa: a chuva. As Cataratas do Iguaçu não têm nada a ver com a agricultura.”
Brasil mais seco? Recentemente, algumas pesquisas mostraram que regiões brasileiras estariam perdendo água da superfície, com destaque para o Pantanal, conhecido pelas enchentes causadas pela alta do nível dos rios durante o trimestre chuvoso (entre novembro e janeiro). Isso, de fato, é verdade, pois houve uma “redução de chuva na ordem de 10% no país desde 2010”, destaca Molion. Porém, não é a expansão de áreas destinadas à produção agropecuária no Cerrado ou o desmatamento da Amazônia que provocam esse efeito.“A floresta existe porque chove, e não o contrário”, ressalta. “Uma árvore não é uma ‘máquina’ de produzir água, apenas recicla a água da chuva que caiu anteriormente e que estava armazenada no solo.”
A agricultura irrigada também tem sido alvo de críticas nesse momento de baixo volume de água nos reservatórios
Vale lembrar que, em anos anteriores, o país já passou por quadros hídricos semelhantes ao atual. Em 1926, por exemplo, quando nem se falava em desmatamento da Amazônia e o Brasil não era um grande exportador de alimentos, a população vivenciou um período de seca causado pelo fenômeno climático El Niño. Já em 1964, foi o Oceano Atlântico tropical norte mais quente que provocou a deficiência de chuva. Essa última “variabilidade natural” é o agente causador da seca de 2021. “Portanto, o desmatamento não afeta as chuvas no restante do país.”
Como se trata de um ciclo que se repete ao longo dos anos, a irregularidade climática tem um início e um fim. Os mais pessimistas acreditam que uma regularidade só será vista a partir de 2040. Entretanto, Molion estima que “entre 2030 e 2035 já poderemos ver uma normalidade”, sem eventos excepcionais, como secas extremas. O último longo período de precipitação baixa foi entre 1946 e 1975.
Uso da água para irrigação A agricultura irrigada também tem sido alvo de críticas nesse momento de baixo volume de água nos reservatórios. A categoria corresponde a menos de 20% da área total plantada no Brasil e produz mais de 40% dos alimentos, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Atualmente, os pivôs centrais (estrutura de irrigação suspensa com motor e rodas para que haja o deslocamento na lavoura) são o principal sistema de irrigação brasileiro, superando o método de inundação adotado para o cultivo do arroz na Região Sul.
Originalmente, os pivôs centrais começaram a ser usados para o cultivo de grandes culturas, como soja e milho. Porém, já são encontrados em plantações de batata, cenoura, café nas áreas de Cerrado, cebola, alho e cana-de-açúcar. “Esses equipamentos são também indutores do cultivo das culturas de inverno, como o trigo e a cevada na região do Cerrado”, comenta Daniel Pereira Guimarães, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo. “Sob condições irrigadas, o trigo tem apresentado alta produtividade, inclusive no semiárido brasileiro, indicando o potencial da irrigação para a redução das importações desse cereal.”
Apesar dessa contribuição, o aumento da rigidez na gestão de distribuição da água por parte de governos estaduais volta seu olhar para os agricultores que utilizam a técnica. Há um receio por parte do poder público e de ONGs do uso excessivo de recursos hídricos com os pivôs. No entanto, eles se esquecem de que muitos produtores rurais têm açudes(tanques) em suas propriedades para armazenamento de água no período de abundância. Além disso, “sistemas eficientes de irrigação podem inclusive contribuir para a mitigação da deficiência hídrica nos períodos de estiagem”, explica o pesquisador.
Diante desses fatores, ao que tudo indica, o único setor que registrou crescimento econômico em 2020, mesmo durante uma pandemia global, continuará a ter pela frente inúmeros desafios, não só climáticos, que atingirão diretamente a produção no campo. Apesar de seu protagonismo mundial na produção de alimentos — ou justamente por isso —, terá de lidar com críticas de ambientalistas que atribuem ao setor a responsabilidade pelo desmatamento e pela falta de chuva no país