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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Mandetta tem de passar álcool gel na ficha penal - Josias de Souza

A superexposição pandêmica criou asas em Henrique Mandetta. Numa entrevista à BandNews, ele costeou o alambrado de 2022: "Vou estar em praça pública lutando por algo em que eu acredito." Perguntaram-lhe se seria candidato a presidente da República. E o ex-ministro: "A presidente, a vice-presidente”.

Como se vê, Mandetta deseja alçar voo. Antes, convém passar álcool gel na ficha penal. Tantas coisas boas foram associadas à gestão do ortopedista na pasta da Saúde que as pessoas se esquecem que ele chegou à Esplanada exibindo a fratura de um processo em que é acusado de fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois. Coisa relacionada à sua gestão como secretário de Saúde de Campo Grande. 

[Descobertas as razões ou ambições  do ministro palanqueiro - e para chamar atenção escolheu o método preferido pelos sem noção e sem projeto:
"'espancar' o presidente Bolsonaro".

Só que bastou se tornar 'presidenciável' e já está surgindo uma ficha penal que precisa de muito álcool gel e hipoclorito de sódio.
Mas logo os inimigos do Brasil, que também são inimigos do presidente da República,da liberdade e da democracia vão tentar encontrar um jeito de tornar o Chefe da Nação cúmplice das estrepolias penais do palanqueiro.]
Mandetta teve o cuidado [foi leal; virtude que despareceu quando as entrevistas o tentaram, com êxito, a falar mal do chefe.] de avisar a Bolsonaro antes da posse: "Falei: olha, presidente, o senhor queria falar comigo, ótimo, estou orgulhoso, desafio grande, mas está aqui ó: tem isso, tem aquilo, tem inquérito, tem juiz, eu não sou afeito aos termos advocatícios. Ele me disse que eu não era nem réu, eu falei que não, mas eu mandei ele averiguar."

Na época, Bolsonaro foi questionado pelos repórteres. Deu de ombros: "Olha só, tem uma acusação contra ele de 2009, se eu não me engano. Não é nem réu ainda. O que está acertado entre nós? Qualquer denúncia ou acusação que seja robusta, não fará mais parte do nosso governo." Mandetta estava com o sigilo bancário quebrado e os bens bloqueados. O doutor deveria ter com o eleitorado a mesma delicadeza que teve com Bolsonaro. Ao mencionar a hipótese de disputar o assento de presidente, precisa esclarecer se conseguirá exibir na campanha uma ficha penal livre de infecções.

Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL




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segunda-feira, 6 de abril de 2020

O samba de uma nota só - Alon Feuerwerker

Análise Política

Neste curso coletivo de dimensões planetárias sobre epidemias, aprendemos que a curva epidêmica tem um trecho exponencial ascendente, logo no começo. Depois a subida inverte a curvatura, conforme algumas pessoas se imunizam e outras, infelizmente, vão a óbito. Uma hora chega o pico. E quando o fator “R”, o número de indivíduos que cada indivíduo contaminado contamina, cai abaixo de um, a curva começa a trajetória descendente. Numa imagem que é quase o espelho de quando subiu.

O enigma para o analista político é tentar decifrar se haverá correlação entre as idas e vindas da curva epidêmica e uma parente dela: a curva de aprovação/desaprovação dos políticos que lidam com a epidemia em cada país. Ou em cada estado. Ou em cada cidade. Quem disser que tem certeza provavelmente falta com a verdade. Ao final deste pesadelo (haverá um “final”?) poderemos ter certeza. Mas aí será trabalho para historiadores, os privilegiados que podem se dar ao luxo de fazer previsões só depois que tudo já aconteceu.

Políticos agem por instinto, e movidos principalmente (unicamente?) pelo humor do eleitorado do qual dependem. Donald Trump decidiu proibir exportações de produtos médicos necessários para ajudar pacientes da Covid-19 e profissionais da saúde. E mandou comprar/pegar tudo que fosse necessário comprar/pegar mundo afora. Para tristeza dos fãs da “globalização”, cada um só vota nas eleições de seu próprio país. E a contabilidade de mortos que interessa a Trump no ano eleitoral é a dentro das fronteiras dos Estados Unidos.

Por isso, ele combina bem o “blame game(o esforço, por enquanto pouco produtivo apesar da propaganda, de emplacar a expressão “vírus chinês”) com uma versão mais tosca do “big stick”, versão que dispensa aquela parte de “fale macio”. E os índices mostram o presidente candidato à reeleição navegando em meio à curva crescente da epidemia nos Estados Unidos. 

No momento, o povo americano parece mais preocupado em sobreviver,  [sobrevivendo e contendo a pandemia Trump será apontado como o presidente capaz de gerar empregos e bombar a economia - que importância tem que ele no inicio da pandemia tenha errado - só não erraram os que ficaram preocupados em apontar seus erros.
Lembrem que essa conduta do povo, do eleitor, é válida para todos os países.] menos em discutir se lá atrás Trump subestimou o problema.
Por aqui, Jair Bolsonaro sofre algum desgaste por ser talvez mais teimoso. 

O ocupante da Casa Branca mudou o discurso e a linha de ação quando foi necessário, sem se preocupar em explicar por que alterou a rota. Assim funcionam os líderes. Bolsonaro já teve inúmeras oportunidades de ajustar o leme para indicar que se preocupa sim com o impacto da epidemia para a saúde e a vida, mas não aproveitou. Continua no samba de uma nota só, de que os efeitos econômicos da paradeira podem ser tão ou mais daninhos que os da Covid-19.


As pesquisas mostram por enquanto um desgaste para ele apenas na margem. Não está bem avaliado no combate à epidemia, mas mantém perto dele o eleitorado fiel desde a reta final do primeiro turno em 2018. Por cálculo, ou por instinto, ou por convicção, tanto faz, ele parece achar que isso será suficiente para concluir o mandato e brigar para continuar em 2022. Pode ser. Mas também pode estar subestimando o papel que o cansaço com o belicismo presidencial pode desempenhar para juntar gente contra ele até lá.
[juntar gente contra ele e a favor de quem? Moro vai de vice.
Não esqueçam que o líder, o fenomenal, está solto, só que ninguém se lembra dele.
O Doria sem Bolsonaro é nada x nada.
O animador de auditório é uma falácia.] 

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política








domingo, 20 de outubro de 2019

Maioria apoia fim da saidinha para crime hediondo e prisão em 2ª instância - Pesquisa VEJA/FSB


Pesquisa VEJA/FSB mostra ainda que eleitorado se divide sobre atenuar punição a policial que matar em ocorrências e reprova acordo com quem confessar crime

A maioria do eleitorado apoia a prisão após condenação em segunda instância e o fim da saída temporária de presos condenados por crimes graves, duas das principais propostas do pacote anticrime proposto pelo ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), que enfrenta dificuldades no Congresso. É o que aponta pesquisa VEJA/FSB feita entre os dias 11 e 14 de outubro com 2.000 eleitores em todas as unidades da Federação. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, com confiança de 95%.

Segundo o levantamento, 70% apoiam que um condenado por órgão colegiado – ou seja, após a segunda instância – passe a cumprir a sua pena imediatamente. O caso mais ilustre é o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena em Curitiba após ter sido condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) – antes, havia sido sentenciado pelo próprio Moro. Outros 21% são contra e 2% disseram não ser nem a favor nem contra.

A prisão após condenação em segunda instância passou a ser permitida em 2016 pelo Supremo Tribunal Federal em meio às investigações da Operação Lava Jato e ao clamor da sociedade por mais rigor na punição a crimes de colarinho branco. Até então, um réu só podia ser preso quando estivessem esgotados todos os recursos, inclusive ao próprio STF. Essa permissão deve cair agora, que o Supremo voltou a se debruçar sobre o tema em julgamento iniciado na quinta-feira 17 e que vai se estender por mais uma ou duas semanas. Alguns ministros que haviam votado pela permissão em 2016, como Gilmar Mendes, mudaram de posição.

A principal crítica à prisão em segunda instância feita por especialistas e profissionais do direito é que ela fere o artigo 5º da Constituição, que afirma que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Moro tentou incluir a previsão legal de prisão após segunda instância no seu pacote anticrime, mas a proposta foi retirada por deputados que integram grupo de trabalho criado na Câmara exatamente sob a alegação de que a alteração só pode ser feita por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição). [os parlamentares ao retirarem a proposta apresentado pelo ministro Sergio Moro, legislaram em causa própria, visto que grande parte dos parlamentares é candidato a ser preso pela prática de crimes, especialmente corrupção e a estes interessa retardar ao máximo a condenação e na sequência à prisão.]

Saidinha
Outro ponto do pacote anticrime, a proibição de saída temporária para presos condenados por crimes hediondos, tortura ou terrorismo tem a aprovação de 59% do eleitorado, mas 38% acham que ela deveria continuar sendo permitida – 1% se disse nem a favor nem contra e 2% não souberam ou não quiseram responder. [esses indivíduos que compõem os 38% devem ser, em sua maioria, apoiadores dos que matam pais, filhos e ganham 'saídão' no DIA DAS MÃES, das CRIANÇAS e DOS PAIS.]
A saída temporária de presos condenados por crimes graves é criticada por boa parte do eleitorado bolsonarista, por Moro e pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, que já se manifestou sobre isso – em agosto deste ano, ele usou o Twitter para criticar a saída no Dia dos Pais de Alexandre Nardoni, assassino da filha Isabela. A  maioria da população também apoia a prisão imediata em regime fechado para quem for condenado pela segunda vez por ter cometido crime grave e a prisão em regime fechado para condenados por corrupção (desde que sejam valores elevados).

Já em relação a outra proposta do pacote anticrime de Moro – também retirada pelo grupo de trabalho da Câmara – de oferecer acordo em troca de benefícios ao acusado que, na fase inicial do processo, confessar um crime com pena de no máximo quatro anos foi rejeitada pelo eleitor na pesquisa: 52% são contra.
Outra medida proposta no pacote, o atenuante para policial que matar alguém sob uma “situação de medo, surpresa ou violenta emoção”, divide o eleitorado: 48% é a favor e 44% é contra – como a margem de erro é de dois pontos, a situação configura empate técnico. [a pergunta deve deixar claro que o adequado é considerar 'policial não se deixar matar', já que o ataque aos policiais é sempre feito de surpresa e o primeiro tiro é 99% efetuado pelo bandido.]

Em Veja leia MATÉRIA COMPLETA


sábado, 7 de setembro de 2019

Foi a facada que elegeu o capitão? Blog do Noblat

Por Ricardo Noblat - Veja

A pergunta que ainda se faz


A essa hora, há exato um ano, Jair Bolsonaro, o candidato azarão à presidência da República, estava entubado em estado grave na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Minas Gerais, depois de ter sido esfaqueado na véspera pelo pedreiro Adélio Bispo. Perguntava-se: se sobrevivesse, continuaria candidato?  Uma vez eleito, a pergunta que se fez e que muitos hoje ainda se fazem é: Bolsonaro teria vencido aquela eleição se Adélio não tivesse cruzado o seu caminho? Ou: a facada foi decisiva para que ele se elegesse? A pergunta jamais terá uma resposta satisfatória porque o momento ainda está impregnado de paixões.

Na noite do dia 6 de setembro do ano passado, a menos de 12 horas de ser esfaqueado, Bolsonaro tinha 21% das intenções de voto na pesquisa feita por telefone pelo Instituto Ideia BigData. No dia 10 saltou para 24%. No dia 18 para 27%. No dia 25 para 31%. E no dia 5 de outubro para 33%. Seu crescimento foi constante.  Recuemos pouco mais de um ano. Entre abril de 2017 e novembro daquele ano, o voto espontâneo em Bolsonaro quase dobrou de tamanho. Foi de 6% para 11%. [o que mostra que na época em que Lula foi sentenciado por Moro, as chances de Bolsonaro ser eleito eram mínimas; jamais um juiz, um magistrado, com a dignidade honradez do ministro Sergio Moro,  iria aceitar conspurcar a dignidade do seu cargo, pela 'possibilidade remota' de ser ministro de Estado.

A prova cabal que Jair Bolsonaro seria eleito sem a facada, é que Adelio Bispo foi contratado - todos sabem por quem, apenas ainda não há provas - para matá-lo, o único caminho encontrado pelos que contrataram o sicário  ] O que se passou no período? Aécio Neves (PSDB) foi flagrado pedindo dinheiro ao empresário Joesley Batista, e Joesley gravou o presidente Temer no Palácio do Jaburu.

Políticos e empresários foram presos. Um ex-deputado, assessor de Temer, foi filmado carregando uma mala estufada de dinheiro no centro de São Paulo. A Lava Jato estava a pleno vapor. A imprensa só falava disso. E a indignação dos brasileiros com a corrupção só fazia aumentar. O desemprego também aumentava. Sim, a facada deu a Bolsonaro uma cobertura midiática que ele jamais teria. Seu tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão era insignificante. Fora o minúsculo PSL, nenhum outro partido quis juntar-se a ele. A facada liberou Bolsonaro para que faltasse aos debates com os demais candidatos. Sim, mas…

Mas o candidato que até agosto liderava todas as pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula, estava preso e condenado por corrupção. Em junho de 2018, a uma pergunta feita pelo BigData, 57% dos eleitores entrevistados haviam respondido que “não votariam em um candidato do PT de jeito nenhum”.

O PT fizera pelo menos três apostas erradas. A primeira: Lula poderia ser solto a tempo de disputar a eleição. A segunda: se não fosse, transferiria seus votos para Fernando Haddad. A terceira: Bolsonaro seria o candidato mais fácil para derrotar. Haddad não herdou todos os votos de Lula, mas herdou toda a rejeição ao PT. O voto útil manifesta-se no segundo turno de uma eleição quando o eleitor vota em um candidato para impedir que o outro ganhe. No primeiro turno da eleição de 2018, diante da fraqueza dos demais candidatos, o voto útil por pouco não elegeu Bolsonaro. Ele obteve 46,3% do total dos votos válidos, e Haddad, 29,8%.

O eleitorado cavalgou Bolsonaro para votar contra tudo o que rejeitava. Nisso, a eleição de 2018 foi parecida com a de 1989, a primeira depois do fim da ditadura militar. Em 1989, foram para o segundo turno os dois candidatos que se apresentavam como contrários a tudo – Fernando Collor e Lula.  O pragmatismo do eleitor é conhecido. Ele não tem compromisso com o erro. Collor governou por menos de três anos dos quatro a que tinha direito. Começou a cair quando pediu às pessoas que fossem às ruas vestidas de verde e amarelo para apoiá-lo.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Democracia: "Governo do Povo, Pelo Povo, para o Povo"

Obsessão  

Bolsonaro insiste em paparicar seu núcleo duro de eleitores, que o elegeram para mandatos sucessivos de deputado

O presidente Jair Bolsonaro tem uma fixação: não depender do Congresso para governar. É o sonho de consumo de todo político populista com pendores autoritários. Várias vezes ele já abordou o assunto, que ontem voltou a ser seu tema, no encerramento do discurso no Comando Militar do Sudeste, na transmissão de posse do general Andrade Ramos, que será o novo ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência.

O presidente repete com constância desagradável que só deve “lealdade absoluta” ao povo, numa visão de democracia muito peculiar, que coloca essa entidade, o povo, acima de todas as instituições. [Constituição Federal - "Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
...
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição."]

Ontem, além de agradecer às Forças Armadas, que seriam responsáveis por tudo o que alcançou na vida, Bolsonaro se dirigiu ao “povo brasileiro”: “Devo isso a vocês, povo brasileiro. Que são muito mais importantes que qualquer instituição nacional. Vocês conduzem nosso destino. A vocês, povo brasileiro, e somente a vocês, eu devo lealdade absoluta. Contem comigo, que eu conto com vocês.”

Bolsonaro parece não saber que “o povo brasileiro” tem seus representantes, eleitos pelo voto popular tanto quanto ele, trabalhando no Congresso Nacional, onde ele atuou por 28 anos. E que o presidente da República deveria representar todos os cidadãos, mesmo aqueles que não votaram nele. Mas ele insiste em paparicar seu núcleo duro de eleitores, que o elegeram para mandatos sucessivos de deputado federal. Mas, se bastava esse eleitorado, basicamente de militares e congêneres, como guardas municipais, policiais militares, para elegê-lo deputado federal, agora teria que ampliar o alcance de seus atos.

Mas não, e o exemplo recentíssimo está na sua intervenção na reforma da Previdência para abrandar as condições de aposentadoria dos policiais militares e federais, entre outros.Essa fixação em um apoio direto do eleitor não é de hoje. Em março, na cerimônia do 211º aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio, Bolsonaro disse que a democracia só existe se as Forças Armadas quiserem. Ele fez o comentário quando descrevia sua vitória nas eleições do ano passado: “A missão será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhante à nossa, daqueles que amam a democracia. E isso, democracia e liberdade, só existe quando a sua respectiva Força Armada assim o quer”.

Recentemente, em Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, durante evento em memória ao marechal Emílio Mallet, o patrono da Artilharia, Bolsonaro voltou a defender a ditadura militar, mas, desta vez, foi mais longe, e ligou a atuação dos militares na ocasião ao armamento dos cidadãos que propõe hoje. Bolsonaro disse: “(…) Além das Forças Armadas, defendo o armamento individual para nosso povo, para que tentações não passem na cabeça de governantes para assumir o poder de forma absoluta”. De lá para cá, alguma coisa mudou, porque a democracia tem contrapesos que contêm o eventual voluntarismo do incumbente. A aproximação com países com ideologia semelhante à nossa nos afastaria da China, nosso principal parceiro comercial. [a Suíça é uma "ilha" de tranquilidade, de progresso, de estabilidade - ficou neutra durante a 2ª Guerra Mundial, apesar de territorialmente envolvida por países beligerantes, uma 'neutralidade armada' - e lá todos os cidadãos possuem uma arma casa - propriedade do governo suíço, mas, sob a guarda do cidadão.]

O que parecia uma ameaça da nova administração não passou de bravata, que a certa altura o chanceler Ernesto Araújo pensou que era verdade. Mantivemos nossas relações com os chineses, e os interesses nacionais superaram as idiossincrasias oficiais. A possibilidade de fazer parte da OCDE, que reúne as maiores economias do mundo ocidental, e também o acordo do Mercosul com a União Europeia, obrigarão a que o governo se enquadre em exigências como preservação do meio ambiente e defesa de parâmetros democráticos.

Defender a ditadura militar é um mote caro ao presidente, que considera a instituição militar sua segunda família. Não seria necessário fazê-lo, e é especialmente perigoso quando a liga à ampliação do direito ao porte e à posse de armas. Também aqui as instituições colocaram um limite às vontades do presidente, e o Congresso barrou os decretos, considerando-os inconstitucionais. Agora, outra instituição da democracia, o Supremo Tribunal Federal, vai cuidar do tema. [o Congresso não merece nenhum encômio por perceber o óbvio: a 'inconstitucionalidade' dos chamados decretos das armas; 
infelizmente, ocorreu por parte da assessoria jurídica do presidente Bolsonaro um lamentável equívoco ao não barrar, no nascedouro, o uso de decreto presidencial para modificar uma lei.
Desnecessário também é a intervenção do STF no tema, basta uma decisão de um juiz federal de primeira instância para decretar a inconstitucionalidade das normas em questão.]
 
 
 

domingo, 24 de março de 2019

Chefe do Fisco critica Maia e incita sociedade a pressionar parlamentares



O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, entrou na briga que eletrifica as relações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com o governo. Ele não gostou da declaração de Maia segundo a qual a gestão de Jair Bolsonaro é "um deserto de ideias". Cintra retrucou no Twitter: "…Não aceito esta imputação. O Ministério da Economia, sob Paulo Guedes, tem sido um turbilhão renovador no país. Que me desculpe o amigo Rodrigo Maia, mas ficar calado significa aceitar esta injusta afirmação."



O deputado Rodrigo Maia afirma que o governo é um “deserto de ideias”. Não aceito esta imputação. O Ministério da Economia sob Paulo Guedes tem sido um turbilhão renovador no país.
Que me desculpe o amigo Rodrigo Maia, mas ficar calado significa aceitar esta injusta afirmação.


Na contramão de Paulo Guedes, que tenta borrifar água fria na fervura política que ameaça a reforma previdenciária, Cintra jogou lenha no fogo, instilando o eleitorado a pressionar os congressistas. O comandante do Fisco anotou: "Já que os deputados acham que seus pedidos não estão sendo atendidos e não se mostram dispostos a apoiar a nova previdência, que a sociedade se articule para cobrar de seus representantes as razões que justificam eles sacrificarem o país e fazerem o povo pagar a conta." 

Curiosamente, na mesma entrevista em que tratou o governo como um saara intelectual, Rodrigo Maia abriu uma exceção. Referiu-se à pasta da Economia como um oásis. "As pessoas precisam da reforma da Previdência e, também, que o governo volte a funcionar", disse o deputado. "Nós temos uma ilha de governo com o Paulo Guedes. Tirando ali, você tem pouca coisa." Alheio à ressalva de Maia, Cintra realçou em outro post as consequências deletérias que o ringue instalado nas redes sociais exerce sobre o mercado: "A brutal queda na Bolsa ontem de quase 6% mostra que a economia e o povo não suportarão o fracasso nas reformas estruturais como a previdenciária e tributária. Os políticos patriotas devem se unir, superar brigas pessoais e trabalhar pelo Brasil. O povo não vai tolerar fracassos."

Outro auxiliar de Paulo Guedes, o secretário especial de Previdência Rogério Marinho, também se manifestou no Twitter. Sem mencionar Maia, escreveu: "A nova previdência não é pauta apenas do governo, é pauta do país e como tal precisa ser encarada. O Parlamento brasileiro mais uma vez fará sua parte para retomarmos o crescimento e devolvermos o Brasil para os seu legítimo dono: o povo."



 




domingo, 21 de outubro de 2018

Só erro de Bolsonaro pode dar chance a Haddad

Antipetismo impede mudança no quadro. Eles veem acerto na estratégia do PSL de evitar debates

Na reta final da eleição, a cautela nas campanhas de Fernando Haddad, do PT, e de Jair Bolsonaro, do PSL, se intensificará. Especialistas explicam, no entanto, que o cuidado deve ser maior por parte do capitão reformado, já que lidera as pesquisas. Só que o antipetismo se mantém forte e o pouco tempo de campanha que resta tende a ser insuficiente para o petista reverter o quadro. Na avaliação do professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Victor Trujillo, a estratégia de Bolsonaro, para esta reta final, deve continuar a mesma até o resultado do pleito. Ele explica que a decisão do presidenciável de deixar de ir aos debates é o correto a se fazer, do ponto de vista da campanha. “Há pouco tempo e a ausência dos debates criou uma trincheira para o Bolsonaro”, diz.

Essa barreira se formou a partir do fortalecimento da militância e do isolamento do candidato na dianteira das pesquisas. É por meio das redes sociais que Bolsonaro se comunica com o público. Desfere ataques em uma live, com ambiente controlado e sem contraditório, esclarece o professor. “No momento em que ele vai ao debate, se torna apenas um candidato, menor do que uma parcela dos eleitores o idealizaram”, acredita.
 
Segundo o pesquisador, o Bolsonaro em que parcela do eleitorado está votando é um candidato “idealizado”, fortalecido pelo imaginário da população. Não ir aos debates se torna importante nesse aspecto, já que, ao comparecer, se tornaria de “carne e osso”. É no debate que o eleitor vai ver o presidenciável cometer erros e se mostrar mais humano. Por enquanto, o professor avalia que ele tem sido visto como um “super-homem”. “Ele se entrincheirou, está no buraco, e como é que o Haddad vai fazer para tirar ele de lá? Está cada vez mais difícil trazer esse ‘mito’ para a realidade”, avalia.
 
Fato novo
Esperar um fato novo que prejudique o capitão reformado é a única chance de Haddad na disputa, defende o acadêmico. Para ele, Bolsonaro está em uma situação de conforto, acomodado e com quase 60% dos votos. Mas, para virar o jogo, não bastará uma estratégia “milagrosa” do petista. “Depende mais de um erro do Bolsonaro do que de uma estratégia mirabolante do PT”.

Victor Trujillo ressalta que a estratégia petista foi eficiente até certo ponto, mas chegou ao teto. Segundo ele, Haddad tem hoje nas pesquisas — em torno de 41% das intenções de voto —, pouco mais do que o ex-presidente Lula apresentava antes de ser retirado da disputa — 39%. “O risco de Haddad se distanciar de Lula e do PT é justamente perder o que ele já tem. Quando se muda muito a campanha, você muda com o objetivo de conquistar os eleitores que ainda não votam em você. Mas há o risco de perder o eleitorado já obtido”, lembra.

Paulo Calmon, diretor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (Ipol/UnB) lembra que o ex-militar possui um “grande percentual” do eleitorado comprometido com ele. Assim, o número de eleitores que possam vir a mudar de voto talvez não seja expressivo ao ponto de mudar o rumo da eleição. “O antipetismo é um fenômeno com múltiplas causas”, enfatiza.

Várias são as razões dessa rejeição ao PT, conta o professor. A primeira se deu pelos erros políticos cometidos pela legenda. Outro fator importante é o marketing político digital, impulsionado pelas novas tecnologias, e que ajudaram a “demonizar” o partido. A desilusão popular com o sistema político, que reforçou o desejo de mudança e criou um ambiente contra Haddad, também é uma causa ressaltada pelo pesquisador. “O Estado passou a ser percebido como um inimigo do povo, e não um agente que promove o bem-estar e o desenvolvimento. Isso privilegia quem promete mudanças e assume posturas mais populistas”, acredita.

“O Estado passou a ser percebido como um inimigo do povo, e não um agente que promove o bem-estar e o desenvolvimento. Isso privilegia quem promete mudanças e assume posturas mais populistas”
 
Paulo Calmon, cientista político da UnB
 

 

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Ibope: 47% dos eleitores não votariam em Haddad; rejeição a Bolsonaro é de 35%

Segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada nesta segunda-feira, 15, 47% dos eleitores dizem que não votariam “de jeito nenhum” em Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial. Por outro lado, 35% do eleitorado afasta a possibilidade de votar em Jair Bolsonaro (PSL). Na pesquisa, Bolsonaro tem 59% das intenções de votos válidos e Haddad aparece com 41%.

O Ibope levantou o potencial de voto de cada um dos dois candidatos que disputam o segundo turno da eleição. Somando a quantidade de pessoas que votariam “com certeza” e as que “poderiam votar” em Bolsonaro, o potencial do candidato chega a 52%. Já o do petista é de 39%.

Entre os entrevistados, 41% declaram que “com certeza” votariam em Bolsonaro para presidente, enquanto que 35% dizem que não votariam nele “de jeito nenhum”. O porcentual respondendo que poderia votar no candidato do PSL é de 11%. No levantamento, 11% dos eleitores não o conhecem o suficiente para opinar e 2% responderam não saber se votariam em Bolsonaro.

Com Haddad, acontece o inverso: há mais eleitores afirmando que não votariam nele de jeito nenhum do que pessoas declarando voto fiel no petista. Na pesquisa, 47% das pessoas afastam a hipótese de votar em Haddad no segundo turno, enquanto que 28% dizem que votaria nele “com certeza”. O porcentual de entrevistados que “poderiam votar” no presidenciável do PT é de 11%. Entre os entrevistados, 12% das pessoas afirmam que não o conhecem o suficiente para opinar e 2% dos eleitores se dizem indecisos sobre um voto no petista.

A pesquisa foi realizada no sábado, 13, e no domingo, 14 e ouviu 2.506 votantes. A margem de erro estimada é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. Encomendado pelo jornal O Estado de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-01112/2018.

IstoÉ