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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

A orelha de Bolsonaro - Merval Pereira

O Globo

A obsessão de Bolsonaro

A obsessão do presidente Jair Bolsonaro por informações dos serviços de inteligência faz com que se espalhe pela administração federal uma tendência à bisbilhotice que nos aproxima perigosamente de um estado policial. Nada explica, a não ser esse ambiente, a existência de uma lista de funcionários públicos considerados “antifascistas”, isto é, opositores do governo, elaborada por uma tal de Secretaria de Operações Integradas (Seopi). Na maioria professores e policiais.

[Informações, serviço de inteligência eficiente e presente, sempre foram necessários para a realização de um bom governo
No caso do governo Bolsonaro - vítima constante de uma oposição minúscula, desorientada, mas, adepta do quanto pior, melhor e que conta com o apoio da turma do mecanismo e  que também é vítima de ações de boicote por parte de outras instituições da República - ações de inteligência são necessárias não só como orientadoras na elaboração de políticas públicas, quanto como  garantidoras da continuidade do governo e no êxito das ações governativas.

Qualquer categoria que trabalhe contra o governo tem uma capacidade de causar prejuízos irreparáveis, se servidores públicos os prejuízos são maiores, se tratando de professores e policiais, pior ainda - os primeiros pela capacidade de disseminar críticas e ensinamentos destruidores e policiais, no mínimo, por serem capazes de ações negativas, especialmente as omissivas.]


Além de implicitamente admitirem que são fascistas, os que organizaram a lista consideram que servidores públicos têm um dever de lealdade ao governo a que servem. Não é à toa que a Controladoria Geral da República editou recentemente uma norma técnica que proíbe servidores de usarem as redes sociais para críticas a medidas do governo. [uso de redes sociais, nos locais e horários de trabalho, para fins particulares é inaceitável, pior ainda para criticar o governo. Oportuno lembrar que malhar o governo e ao mesmo tempo executar as funções inerentes ao seu trabalho são incompatíveis em todos os aspectos.
Se qualquer funcionário de uma empresa privada, qualquer que seja a área de atuação da empresa e do funcionário, que veicular nas nas redes sociais - ainda que fora do seu horário e local de trabalho - notícias contra a empresa,
seu patrão,  certamente se tornará um ex-funcionário.

O que torna lícito que um servidor público - pago com recursos públicos = por nós, contribuintes - possa malhar o órgão em que trabalha?]
Comentários que possam gerar “repercussão negativa à imagem e credibilidade à instituição” merecerão punição administrativa. Isso quer dizer que, além de estarem sujeitos a uma censura nas redes sociais que utilizam em nome pessoal, os funcionários públicos também não se sentirão seguros para utilizarem os canais internos de reclamação. Esse clima de espionagem foi ampliado por um decreto editado na sexta-feira ampliando não apenas os quadros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mas o escopo de sua atuação com a criação de um Centro de Inteligência Nacional que reunirá os órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). [não será surpresa se um desses partideco - sem voto e sem programa de governo e sem chances de um dia governar - recorrer ao Poder Judiciário para que essa proíba o Poder Executivo da União de adotar medidas de organização e funcionamentos de órgãos dos escalões inferiores.]

Esses movimentos todos respondem à exigência do presidente Bolsonaro naquela fatídica reunião ministerial do dia 22 de abril de ter um sistema de informações que não o deixe desprotegido. Vai daí, ao que tudo indica, o ímpeto com que o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, se jogou na guerra contra a Operação Lava-Jato, pretendendo centralizar em seu gabinete todas as informações que foram coletadas nos últimos cinco anos de investigações e denúncias.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello definiu bem a situação: compartilhamento tem que ter objeto específico, senão vira devassa. O jurista Joaquim Falcão, em live promovida pelo jornal Valor Econômico, chamou a atenção para o fato de que o governo Bolsonaro pretende neutralizar órgãos que têm autonomia funcional garantida pela Constituição, como o Ministério Público e a Polícia Federal que, por sinal, foi o primeiro a sofrer uma interferência direta do presidente da República que está sob investigação do Supremo. [curioso é quando eleitores do presidente Bolsonaro tentam usar a liberdade de expressão, são tolhidos sob o pretexto de que estão exagerando na amplitude da interpretação do conceito de  liberdade de expressão,mas quando se trata de interpretar autonomia funcional de órgãos, contra o presidente Bolsonaro, o céu é o limite do alcance interpretativo.
Aliás, ampliação do alcance interpretativo resultante de interpretação criativa da Consituição Federal, tem um exemplo extremamente claro: o 'inquérito das fake news' - os milhares de bytes gastos por todos os órgãos de imprensa criticando aquela peça investigativa, dispensam comentários.]

Não tendo podido nomear o amigo de sua família, delegado Alexandre Ramagem, para a chefia da Polícia Federal, Bolsonaro trocou seu comando, provocando a saída de Sérgio Moro do ministério da Justiça, e agora ampliou as atribuições da Abin, aumentando o poder de Ramagem nesse universo, e na unificação dos serviços de informações do governo.
Esses movimentos só comprovam o acerto do STF ao barrar a transferência de dados das companhias telefônicas na integralidade para que o IBGE pudesse fazer pesquisas para o censo neste ano de pandemia. A relatora, ministra Rosa Weber, disse que a medida provisória “não apresenta mecanismo técnico ou administrativo apto a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados, vazamentos acidentais ou utilização indevida”. 

Foi seguida por 10 dos 11 ministros do STF. O ministro Lewandowski chamou a atenção para o fato de que a maior ameaça ao regime democrático hoje é a crescente possibilidade de que governos autoritários, de qualquer tendência ideológica, tenham acesso a dados pessoais dos cidadãos. Escrevi aqui a favor desse compartilhamento, mas vejo hoje que fui ingênuo. Não estava em análise ali a idoneidade e seriedade do IBGE como instituição, mas um governo que não é confiável.  
Há na Sicília uma caverna que o pintor Caravaggio denominou de Orelha de Dionisio, não apenas por seu formato, mas principalmente pela lenda que diz que o tirano Dionisio I de Siracusa usava a caverna como prisão política dos dissidentes e, devido à acústica perfeita, ficava sabendo dos planos dos opositores.
Bolsonaro tem no Palácio da Alvorada uma imensa escultura azul em forma de orelha, que será leiloada num gesto nobre pela primeira-dama Michelle em benefício de associações que cuidam de pessoas com problemas auditivos.
Talvez Freud explique. 


Merval Pereira,  jornalista - O Globo


sábado, 6 de junho de 2020

A direita insana - IstoÉ

Cinco personagens expõem a miséria atual da vida política nacional e apontam para a conformação de uma nova extrema-direita com ideias sem pé nem cabeça e um desejo incontido de violência e lacração 

Seria ridículo se não fosse trágico. A manifestação noturna montada na frente do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo autodenominado grupo 300 do Brasil, liderado pela ativista bolsonarista Sara Winter, ficará marcada pelo esvaziamento [sic] e falta de importância. O protesto serviu para espernear contra o relator do inquérito das fakenews, o ministro Alexandre de Moraes, atual inimigo número 1 dos radicais, a quem Sara chamou de “arrombado”. Mas o que pretendia ser uma grande ameaça direitista parecia um teatro ordinário, cheio de jovens grã-finos carregando tochas ou usando máscaras do personagem Jason, num clima de falsa Ku Klux Klan. [O KKK apresentado como símbolo da Ku Klux Klan,nada mais é do que o indicador de gargalhada Ka Ka Ka......na internet.
Os antifas são tão desacreditados que tentam trazer para as ruas do Brasil - que atravessa uma pandemia, uma crise econômica e para completar não deixam o presidente República governar - uma crise racial que está ocorrendo nos Estados Unidos.
Os problemas do Brasil são imensos e não é bom para o Brasil e para os brasileiros,  trazer problemas de outros países para cá.] O que não surpreende porque essa nova extrema-direita brasileira é absurda e sem vergonha. Esses grupos radicais que ganham forma agora no Brasil misturam símbolos neonazistas, fascistas, supremacistas e autoritários de um modo geral, falam muito palavrão e querem se assentar no poder. O ídolo momentâneo é o ditador Benito Mussolini, citado por Bolsonaro numa postagem. É um pessoal que toma leite, precioso líquido dos extremistas, para ser afirmar ideologicamente. Apesar do leite, cultivam a aparência de malvados e o poder dissuasivo. Exibem armas e, obviamente, todos defendem um golpe militar.
[por favor, ao ler tenha em conta:
- só os temas importantes são muito falados = quanto mais falam maior é a importância do assunto;
- quanto mais eles criticam mais estão incomodados e tentam criar uma imagem falsa do que criticam;
- se falam muito e falam mal é que o assunto além de importante prejudica interesses não republicanos (tipo os da Turma Mecanismo).
Assim, leia, desconte as calúnias e aleivosias assacadas contra a direita = que atravessa um processo de crescimento incontido em todo o mundo = e conheça melhor  o que eles tanto temem.]
Sara Winter ou Sara Fernanda Giromini, 27.......... 
Convertida ao cristianismo, diz-se defensora da família tradicional brasileira, luta contra a discussão de gênero, as drogas, a doutrinação marxista, a jogatina e a prostituição.
Gosta de exibir armas e se mostrar agressiva e desbocada. Hoje é uma das apoiadoras mais ferrenhas do presidente Jair Bolsonaro, tem um cargo no governo e comanda os 300 do Brasil. Parte dos membros do grupo está alojada em Brasília num acampamento situado no núcleo rural Rajadinha, entre Paranoá e Planaltina. A propriedade foi escolhida por cumprir o objetivo de dificultar a aproximação de estranhos e evitar olhares curiosos. Sara foi um dos alvos da operação da Polícia Federal que investiga as fake news, sob ordens do ministro Alexandre de Moraes. Nas redes, Sara divulgou vários impropérios e palavrões contra o ministro e a PF e disse que se recusará a depor.



Em sua cruzada para promover torturadores e facínoras, Bolsonaro postou uma citação de Mussolini no Twitter em que convoca a população a morrer lutando pela liberdade

Tiros nos antifascistas
Outro expoente dessa onda extremista é o deputado estadual Daniel Silveira (PSL-RJ), que ao longo da semana disse, numa transmissão pelo YouTube, que estaria disposto a atirar em manifestantes antifascistas se houvesse um enfrentamento. Ex-policial, Silveira é conhecido por ter sido filmado quebrando uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL) nas eleições de 2018. Também é alvo da mesma operação da PF que atingiu Sara Winter. Nos últimos meses se tornou muito ativo no YouTube e depois dos protestos de domingo publicou vários vídeos que mostram muito bem o espírito da nova extrema direita. Em um deles chamou os participantes de um protesto antifascista que aconteceu, domingo 31, na Praia de Copacabana, de “vagabundos” e, em outro, ameaçou se dirigir ao grupo, declarando a um policial do isolamento que estava armado. “Eu vou lá. Vamos ver se eles são de verdade. O primeiro que vier eu “cato”. Aí fica a lição. Eu queria ir lá pegar um, po. Deixa eu pegar um, caralho”, disse Silveira. Mais tarde, o deputado afirmou que não estava ameaçando ninguém, mas que considerava uma “hipótese plausível, factível” a de que poderia usar uma arma para se defender de manifestantes.

A mulher do porrete [esse porrete tem incomodado bastante.]
Representante de destaque dessa nova turma da extrema-direita é Cristina Rocha Araujo, também apoiadora fervorosa de Bolsonaro. Ela ficou conhecida, no domingo 31, porque portava um taco de beisebol durante uma caminhada contra  a democracia na Avenida Paulista. Acabou retirada da manifestação pela Polícia Militar. “Senhora, por favor, vamos para lá”, disse o agente de segurança, enquanto encaminhava a bolsonarista para o grupo de simpatizantes do mandatário. “Eu não tenho medo, vim para a guerra”, responde ela. Além do porrete, no qual estava escrito Rivotril, um remédio ansiolítico, a manifestante levava no rosto uma máscara com a bandeira dos Estados Unidos, e se dizia com vontade de “enfiar o bastão nas pessoas que estavam criticando o presidente”. Ela se diz filha de um general e amiga do general Eduardo Villas-Boas, ex-comandante do Exército e um dos articuladores da campanha de Bolsonaro à Presidência. Ela trocou insultos e xingamentos com manifestantes a favor da democracia, que naquele dia estavam representados pelas torcidas organizadas dos principais times de futebol de São Paulo.


O amigo do filho 03
Também chama a atenção nessa nova extrema-direita o delegado da Polícia Civil de São Paulo, Paulo Bilynskyj, 33. Ele foi baleado em 20 de maio, por sua namorada, a modelo Priscila Delgado de Bairros, 27, após discussão e briga do casal, dentro do apartamento em que viviam juntos, em São Bernardo do Campo. O delegado ficou internado durante treze dias na UTI do Hospital Mário Covas, em Santo André. Bilynskyj, que era instrutor de tiro e dava aulas a Priscila, contou que a namorada teria ficado furiosa, enciumada, após ver uma troca de mensagens entre ele e uma ex-namorada. Na versão do delegado, a modelo teria disparado seis tiros contra ele e depois se matado com um tiro no peito. 
Porém, a investigação continua correndo e nenhuma possibilidade é descartada: feminicídio, homicídio e legitima defesa. Os dois se conheceram em 2019, e desde abril estavam morando juntos. 

A bandeira ucraniana
Uma misteriosa bandeira vermelha e preta apareceu na manifestação na Avenida Paulista, em meio aos grupos bolsonaristas, no domingo. Falou-se primeiro que se tratava de uma bandeira neonazista, mas logo se descobriu que era apenas de um grupo extremista e ultranacionalista ucraniano chamado Pravyi Sektor, organização paramilitar convertida em partido político. O reconhecimento da bandeira, inclusive, teria sido o estopim do entrevero entre bolsonaristas e torcidas organizadas que houve naquele dia. Quem portava a bandeira era o brasileiro Alex Silva, 46, instrutor de segurança que mora na Ucrânia desde 2014. Ele trabalha em uma academia de tiro e táticas militares em Kiev, capital do país, e, diante do clima propício às armas e ao conflito, veio abrir uma filial no Brasil. Ficou impedido de voltar para casa por causa da pandemia. Enquanto isso passa seu tempo em manifestações pró-Bolsonaro e contra a democracia. “A gente sempre vai de uma maneira ordeira, pacífica, sem quebra-quebra, sem vandalismo. O máximo que a gente faz é vaiar os caras que nos chamam de gado”, disse Silva.Eles são terroristas, não são pró-democracia coisa nenhuma”. Sua polêmica bandeira, porém, causou revolta e teve um efeito provocativo. Os novos extremistas dão a sensação de que podem manejar qualquer símbolo autoritário impunemente. Para eles, o importante é lacrar e se preparar para a briga, que pode eclodir a qualquer momento.

Em IstoÉ, MATÉRIA COMPLETA




sábado, 23 de maio de 2020

Ministros insatisfeitos - Celso de Mello quer investigação - Merval Pereira

O ministro Celso de Mello não encaminhou simplesmente à PGR a noticia crime com pedido de busca e apreensão dos celulares do presidente Bolsonaro e de seu filho Carlos. Pela maneira como mandou o ofício, afirmando que ninguém está acima da lei, por mais que exerça um alto cargo na República - mostrou que está mesmo com vontade de investigar e deixou na mão de Augusto Aras a decisão e a responsabilidade de investigar ou não.  

Imediatamente as redes sociais ligadas ao presidente começaram a atacar o ministro com violência, inclusive deputados bolsonaristas, e isso não é bom. O ministro é uma pessoa séria, decano do STF, e não vai ficar contente com o ataque que está sofrendo. Não é à toa que ataques nas redes sociais estão sendo investigados no STF - os ministros estão muito incomodados. Celso de Mello se se referiu aos suspeitos de ameaças de morte políticos e juízes de Brasilia e a favor do AI 5 presos ontem como bolsonaristas radicais, fascistas e ignorantes. 

É evidente que ele não está satisfeito com esse ambiente político – ninguém sério pode estar. As redes sociais bolsonaristas são incontroláveis e precisam ser paradas porque criam um ambiente de radicalismo absurdo, querendo impedir que as leis sejam cumpridas. É uma situação de pressão política sobre o judiciário inaceitável.

Merval Pereira, jornalista - O Globo


segunda-feira, 8 de abril de 2019

"O supremo brinquedo do Zequinha"

"Talvez você não saiba, mas José Dirceu tem um filho que é deputado.  

Talvez você não se lembre quem é José Dirceu, então dê um pulo no Google quando não tiver ninguém olhandopara não ser acusado de formação de quadrilha. E agora que você já sabe de tudo, veja a cena: o ministro da Economia, com sua equipe de padrão internacional, liderando a reforma mais esperada do país e sendo interpelado por Dirceu Júnior.

Interpelação não é o termo exato
sugere uma dignidade que a cena não ostentava. Pegadinha seria mais próximo do sentido da coisa, já que molecagem está em desuso. Mostrando que desinibição é genética, o filho do herói sem tornozeleira saltou na ribalta para uma repreensão moral à autoridade econômica – e se você rir agora estragará o final da piada, que é de chorar. Acaba assim: Dirceuzinho fez malcriação, bagunçou a sala, forçou a interrupção da audiência mais aguardada do ano e obteve, ato contínuo, ampla repercussão nas redes e na imprensa tradicional até sobre a existência de um fã clube para exaltá-lo – com direito a muitas fotografias e sugestões de que se trata de um galã. Haddad já era.

Por mais que tenha sido lançado à Presidência dentro da cadeia,
o poste do Lula não tem o mesmo charme. Em seus perfis na internet, o filho do coordenador do maior assalto da história do país aparece dando voltas ao mundo – exibindo a quem quiser ver as maravilhas que uma família bem-sucedida pode desfrutar. O petróleo é nosso (deles).

Pois esse personagem carismático e cativante foi lá botar o dedo na cara do Paulo Guedes. O acusou de ser mau com os pobres e bonzinho com os poderosos. De maldade com o povo ele entende, considerando-se que a simpática gangue do seu pai presenteou os brasileiros com a maior recessão de sua história. De adulação e conchavo com os poderosos o jovem herdeiro do petrolão também pode falar de cátedra – basta ver o clube de empreiteiras que seu pai montou para livrar o país do excesso de dinheiro. Mesmo com esse festival de virtudes, sendo o Brasil um adorável jardim de infância, o que consagrou Dirceu Jr. foi a sua terminologia pré-escolar: Guedes virou tigrão contra os fracos e tchuchuca com os fortes. O menino sabe o que diz. Poderia até ter ilustrado seu postulado contando como se faz para que a corte máxima do país seja tchuchuca com papai – condenado a mais de 30 anos de prisão e flanando à solta por aí.

Um ponto importante para a decisão do STF de manter José Dirceu fora da cadeia foi uma divergência sobre quantos milhões de reais o condenado terá que devolver aos cofres públicos. Faz todo o sentido – e a lei é claríssima: não se pode privar um ladrão de torrar à vontade o dinheiro roubado só porque ainda não se sabe exatamente quanto da fortuna amealhada com o suor dos outros vai sobrar para os felizes herdeiros. O Supremo não vai deixar tigrão nenhum tirar o brinquedo do Zequinha.

Já o Brasil, sempre sensível aos guerreiros do povo e ao sagrado direito dos seus filhos de brincar com a cara da população, permanece na trincheira contra o fascismo imaginário. Esse sim é terrível – e deu para ver nos olhos faiscantes de Guedes a ira do tinhoso. Aconteceu a mesmíssima coisa na época de FHC – que hoje está no camarote vip dos democratas de auditório, mas já foi o monstro neoliberal mancomunado com os filhotes da ditadura. O golpe fascista na ocasião se chamava Plano Real – e vinha junto com reformas do estado, inclusive da previdência. Mesmo truque.

Felizmente os brasileiros têm guardiões da democracia como Dirceu, Dirceuzinho, Gleisi, Molon, Freixo, Maria do Rosário e toda a brigada Lula Livre para lutar contra esses fascistas que querem indisfarçavelmente engordar o povo – provavelmente para depois maltratá-lo a golpes de gordofobia.

Não passarão!"

Gazeta do Povo - Guilherme Fiúza 


segunda-feira, 29 de outubro de 2018

A derrota desmascarou os democratas de galinheiro

Condenado ao desaparecimento pelo eleitorado que tapeou por tanto tempo, o partido que virou bando vai morrer de sem-vergonhice


O discurso lido por Jair Bolsonaro revogou o destempero da primeira fala improvisada pelo presidente eleito e desconcertou adversários que esperavam ansiosamente algum escorregão autoritário. O candidato vitorioso transformou num “juramento a Deus” a promessa de respeitar a Constituição, as leis, os direitos humanos, as múltiplas liberdades. Louvou o Estado Democrático de Direito e reiterou o compromisso de esforçar-se pela pacificação do Brasil.

O discurso de Fernando Haddad, declamado minutos depois, deixou em frangalhos a fantasia do estadista que Lula escolheu para impedir que a democracia brasileira fosse assassinada por uma versão piorada de Adolf Hitler. Alheio aos 10 milhões de votos que escavaram um abismo entre ele e Bolsonaro, Haddad transformou o que deveria ser um civilizado reconhecimento da derrota no primeiro comício do terceiro turno de uma eleição que acabou.

Em vez de desejar boa sorte ao vencedor, o democrata de galinheiro tentou desqualificar a decisão da maioria do eleitorado, exigiu a libertação do corrupto engaiolado pela Justiça e avisou que a luta continua. A seu lado no palanque, Gleisi Hoffmann confirmou que o partido não perdeu para Bolsonaro: foi vítima das fraudes, da enxurrada de fake news, das injustiças praticadas contra Lula e de outras perversidades engendradas por fascistas e neonazistas.  Guilherme Boulos aproveitou o clima beligerante e convocou para esta terça-feira atos de protesto contra o governo que nem começou. Não esclareceu se vai convidar para as manifestações Joaquim Barbosa, Rodrigo Janot, Marina Silva e outros parceiros recentes da “frente democrática” simulada pela tribo que sonha fazer do Brasil uma Venezuela tamanho família. Tampouco revelou se vai aproveitar o ajuntamento para invadir algum imóvel.

O palavrório dos companheiros de naufrágio destoou pateticamente da cara de velório. Fiascos do gênero confundem seus protagonistas, sobretudo se portadores de cabeças muito avariadas. Mas o surto de alucinações não dura muito. Sacerdotes ou meros devotos, os integrantes da seita logo descobrirão que Lula vai continuar na cadeia, que a Lava Jato venceu a quadrilha, que Bolsonaro nocauteou Haddad, que os brasileiros não são um ajuntamento de otários. O comportamento dos vencidos informa: o PT pode até sobreviver por alguns anos, mas a agonia é irreversível. Condenado ao desaparecimento pelo eleitorado que tapeou por tanto tempo, o partido que virou bando vai morrer de sem-vergonhice.

Blog do Augusto Nunes - Veja

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Exemplo para o Brasil

Atentados malsucedidos foram fomentados, mesmo que indiretamente, contra pessoas e instituições ofendidas por Donald Trump

[Se tornou recorrente, tudo que acontece de ruim nos Estados Unidos, é culpa do Donald Trump - que está fazendo um excelente governo;

a moda também está vindo para o Brasil contra Jair Bolsonaro - que com as bençãos de DEUS será o próximo Presidente do Brasil a partir do próximo dia 28 - coisa errada o partido 'perda total' e seus sequazes atribuem a Bolsonaro.

Até mesmo uma resposta dada pelo filho do capitão a um interlocutor que fez uma pergunta sobre uma situação hipotética - só esta semana, o poste petista foi desmentido três vezes, de forma inequívoca, sobre FAKE NEWS que lanço contra Bolsonaro.]

A tentativa de explodir bombas nas casas dos ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama e na sede da rede de TV de notícias CNN é um bom exemplo para o Brasil no limiar de inaugurar um governo de extrema direita. Terrorismo não é novidade no cotidiano dos Estados Unidos. Atentados praticados por inimigos externos, como os ataques de 11 de setembro de 2001, ou por grupos de casa, como a explosão de Oklahoma City, são objeto de permanente e obsessiva vigilância da Inteligência e das forças policiais americanas.

Os atentados malsucedidos de ontem, contudo, têm outra característica. Foram fomentados, mesmo que indiretamente, contra pessoas e instituições sistematicamente ofendidas pelo presidente Donald Trump. Não falha um dia, desde que assumiu a Casa Branca Trump ataca sem trégua a imprensa, e sobremaneira a rede CNN e o jornal “The New York Times”. Os membros do Partido Democrata, dos ex-presidentes Clinton e Obama, também são objeto da fúria presidencial.

Trump chegou a dizer que os democratas apoiavam e poderiam estar por trás da caravana de refugiados centro-americanos que há dez dias marcham em direção à fronteira dos Estados Unidos. Há dois dias, a polícia explodiu um pacote-bomba enviado para a casa do bilionário George Soros. No início deste mês, Trump acusara Soros de financiar manifestantes que se mobilizaram contra a indicação do conservador Brett Kavanaugh para Suprema Corte.

Trump é um fomentador de ódio entre os americanos. [quem criou o 'nós contra eles' foi o presidiário Lula.] Os que se deixam convencer por sua retórica podem se tornar potenciais agressores de “inimigos” e, no limite, terroristas amadores capazes de fazer barulho como o que se ouviu ontem e na véspera. O pior inimigo dos Estados Unidos pode ser o seu principal líder, se levadas em consideração as suas seguidas manifestações de onde emanam rancor e espírito de vingança.

No Brasil, poderemos viver experiência que tem tudo para ser parecida. O candidato Jair Bolsonaro, líder das pesquisas e que está muito próximo de ser eleito presidente da República, destila seu ódio aos adversários, que não vê como competidores, mas como inimigos a serem varridos do mapa. Foi o que ele disse naquele discurso de domingo, endereçado aos manifestantes a favor da sua candidatura concentrados na Avenida Paulista.

Bolsonaro disse que “os vermelhos” (referindo-se ao PT e demais partidos de esquerda) se enquadram ou serão presos ou banidos do Brasil. Uma falácia, claro, mas muito perigosa. Ainda no primeiro turno, em Rio Branco, o candidato empunhou um tripé de câmera de vídeo como se fosse um arma e, apontando para frente, disse que era hora de “fuzilar a petralhada” do Acre. Sinal mais claro não há. Bolsonaro, eleito, terá de imediatamente moderar o seu discurso ou acabará criando monstros como aqueles que ontem tentaram explodir bombas em Nova York.

Não começou no domingo, nem no primeiro turno, Bolsonaro tem usado o discurso do ódio muito antes de se lançar candidato a presidente da República. Era olhado como figura exótica, ultrapassada, que não representava perigo para um país consolidado e de instituições sólidas. Muito mais do que uma vez, o deputado enalteceu a ditadura, a tortura e sempre banalizou a morte dos inimigos. Políticos ou militantes de esquerda, bandidos ou traficantes, são todos iguais aos olhos do capitão candidato.

Do outro lado da cerca, o PT também estimulou o ódio a adversários ao longo dos anos finais de seus quatro governos, sobretudo durante o período em que se encaminhou o impeachment da ex-presidente Dilma e a prisão do ex-presidente Lula. Os que defendiam a saída da primeira e o encarceramento do segundo eram chamados de fascistas, nazistas, entreguistas. Não escapou ninguém. Juízes, políticos, partidos, jornalistas, não importa, bastava não condenar o impeachment e a prisão para ser objeto da ira petista.

O Brasil piorou muito ao longo dos últimos anos. E tem tudo para caminhar ainda mais rapidamente para o fundo do poço. Não dá para imaginar o futuro governo apenas pela pauta econômica ou social. Estas agradam a uns e desagradam a outros. A qualquer uma o Brasil sobrevive, doído, mas íntegro. O problema é quando se alcança o nível da intolerância, onde adversários passam a ser inimigos. E inimigos que precisam ser eliminados.
P.S. O Brasil, cada vez menos inteligente e mais mal-humorado, ficou pior ontem. Morreu o jornalista Raymundo Costa.

Ascânio Seleme - O Globo
 


sábado, 3 de janeiro de 2015

E a Mentira tomou posse!

Não, não foi uma mulher, uma presidente preocupada em resolver problemas cruciais do Brasil que participou de um ritual cívico de caráter político, em Brasília. Não foi uma chefe de Estado que, pela segunda vez, tornou-se o centro das atenções mundial, após disputar, democraticamente com seu adversário, a direção da Nação. Não!
 
Quem usou pé de cabra tecnológico para arrombar as portas das urnas eletrônicas não pode ser assim considerada, mas uma criatura resultante da tessitura de todas as péssimas qualidades e jogada no Brasil para destilar o seu veneno ingênito. Obra do Mal, não pode transmitir o que inexiste em suas entranhas: Honestidade para o crescimento do País. 

 
Ontem, primeiro de janeiro, a Mentira tomou posse, acompanhada de seu muito ativo séquito: a Injúria, a Calúnia, a Fraude, a Corrupção e de seu companheiro de todas as horas, o Cinismo Sem Limites. Sim, sem limites, porquanto a ‘senhora’, no seu discurso pré-fabricado, mascarando a defesa da Petrobras, falou em “predadores internos e inimigos externos”*. Será que entendi?

Como nunca cita os nomes dos predadores, suponho que sejam todos os que tomam conta do duto da dinheirama e que têm nomes e sobrenomes divulgados e conhecidos dos brasileiros, já muito envergonhados de sê-los pela destruição intencional do Brasil, em mãos da barbárie política. Não precisa identificar os “inimigos externos” porque somos nós, os defensores das instituições nacionais, aqueles que desejam ver o Brasil ressurgir das cinzas, ou melhor, os “fascistas”, os “militaristas”, os amantes da “ditadura militar”, os adoradores dos “anos de chumbo”, os de “direita”.

Esses “inimigos externos” deverão ser atacados por todos os flancos para que os “predadores internos” tenham mais tranquilidade em surrupiar o que ainda resta da outrora empresa, orgulho do Brasil, já que a sem Graça permanece. Os arroubos públicos da Mentira tornam-se caricaturais. Fala em “Pátria”, sentimento que lhe é estranho e soa como um tiro de canhão, o mesmo que lhe assustou, no arremedo da posse, por não ter a consciência tranquila. O que diremos, então, com “Brasil, pátria educadora”?**

Que ministros a Mentira pôs nessa farsa de governo, tão capacitados em transformarem o Brasil num centro educacional liberador de inteligências? Qual o programa da Mentira para esse segundo mandato de engulho?  E por falar em ministros, Jaques Wagner no MD, não é a superprovocação da Mentira empossada?
Assim nasce 2015, que poderá ser o começo do término dessa tragédia, já há muito encenada por coadjuvantes mambembes.
A plateia começa a se mexer demais nas cadeiras.

*Estado de S. Paulo, Capa e Caderno Especial, 2 de janeiro de 2015.
** Idem, Caderno Especial.

Por: Aileda de Mattos Oliveira - Dr.ª em Língua Portuguesa. Vice-Presidente da Academia Brasileira de Defesa