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sábado, 11 de setembro de 2021

Vizinho chama a polícia e denuncia mulheres tomando sol sem a parte de cima do biquíni

O Globo - Elaine Neves

Vizinho chama a polícia e denuncia mulheres tomando sol sem a parte de cima do biquíni no Rio Grande do Norte

Para o homem, que mora numa residência em frente ao local, elas estariam produzindo um material pornográfico 
 
Um vizinho denunciou à polícia três mulheres que tomavam sol na piscina de uma casa, em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, sem a parte de cima do biquíni. Para o homem, que mora numa residência em frente ao local, elas estariam produzindo um material pornográfico.

A produtora audiovisual M. T. de 35 anos, aproveitava o feriado de 7 de Setembro na casa de um amigo, junto com outras três mulheres. Na área externa, ela e duas amigas faziam topless dentro da piscina, quando o homem entrou pelo portão do imóvel, aos gritos, alegando que elas estariam fazendo filme pornô. [é política do Prontidão Total não conceder holofotes a pessoas que não os merecem; portanto, não publicamos o nome completo de uma das desejosas de aparecer nem  foto do seu perfil. 
Lembramos que nos tempos da Leila Diniz o 'topless' chamava atenção, atraía multidões, só que nos tempos atuais topless em área pública está mais para " laranja madura a beira da  estrada ou está bichada ou tem marimbondo no pé”...." .
Além da exibição gratuita, imposta aos passantes, desvalorizar o material  exibido, temos que considerar que atualmente a diversidade não é apenas aceita, é também imposta ... e vai que a plateia tem aversão ao produto exibido.]

- Ele invadiu a casa destemperado e gritando. A gente na água e ele gritando que estávamos fazendo filme pornô e que era um absurdo, mas conseguimos fazer com que ele saísse da casa, fechamos o portão e estava tudo bem. Ficamos assustadas. - contou M.

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- Duas horas depois a gente ouviu um barulho no portão e achamos que era ele [o vizinho] de novo, tentando entrar na casa, mas era a polícia que entrou e quebrou o portão, invadiu e já vieram bem destemperados, dizendo que levaria todo mundo preso e que iria algemar. A gente tentou argumentar, acalmar a situação, e dissemos que não estávamos fazendo nada demais, apenas tomando sol na piscina. Depois de muita confusão, eles fizeram um acordo com a gente, pedindo que colocássemos o biquini e que o vizinho ficaria vigiando da janela. Se ele visse alguém sem biquíni, ele iria ligar e os policiais iriam invadir e levar todo mundo preso – relatou a produtora, que usou as redes sociais para descrever a situação.

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Em nota, a Polícia Civil do Rio Grande do Norte informou que a ocorrência foi resolvida no local. "A Polícia Civil do Rio Grande do Norte informa que, no dia 7 de setembro, a equipe da Delegacia Móvel instalada em São Miguel do Gostoso foi acionada para uma ocorrência em que ocupantes de um imóvel vizinho ao denunciante estavam despidos na área da piscina de um prédio, o que podia ser visualizado do primeiro andar do denunciante. Após comparecimento dos policiais, os ocupantes do imóvel atenderam ao pedido da equipe, sendo a ocorrência resolvida no local."

[outro comentário: a nota da Polícia Civil, informa que as pessoas estavam despidas "ocupantes de um imóvel vizinho ao denunciante estavam despidos na área da piscina de um prédio,". A exibição de pessoas despidas cria situação bem diferente da decorrente da prática do "topless"
O fato é que o produto exibido na produção da produtora parece não ter agradado.] 
 

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

O resultado da mobilização. E o futuro (por enquanto 😃 ) - Alon Feuerwerker

Análise Política

O Sete de Setembro foi marcado pela expressiva, ainda que não decisiva, mobilização do bolsonarismo, ao colocar seus contingentes civis na rua. Em Brasília, em São Paulo e espalhados pelo Brasil. Acabou sendo um movimento taticamente defensivo, mas que prepara uma ofensiva estratégica.

Defensivo por Jair Bolsonaro convocar as reservas dele para resistir a eventuais tentativas de estrangular seu governo, por meio do Supremo Tribunal Federal (STF), ou depô-lo, por meio do Congresso. E ofensivo por agrupar as forças que, imagina, são o passaporte de seu grupo político ao segundo turno em 2022.  Outro movimento do presidente é dar um passo adiante no esticar da corda com o STF, como fez ao editar a medida provisória sobre a remoção de conteúdo pelas grandes redes sociais.

Se prevalecer, terá conquistado terreno para si e seus apoiadores. Se novamente for barrado pelo STF, colocará mais um tijolinho na construção da narrativa segundo a qual ele defende a liberdade e a democracia, ao contrário dos adversários. Pelos discursos, recuar não está nas cogitações. Todas as pesquisas mostram um mesmo fenômeno. Uma certa convergência do teto e do piso das intenções de voto no presidente. Ele está no momento bem para ir ao segundo turno, mas chegando ali agrega pouquíssimo, pois enfrenta uma rejeição proibitiva.

Mais ou menos como era a aversão ao PT em 2018. O petismo até que agregou bons pontos no segundo turno ali. Mas a rejeição acabou derrotando-o. Lula, com o encerramento de seu 18º processo, está numa posição mais confortável. Vai folgadamente ao segundo turno e ali recolhe, hoje, o apoio suficiente, nascido da rejeição ao adversário principal. Para o petista, a linha é garantir a realização das eleições e torcer para que a rejeição a Bolsonaro se mantenha alta. [todos sabem que o FIM DA PANDEMIA e uma melhora, ainda que pequena, na economia e no nível de emprego, acaba coma rejeição ao capitão; quem lota a Paulista e outros locais, não sofre rejeição digna de nota - e sim uma insatisfação efêmera.
Se ontem, ao amanhecer, alguém pintasse o que as fotos na Paulista, em Brasília, Copa e outras cidades mostram, seria tachado de louco.] Mesmo que caia um pouco, pois governos sempre têm recursos para crescer em campanhas.

E o caminho para a eleição? O presidente já informou como pretende agir: utilizando todos os instrumentos de que dispõe para emparedar os adversários e evitar que o emparedem. Pode-se apostar portanto numa elevação progressiva da temperatura.  Mas o jogo tem um aspecto sendo jogado em sintonia fina. A cena vai aquecer, mas até quando cada lado cuidará de não parecer que está saindo, como repete Bolsonaro, das “quatro linhas da Constituição”? [um integrante de um dos lados,  já mostrou, mais de uma vez,  que a Constituição é o que ele quer que seja = adaptando o famoso "o Estado sou eu" de Luiz XIV, para o brasileiro "o Supremo sou eu."]

Claro que acontecimentos podem fazer desandar a receita, o que fica mais provável quanto mais alta a temperatura. No momento, não dá para prever se, ou quando, vamos alcançar a energia de ativação, em que a reação química é desencadeada. Entretanto o cenário aponta para situações em que os diversos atores vão queimando as pontes atrás de si ao avançar.

Bem, supondo que a corda continue esticada, mas não rompa, o governo e o presidente terão saído do Sete de Setembro com uma momentânea vitória tática, e com o problema estratégico mantido do mesmo tamanho: como romper o cerco que seu expressivo exército sofre. Sem isso, caminha para uma derrota honrosa em 2022. E derrota é algo que não parece frequentar os planos de Jair Bolsonaro.

E o impeachment? Um subproduto do esticar de corda neste feriado foi reacender a esperança da “terceira via” de depor Jair Bolsonaro pelo método já rotineiro no Brasil. Seria um atalho para removê-lo da eleição. [o impeachment não depende da vontade do Lira - e Lira tem se mostrado menos dobrável do que Pacheco - só que parlamentares não votam pelo impeachment de quem faz o que Bolsonaro fez ontem na Esplanada e na Paulista - para ficar em dois exemplos.] Ainda que não resolva completamente o assunto, pois o atual presidente pode, em todo caso, apoiar alguém que se torne competitivo. 

Alon Feuerwerker,  jornalista e analista político


domingo, 29 de agosto de 2021

Equilíbrio instável - Alon Feuerwerker

Análise Política

Um exercício preliminar na análise deste momento é procurar quando e por que aconteceu o ponto de inflexão que transformou o equilíbrio estável em instável. Um objeto está em equilíbrio estável quando qualquer pequena perturbação nele tende a fazê-lo retornar para a situação de equilíbrio. E o instável é quando mesmo uma pequena perturbação tem o poder de desorganizar a situação.

Um exemplo clássico é o da bolinha numa bacia. Se a bacia está de boca para cima e a bolinha sofre um pequeno deslocamento, ela tende a retornar para o centro. Mas se a bacia está de boca para baixo e a bolinha é deslocada, ela tende a rolar e ir embora. O governo Jair Bolsonaro atravessou seu primeiro período em equilíbrio estável por duas razões principais: maioria parlamentar sólida para o essencial de seu programa econômico - e para evitar um impeachment - e manutenção da expectativa de poder, da capacidade de reeleger-se. Quando, devido principalmente à condução na pandemia, em particular na vacinação, o segundo pilar entrou em corrosão, o primeiro também passou a sofrer.

Todos os sinais são de termos ingressado num período de equilíbrio instável. No qual aumenta a possibilidade de os desejos dos personagens serem tragados pelas circunstâncias. Um erro habitual na política é fazer os cálculos baseando-se só nos fatores da racionalidade. Quando a situação passa a ser de equilíbrio instável, aumenta bem o poder das circunstâncias. Em vez de os personagens conduzirem, tendem a ser conduzidos. Na linguagem militar, a situação passa a ser de perda da capacidade de iniciativa.

E são conduzidos, no mais das vezes, pelas personas que criaram para si mesmos. Como é que o presidente da República vai poder, a certa hora, dizer que aceita qualquer resultado na eleição do ano que vem, com a urna eletrônica? Pois é disso que se trata. A única saída pacífica possível para o atual impasse é todos estarem de acordo em que todos disputem a eleição e quem ganhar, pelo atual sistema de coleta de votos, toma posse e governa.

O problema é que quase ninguém está confortável com assumir esse tipo de compromisso. Daí o superaquecimento conjuntural. Para baixar a temperatura, seria necessário um freio de arrumação. Faltam duas coisas para isso. Como dito acima, falta que todos aceitem não apenas o sistema de regras eleitorais, mas também os prováveis desfechos. E talvez falte alguém com liderança para fiar o acordo coletivo.

Entrementes, vamos de soluço em soluço, subindo um degrau de cada vez. 7 de setembro será um dia importante, em que Bolsonaro imagina reunir gente suficiente para dar uma demonstração de força. 
Mas, mesmo supondo que tudo corra pacificamente no feriado, e isso não é tão provável assim, e depois? 
Qual é a estratégia de saída de cada ator? Um dado decisivo ainda não suficientemente claro. [em 2022 também tem 7 de setembro; a importância política da data será maior, estaremos com as bênçãos de DEUS com a pandemia controlada - contágio e mortalidade ZERO - economia crescendo, desemprego em queda e outras benesses, entre elas a  =  faltará espaço para os arautos do pessimismo (entre eles a Covidão sepultada, desmoralizada) um dos grupos que formam os inimigos do Brasil,  expelirem seus maus agouros. CONTRA FATOS, NÃO HÁ ARGUMENTOS.]

Pois nem a oposição tem força para fazer o impeachment, ou mesmo para a Câmara afastar o presidente em caso de denúncia por crime comum, nem Bolsonaro tem força, mantido íntegro o ordenamento jurídico, para impor os desejos dele sobre como vai acontecer a eleição. Um nó górdio à espera de que alguém o corte.

Alon Feuerwerker, jornalista e analista jurídico


segunda-feira, 23 de agosto de 2021

7 de Setembro: forças militares estão alertas em relação aos protestos

Prováveis manifestações em 7 de setembro ligam o sinal de alerta em órgãos responsáveis pela segurança do Congresso e da Esplanada. PM também se prepara para o evento do dia do soldado, na próxima quarta-feira

As forças militares que cuidam da segurança do Congresso e da Esplanada dos Ministérios estão em estado de alerta para possíveis manifestações no feriado da Independência, em 7 de setembro, em Brasília. Fontes ouvidas pelo Correio afirmam que, apesar de ainda não existir nenhum planejamento especial em relação o dia, os militares estão preparados para conter qualquer possível ação violenta.

A operação começou após a investigação a respeito de postagens e vídeos, publicados nas redes sociais nos últimos dias, que incitam a população a praticar atos criminosos e violentos às vésperas do feriado. Como medida de segurança, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão, atendendo a um pedido da subprocuradora Lindôra Araújo, da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Políticos, cantores, blogueiros e empresários estiveram na mira da Polícia Federal. Entre eles, o cantor e ex-deputado Sérgio Reis. Ele está sendo investigado por convocar uma manifestação de caminhoneiros em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, com cobrança ao Congresso para derrubar todos os ministros do STF e pedidos de uma ação militar no país.

A repercussão do caso foi negativa e Sérgio Reis foi desautorizado por lideranças de caminhoneiros e ruralistas, que diziam que não apoiavam nenhuma manifestação. O músico se disse arrependido, mas continuou pedindo que as famílias fossem para as ruas. Na avaliação do deputado federal Neri Geller (PP-MT), o posicionamento de Sérgio Reis foi “infeliz” e precipitado. “Sou radicalmente contra a possibilidade de quebra institucional. Não tem nenhuma possibilidade de defender”, afirma.

Geller, que é produtor rural e um dos fundadores da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), ressalta que não é a favor de manifestações antidemocráticas e da separação dos Poderes. “Tem algumas lideranças que estão se excedendo um pouco. Essa suposta exigência do Senado votar um impeachment e, se isso não acontecer, fecharem rodovias, sou totalmente contra. Inclusive, eu sou da base do Bolsonaro, mas eu penso que o Brasil precisa de convergência e diálogo”, diz.

A Polícia Militar também se prepara para o evento do dia do soldado, em 25 de agosto, próxima quarta-feira. As forças de segurança temem que o espaço seja transformado em um local de ato político. A cerimônia prevê poucas pessoas e tem uma estrutura física. A reportagem entrou em contato com o Departamento de Trânsito, com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. No entanto, nenhum órgão se manifestou sobre qual é o planejamento para cuidar da segurança de Brasília em 7 de Setembro.

O cientista político Leonardo Queiroz Leite, doutor em administração pública e governo pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), afirma que Bolsonaro se mostra perdido diante dos fatos. “Ele parece que está perdendo o rumo do próprio governo ao atacar o Supremo. Esse pedido de impeachment é o primeiro da história e a chance de fracassar é enorme. Tem uma série de autoridades se manifestando contra e apoiando o STF”, aponta. [senhor Leonardo, respeitosamente, peço que se atualize - só este ano, ingressaram no STF 18 pedidos de impeachment contra ministros do STF; é um procedimento previsto na Constituição, que para passar a processo precisa ser encaminhado pelo presidente do Senado a uma  Comissão daquela Casa, se aprovado no colegiado, segue para Plenário, etc, etc. Um processo transparente e democrático.]

Leite explica que todo cidadão tem direito de protestar, desde que a manifestação seja democrática. “As pessoas podem se manifestar contra ou a favor do governo. O problema é ter uma manifestação antidemocrática de destituir um ministro do Supremo. Isso é um absurdo do ponto de vista constitucional. A questão principal é o tom que esses manifestantes estavam adotando”, ressalta.

Política - Correio Braziliense  

 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

A morte é uma possibilidade real para todos nós - Ana Dubeux

O respeito à morte

Faça um favor ao mundo: não mate a morte. Fale sobre ela; escreva sobre ela. Respeite a importância e o tamanho dela na vida de alguém. Tão viva quanto qualquer outra condição natural da existência humana, a morte é uma possibilidade real e concreta no amanhã de todos nós e de todos os que amamos. Por essa razão, havemos de aprender a lidar com os barulhos e os silêncios que a sucedem e que também a antecedem.

O medo do que virá, o pânico de perder um dos seus, o choro da saudade, o luto tão pouco compreendido e, às vezes, tão pouco respeitado... Todos esses sentimentos e emoções que cercam a morte nos colocam de joelhos perante ela. Não digo isso baseada nos meus próprios pensamentos. Reportagem da Revista do Correio de hoje mostra como enfrentar a etapa finda da vida humana é tarefa necessária. Sim, é preciso falar sobre a morte.

A psicóloga Cristiane Ferraz Prade, vice-presidente da Casa do Cuidar, organização social sem fins lucrativos que atua na prática e ensino de cuidados paliativos, conta na reportagem que as pessoas têm dificuldade de lidar com a morte e aí ficam sem saber o que fazer quando se deparam com ela. “Procuram qual a frase certa e acabam falando coisas que não ajudam. A gente se afasta desta angústia e não se permite elaborar a existência da finitude, que pode ser uma elaboração enriquecedora, que permite que se viva de forma autêntica e mais inteira. A morte é uma grande professora, mas a gente precisa ficar para ouvir a lição”, recomenda.

Nosso silêncio também ensurdece e, com frequência, adoece. O momento da partida, com toda a dor que isso envolve, pode ser mais bem vivido e compreendido se a sociedade, todos nós pudermos entender melhor o fim. Talvez encarar a morte como um novo começo; talvez envolvê-la com sentimentos de ternura e amor por quem partiu; talvez abraçando as causas que o outro deixou; escrevendo suas lembranças ou apenas dando e recebendo ombros e abraços para amparar.

Conheço muitas pessoas que conseguiram lindamente — e não sem sofrimento — ressignificar um momento de despedida. A maioria não se prepara para isso e, de fato, não existe ensaio antes de as cortinas fecharem. Mas o espetáculo continua para quem segue. Porque cada um é o protagonista de sua própria vida. É preciso refazer os cenários, os atos, dar nova leitura aos fatos. É preciso mexer no roteiro que fugiu do previsível e adaptar o texto para encaixar a dor e a saudade. Na nossa biografia, sempre haverá perdas.

Neste feriado de Finados, convido a uma reflexão e reproduzo o que já ouvi de muitos pais órfãos e amores sofridos de uma falta eterna: não tente limitar ou abreviar o luto de alguém; não indique soluções fáceis para preencher vazios profundos; não procure as palavras certas na hora de consolar, procure, antes, entender que esse momento chega para todos nós e que é preciso falar sobre isso com mais naturalidade ao longo da vida. Não é um preparo antecipado, é apenas um esforço para ser o humano que somos em toda a sua dimensão.

Correio Braziliense


domingo, 5 de janeiro de 2020

A gestão desastrada do FNDE - Elio Gaspari


O Globo

Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação soube que havia sido demitido durante feriado


Gestões desastradas do FNDE lidam mal com suas lambanças


Uma escola de Minas Gerais receberia 30 mil laptops (117 para cada aluno)


No escurinho dos feriados, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Rodrigo Sérgio Dias, soube pelo Diário Oficial que havia sido demitido. Ele assumira em agosto, substituindo um professor nomeado em fevereiro. O FNDE não é uma repartição qualquer, tem uma caixa de R$ 58 bilhões e transfere recursos tanto para a merenda escolar como para o malfadado Fies, um programa de financiamento de vagas em faculdades privadas, cujo rombo está em R$ 12 bilhões, com 584 mil inadimplentes. É, sem dúvida, o maior escândalo da História do ensino superior brasileiro.

Os repórteres Pedro Prata e Pepita Ortega revelaram o teor da colaboração de uma ex-diretora da Universidade Brasil, de Fernandópolis (SP), na qual ela contou à Polícia Federal que a instituição vendia vagas no curso de Medicina por R$ 80 mil. Se o aluno quisesse financiamento do Fies (com a Viúva pagando), o pedágio custava R$ 100 mil. À época, só tinham acesso ao Fies jovens de famílias com renda per capita de até três salários mínimos. O MEC engolia dados fraudados.

As trocas do FNDE poderiam ficar por conta do caráter errático do governo, mas no FNDE há algo a mais. Na sua primeira gestão bolsonariana, o fundo publicou um edital para a compra de 1,3 milhão de computadores, laptops e notebooks destinados à rede pública de ensino. Coisa de R$ 3 bilhões. Entre agosto e a segunda metade de setembro, a Controladoria Geral da União achou maluquices e sinais de direcionamento no edital. Uma escola de Minas Gerais receberia 30 mil laptops (117 para cada um de seus 255 alunos). O sinal de perigo dado pela CGU levou à suspensão e ao posterior cancelamento do edital por Rodrigo Dias na primeira semana de sua curta gestão. Numa atitude tão esquisita quanto a concepção do edital, passaram-se quatro meses e não se falou mais no assunto. Um governo que pretende combater a corrupção precisa perguntar quem botou aquele jabuti na árvore. [muitos odeiam, mas, fato inconteste no Governo Bolsonaro:nenhuma denúncia de corrupção.
Eventuais tentativas são descobertas,a licitação cancelada e na sequência os responsáveis pela tentativa demitidos,sem prejuízo da responsabilização penal. Só que as medidas administrativas dependem do governo  e a responsabilização penal, depende de denúncia do MP.]

As gestões do FNDE lidaram mal com suas lambanças. Mexer com o Fies significa desafiar os donos de faculdades privadas, com sua bancada de congressistas y otras cositas más. Em janeiro do ano passado, uma mão invisível alterou o edital para a compra de livros didáticos, e o MEC disse que ocorreu um “erro operacional de versionamento”. No caso do edital de R$ 3 bilhões, o negócio é bem outro. Até hoje não se sabe como o jabuti subiu na forquilha, nem o nome do dono da árvore.

Um novo Kennedy
Enquanto o partido Democrata não tem um favorito para disputar a presidência dos Estados Unidos com Donald Trump, daqui até março será possível acompanhar a disputa pela vaga de candidato ao Senado pelo estado de Massachusetts. O deputado Joseph Kennedy III (39 anos) resolveu disputar a vaga do senador Ed Markey (73 anos), que está no Congresso desde 1976.

O que parece ser o novo contra o velho pode também ser o velho contra o novo, pois Markey tem uma folha de serviços impecável, inclusive na defesa do meio ambiente. Kennedy está bem nas pesquisas, mas suas chances parecem pequenas. A senadora Elizabeth Warren, do mesmo estado, disputa a presidência e apoia Markey.

Joseph Kennedy III tem a marca da família: liberal, bonitão e onipotente. Apesar do III no sobrenome, ele é o quarto Joseph. Joe I foi um milionário detestável que desejou disputar a Casa Branca, não conseguiu e resolveu colocar lá seu filho mais velho, o segundo Joseph. Ele morreu quando seu avião explodiu na Europa, durante a Segunda Guerra. (O jovem namorou a linda Aimée Sotto Mayor, depois Simões Lopes, finalmente De Heeren, amante de Getulio Vargas nos anos 1930.) 

Em 1960, John, o segundo filho homem de Joe I, elegeu-se presidente e foi assassinado em 1963. Seu irmão Robert, avô de Joe III, quase chegou lá, mas tomou um tiro em 1969. Joe II elegeu-se deputado e, depois de uma carreira medíocre, deixou a política para o filho. A tumultuada dinastia dos Kennedy acha que pode tudo. Às vezes se dá mal: três Keynes — o segundo Joe em 1944, sua irmã Kathleen em 1948 e John Jr. em 1999, decidiram voar em condições arriscadas e morreram. Às vezes eles conseguem o que parece impossível. A Arquidiocese de Boston anulou o casamento de 12 anos de Joe II com Sheila Rauch, apesar do casal ter dois filhos. Ela derrubou a decisão no Vaticano. Um dos filhos é Joe III.

(.....)


Representatividade
A Associação dos Magistrados Brasileiros e a Associação dos Juízes Federais recorreram ao STF com argumentos legais contra a instituição dos juízes de garantias. Entidades que se denominam associações devem ter algum compromisso com os associados. Cinquenta desembargadores e juízes federais assinaram uma carta aberta defendendo o novo instituto. Isso indica que gente com qualificação jurídica apoia a iniciativa.

Se há magistrados a favor e contra, o melhor que as guildas tem a fazer é manter silêncio. Já basta a Ordem dos Advogados do Brasil, que há duas décadas se mete até em briga de cachorro.

(.....) 

Na Folha de S. Paulo e em O Globo, MATÉRIA COMPLETA -  Elio Gaspari, jornalista





sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Câmara tem 'folgão', e reforma da Previdência será apresentada depois do dia 21



Nova reforma da Previdência será apresentada depois do dia 21, diz líder do governo

Devido ao feriado do dia 15 de novembro, deputados terão um ‘folgão’

[a nova geração que entrou no mercado de trabalho há cinco anos, quando não tiver aposentadoria para receber, responsabilize o Rodrigo Janot;

o ex-acusador-geral da República conseguiu sabotar a reforma da Previdência, com acusações sem provas contra o presidente da República e agora mesmo que Temer consiga o praticamente impossível - 308 votos pró-reforma na Câmara - não haverá tempo hábil para que a PEC da reforma seja votada em dois turnos na Câmara ainda este ano.

Se houver eleição será apenas o primeiro turno e por volta do dia 15 de dezembro - alguém consegue imaginar os senhores deputados votando um segundo turno de uma Reforma da Previdência, necessária, mas que cancela alguns direitos, entre o Natal e Ano-Novo?

Segundo turno, provavelmente haverá, mas para o final de janeiro/2018.]

O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou nesta sexta-feira que a nova proposta da reforma da Previdência só será apresentada na semana do dia 20 de novembro. Devido ao feriado do dia 15 de novembro, na próxima semana, os deputados terão um “folgão”, e as votações só serão retomadas no dia 21.



— Parecer só depois do feriado — disse Aguinaldo.




O líder do governo ressaltou que o importante é “conceituar” a nova proposta de reforma, ou seja, definir politicamente os termos e o apoio dos partidos. Aguinaldo Ribeiro disse ainda que será preciso uma campanha melhor, porque o projeto inicial foi entendido como “um monstrengo”.




Depois de ouvir do Congresso que a saída para aprovar a reforma da Previdência é deixar na proposta medidas que acabam com privilégios e preservam os trabalhadores de baixa renda, o governo negociou nesta quinta-feira com os parlamentares uma nova concessão: permitir o acúmulo de benefícios (pensões e aposentadorias) acima de dois salários mínimos. Esse valor poderia variar de três a cinco salários mínimos.




Na proposta original, a reforma proibia o acúmulo, o que impactava diretamente os grupos de menor renda. Por isso, na comissão especial da Câmara, o texto foi alterado para permitir essa sobreposição num limite de até dois salários. Com a nova mudança, os parlamentares ganham mais argumentos para defender a reforma em suas bases às vésperas do ano eleitoral.




Também na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a reforma mais enxuta precisa preservar um ganho fiscal substancialmente superior a 50% da proposta original. O projeto inicial trazia medidas que dariam uma redução de gastos de R$ 800 bilhões em dez anos. Mas, depois de a reforma passar por modificações em comissão especial, essa economia já caiu para R$ 600 bilhões (75% do original). Agora, de acordo com o ministro, o número precisa ficar acima de R$ 400 bilhões. De acordo com interlocutores, a equipe econômica pretende negociar até o fim para assegurar R$ 520 bilhões.

O Globo