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domingo, 13 de fevereiro de 2022

MINISTRA DAMARES NAS PORTARIAS DO INFERNO - Percival Puggina

Na última sexta-feira (11/02) eu estava no estúdio da Rádio Guaíba, em Porto Alegre, participando do programa Bom Dia Brasil, quando Damares Alves foi entrevistada pelo jornalista Júlio Ribeiro. A ministra falava de Brasília, mas o programa é transmitido também, por imagem, através de redes sociais. 

Nunca havia conversado com ela, mas acompanho a atividade de Damares Alves há muitos anos. Hoje ela é titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, onde desempenha excelente trabalho. Afirma, fora de toda dúvida, que os maiores problemas da pasta estão relacionados à violência contra a mulher e a abusos contra a infância, incluindo gravidez precoce, “que não é uma pauta moral, mas de saúde pública” e que “quando desce para 14 anos é crime”. 

O mundo cinzento, enfermo, sofrido e compartimentado em que se concentram as ações do seu ministério fornece inesgotável conteúdo para filmes de terror. Nele, miséria material se funde com miséria moral, com depravação, violência, dependência, abandono, conivência, droga. Por vezes, essas portarias do inferno aparecem na grande mídia, mas nunca, nunca suscitam conteúdos que estabeleçam as necessárias relações de causa e efeito. A lista é imensa, a começar pelo pacote de males que decorrem dos maus tratos das contas públicas. Sublinhem-se, aí, a corrupção e os privilégios que conferem à improdutiva economia de Brasília o maior PIB per capita do país. Há um Brasil rico perto do poder e um pobre longe dele.

Seria exaustivo escrutinar aqui o pacote inteiro: educação de má qualidade e reduzido valor do trabalho humano; propaganda aberta do uso de drogas nos meios culturais (a moda, agora, é exibir pais drogando-se “recreativamente” junto com os filhos); glamourização do mundo do crime; depreciação do valor da instituição familiar, confinamento da religiosidade, violência e abuso contra mulheres e crianças; famílias monoparentais; erotização precoce, gravidez precoce e prostituição infantil. Somem-se a isso leis penais brandas elaboradas por parlamentos coniventes e leniente ativismo judicial. [os pontos destacados são alguns dos nefastos frutos do esquerdismo criminoso,  estúpido e repugnante que assola o mundo e que leva Vladimir Putin a ser considerado mais conservador que outros que dirigem países que no passado eram expoentes na defesa dos valores hoje espezinhados pelos "biden's" da vida e outros do tipo.]

Por mais que os reitores da opinião pública nos grandes meios de comunicação, nos ambientes culturais e intelectuais rejeitem o simples uso da palavra “moral”, em notável evidência de que a perderam, é impossível negar a desordem moral subjacente a tais questões.

Assim, enquanto ouvia a ministra falar, veio-me com clareza a ideia da importância histórica de Damares Alves (indignem-se os esquerdistas!) para a conscientização dos conservadores no Brasil, para a erupção política de Jair Bolsonaro e para o resultado eleitoral de 2018. Anos antes daquele pleito, ela agiu muito e de modo eficientíssimo para que milhões de brasileiros percebessem as causas do despenhadeiro para onde, arrebanhada, a nação era conduzida.

Quem quiser saber o valor de seu trabalho basta observar a cortina de silêncio com que a mídia militante a envolveu. Mesmo assim, cancelada pelos grandes veículos, seis estados da Federação a querem como sua senadora.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

UMA HISTÓRIA DE NATAL - Percival Puggina

Eu já suspeitava de que o tal Papai Noel fosse uma enrolação dos adultos quando, certa noite, meus pais e tios reuniram-se e correram a porta onde, logo após, colei o ouvido de detetive para receber a má notícia: Papai Noel não existia e meu desejado carrinho de pedais não estava em cogitação. 


Papai Noel é um mito fugaz da infância, um comerciário gordo e simpático, ou um parente bem disfarçado, com touca vermelha de pompom branco, sumido nas recordações infantis referentes ao 25 de dezembro. Mas o menino Jesus, não. Ignorá-lo neste dia, notadamente numa família cristã, é embarcar na canoa furada do politicamente correto para ocultar um acontecimento real. É transformar uma data marcante da Fé e da humanidade numa festa pagã e comemorar, como em tempos remotos, o solstício de inverno no hemisfério norte... Convenhamos!

Diferentemente do velhinho de vermelho, o menino da manjedoura é o Redentor referido neste pequeno texto que há 25 anos escrevi para o Correio do Povo, com o título “Uma história de Natal”.

Numa noite assim, quando os mais nobres sentimentos varrem o pó do cotidiano e rompem a carapaça com que paradoxalmente sufocamos o bem para nos proteger do mal, inspiram-se os escritores para iluminar a literatura com páginas comoventes. São as histórias de Natal. Em cada uma delas se encontram fragmentos desse insondável mistério que é o homem, habitual espantalho de si mesmo, que cresce quando se ajoelha e se humaniza quando chora.

Entretanto, leitor amigo, por mais histórias de Natal que você tenha lido, em nenhuma delas nem em todas elas existe a força do episódio ocorrido nas cercanias de Belém, a cidade de Davi, numa noite fria da Palestina. Nasceu o Menino, o Senhor da História, o Rei dos Reis. Envolveram-no em panos e o deitaram numa manjedoura.

Penso, às vezes, sobre como escreveríamos nós se nos coubesse conceber o roteiro daqueles fatos. Certamente não escolheríamos aquele local. Nunca aquela época e, nela, nunca aquele povo. Jamais personagens assim. A humanidade já produziu ambientes melhores bem como circunstâncias e elenco mais promissores. E é exatamente por isso que não havia lugar na estalagem.

Essa história de Natal, a própria história do Natal, tecida com os fios sutis com que o divino autor urdiu sua rede de amor à humanidade, vence os séculos, se torna eterna e se impõe ao coração dos homens. É tempo de repetir: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 26 de novembro de 2021

EUA: rede de ensino é processada por tratar menina como menino sem a permissão dos pais

Gazeta do Povo - Educação

Mary Margaret Olohan - The Daily Signal

Hoje vamos fazer mais um alerta sobre o ativismo LGBT e a infância.

[Senhor Pais: Recomendamos enfaticamente a leitura do artigo adiante e alertamos que a linguagem neutra é um dos instrumentos para implantar a política de opção sexual precoce em nossas crianças; Nossa alerta é consequência de já existir decisão do STF, ainda que monocrática, restabelecendo o uso do dialeto não binário em escolas públicas e privadas de Rondônia. Entendemos que tal decisão é um passo que poderá prejudicar em muito nossas crianças. Confiram aqui.]

Desta vez envolve uma rede pública de ensino nos EUA, que começou a tratar uma menina de 12 anos com nome e pronomes masculinos, sem o consentimento dos pais.

 Uma rede de ensino público no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, está sendo processada por ter começado a tratar uma menina de 12 anos com nome e pronomes masculinos, sem o consentimento dos pais.

Depois de assistir a aulas e mais aulas sobre identidade de gênero, a menina afirmou que era um menino. Os pais a levaram a um terapeuta, que fez um diagnóstico rápido e a incentivou ainda mais a “admitir” que era menino. Com o “diagnóstico”, a escola se negou a obedecer aos pais e passou a tratar a menina com o nome e pronomes masculinos.

Preocupados pela possibilidade de ser um sentimento momentâneo da filha, com decisões permanentes que poderiam prejudicar a vida dela, os pais a trocaram de escola e de terapia. Resultado? Eles estavam certos: a menina percebeu que não era um menino e nem queria ser, voltou atrás, agradeceu os pais e está feliz. A rede de escolas foi processada e a ação seguiu para ajudar outros pais com o mesmo problema.

Essa história, que se repete em diversas instituições de ensino dos EUA, não está longe de se dar no Brasil.

Com a desculpa de ensinar o legítimo respeito a pessoas de perfil LGBT, grupos ativistas, com argumentações falsas, tentam convencer as crianças a mudar de sexo de forma precoce o que é perigoso para a saúde mental e física, com danos irreversíveis.   Estudos, como o do American College of Pediatricians, mostram como a maior parte das crianças e jovens que apresentam disforia de gênero muda de ideia pouco tempo depois.

Esses grupos ativistas também tentam apresentar os pais que não concordam com a transição abrupta de gênero das crianças como inimigos, influenciando seus filhos contra eles.
Os autores do processo, o Instituto pela Lei e Liberdade (Wisconsin Institute for Law and Liberty) e a Aliança em Defesa da Liberdade (Alliance Defending Freedom), alegam que o distrito escolar Kettle Moraine violou os direitos dos pais, protegidos pela Constituição dos Estados Unidos, levando uma aluna de 12 anos a tomar uma decisão para a qual não estava preparada.

Em entrevista ao Daily Signal, uma das advogadas do caso, Kate Anderson, da Aliança em Defesa da Liberdade, afirmou que práticas semelhantes têm sido vistas em outras redes de ensino do país, e citou, além de Wisconsin, os estados de Virgínia e Washington. “Os pais têm o direito de orientar a educação de seus filhos e, para isso, eles só querem informações sobre o que está acontecendo com seus filhos na escola”, disse Anderson. “E essas políticas são tão perigosas porque estão permitindo que as escolas incentivem os alunos a começar a transição para um gênero que não está de acordo com seu sexo biológico, sem informar os pais e, em muitos casos, inclusive mentindo para os pais de propósito, sobre o que o aluno está fazendo na escola”.  “Quando as escolas escondem dos pais informações básicas sobre os cuidados de saúde de seus filhos, isso os impede de fazer o que é melhor para seus filhos que é o que, constitucionalmente, eles têm todo o direito de fazer, orientar a sua educação”, acrescentou ela.

Militante trans diz que crianças não têm gênero e que pais não devem “impor” padrões

Antes de iniciar o processo, os advogados enviaram em maio uma carta ao distrito escolar. No texto, eles relatam a história da menina de 12 anos, que começou a apresentar “disforia de gênero de forma abrupta”, bem como “ansiedade e depressão significativas” em dezembro de 2020. Seus pais “a retiraram temporariamente da instituição de ensino para permitir que ela frequentasse um centro de saúde mental onde pudesse ser ajudada sobre o que estava passando”, dizia a carta.

“Mas, em vez de ajudá-la a resolver suas questões sobre seu gênero, o centro rapidamente 'afirmou' que ela era realmente um menino trans e a encorajou a fazer a transição para uma identidade masculina”, continuaram os advogados. “No início de janeiro, ela disse aos pais e aos funcionários da escola que queria adotar um nome e pronomes masculinos quando voltasse para a escola.”

Os pais da menina decidiram que “a transição imediata não seria do interesse de sua filha”, dizia a carta, aconselhando que ela procurasse entender a causa de seus sentimentos antes de dar um passo tão significativo. Eles também pediram aos funcionários da escola que continuassem usando seu nome legal e pronomes femininos.  “Mas o distrito escolar se recusou a honrar o pedido”, escreveram os advogados, e os pais “foram informados de que, de acordo com a política do distrito escolar, os funcionários da escola seriam obrigados a se dirigir à filha usando um nome e pronomes masculinos, se ela quisesse”.

Os pais, então, afastaram a filha da escola, do centro de saúde mental e do terapeuta que a estava atendendo para evitar que a afirmação diária de uma identidade masculina pudesse prejudicar sua filha”.

A carta continuou: 
“As preocupações foram logo confirmadas. Depois de deixar o centro e sair da escola, o comportamento de sua filha começou a mudar. Algumas semanas depois, ela disse à mãe que ‘a terapia afirmativa realmente me confundiu’. Ela explicou que os terapeutas do centro não a questionaram ou ajudaram a entender seus sentimentos, mas apenas lhe disseram que agora que ela sabia que seria realmente menino, quanto mais cedo fizesse a transição, melhor, porque seria mais fácil na juventude. Eles também disseram que ela estava certa em ficar com raiva de sua mãe por não permitir que ela ‘fosse quem ela era’ imediatamente. Ela agora percebe que isso era errado e realmente alimentou a raiva de sua mãe. Ela voltou a se identificar pelo nome de nascimento e pronomes femininos e se matriculou em uma escola diferente.”

“Nosso objetivo é garantir que o que aconteceu [com a estudante] nunca mais ocorra novamente”, dizia a carta. O distrito escolar, porém, ignorou o texto, disse a Aliança em Defesa da Liberdade em um comunicado à imprensa, não deixando aos pais outra opção a não ser processar seus dirigentes. O processo questiona a política escolar que permite que alunos menores de idade mudem seus nomes e pronomes na escola sem o consentimento dos pais. “As escolas não podem ignorar os pais quando se trata de decisões sobre seus filhos”, disse Luke Berg, do Instituto para a Lei e Liberdade de Wisconsin, em um comunicado. “As decisões dos alunos sobre quais nomes e pronomes de gênero eles preferem não são exceção. As escolas devem se submeter aos pais sobre o que é melhor para os alunos”.

The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

Transcrito Educação - Gazeta do Povo - Mary Margaret Olohan

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

A história da mãe de criança de 5 anos presa há 100 dias por furto de água - BBC News

Após duas negativas de instâncias inferiores, um pedido de habeas corpus chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada

Uma diarista de 34 anos está há pouco mais de 100 dias presa em uma penitenciária de Minhas Gerais, sob acusação de ter furtado água. Após duas negativas de instâncias inferiores, um pedido de habeas corpus chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada.

Maria (nome fictício*) foi presa na frente do filho de 5 anos, em julho, em uma casa de uma cidade no interior de Minas. Segundo a polícia, ela e o marido violaram o lacre da instalação de água do local onde a família vivia de favor.

A defensora Alessa Veiga soube do caso em outubro ao visitar a ala feminina de um presídio de Minas. "Ela me entregou um bilhete, dizendo que estava presa há três meses por furto de água e que seu filho tinha ficado com a irmã mais nova, que é adolescente e vive em outra cidade. A Justiça prendeu o pai e a mãe e não se preocupou com que aconteceria com o filho", conta.

Para a defensora pública, que entrou com um pedido de habeas corpus no STF, o caso de Maria se enquadra no princípio de insignificância (quando o valor do objeto furtado é tão irrisório que não causa prejuízos à vítima, como no furto de comida, água, sucata e produtos de higiene pessoal). "É um absurdo uma mãe ficar cem dias presa por furto de água, um crime não violento. Ela me disse que queria pagar a conta, mas não tinha dinheiro. É uma família muito pobre, usava a água para cozinhar para o filho, para beber, tomar banho... eles viviam de favor, em uma casa minúscula. Será que a prisão era a melhor solução para esse caso?", diz a defensora.

Já o Tribunal de Justiça de Minas Gerais e o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, consideraram que Maria deve ser mantida presa por ser reincidente, por supostamente ter desacatado o policial no momento da prisão pelo furto de água, "cuspindo em seu rosto", e porque não conseguiu provar ser a mãe da criança que carregava durante o episódio (leia mais abaixo). "Os fatos já apurados e as circunstâncias dos crimes demonstram tanto a inaplicabilidade das medidas cautelares diversas da prisão, quanto o risco concreto à ordem pública, caso a autuada seja de pronto colocada em liberdade", escreveu o desembargador Olindo Menezes, do TRF-1. [devemos ter presente que o furto de água, da forma que é narrado,  pode ser enquadrado no principio da insignificância,  porém, o crime de desacato deve ser punido na forma da lei. É inaceitável que se use um delito menor para obter impunidade para um crime maior.]

'Reação à prisão'
Segundo o Boletim de Ocorrência, por um mês a família usou a água disponibilizada pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) sem pagar pelo consumo. Questionada pela BBC News Brasil, a Copasa não informou o total do prejuízo sofrido pela empresa nem qual seria o valor da conta que a família teria de pagar pelo mês que utilizou o serviço. O Boletim de Ocorrência também não informa esses dados. Fotos da residência e da "gambiarra", incluídas no processo, mostram que a água era retirada de um cano e redistribuída pela casa. Segundo o IBGE, em média, cada membro de uma família brasileira consome 116 litros de água por dia.

Em junho, dois agentes da Copasa visitaram a casa e constataram que a família tinha violado o hidrômetro da residência. Os funcionários lacraram a instalação novamente, interrompendo o fornecimento de água. Um mês depois, os fiscais retornaram e, segundo eles, o lacre havia sido rompido de novo. Eles contam que chamaram a Polícia Militar depois de terem sido xingados por João (nome fictício), servente de pedreiro e companheiro de Maria.

Em depoimento, Maria disse que voltava com o filho para casa quando encontrou uma viatura no local. Ela tentou fugir com a criança no colo quando soube que seria levada à delegacia por furto de água. No BO, o funcionário da Copasa relatou a reação da diarista: "Exaltou-se, esboçou agressividade, proferiu palavras de baixo calão: 'seus policiais de merda, seus vagabundos, vão procurar bandido'". Ela teria tentado agredir e cuspir em um policial - acabou algemada e "colocada no xadrez" (compartimento traseiro da viatura). O filho assistiu à cena, ao lado.

Depois, na delegacia, Maria negou ter cuspido no policial ou tentado agredi-lo. Também afirmou que foi seu companheiro, João, quem rompeu o lacre no cano de água, porque a família não tinha como pagar a conta no momento. "Usava a água para cozinhar para meu filho", disse.

"Foi uma reação espontânea e justificável de uma mãe muito pobre, que ficou desesperada ao ser presa por furto de água. Presa na frente do filho", diz a defensora Alessa Veiga.

A diarista contou ter parado de estudar na quarta série do ensino fundamental. Ela diz ganhar entre R$ 50 e R$ 70 quando faz uma faxina.  O BO relata a versão dela: "Esclarece que só agiu assim, pois o proprietário da casa, que tinha (anteriormente) deixado eles ficarem no imóvel, mandou cortar a água com eles no local. Além disso, esclarece que não poderiam ficar sem água, visto que têm uma criança de cinco anos".

O servente de pedreiro João também foi preso em flagrante. Em nota, a Copasa afirmou que a prisão do casal "não ocorreu por furto de água, mas sim devido ao comportamento agressivo dos moradores contra os empregados da companhia." "A companhia repudia qualquer ato de violência e orienta seus empregados que acionem a PM se ocorrer algum tipo de agressão, verbal ou física, durante realização de seus serviços", diz a Copasa.

Princípio da insignificância
O Ministério Público de Minas Gerais pediu o relaxamento da prisão de João, alegando que o crime não era violento. Ele foi solto logo depois.
Já para a diarista o MP solicitou "prisão preventiva", citando como agravantes o suposto desacato aos policiais, a "resistência à prisão" e reincidência.

Leandro Machado - Da BBC News Brasil em São Paulo - MATÉRIA COMPLETA

 


sábado, 22 de maio de 2021

Circo Parlamentar de Inquérito - Revista Oeste

Edição de arte Oeste | Fotos: Shutterstock

No plenário da CPI, equipado com chapas acrílicas de proteção nas bancadas e tubos de álcool em gel, Renan ajeitou a placa que deveria levar sua identificação, trocada propositadamente com o placar das mortes da covid — na quarta, o alagoano era o senador 439.379. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou a abertura dos trabalhos. Respeitável público, vai começar o espetáculo!

9 horas
Pazuello surpreende e fala (muito)
A grande questão que agitou a bolsa de apostas dos parlamentares e dos analistas da CPI foi dirimida logo na primeira fala do militar, que escolheu para o dia uma gravata com listras verdes e amarelas em lugar da farda. O ex-ministro não só respondeu a todos os questionamentos, como suas respostas irritaram desde o primeiro minuto a Renan, para quem ele foi prolixo e escapista. Mais: Pazuello lançou mão de um discurso de apresentação de 40 minutos, no qual narrou sua trajetória desde o colégio militar na infância à Academia das Agulhas Negras, com menções saudosas aos pais — uma gaúcha da fronteira de Bagé e um paraibano judeu.

10 horas
A estrela do espetáculo entra em cena
Para quem acompanha diuturnamente as apresentações teatrais do escrete da CPI, a impaciência do relator 439.379 e de Omar Aziz com as falas do ex-ministro pôde ser notada desde as primeiras horas. Uma das características do seu interrogatório é repetir perguntas em contorcionismo retórico até fisgar a resposta que se encaixe na conclusão que parece estabelecida antes mesmo de a comissão começar a funcionar — em entrevistas, Renan afirmou que pretende culpar o governo pela condução das políticas públicas na pandemia. A expressão “Vamos ser mais objetivos” foi certamente a mais utilizada.
— Vossa excelência está aqui para responder às perguntas dos senadores, e para muitas delas basta um “sim” ou um “não”. Quando a gente fala muito e não consegue explicar nada, fica difícil para a gente ficar ouvindo — reclamou Aziz. [senador Aziz, é simples: peça para sair da presidência da Comissão, ou melhor, privilegie o Brasil, a começar pelos que se enganaram e votaram no senhor, com sua renúncia ao mandato parlamentar.]
— Está compreendido, senador — assentiu o militar.

Espécie das mais sofisticadas na rapinagem política em atividade, Renan parece satisfeito com o papel de protagonista depois de um longo calvário no banco dos réus das manchetes em 2007, ano em que caiu da cadeira de presidente da Casa para não ter o mandato cassado, por exemplo, estampou cinco capas da revista Veja de maio a setembro. Ex-defensor de sessões secretas na Casa, ele agora monitora as transmissões pela internet e faz perguntas enviadas pelos seus seguidores nas redes sociais.

— Por que não tomou o comando e o protagonismo dessa negociação com a Pfizer? — disse Renan.
— Pela simples razão de que eu sou o dirigente máximo, eu sou o decisor, eu não posso negociar com a empresa. O senhor deveria saber disso.

A maranhense Eliziane Gama (Cidadania) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) — nervoso, ele tem dificuldade com decibéis — quase saltaram das cadeiras em rodopio:
— Isso é desrespeito, presidente!
Renan olhou para o celular e lembrou-se da audiência nas plataformas de streaming de emissoras e dos portais de notícias:

— Estamos sendo acompanhados pelo Brasil inteiro! [comentário do Prontidão Total - só após a CPI Covidão é que nos tornamos sabedores que a senadora em questão não nasceu no Gama (cidade satélite do DF) e sim no MA,estado que a elegeu,  e a vimos por foto (apesar dela frequentar o Congresso desde 2016... falta de produtividade, atrapalha a visibilidade do congressista.
Já o senador do Acre dispensa apresentação - qualquer investigação que não leve a nada conta com a presença dele.]

12 horas
Sobre o Covidão nos Estados, não!
Há um momento crucial nas sessões: quando as oitivas enveredam para além do governo Bolsonaro, é o caso de freá-las só na CPI, dois integrantes são pais de governadores: o filho de Renan administra Alagoas, e Jader Barbalho (MDB) é o pai de Helder, no Pará.  
Até agora, nenhum depoente, seja ele político, empresário ou lobista, foi ouvido sobre o “Covidão”.  
Já quase na próxima hora cheia, depois que a bateria do relator perdeu a energia, Aziz derrapou e por muito pouco não comprometeu o acordo velado entre os seus pares para impedir que a investigação siga os bilhões da União destinados aos demais entes federativos:

— Os gestores desses Estados e municípios, vendo essa experiência no Amazonas, por que eles não se prepararam para isso?
Deveriam ter se preparado — disse Pazuello.
O petista Humberto Costa (CE) [codinome 'drácula' pelo seu envolvimento, quando ministro da Saúde do Lula, na roubalheira nos bancos de sangue, investigada na operação sanguessuga.percebeu a barbeiragem e entrou em ação:
Para corrigir aqui, já temos o acesso a um inquérito do Ministério Público que trata de Manaus, e a informação é de que o Ministério da Saúde foi informado da iminência de falta de oxigênio em janeiro.

Pazuello resolve, então, falar sobre o tema:
Deixa eu dizer para o senhor. Isso causou toda essa confusão, foi na leitura do e-mail que a White Martins mandou para… Esse e-mail, eu também tenho aqui, eu vou lhe passar, é o e-mail que foi mandado para a Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas…
Mas Aziz achou melhor encerrar o diálogo:
— Não precisa responder porque esse processo está sob sigilo. Eu espero que a gente não toque mais nesse assunto aqui. Vamos passar essa parte.

13 horas
O “pixulé” e a campainha
No picadeiro da CPI qualquer CPI, porque quase nenhuma terminou em algo sério —, uma das cenas favoritas do público é o faroeste engravatado. Quem assiste aos vídeos aguarda ansiosamente pelo momento do dedo em riste, sempre interrompido pela clássica campainha — esta, aliás, uma espécie de despertador de que o show está em curso. Na quarta-feira, o duelo foi entre Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Omar Aziz sobre recursos da União transferidos ao Amazonas.
Você não está falando a verdade, rapaz! É um mentiroso! — disse Aziz.
Não me chame de mentiroso! Não sou! Não sou! Vou lhe mostrar agora! — reagiu o gaúcho.
As notas taquigráficas da sessão registraram assim:
Tumulto no recinto. Campainha.

Sete minutos depois, de volta aos microfones, Renan quer saber de Pazuello o que ele quis dizer com o termo “pixulé”, utilizado quando era ministro. Ele explicou:
É porque eu morei muito tempo no Rio de Janeiro, e a gente tem algumas palavras que saem. Todo final de ano é normal ter recursos não aplicados em projetos e programas. Então, se você tem um programa que tem R$ 100 milhões e aplicou R$ 92 milhões… Então, você tem saldos não aplicados. Chega no final do ano, começa prefeitura, começa hospital… Não tem nada aí de ilegítimo, mas são as sobras…
Ao falar em “pixulé”, quis citar alguém?
Claro que não! Se eu quisesse citar, teria citado.
Enquanto isso, Heinze foi às redes sociais.

14 horas
Ajuda dos universitários
Com cinco horas transcorridas de depoimento, as sirenes das agências de checagem nas redações já estavam a mil. Era hora de incluir nos títulos que, aqui ou ali, de um jeito ou de outro, Pazuello mentiu à CPI — e, como isso pode ser imputado como crime lá na frente, nada melhor do que a “polícia da notícia” chamar a atenção do xerife Renan desde já. Um giro rápido pelos portais tradicionais na internet aponta de quatro a dez “informações falsas” e devidamente marcadas com o selo de quem ostenta ter o monopólio da informação. A sessão é suspensa para o lanche — é servido sanduíche com frios, suco, café e frutas.

15 horas
Precisamos falar sobre a cloroquina
Às 15h11, Randolfe Rodrigues, vice-presidente e autor do requerimento da CPI, assume o comando para a reabertura do espetáculo. O próximo a elaborar perguntas é o petista Humberto Costa, ainda irritado com a informação de que circula no Twitter um meme no qual ele cita “a fronteira do México com o Brasil” numa fala na CPI — apenas um lapso por confundir Donald Trump com Jair Bolsonaro, argumentam os petistas em mexericos, “deve ser coisa do gabinete do ódio”. A bronca da vez é com o descumprimento do uso de máscara — Pazuello foi flagrado em um shopping center sem máscara, embora o alvo sejam as aglomerações promovidas por Bolsonaro. Quem pega carona na cena é Tasso Jereissati (PSDB-CE), chamado pelos jornais do país de “Joe Biden brasileiro”. Além das máscaras, ele quer levantar a bola para o assunto predileto da turma: a cloroquina. O áudio falha, já que o tucano participa por meio de videoconferência de casa, e nada fica muito claro. Aí surge novamente a maranhense Eliziane Gama, sobre Manaus:
— Mas o senhor tinha conhecimento de que estava indo hidroxicloroquina e não o oxigênio, que era a necessidade premente do momento?
Vamos para a próxima hora.

16 horas
Apagam-se as luzes
Alertado pelos colegas de que fora iniciada a ordem do dia no plenário, o que retira regimentalmente a prioridade das transmissões das comissões pela TV da Casa, Omar Aziz faz um alerta ao elenco:
Foi cortada a sessão daqui. Acho melhor a gente suspender, depois a gente volta.
Renan Calheiros dá a palavra final, fora do microfone (as notas taquigráficas, contudo, registraram):
— É a melhor providência.

17 horas
Cenas dos próximos capítulos
Nesse intervalo da sessão, surge o break news do dia: o ex-ministro teria passado mal na antessala da comissão e foi socorrido pelo senador Otto Alencar (PSD), que é médico. O Twitter explode em hashtags. A sessão seria retomada no dia seguinte. No estacionamento do Congresso, porém, Pazuello negou aos repórteres ter sentido mal-estar. Marcos Rogério (DEM-RO), aliado do Palácio do Planalto, foi ao Twitter esclarecer.

Quinta-feira 20 – Dia 2
O público pediu e teve bis
De volta ao palco no início da manhã, depois de uma exaustiva sessão, Eduardo Pazuello foi informado de que enfrentaria perguntas de mais 23 senadores. Sim, 23, porque, além dos 11 titulares e 7 suplentes, outros parlamentares sempre conseguem uma ginástica regimental para pegar carona nos holofotes — a manobra da vez nessa comissão é argumentar que a bancada feminina tem pouco espaço de fala, ainda que, proporcionalmente, elas sejam 12 em 81 na Casa. [proporcionalme4nte, 12 x 81, permite na Covidão, menos de meia pergunta. Dói, mas democracia é em função da maioria - desconsiderar a maioria é implantar a ditadura da minoria = acabar coma democracia.]  Quem roubou a cena logo no início foi o escudeiro do governo Marcos Rogério, ao exibir por meio de um tablet um vídeo no qual governadores críticos ao presidente avaliavam positivamente, no começo da pandemia, o uso da cloroquina contra a covid, entre eles João Doria (PSDB-SP), Wellington Dias (PT-PI), Renan Filho (MDB-AL) e Helder Barbalho (MDB-PA). [David Uip, braço direito do governador de S. Paulo usou a cloroquina para seu tratamento quando teve covid - temos o receiturário.] 

Como citar governadores é assunto proibido, houve nova troca de farpas, só resolvida pela campainha. Durante a bagunça, o primogênito dos Bolsonaro, o senador Flávio (Republicanos-RJ), sugeriu que o pastor Silas Malafaia fosse convocado já que a comissão quer ouvir alguém com quem o presidente mantém contato frequentemente
Otto Alencar ainda tentou sabatinar o ex-ministro sobre seus conhecimentos médicos e o criticou por não ter feito um curso intensivo sobre doenças virais quando assumiu o cargo. No mais, até o apagar das luzes, às 17h05, o espetáculo cumpriu rigorosamente o roteiro.

Em cartaz
Extras
Do lado de fora do plenário da CPI, ainda restam as entrevistas no chamado “cercadinho da imprensa”, instalado no corredor e devidamente preparado para que os detetives da covid com mandato, por ordem de chegada, anunciem a próxima atração: na terça-feira 25, estará em cartaz o episódio “Capitã Cloroquina” (como foi apelidada a depoente Mayra Pinheiro, secretária da pasta da Saúde).

Revista Oeste -  MATÉRIA COMPLETA

 


sexta-feira, 21 de maio de 2021

O Saidão do Supremo - Revista Oeste

Augusto Nunes 

Para o tribunal governado por Gilmar Mendes, todos são inocentes. Menos Sergio Moro e Deltan Dallagnol

Não sabia que as atribuições do Ministério Público eram tão múltiplas e essenciais até aquela tarde em que acampei na sala do fórum de Itápolis reservada ao promotor de Justiça. Com 30 e poucos anos, só então descobri que meu irmão mais velho era muito mais que a figura que apontava o dedo acusador para o réu, ou o livrava da cadeia, nas sessões do tribunal do júri. Nas cinco horas seguintes, enquanto examinava processos, ele costurou três acordos entre patrão e empregado, reaproximou dois casais desavindos, consolou mães de preso, socorreu meia dúzia de miseráveis e, sobretudo, ouviu. Ninguém sabia ouvir um sem-ouvinte como Flávio Nunes da Silva.

No fim do expediente, entrou na sala um nissei com o paletó no ombro e o nó da gravata já desfeito, com cara de quarentão recente. Era o juiz de Direito. Os dois conversaram meia hora com o desembaraço de amigos de infância. O promotor disse que pediria a absolvição por falta de provas de alguém prestes a ser julgado. O juiz comentou outro caso em que lhe parecia evidente a culpa do réu. Acabou aí a pauta profissional e entraram os assuntos gerais. Fiquei sabendo que o convívio da dupla fora intensificado graças aos frequentes churrascos promovidos por um grupo de festeiros bons de papo, garfo e copo. Conversavam muito, comiam bastante e, sobretudo, bebiam como gente grande.

Também fiquei sabendo que o apreço por vinho e cerveja resultara num clássico do humor forense, protagonizado pelo juiz e pelo dono do bar mais movimentado da cidade, que fazia parte do grupo atraído por churrasqueiras. Semanas antes, o dono do bar aparecera no fórum para depor num inquérito judicial que tinha como indiciado um amigo da testemunha. Ainda no preâmbulo da inquisição, acompanhada pelo meu irmão, o juiz perguntou se o indiciado tinha mesmo o hábito de beber. Tinha, confirmou o depoente. Muito?, quis saber o juiz. Com um movimento de braço que abarcou os representantes do Judiciário e do Ministério Público, o depoente recorreu à comparação que lhe parecia bastante precisa: “Ele bebe que nem nós, doutor”. Depois de alguns segundos de silêncio, o juiz recuperou a oriental serenidade, voltou-se para o escrivão e ditou:

O depoente afirma que o indiciado bebe moderadamente.

Lembrei-me dessa história, e da fraternal convivência entre o juiz e o promotor de Itápolis, quando a imprensa velha se entregou ao surto de orgasmos provocados pela divulgação de mensagens trocadas por integrantes da Operação Lava Jato. Li todo o material furtado pela quadrilha de hackers, comprado pelo site The Intercept e reproduzido por jornais agonizantes em julho de 2019. Só consegui enxergar um grupo de procuradores e juízes federais justificadamente entusiasmados com a chance de drenar o pântano da roubalheira institucionalizada — e felizes com os caprichos do destino. A operação nasceu em 17 de março de 2014, concebida para investigar uma rede de lavagem de dinheiro que usava postos de venda de combustível e lava-jatos. Os homens da lei logo toparam com um doleiro, Alberto Youssef, que mapeou dutos criminosos que levavam à Petrobras. Por essas trilhas transversais as apurações conduziram à descoberta do Petrolão, cuja devassa fez da Lava Jato a mais bem-sucedida operação anticorrupção de todos os tempos.

Meu irmão morreu grávido de orgulho com os feitos da nova geração do Ministério Público. Se as trapaças da sorte os tivessem depositado em Curitiba na segunda década do século 21, ele e o juiz amigo também traduziriam em ansiosos recados digitais o desejo de que a varredura das catacumbas continuasse avançando. Como tantos milhões de brasileiros, Flávio se deslumbrara especialmente com dois assombros. Primeiro: a Lava Jato provara que é possível pôr em prática o preceito constitucional segundo o qual todos são iguais perante a lei. Segundo: também ficara claro que há na cadeia lugar para todos, aí incluídos presidentes da República que tratam o Código Penal a socos e pontapés. O Brasil parecia efetivamente ter encontrado a rota segura. Mas o sinal vermelho fora acionado já em maio de 2016 pela frase do senador Romero Jucá: “É preciso estancar a sangria”. Antes que a Lava Jato chegasse ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal, dispensou-se de dizer o líder no Senado de todos os governos. Passados cinco anos, o tribunal que soltou o bandido persegue o juiz que o prendeu, a Procuradoria-Geral da República quer prender o procurador federal que insistia em engaiolar corruptos, o ex-presidiário virou candidato a presidente, a Odebrecht quer de volta a parte do dinheiro roubado que devolveu e Renan Calheiros é relator de uma CPI. Os inventores do faroeste à brasileira acham mesmo que só há idiotas na plateia.

O Saidão do Supremo é tão abrangente que inclui os ainda presos, os que usam tornozeleira eletrônica, os processados e os que enfrentam perigo de cadeia. Graças ao Timão da Toga, estão longe de celas Lula, José Dirceu, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, os Odebrecht, Antonio Palocci, Guido Mantega, Erenice Guerra, os presidentes e diretores da Petrobras na Era PT, Lulinha, Renan Calheiros, Renanzinho, Silvinho Land Rover, Edinho Silva, Rosemary Noronha e seus bebês gatunos, os irmãos Vieira Lima e a mãe da dupla, Miriam Cordeiro, João Santana, Fernando Collor, Joesley e Wesley Batista, Eduardo Cunha, Paulo Maluf, Jader Barbalho, Hélder Barbalho, Eike Batista, Delúbio Soares, João Paulo Cunha, José Genoíno, André Vargas, os sobrinhos de Lula, Waldemar Costa Neto, Edison Lobão, Edison Lobinho, Zeca Dirceu, Fernando Pimentel, Luiz Marinho, João Pedro Stédile, Ideli Salvatti, Paulo Okamoto, Zeca do PT e todos os tesoureiros do PT, fora o resto. Dessa turma eu não compraria, mesmo em suaves prestações, sequer um anzol de pesca. [observação: todos os citados deveriam estar presos e acorrentados e mais algumas dezenas que não estão na relação... - com certeza para evitar o desperdício de bytes citando nomes de bandidos. . . 
Destacamos alguns para facilitar a leitura. Perguntamos ao ilustre jornalista Augusto Nunes: a menção a anzol de pesca tem algo a ver com as lanchas que a petista Ideli Salvatti, comprou quando era ministro da pesca do criminoso Lula? 
A coisa pegou, devido a descoberta de que as lanchas seriam usadas para patrulhar em  região de serra = sem lagos, nem lagoas, nem mar.]

Mas topo comprar à vista qualquer carro usado posto à venda por Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Só eles foram contemplados com a condecoração moral reservada a quem consegue o aparentemente impossível: num Brasil infestado de sumidades da vigarice, ladrões compulsivos, estupradores patológicos, cafajestes irremediáveis, assassinos de nascença e demais representantes das ramificações da grande tribo dos bandidos sem conserto, todos premiados pela maioria dos ministros com o direito perpétuo de circular por aí, Moro e Deltan estão condenados à danação eterna pelo braço do Supremo governado por Gilmar Mendes.

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Se houver um Dia do Juízo Final, os dois serão encaminhados ao guichê com catraca livre.

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste