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sábado, 3 de setembro de 2022

Segundo turno é uma nova eleição? E o papel da mobilização - Alon Feuerwerker

Análise Política

Os levantamentos mais recentes aumentaram a expectativa de a eleição presidencial deste ano ser decidida em dois turnos. O desfecho da trama depende, em última instância, de as terceiras vias, nas versões mais ou menos centristas, conseguirem reter os votos diante da pressão que virá (já está vindo) da esquerda. [a esquerda a cada nova notícia se dana toda; Bolsonaro leva no primeiro turno, com as bênçãos de DEUS.]

Numa conversa esta semana veio do interlocutor a dúvida sobre se o segundo turno é sempre "uma nova eleição”. Tecnicamente sim, pois o eleitor tem de ir novamente à seção eleitoral, digitar o número do candidato e apertar “confirma”. Mas, a dúvida não é essa: é se a corrida recomeça do zero, ou quase. Em geral não.

A esta altura, o pensamento do eleitor atento à corrida presidencial já está percorrendo dois circuitos: sua escolha no primeiro turno e em quem votará caso o segundo turno seja disputado entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. Na mente desse eleitor, os dois turnos já correm em paralelo.

Segundos turnos são tanto mais “uma nova eleição" quanto menos previstos. Se Simone Tebet conseguir a dupla façanha de ultrapassar Ciro Gomes e um dos dois líderes, e se a decisão ficar para 30 de outubro, o segundo turno será mesmo, em boa medida, uma nova eleição.[Mulheres! não esqueçam que a feminista Simone considera que as mulheres são ideais para arrumar uma casa. No Brasil a expressão é muito usada quando se quer dizer que uma casa está precisando de uma limpeza geral. = faxina. Será complicado o empoderamento das mulheres com uma 'líder' pensando assim.]

Mas, quando acontece o mais provável, quando o previsto prevalece, cenários de segundo turno são estruturados essencialmente no primeiro. São uma continuidade do primeiro. Em particular, costumam ser uma extensão da reta final do primeiro. Um exemplo cristalino aconteceu em 2018.

Os levantamentos na quinzena final do primeiro turno apontavam para um equilíbrio entre Bolsonaro e Fernando Haddad no possível segundo turno. Mas o arranque do capitão na reta final do primeiro turno fez, até por uma certa inércia, ele abrir o segundo turno exibindo larga vantagem sobre o petista.

Até hoje esse contraste entre o que diziam as pesquisas antes do primeiro turno e o que elas mostraram depois é explorado pelos apoiadores do presidente como uma evidência de as pesquisas terem errado. Não erraram, mudou foi o estado de espírito de parte do eleitorado que antes se mostrava algo indiferente ou distante. A campanha de Bolsonaro espera fazer do 7 de setembro uma alavanca para o arranque rumo ao 2 de outubro. A ideia faz sentido, pois o capitão precisa ou ultrapassar ou chegar o mais próximo possível de Lula, neste caso para minimizar o risco decorrente dos apelos da esquerda pelo voto útil.

Claro que há uma variável complicadora: uma forte mobilização bolsonarista acelerar a convergência do antibolsonarismo em torno do candidato do PT. Aconteceu com sinal trocado em 2018: a espetacular demonstração de força do #elenao desencadeou uma ainda mais expressiva reação conservadora.

Mas quem entra em campo tem de jogar. Ficar parado não costuma ser inteligente. Menos ainda para quem está correndo atrás. Já Lula está jogando parado por enquanto, mas sua diferença real para o presidente, entre cinco e dez pontos percentuais, talvez tampouco recomende ficar estacionado na zona de conforto. 

Alon Feuerwerker,  jornalista e analista político. 

 

Reflexões pós-modernas – o mundo insuportável de quem precisa de uma causa - Bernardo Guimarães Ribeiro

Essa semana, enquanto esperava os meninos na escola, ouvi no rádio uma música que me chamou a atenção, tanto pela linda voz, como pela melodia. Como gosto muito de Soul, acionei um app que tenho no celular de pesquisa musical e vi que se tratava de um dueto, sendo uma das cantoras a revelação Agnes Nunes. Rapidamente, então, fui ver de quem se tratava, qual minha surpresa em ler que a jovem cantora se declarava representante dos nordestinos e dos negros. A outra cantora do dueto era nada menos que Ivete Sangalo, hoje uma notória militante do movimento LGBT, mas que não foi poupada pelos próprios fãs ao abster-se de posicionamento nas eleições presidenciais de 2018.

A recente morte de Marília Mendonça chocou o Brasil pela prematuridade e por ter ela deixado um filho pequeno, mas grande parte das informações noticiadas à época do acidente foram direcionadas para a explicação da sua importância para o empoderamento feminino e até contra a gordofobia!!! Não sei se de forma deliberada ou não, mas referida cantora foi identificada como representante feminista e de pessoas gordas. Como ela acabou encampando o ativismo, foi criticada ao perder peso e quase cancelada ao não se posicionar publicamente contra um participante do “erudito” BBB.

Num recente Miss Universo – o último que vi – as manifestações das modelos trilhavam sempre a lógica politicamente correta e o engajamento em alguma causa. A relevância atribuída à militância era nítida, tudo em detrimento do verdadeiro motivo do concurso, qual seja a beleza da mulher. Havia modelos feministas, ambientalistas, LGBTistas, antirracistas e tudo mais que pudesse gerar exibicionismo moral. Nada contra a que mulheres exibam todo o seu cardápio de militância política, mas talvez fosse mais razoável criar um Miss Politicamente Correta!

O saldo final desse caldeirão de excrescências é que a celebridade pós-moderna tanto capitaliza sobre as agendas de minorias, angariando novos admiradores, como delas também se torna refém. Ou seja, o exibicionismo moral agrega, mas cobra seu preço – o ídolo passa a ser pautado pelos seguidores, isto é, teleguiado por alguma minoria que representa. Assim, o artista não é mais um farol para a sociedade; ele é um mero vagão, cuja locomotiva implacável é guiada por seu público ativista. Um exemplo claro disso ocorre com a atriz Marina Ruy Barbosa, sempre obrigada a se explicar perante os fãs que a guiam como um timoneiro à embarcação. Mencionada atriz foi criticada por uma ONG ao aparecer numa fotografia com um cachorro da raça Beagle, o que fora enquadrado como uma espécie de racismo animal (???), tendo que se justificar pela falha  e, mais recentemente, precisou se explicar por ter feito uma festa de aniversário durante a pandemia (.

Em paralelo a isso, com o incremento das redes sociais, temos um novo fenômeno ao qual denomino de carteirada por prestígio. Celebridades – e subcelebridades com elevada autoestima – são instadas a manifestar-se sobre qualquer discussão do momento, mesmo que não tenham o menor conhecimento do objeto. O palpiteiro vê-se obrigado a opinar nos mais variados assuntos do momento, de atracamento de navio a acasalamento de muriçocas. Logicamente, o posicionamento segue sempre a manada, visando a fornecer àquela posição um ar de credibilidade com o repaginado “sabe com quem está falando?”. Recentemente, o deputado Alessandro Molón participou de uma live  com a funkeira e especialista em todas especialidades, Anitta, que, dentre as inúmeras pérolas, disse estar surpresa por existir no Brasil “mais cabeça de gado que cabeça de pessoa”. A ideia subjacente de quem explora o prestígio alheio é a de que pessoas ignorantes pensem: “olha, você viu o que a Anitta disse sobre o peido das vacas ser muito poluente”? Anitta declarou recentemente que daria um tempo nos comentários políticos; nós agradecemos!

Como não há nada tão ruim que não possa piorar, os palpiteiros profissionais encontraram uma fórmula pra lá de criativa de constranger outras celebridades a opinarem no sentido do que desejam. Através do chamado desafio, um provoca o outro na intenção de engrossar o coro em direção a alguma opinião. O constrangimento é inexorável, pois eventual silêncio é sempre interpretado como a assunção de uma opinião contrária à finalidade da provocação, o que não pega tão bem para a opinião pública. Esse fenômeno sucedeu com a própria Ivete Sangalo e também com Cláudia Leite, quando desafiadas por – de novo ela – Anitta.

A consequência da adoção obrigatória de uma causa como bengala moral é o paradoxo da desumanização a pretexto da exibição de virtudes humanitárias. Uma pessoa é sempre um ser humano único, com suas qualidades, mas também com inúmeras imperfeições. A obrigatoriedade de ter uma causa a tiracolo para chamar de sua desloca os holofotes do objeto para o sujeito. À condição de indivíduo foram adicionados anexos sem os quais ele não é mais nada. É sobretudo por isso que o status pessoal passou a ser condicionado à agenda dos fãs censores. O cantor não é mais reconhecido pela sua música ou letra, mas pelo trabalho social ou ativismo ideológico que porventura desenvolva. Ao atleta não basta ser bom no esporte; ele tem que ser engagé. O ator não presta se não for aquele enfronhado na militância de algum partido que se oponha ao mal, mesmo que sequer se saiba o que é isso. Até o programa televisivo mais culturalmente underground, como o BBB, hoje tem seus participantes como diletos representantes de algum grupo!

Na pós-modernidade, nem mesmo cidadãos comuns e anônimos escapam à força gravitacional da afetação de virtudes. Todos querem representar algo ou alguém e ninguém quer ser o patinho feio sem causa. Se você não tem algo genuíno que se identifique, não tem problema, pois há todo um mercado emergente de temas, principalmente de hiperestimulação de ressentimentos e de gênese de novas minorias “oprimidas”. Encerro, pois, parafraseando o comercial oitentista do Neston: “existem mil maneiras de ter uma causa, invente uma”.

Maravilhoso, este artigo publicado originalmente pelo Burke Instituto Conservador.

O autor é escritor, autor de várias obras, entre as quais “Nadando contra a corrente”, sócio fundador do Burke Instituto Conservador.

 

 

O golpe dos brincalhões - Revista Oeste

  Guilherme Fiuza

Ministros do STF estão brincando com a Constituição, com o decoro e com a cara da população

Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Luís Roberto Barroso, ministro do STF | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Luís Roberto Barroso disse que assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal se não houver golpe.  
Ele não disse isso numa mesa de bar, com dez doses de pinga na cabeça. Disse isso publicamente, na condição de ministro da mais alta corte judiciária. 
Numa democracia mais ou menos saudável, Barroso teria de explicar à sociedade a que golpe se refere.

Mas o Brasil vive hoje um ensaio de democracia particular, em que uma amizade colorida entre togados criativos, mídias à la carte, milionários desinibidos e mandatários de cabresto experimenta transformar suas vontades pessoais em lei, para ver o que acontece. Até aqui a experiência tem tido um êxito surpreendente. Vale até humilhar empreendedores graduados, transformando-os na marra em caso de polícia.

A sociedade está assistindo a esse ensaio bizarro em silêncio, entre um murmúrio encabulado aqui e um lamento inaudível ali. A humilhação imposta aos empreendedores não precisou de processo, investigação, instrução ou denúncia. Bastou a química entre um senador histriônico e um ministro voluntarioso. Assim se procedeu à devassa na vida e nas empresas dos alvos escolhidos. A química não estaria completa sem a boa vontade do consórcio — que antigamente se chamava imprensa — com a tabelinha envolvente da dupla Randolfe & Alexandre.

Um papo de WhatsApp virou arquitetura de golpe num passe de mágica. Como já dissemos, no novo modelo de democracia particular o direito pode emanar da vontade de três pessoas — a que produziu a manchete voadora, a que transformou isso em fato jurídico e a que usou essa doce salada para sujeitar cidadãos em dia com a lei à coerção do Estado. E transformar a suprema corte em central de fofoca — distribuindo aos quatro ventos a historinha do golpe.

Vale até ser ministro da suprema corte e participar de um comício disfarçado de seminário para conspirar contra o presidente da República

Seria a esse golpe imaginário que Barroso estava se referindo? Ele não precisa explicar. Afinal, um ministro que brinca de caraoquê com jornalista influente do consórcio não deve satisfações a ninguém. Qualquer coisa que ele diga aparecerá como um brado democrata na televisão. Mesmo assim perguntaram a ele, com jeitinho, sem querer ofender, o que significava aquela referência súbita a um “golpe”, e o eminente togado respondeu que estava brincando.

Para a missão de ministro brincalhão, não seria melhor passar a toga ao Tiririca? Pior do que tá não fica — como dizia o slogan do palhaço.

E Barroso é reincidente no picadeiro. Foi visto no Congresso Nacional comentando com seus áulicos, num passeio alegre pelos corredores da Câmara dos Deputados, que “eleição não se ganha, se toma”. Pura descontração. Ao saber que tinha sido gravado, o ministro do Supremo sacou o seu habeas corpus circense: estava brincando.

É exatamente isso que está ocorrendo. Ministros do STF estão brincando com a Constituição, com o decoro e com a cara da população. O golpe de brincadeirinha mencionado por Barroso tem sido o pretexto para medidas que não são de brincadeira, como o atropelo do Ministério Público pelo ministro Alexandre de Moraes, conforme assinalado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Mas, como o inquérito em questão era contra o presidente da República, Moraes estava amparado pela Lei Maior: a caça ao fascismo imaginário.

Contra o “golpe bolsonarista”, essa entidade transcendental, vale tudo.
Vale até ser ministro da suprema corte e participar de um comício disfarçado de seminário para conspirar contra o presidente da República. Mas não era conspiração, era só brincadeira. O patrocinador do evento, o empresário Jorge Paulo Lemann, declarou em sua palestra que em 2023 o Brasil terá um novo presidente. E Luís Roberto Barroso (o do golpe de brincadeirinha) disse que “nós somos mais fortes que eles” — respondendo a uma pergunta da deputada e afilhada política de Lemann sobre como fazer para Bolsonaro não se reeleger.

Tudo isso aconteceu nos Estados Unidos da América (Boston), porque o exterior é naturalmente mais aconchegante para o propósito de achincalhar a democracia brasileira. De brincadeira, claro.

Aguce o seu olfato e responda: de onde vem o cheiro de golpe? Se você não responder logo, em alto e bom som, os brincalhões de toga responderão por você.

Leia também “Sabatinados e sabotinudos”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


Pequenos roubos - Carlos Alberto Sardenberg

“A corrupção não é uma invenção brasileira, mas a impunidade é uma coisa muito nossa”. Jô Soares.

A gente estava só esperando: o tema corrupção havia de aparecer na campanha. Apareceu. Da pior maneira possível. Mais ou menos assim: a sua turma rouba mais que a minha. Ou, claro, os meus roubos são menores que os seus.

Corrupção não é apenas uma questão moral. Melhor dizendo: se fosse apenas uma questão moral, já seria importante o suficiente para merecer atenção e propostas dos candidatos. Não basta condenar a roubalheira, muito menos condenar a roubalheira dos outros. É preciso apresentar propostas para restabelecer no Brasil o sistema de combate à corrupção, desmontado meticulosamente nos últimos anos por políticos e tribunais.

Em vez disso, Lula, por exemplo, prefere dizer que a Lava Jato causou perdas enormes para a economia, com o fechamento de empreiteiras e a destruição de empregos.

É o contrário. A Lava Jato, deixando provisoriamente de lado a questão dos métodos, descobriu um sistema que corrompia a economia brasileira. 
As tais empreiteiras ganhavam obras não por competência, mas pelas relações promíscuas com o governo. 
Como tinham que somar a propina aos lucros, as obras obviamente ficavam mais caras, nem por isso melhores.
 
Ao contrário, muitas obras nem foram concluídas. Foram projetadas e contratadas apenas para gerar caixa. Prática antiga
Como dizia Mario Henrique Simonsen, em muitos casos é mais barato pagar a comissão e não fazer a obra.

A modernidade no caso da corrupção recente dos governos petistas foi o tamanho da coisa e a eficiência na captação e distribuição dos recursos aos aliados.

Tanto é tudo verdade que as condenações com origem na Lava Jato foram, na maioria, anuladas por questões processuais inventadas para cada caso
Ex-réus se livraram da Justiça, mas ficou evidente que houve grossa corrupção.
Resumo da ópera: o judiciário e o sistema político brasileiros estão oferecendo ao país o pior exemplo possível. 
Fica estabelecido que há corrupção mas não há como punir.

         Liberou geral. 

Pior ainda, o eleitor parece que vai se acostumando a isso. Lula argumenta que o mensalão não é nada comparado com o orçamento secreto. Ou, o roubo deste lado é menor do que o de lá. [até nessa conclusão o estrupício petista erra: se deste lado, há roubo é menor do que do lado  da quadrilha petista.(o se é sustentado pela ausência de provas, já as dos roubos petistas, um dos criminoso foi condenado em três instâncias, por nove juízes diferentes.]        Bolsonaro, então, consegue fazer pior. Desdenha dos casos  de seu lado – qual o problema de comprar mais de 50 imóveis com dinheiro vivo? Ou devolve a tese do roubo menor – o  que é rachadinha perto do petrolão? [para não fugir a regra dos inimigos de Bolsonaro, TENTAM acusar o capitão; 
Só que mais uma vez a acusação não se sustenta por falta de provas. Não há lei que proíba a compra de imóveis em dinheiro vivo - cabe ao governo, dentro do prazo legal, investigar a origem do dinheiro e sendo ilícita, punir;
Alguns dos imóveis foram comprados há vários anos e Bolsonaro, então parlamentar do baixo clero não tinha, caso fosse corrupto, cacife para receber valores consideráveis como propina;
Gostem ou não, os recursos  que os parentes do presidente utilizaram nas compras, talvez talvez com recursos ilegais, não estão vinculados ao presidente - o presidente só é responsável por seus atos ou dos filhos menores.
O empenho em acusar a família Bolsonaro é tamanho que um dos filhos do presidente, senador da República, comprou um imóvel com financiamento bancário, com prestações mensais cabendo dentro do orçamento do casal (formado por um homem e uma mulher, o homem com salário de senador e a mulher profissional liberal com rendimentos próprios) e tentaram por vários meses encontrar algo ilegal. 
Não encontraram = FRACASSARAM = procurar o que não existe sempre resulta em fracassos.
Quanto as 'rachadinhas' desde antes do 'capitão do povo' ser eleito presidente que tentam encontrar provas e fracassam. 
Por falar em 'rachadinha', as do gabinete do senador Alcolumbre não existiram? nada foi apurado?]

         E ficamos assim: eleitores de Lula ou negam tudo ou admitem que houve corrupção “quase normal” ou dizem que o tema precisa ser debatido …. depois da eleição.

Eleitores de Bolsonaro, pior ainda: acreditam em tudo que se diz de Lula e não acreditam em nada que se diz de Bolsonaro, sempre no quesito roubalheira.[simples; mesmo com a simplicidade presente, seremos recorrentes: os eleitores de Bolsonaro encontram provas abundantes da roubalheira petista - provas que nove juízes, em três instâncias, também encontraram, tanto que condenaram o petista já os eleitores de Bolsonaro não encontram provas,  nem os acusadores apresentam.]

Pode ser que não haja mais tempo, mas existe aí uma porta de entrada para Ciro e Simone. Quem sabe eleitores indecisos ou aqueles que começam a duvidar dos candidatos mais fortes aceitem a tese segundo a qual o combate à corrupção é inegociável.

Isso também colocaria pressão sobre o favorito, Lula. De todo modo, mesmo sem isso, o candidato petista continua devendo uma autocrítica e propostas bem concretas para a reconstrução de um sistema legal que, primeiro, iniba a roubalheira e, depois, apanhe os culpados quando a coisa acontece.

Para todos aqui, seria interessante dar uma olhada na Itália. A Operação Mãos Limpas, primeira inspiração da Lava Jato,  desmontou a velha política, ligada ao crime organizado e à corrupção generalizada. Partidos tradicionais  desapareceram, mas não a vontade de voltar às velhas práticas.

Para encurtar a história, a Operação foi cuidadosamente desmontada e a Itália entrou numa sequência de instabilidade política, ainda maior da que costumava acontecer. Não por acaso, entre os grandes europeus, é o país de menor capacidade de crescimento [com PIB inferior ao do Brasil do 'capitão do povo'.] e … de maior corrupção.

Carlos  Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo

 

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Criança muda de gênero e se torna modelo trans

Cristyan Costa

Noella McMaher, uma criança de 10 anos que nasceu do sexo masculino, fez transição de gênero aos 4 anos. “Sempre sentiu-se uma menina”, disse Dee McMaher, 35 anos, mãe de Noella, mulher biológica, mas que se identifica como uma pessoa “não binária”, ou seja, nem homem nem mulher.

Noella McMaher submeteu-se a tratamento em clínica 

 A trans mirim Noella McMaher desfila em Nova Iorque | Foto: Reprodução/Instagram

A trans mirim Noella McMaher desfila em Nova Iorque | Foto: Reprodução/Instagram

Agora, Noella tornou-se uma “modelo trans”, porque, nesta semana, desfilou para a NYFW vestindo roupas da marca Trans Clothing. O evento ocorreu em Nova Iorque e ganhou as manchetes dos principais jornais dos Estados Unidos.[ABSURDO!!! UMA aberração !!! antes que queiram nos processar por FOBIA, supomos que no caso seria transfobia, NÃO TEMOS NENHUMA FOBIA, NENHUM PRECONCEITO  às opções que, de tão numerosas, formam uma palavra: "LGTBQUIABO".
Apenas é inconcebível, insustentável, imaginar uma criança de 10 anos possua discernimento para assunto tão complexo. 
Tem caso de cinquentões, e cinquentonas, que só discernem sobre o tema quando chegam aos 60, beirando os 70. 
A matéria abaixo deixa claro que Chloe Cole, iniciou o processo aos 13 anos e aos 17 arrependeu-se alegando que não entendia nada das decisões médicas.]

Em entrevista ao jornal norte-americano New York Post, Dee garantiu que Noella nunca foi forçada a ser uma menina e que foi criada normalmente. “Nem saberíamos como incentivar esse tipo de feminilidade”, disse. Assim como Dee, o “pai” de Noella é uma mulher biológica que se considera alguém não binário.

Segundo os pais, a “modelo trans” nunca gostou de usar roupas de menino. Dessa forma, levaram Noella a uma clínica onde passou por uma transição de gênero “até se tornar uma garotinha”. Aos 16, Noella fará a remoção do pênis.

Ex-trans se arrepende de mudar de gênero
A adolescência de Chloe Cole, 17 anos, foi bastante agitada. Aos 13, ela realizou uma transição hormonal para elevar seu nível de testosterona. Dois anos depois, foi além e removeu os seios, para se tornar um menino.

“Eu não entendia nenhuma das decisões médicas que estava tomando”, disse a adolescente, durante uma audiência no Parlamento da Flórida, em julho, ao se manifestar a favor de um projeto de lei (PL) que impede a vigência do programa Florida Medicaid, da Casa Branca. A iniciativa federal propõe pagar por intervenções médicas para “disforia de gênero”.

Chloe passou a ser contra a transição de gênero quando se deu conta da ausência das mamas. “Por não ter mais os seios, não serei capaz de amamentar meus futuros filhos”, lamentou, ao mencionar que os médicos a informaram de um maior risco de ter câncer, por causa dos tratamentos hormonais.

Leia também: “O dogma trans tomou conta das escolas”, artigo de Joanna Williams publicado na Edição 115 da Revista Oeste 

Cristyan Costa - Revista Oeste


Impossível não ter lado! - Percival Puggina

Não tenho apreço por tudo que a esquerda combate. Mas tudo pelo que tenho apreço é combatido pela esquerda.

Refiro, entre outras questões: a dimensão espiritual do ser humano e o cristianismo em particular, o caráter universal dos direitos humanos, o respeito à vida desde a concepção, a instituição familiar, a inocência das crianças, a prioritária responsabilidade dos pais,  o amor à Pátria, a liberdade de opinião e expressão, o direito de propriedade, a liberdade econômica, a prioridade da sociedade sobre o Estado (com ação estritamente subsidiária), a neutralidade política do judiciário e da administração pública, a independência dos poderes, a democracia representativa, o combate às drogas, a intolerância para com o crime e a posse de armas.

Por fim, a ideia de que o Estado existe para proteger a sociedade e não para proteger a si mesmo e desfigurar a vida boa (moral) de que fala Aristóteles em vidão para os seus.

No entanto, a humanidade, a Academia, o Ocidente, os partidos e políticos de esquerda parecem disputar criatividade para propor novas formas de humanismo que não recusam violência e arbitrariedade com vistas aos fins enunciados.

Como consequência, aquele conjunto de princípios e valores listados acima, que conservadores e liberais mantinham em comum, vem cedendo lugar a um autoritarismo de estrutura corporativista que ganha proporções alarmantes. Explicitamente, no Brasil, contamina todos os compartimentos do poder, a saber, com destaque: presidentes das Casas Legislativas, ministros do STF, membros dos conselhos nacionais do ministério público e da magistratura.

Em seu livro Teorias Cínicas, os autores Helen Pulckrose e James Lindsay chamam atenção para um dos efeitos desse autoritarismo: a infiltração de tais ideias no mundo acadêmico, desencadeando uma intolerância cujas consequências ocupam estridentes espaços no noticiário cotidiano.

Misturados, intolerância e ativismo compõem quadros onde:

- a liberdade perde espaço;

todos os poderes são exorbitados;

os direitos humanos são distribuídos a grupos politicamente organizados como tira-gosto de coquetel;

a igualdade de todos perante a lei morre em favor de um igualitarismo sob medida para o cliente da hora, como roupa de alfaiate, e sob o impulso de reivindicações que supostos credores lançam sobre supostos devedores;

a liberdade de culto e o respeito às religiões atingem todos os níveis possíveis de negação e vilipêndio.

O que explica a expansão desse fenômeno, notadamente no outrora promissor Ocidente? Durante décadas pude observar um amplo conjunto de ações que seria exaustivo enumerar aqui, sintetizados na estratégia de Gramsci para a hegemonia (comunista) e ampliados na pluralidade de vias abertas pelos pensadores frankfurtianos para destruição das bases culturais do Ocidente.

Pessoalmente, jamais formarei consenso com a ideia de que a moral possa ser objeto de arrego, mediante concessões e mediações
Não, ela não é legitimada por decisão de um coletivo qualquer! 
Todos esses desastrosos e desastrados movimentos, sem exceção, buscam aquilo que denominam “empoderamento”, todos buscam o poder. O resto é tudo resto e caminho.

Quem é contra a polarização não sabe em que mundo vive.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


PIB do segundo trimestre é prova da força do brasileiro - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo 

Recuperação

 A partir desta sexta a gasolina está mais barata. Ainda na quinta-feira abasteci com diesel, que ainda está muito caro; mas a gasolina já está na nona redução de preço, não imaginava que fosse tanto. A Petrobras diminuiu em 7% o litro da gasolina, o que dá aproximadamente R$ 0,25

Indústria cresceu 2,2% no segundo trimestre de 2022.| Foto: Michal Jarmoluk/Pixabay

E temos mais boas notícias. O IBGE mostrou que o mercado foi superado mais uma vez. Os especialistas achavam que no segundo trimestre o PIB ia crescer 0,9%; no fim, cresceu 1,2%, ou seja, um terço além da previsão. É a economia brasileira, ou melhor, os brasileiros sempre surpreendendo. Vocês hão de lembrar que por praticamente dois anos tentaram destruir o país, destruir o seu emprego, a sua empresa, a sua loja, o seu ponto de vendas, o seu ganha-pão, o seu rendimento... Fizeram de tudo, e ainda nos proibiram de tratar a doença. Agora, nós todos nos recuperamos.

A consequência dessa alta da atividade econômica está principalmente na indústria, depois nos serviços, e também no agro, sempre sendo a locomotiva disso tudo. 
Desta vez, foram principalmente a indústria e os serviços, que geram muito emprego. 
A indústria cresceu 2,2% em um trimestre. É o sétimo maior crescimento do mundo. Perdemos apenas para Holanda, Turquia, Arábia Saudita, Israel, Colômbia e Suécia; o resto ficou atrás de nós. É o brasileiro, somos nós todos que estamos fazendo isso.
 
E isso traz queda atrás de queda no desemprego
 Cada vez mais brasileiros empreendedores abrem o seu pequeno comércio, sua pequena empresa de prestação de serviço, já são milhões. Recebemos uma herança daqueles 14 anos de corrupção, de queda de PIB, de alta no desemprego, chegamos a 14 milhões de desempregados. Agora são 9,9 milhões, mas há muitos informais também, são 26 milhões, segundo calcula o IBGE. 
Então, é uma senhora reação do Brasil àquela tentativa de destruir nossos empregos e nossas empresas.
 

Calúnia é crime, mas caluniar Bolsonaro pode, decide a Justiça
Há pouco falei de impedir tratamento, e agora mesmo a ministra Cármen Lúcia negou um pedido da campanha de Bolsonaro para tirar uma acusação de Lula contra Bolsonaro, chamando-o de genocida
Pois genocida é o sujeito que mata milhões.  
É o Hitler, é o Stalin, é o Mao Tsé-tung, é o Pol Pot.[os três últimos da maldita esquerda.]  
Genocídio é um crime gravíssimo, crime contra a humanidade. 
Atribuir falsamente um crime a alguém é calúnia, que é crime também. Não sei como está valendo isso. 
Eu diria que um crime mais parecido com esse que atribuem a Bolsonaro foi o daqueles que não trataram doentes ou daqueles que fizeram propaganda dizendo que não se podia tratar. 
Isso está demonstrado agora. 
Estava todo mundo em pânico, e a pessoa, quando está em pânico, não pensa direito.
 
Por outro lado, o TSE condenou, por 6 a 1, a campanha de Bolsonaro por causa da citação a um vínculo entre PT e PCC, com base naquele negócio do “a gente tinha um diálogo cabuloso”, ou daquele depoimento que fala da morte do Celso Daniel, de ligação com o PCC e tal
Tem de tirar, e se não tirar paga multa. Parece que o tratamento serve para um e não serve para o outro. Tudo bem, o que a Justiça decide se cumpre, não há dúvida.

TSE agora tem seu próprio serviço secreto
O ministro Alexandre de Moraes anunciou agora a criação de um “núcleo de inteligência”.  
Inteligência é investigação, é informação, dentro do TSE. 
É o tipo de coisa que qualquer juiz de suprema corte da Europa, dos Estados Unidos, julgaria uma aberração. 
Eu tenho dito que infelizmente estamos muito parecidos com a ficção de George Orwell, 1984.
 
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

Faltou alguém no debate - Revista Oeste

Augusto Nunes

Alexandre de Moraes e seu acervo de arbitrariedades ficaram fora do duelo entre os candidatos à Presidência 

Nos minutos iniciais do debate que reuniu seis candidatos à Presidência da República, o jornalista Eduardo Oinegue quis saber de Jair Bolsonaro e Simone Tebet o que farão, caso vençam a disputa nas urnas, para restabelecer a harmonia perdida no convívio entre os três Poderes. Boa pergunta. A poucas semanas da eleição presidencial, nenhum tumor no organismo democrático é mais perigoso que o alimentado por sucessivas intromissões do Supremo Tribunal Federal em territórios e atribuições pertencentes ao Legislativo e ao Executivo.

Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, Simone Tebet e Jair Bolsonaro, durante o debate de presidenciáveis na Band (29/08/2022) | Foto:  Suamy Beydoun/Agif/Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, Simone Tebet e Jair Bolsonaro, durante o debate de presidenciáveis na Band (29/08/2022) | Foto: Suamy Beydoun/Agif/Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

A ofensiva expansionista tornou-se evidente em 2019, quando o presidente da Corte, Dias Toffoli, pariu o inquérito das fake news. 
 O aleijão constitucional nascido meses depois da posse de Bolsonaro foi entregue aos cuidados de Alexandre de Moraes. 
De lá para cá, na gerência da usina de arbitrariedades, decisões insolentes, chicanas e outras agressões ao Estado de Direito, Moraes vem caprichando no papel de Supremo Capataz do Brasil.  
Depois de assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o impetuoso artilheiro do Timão da Toga aparentemente concluiu que isso tudo ainda é pouco. Haja arrogância.
 
Não é o que pensa a senadora mato-grossense Simone Tebet. Primeira a comentar o tema, a candidata do MDB confirmou que certas manifestações de covardia requerem mais coragem que atos de bravura praticados no clímax de um combate. “É muito simples”, recitou ao iniciar o espancamento do idioma e da verdade. “A harmonia depende excessivamente de um presidente da República que saiba cumprir a Constituição e o seu papel.” 
Sem pausas, acusou o adversário de ameaçar a democracia o tempo todo, por menosprezar a imprensa livre e a independência do Supremo, fora o resto. “A política é que está judicializando o Poder Judiciário”, ficou de cócoras Simone.
Em um minuto, Bolsonaro sepultou o falatório da senadora no jazigo das fantasias. 
Lamentou o ativismo judicial da maioria dos ministros, que transforma qualquer corte em comitê político-eleitoral. Criticou a ingerência do Judiciário em territórios alheios
Deixou claro que o Palácio do Planalto é não a fonte, mas o destinatário das provocações. 
E introduziu no debate, realizado neste 28 de agosto, um fato que em qualquer país sensato teria dominado o debate. 
Dias antes, por ordem do ministro que acumula no monstrengo rebatizado de inquérito do fim do mundo os papéis de vítima, detetive, delegado, promotor, juiz e relator, a Polícia Federal cumprira mandados de busca e apreensão em propriedades de oito empresários que trocam mensagens numa rede social. 
Pena que Moraes se tenha dispensado de participar do debate na Band. Ele não precisa de um único voto para achar que manda no Brasil — e fazer o que lhe dá na telha destelhada.
Na versão do Supermagistrado, baseada em outro atentado à língua portuguesa e ao raciocínio lógico cometido por um sherloque de estimação, evidências robustas demonstram que os alvos da prepotência dormem e acordam sonhando com um golpe de Estado que colocaria Bolsonaro no lugar que já ocupa. 
Depois do flagrante perpétuo, da prisão preventiva sem prazo para terminar, do inquérito sem data para ser concluído, da punição de parentes do autor de crimes secretos, da liberdade de expressão algemadae depois de resolver que falar mal de ministros do STF é crime hediondo —, Moraes surpreendeu o mundo com outra assombrosa brasileirice: o golpe de Estado modelo WhatsApp, planejado em recados eletrônicos e executado sabe Deus como. 
Ainda em sua primeira fala no debate, enfim, o candidato à reeleição constatou que a insistência de Moraes em castigar o deputado federal Daniel Silveira é um desafio à graça constitucional concedida ao parlamentar pelo chefe do Executivo.

Sobre a epidemia de vigarices protagonizadas por integrantes do Supremo, nem um pio

O país finalmente vai tratar de perigos reais e imediatos, animaram-se profissionais da esperança. 
A violência que alvejou empresários inocentes,  cujas redes sociais continuam confiscadas, fora considerada excessiva até por editorialistas da imprensa velha, até por jornalistas que se escondem sob rotativas desativadas quando ouvem o nome do carrasco togado, até por entidades de classe que murmuram “amém” ao toparem com qualquer manifesto de rebanho. Os semideuses do Egrégio Plenário enfim seriam confrontados com críticas públicas dos demais participantes do debate, estimulados por perguntas que estão na ponta da língua de profissionais sem medo.
 
Quem sonha com tão improváveis surtos de altivez deve esperá-los sentado. Nenhum outro jornalista formulou outras perguntas vinculadas ao assunto mais importante do ano eleitoral. Nenhum outro candidato desperdiçou seu tempo com genuínos golpistas. Alexandre de Moraes não teve o nome mencionado uma única vez. O que se ouviu foi o estridente silêncio dos cúmplices. Além dos previsíveis ataques a Bolsonaro, prontamente rebatidos pelo alvo preferencial de novo condenado por crimes futuros, a noitada apresentou aos espectadores o imposto único louvado por Soraya Thronicke, o pungente esforço de Simone Tebet na CPI em que estreitou a amizade com Renan Calheiros e Omar Aziz, o calote sideral planejado por Ciro Gomes em favor dos brasileiros endividados
A pandemia que acabou há muitas semanas foi revisitada várias vezes. Sobre a epidemia de vigarices e patifarias protagonizadas por integrantes do Supremo e seu atrevido puxadinho batizado de Justiça Eleitoral, nem um pio.
Desde 2019, com o endosso do Alto Comando do Pretório Excelso, Moraes tenta repetir que gente contemplada com o dom da onisciência identifica com clareza solar a mentira e a verdade, o fato e o boato, a informação correta e a notícia enganosa, o que esclarece e o que desinforma. Se é assim, o que espera o ministro que tudo sabe e tudo vê para confirmar, como prometeu no discurso de posse no TSE, que seria “implacável” com difusores de fake news? ]
Até bebês de colo sabem que, desde o tempo das cavernas, seres humanos que se enfrentam em duelos verbais fazem afirmações opostas. Como não há duas verdades antagônicas sobre a mesma coisa, uma afirmação é a certa, a outra é errada. Portanto, uma fake news.
Um Lula cada vez mais bisonho, por exemplo, jurou no debate que foi inocentado pelo Judiciário
Foi informado que a Lei do CEP inventada por Edson Fachin não anulou as condenações aprovadas por nove juízes em três instâncias. Alguém mentiu e Moraes está obrigado a enquadrar o pecador. Também garantiu que Bolsonaro anda vendendo estatais a preço de banana e privatizou a Petrobras, além de uma BR cujo nome não conseguiu lembrar. 
E lembrou que, ao contrário do que fez Ciro Gomes, não fugiu para Paris quando começou o segundo turno da eleição de 2018. Nem poderia, retrucou Ciro: para tanto, teria de escapar da cadeia em Curitiba.  
Gente assim merece ser levada a sério? 
Qual candidato será enquadrado pelo implacável juiz de palanque?
 
Simone Tebet revelou que, quando vê uma mulher tratada com dureza, primeiro procura descobrir em quem vota. 
Se desejar a morte do Grande Satã do Planalto, socorre bravamente a vítima da misoginia. 
Caso a agredida simpatize com o chefe do governo federal, como a doutora Nise Yamagushi, repassa o serviço para a senadora Leila. [por respeito ao nobre esporte praticado por Ana Paula Henkel e a própria, suprimimos o termo do vulgo da senadora do DF.]  
Está certo isso, doutor Moraes? 
No momento, o presidente do TSE não tem tempo para responder a tais miudezas. Está ocupado demais. Precisa impedir que Roberto Jefferson e Daniel Silveira sejam candidatos a qualquer cargo. 
Ou que golpistas digitais usem o 7 de Setembro para desencadear a quartelada que levará Bolsonaro ao cargo que já ocupa. 
Ou, ainda, que extremistas conservadores insistam em difamar a urna eletrônica promovida a orgulho nacional por gente que envergonha o Brasil que pensa e presta.

Terminado o duelo, entraram em cena os analistas de debate. Dez minutos mais tarde, decidiu-se que Simone Tebet triunfara, que Ciro levara a medalha de prata, que Lula só não vencera por falta de explicações para a roubalheira inexplicável. 

O perdedor, claro, fora Bolsonaro, abalado por duas fraturas expostas: a mania de maltratar mulheres que o maltratam e a economia fragilizada.  [o 'capitão do povo' não perdeu o embate, bem foi ao  bate-boca para ganhá-lo e sim para ganhar as próximas eleições.]

Nesta semana, o júri de galinheiro foi empurrado para as cordas pelo cortejo de boas notícias: o PIB cresceu, o desemprego diminuiu, a inflação caiu, o preço dos combustíveis baixou, a renda dos brasileiros aumentou. Os profetas catastrofistas tentaram reagir com um “mas”: no ano que vem as coisas vão piorar.  

Foram nocauteados na sexta-feira, quem diria, por uma pesquisa do Datafolha que finalmente permitiu a Bolsonaro ultrapassar a faixa dos 30%. Falta pouco para a eleição. A apuração dirá se Alexandre de Moraes consegue ser implacável com falsidades publicadas por companheiros de luta.

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Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste