Temer e seu grupo conseguem contornar resistências na CCJ, mas a demora para que o pedido de licença seja votado no plenário funciona contra o presidente
Sem conseguirem colocar em plenário o mínimo regimental de 342 deputados para votar o relatório aprovado, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sobre o pedido de licença da Procuradoria-Geral da República para que o presidente seja processado no Supremo por corrupção, restaram a Temer e a seu grupo aceitar o calendário fixado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a apreciação da matéria no dia 2 de agosto, uma quarta-feira, na volta do recesso. [a obrigação de colocar 342 deputados em plenário é da chamada oposição;enquanto não conseguir colocar 342 deputados em plenário a votação do relatório não pode ocorrer e enquanto o relatório não é votado o processo contra Temer continua paralisado.
A obrigação é da oposição pela simples razão de que são necessários 342 votos contra Temer e, por óbvio, colocando 341 deputados em plenário, mesmo que todos votem contra Temer, o processo não vai em frente.
Não adianta tentar atribuir aos governistas e incompetência da oposição em arregimentar deputados para formar o quórum mínimo de 342 deputados.]
Frustrou-se, assim, a ideia do Planalto de votá-lo a toque de caixa. E, para justificar a derrota, forjou-se a “narrativa” de que quem precisa obter o quórum é a oposição. Mas esta avisa que no dia 2 ficará à espera da bancada da situação. [o comentário acima mostra e prova que quem precisa obter quórum é a oposição.
No dia 2 se a oposição não conseguir colocar 342 deputados em plenário não tem votação e fica toda a denúncia inepta contra Temer paralisada.
E com aquele detalhe: para o processo seguir em frente são necessários que 342 deputados votem a favor do prosseguimento da denúncia; se a oposição conseguir o milagre de colocar 342 deputados no plenário, realizar a votação, e um deputado, unzinho só, votar contra, a denúncia não vai em frente.]
O assunto é tratado de forma dissimulada na conversa com Temer que o empresário gravou, em horas avançadas de uma noite de março, no porão do Palácio do Jaburu, no qual Batista entrou dando nome falso e sem mostrar documento de identificação. Os fatos tendem a andar de forma mais lenta na Câmara, na tramitação desta denúncia, a de corrupção. E deve vir por aí a delação premiada de Lúcio Funaro, uma testemunha com potencial de ser tão perigosa quanto Rodrigo Rocha Loures, deputado suplente pelo PMDB do Paraná.
Loures foi indicado pelo próprio Temer a Joesley Batista, para tratar de “tudo” com ele, representante seu de extrema confiança. Logo depois, Loures foi filmado, em ruas de São Paulo, puxando às pressas a tal maleta com R$ 500 mil. Os indícios são de que seriam para o presidente. Já Funaro, operador financeiro das sombras de Eduardo Cunha e de outros do PMDB — Temer? — já antecipou em conversas antes da delação propriamente dita que entregava malas de dinheiro a Geddel Vieira, ex-ministro de Temer, outro muito próximo do presidente.
Por sinal, na conversa que Joesley gravou com o presidente, ele reclama que, com Geddel fora do governo e investigado pela Lava-Jato, perdera um intermediário privilegiado para comunicar-se com Temer. O presidente, então, indicou Loures. O tempo não corre mesmo em favor do Planalto. Um indicador pouco risonho para o governo foi a rodada de pressões e de fisiologismo para trocar 13 deputados na CCJ, e conseguir derrubar o relatório anti-Temer.
A oposição também não deverá conseguir colocar 342 deputados em plenário, em 2 de agosto. Diz, inclusive, que não deseja. Há, então, o perigo de Temer continuar exposto às intempéries. [que venham as intempéries; desde que Temer permaneça governando e aprovando projetos, reformas de interesse do Brasil, o comportamento da oposição estará ajudando o Brasil.
No Brasil a oposição quando perde, quando leva uma taca, ajuda o Brasil, se torna patriota.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário