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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Fab dá asas à corrupção - Sérgio Alves de Oliveira



Os abusos referentes à utilização dos jatinhos “executivos” da  Força Aérea Brasileira, por autoridades  dos Três Poderes Constitucionais, constituem sem dúvida  uma vergonheira  sem precedentes no mundo inteiro.  Enquanto os aviões de “combate” da FAB, destinados a guarnecer o espaço aéreo brasileiro – e que se trata propriamente  da atividade “fim” da força -  gradativamente vão sendo “sucateados”, por deficiente  reposição e manutenção, colocando em risco a vida dos pilotos, a  prioridade da “aérea” militar passou a ser o transporte  “gratuito” de políticos e autoridades públicas, inclusive de qualquer “chinelão” que resolva “requisitar” um avião para qualquer finalidade, inclusive particular.

Essa situação não é de agora. Ela vem de muito longe, principalmente após a reimplantação da tal “democracia plena(após 1985), que simplificadamente poderia ser definida  como a DITADURA DOS POLÍTICOS, muito pior que a “outra”. Com um discurso tremendamente “moralizador”, talvez com alguns “senões” familiares,o Presidente Jair Bolsonaro tomou posse em 1º de janeiro de 2019 e, passados mais de um ano do seu governo, as  “coisas” permanecem não ”iguais”, porém  “piores”, do que eram antes, pelo menos no transporte aéreo de políticos. 

Tenho alguma vivência na aviação, inclusive como piloto, e por esse motivo  possuo alguma noção  sobre a exorbitância do custo de uma aeronave, sua manutenção e operação, jamais tendo concordado  que   todo esse “luxo” dos   abusos  aéreos  de políticos e autoridades  fossem custeados por um povo maltrapilho e  massacrado pelos impostos  exorbitantes  que paga,direta,ou indiretamente. Fosse num país de moralidade elevada no setor público, todos os responsáveis  por essa imoralidade,sem exceção, iriam “na hora” para o “olho-da-rua”. .                                                                      
No “geral”, Bolsonaro tem um bom discurso moralizador. Mas parece faltar-lhe coragem, determinação, e poder de decisão  repressiva, quando se trata de enfrentar  algum “poderoso” da política ou da Justiça.  Com “chinelão” ele age rápido como um relâmpago. No caso particular do Brasil, portanto, essa “lista” de colocados no “olho da rua”, teria que ser “encabeçada” pelo Ministro da Defesa e pelo Comandante da  Aeronáutica’, para não sermos mais “ousados” em ir mais longe. Recorde-se que o Tribunal de Nuremberg, que deveria servir de exemplo para o mundo, não perdoou as autoridades  subalternas  responsáveis  pela  execução e extermínio de 6 milhões de judeus.

Seguidamente a mídia dá algum destaque ao  abusos “aéreos” cometidos inclusive  por Ministros do STF, e pelos respectivos  Presidentes da Câmara e do Senado, garantindo alguns que o Presidente da Câmara, Deputado Federal Rodrigo Maia, seja o “campeão” desses abusos. Mas enquanto o Presidente Bolsonaro  (moralizador?) sempre manteve um silêncio “sepulcral”,apesar das reiteradas notícias sobre esses abusos na mídia, não dizendo uma só  palavra para condenar esses “roubos” do erário, praticados pelas “excelências”  Alcolumbre e Maia, agora ele  resolveu ter  “coragem” e  reagir, quando um “chinelão” de segundo escalão, lá da Casa Civil, requisitou um  jatinho “Legacy” da FAB, sem qualquer oposiçãoe foi fazer turismo na Ásia e na Europa. Essa atitude parece confirmar que  “os fracos geralmente  pagam pelos mais fortes”,ou que “a corda sempre arrebenta no ponto mais fraco”.   
[Oportunamente, o Post " Dinheiro do contribuinte - Maia fez 230 viagens em jatinhos da FAB, 46 para a casa dele", abaixo, complementa e reforça o ora em comento.

O título de CAMPEÃO, neste caso em maiúsculas, ninguém toma do Maia.
Quanto a uma eventual lentidão do presidente Bolsonaro - ao nosso entendimento,já que não somos porta-voz do presidente -temos que considerar não se tratar de leniência e sim de um período de adaptação, até mesmo um verdadeiro cabo-de-guerra.

Quando  o presidente Bolsonaro assumiu, já havia todo um esquema preparado para dificultar qualquer medida saneadora e, se necessário, partir para o boicote mais forte do que o atual.

Decreto Legislativo passou a ter "força" de Constituição, decisões monocráticas dos ministros do STF, ou de um juiz de 1º grau, e outras recursos estavam, e continuam prontos, para conter os ímpetos moralizadores do nosso presidente.

E para complicar mais ainda, o nosso Presidente foi mal assessorado na escolha do instrumento legal para adotar algumas medidas e complicou mais ainda.
A economia está melhorando e vai continuar um processo de crescimento e ECONOMIA FORTE  = GOVERNO FORTE.

Quanto aos abusos aéreos, serão contidos e por eles o Ministro de Estado da Defesa e o Comandante da Aeronáutica não podem ser responsabilizados - ainda que não concordem estão sujeitos ao Império das leis.
E o presidente do Senado, assim, como o da Câmara dos Deputados não podem ser demitidos.]


                                                  
Será que o “capitão” Presidente tem medo dessa dupla que comandam o Senado  e a Câmara. Se “acovarda” ante essas “excelências”? Por essas razões é de se questionar  se realmente  o Brasil “político” teria entrado,ou não, numa fase “moralizadora”!!!  Mas para que  não se gere nenhum mal-entendido, capaz de “me comprometer”, explico
se eventualmente  eu tivesse  que optar numa eleição  pelos candidatos que os partidos me enfiam  “goela—abaixo”, entre o  Bolsonaro, o “diabo”, ou o “cara” do PT, optaria  certamente  pelo “primeiro”, em 1º lugar, pelo “segundo”,em 2º lugar,ou pelo meu voto “em branco”, ou “nulo”,em 3º lugar.

Mas para que se evite  eventuais mal-entendidos, na verdade poder-se-ia alegar que  esses abusos teriam sido  “legais”,todos com amparo nos Decretos 4.244/2002,6.911/2009,7.961/2013,e 8.432/2015, o primeiro de FHC,o 2º de Lula,e o 3º e 4º de Dilma. Mas não é verdade. “Decreto” não é “lei”, são atos administrativos ordinatórios,no caso, da competência exclusiva do Presidente da República. Portanto Bolsonaro  poderia revogá-los desde o primeiro dia do seu mandado. Mas não o fez. Por outro lado essa limitação de uso dos  aviões da FAB , pelos citados decretos, são “para inglês ver”. O Ministro da Defesa e o Comandante  da Aeronáutica, conforme o caso, tem poderes para oferecer essas mordomias aéreas a quaisquer  outras autoridades, brasileiras ou estrangeiras.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


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