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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

MP denuncia ex-agentes do Doi-Codi por morte de advogado após tortura - Estadão Conteúdo

 Segundo o Ministério, não cabe prescrição ou anistia, uma vez que a execução de Jayme Amorim de Miranda configuraria crime contra a humanidade

[até quando alguns membros do MP vão usar o recurso de ignorar a Lei da Anistia como trampolim para se tornar conhecido?

A Lei da Anistia é jogo jogado, assunto encerrado.]

O Ministério Público Federal denunciou o ex-comandante do Doi-Codi em São Paulo Audir Santos Maciel e o ex-integrante da equipe de buscas da unidade militar Carlos Setembrino da Silveira pela morte do advogado Jayme Amorim de Miranda. Integrante da cúpula do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Jayme morreu em 1975 após sessões de tortura na Casa de Itapevi (SP), um dos centros clandestinos de prisão e execução de opositores do regime de exceção implantado a partir de 1964.

As acusações atribuídas a Audir e a Setembrino são de homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. Além da condenação dos ex-agentes do Doi-Codi à prisão, a Procuradoria pede à Justiça que determine a perda de medalhas e condecorações entregues aos denunciados pelos serviços que prestaram à repressão política.

Jayme Miranda foi uma das dezenove vítimas da Operação Radar, implementada pelos órgãos de repressão entre 1973 e 1976. Além do advogado, segundo a Procuradoria, estão entre as vítimas da operação o jornalista Vladimir Herzog, o operário Manoel Fiel Filho e o técnico em edificação José Montenegro de Lima.
Jayme era monitorado por conta das suas atividades na coordenação de publicações vinculadas ao partido e foi preso em fevereiro de 1975 no Rio de Janeiro. Depois, foi transferido para a Casa de Itapevi.

Também conhecida como “Boate Querosene”, o local se tornou o principal destino ilegal dos presos do regime militar após o fechamento da “Casa da Morte”, em Petrópolis (RJ), em junho de 1974. O advogado nunca mais foi visto. Segundo testemunhas, para dificultar a localização e a identificação do cadáver, os agentes cortaram os dedos da vítima e esquartejaram o corpo antes de embrulhá-lo em um saco e lançá-lo no Rio Avaré.

Na época do crime, Audir Santos Maciel comandava o Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) do antigo II Exército, em São Paulo, [atualmente Comando Militar do Sudeste] uma das unidades que coordenavam a Operação Radar.
O irmão de Setembrino era proprietário do imóvel onde funcionava o centro de torturas. Foi ele quem viabilizou a instalação da Casa de Itapevi, alega a Procuradoria. A denúncia o coloca no papel de um dos oficiais mais atuantes durante todo o período de atividades clandestinas no local. [se foi um dos oficiais mais atuantes = eficientes no combate aos guerrilheiros e terroristas = o recomendável é que tivesse sido condecorado e não pedir agora a cassação das medalhas.] 

Segundo a Procuradoria, não cabe prescrição ou anistia, uma vez que a execução de Jayme configuraria crime contra a humanidade.  “A coordenação centralizada do sistema de repressão da época é comprovada por diversos testemunhos e papéis, entre eles um relatório de abril de 1974, assinado pelo então diretor da CIA William Colby”, indicou o MPF.

[tudo maravilhoso com a denuncia;
 - o procurador que assina a denúncia, pintou um quadro e tanto e que pode parecer aos desavisados uma acusação sólida, que pode prosperar.
Só falta:
- provas da denúncia - talvez seja conveniente intimar o ex-diretor da CIA, William Colby;
- a Lei da Anistia foi recepcionada pela CF 88 e não pode ser  revogada por eventuais acordos internacionais posteriores à edição daquela lei.
Uma pergunta que não quer calar: a denúncia DESCREVE uma reunião na qual o general Geisel, então presidente da República, "autorizava o SNI a prosseguir com as mortes de militantes políticos ...".

Fia a dúvida se quem matou o terrorista foi o SNI? o DOI CODI?
Se a ordem foi dada ao SNI, o que justifica o DOI matar? o presidente Geisel era muito exigente em todos os aspectos, especialmente quanto à disciplina e jamais aceitaria que  uma ordem dada por ele a um órgão seria cumprida por outro.]

O documento descreve uma reunião na qual o presidente Ernesto Geisel autorizava o Serviço Nacional de Informações (SNI) a prosseguir com as mortes de militantes políticos, desde que o Palácio do Planalto fosse antes consultado. “As execuções e os desaparecimentos não eram atos isolados, mas sim uma verdadeira política de Estado, autorizada e chancelada diretamente pelo general presidente, que não apenas estava ciente, mas a coordenava”, diz o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, que assina a denúncia.
A reportagem busca contato com a defesa de Audir Santos Maciel e de Carlos Setembrino da Silveira. O espaço está aberto a manifestações.

Estadão Conteúdo - Transcrito de VEJA - Publicado em VEJA,  edição nº 2661,  de 20 de novembro de 2019




sábado, 27 de julho de 2019

“Sigam o dinheiro” - Merval Pereira

A investigação sobre os hackeamentos dos celulares de centenas de autoridades brasileiras parece estar chegando a uma solução, embora a Polícia Federal não creia que Walter Delgatti Neto tenha entregue o material resultante da invasão ao site Intercept Brasil apenas por “amor à causa”, pois não tem nenhuma, aparentemente.  Tudo indica que sua linha de defesa é transformar-se da noite para o dia em um whistleblower, um denunciante de irregularidades que alerta a sociedade com a divulgação de documentos sigilosos.

Como Edward Snowden, que revelou documentos sobre o sistema de vigilância global dos Estados Unidos, que incluiu a então presidente Dilma Rousseff. Ou Chelsea Manning, que divulgou, através do Wikileaks, documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão. Assim como diversos outros casos.  O caso Watergate é um dos mais famosos. O informante dos repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, era conhecido como Deep Throat. Uma fonte realmente anônima para o grande público, que orientava as investigações jornalísticas, mas não dava documentos. Só pistas quentes. A revelação da sua identidade só veio quase 30 anos depois dos fatos, que levaram à renúncia de Nixon em 1974. E por decisão do próprio informante, Mark Felt, na época dos acontecimentos vice-diretor da CIA. Só depois que o Deep Throat se revelou é que Woodward e Bernstein revelaram mais detalhes dos acontecimentos.

O chamado Caso Watergate ficou célebre como jornalismo investigativo, e virou livro e filme, dirigido por J Pakula, com Robert Redford e Dustin Hoffman nos papéis dos repórteres. Foi no filme que surgiu a frase que se tornou famosa: “Sigam o dinheiro”, nunca dita por Felt, mas criada pelo diretor. Passou a ser o símbolo das investigações de crimes, especialmente os de corrupção política. Chegamos agora a esse ponto de seguir o dinheiro.  Ao revelar que Manuela Dávila, a ex-candidata a vice do petista Fernando Haddad na eleição de 2018, foi a intermediária entre ele e o editor do The Intercept Brasil Glenn Greenwald, o hacker Walter Delgatti colocou-a na chamada sinuca de bico.

 Ter intermediado a entrega do produto de um crime para um jornalista pode implicar cumplicidade, na visão de alguns. Há, porém, quem considere que a ex-deputada apenas agiu como uma pessoa que informa a um jornalista sobre um fato de que teve conhecimento.  O problema muda de figura no caso de ter havido um pagamento nessa cadeia de informantes. Não parece provável que um estelionatário seja movido apenas por “fazer justiça, trazendo a verdade para o povo”, conforme depoimento de Glenn Greenwald sobre seus contatos com o hacker, que ele continua sem confirmar ser o preso na operação Spoofing.  Se o grupo atuou sob encomenda de alguém, quem contratou é cúmplice, co-autor do crime. Se o Intercept Brasil não participou do pagamento, ou, sabendo dele, mesmo assim publicou o material, também não pode ser considerado cúmplice. Apenas terá a sanção moral pelo ato.

Se Manuela Dávila participou da negociação para a compra do material, poderá ser acusada de cumplicidade. E se um partido político foi o negociador da compra, será  possível enquadra-lo criminalmente, mas duvidoso o resultado. Um caso assim aconteceu durante a campanha presidencial de 2006, quando um grupo de petistas foi flagrado comprando, em dólar, um dossiê que supostamente implicaria o candidato tucano José Serra em falcatruas no ministério da Saúde. Serra acabou vencendo a eleição para governador, derrotando Aluizio Mercadante, e Lula, com o peso do mensalão recentemente descoberto, acabou indo para o segundo turno contra Alckmin, a quem derrotou com facilidade. Nenhum petista graúdo foi punido. No caso presente, se Walter Delgatti insistir nessa versão fantasiosa, a Polícia Federal poderá usar seu Telegram para confronta-lo com as conversas que teve com Manuela Dávila e Glen Greenwald.

Merval Pereira,  jornalista - O Globo

 

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Sócio oculto - Merval Pereira

O Globo

PF quer saber quem contratou e pagou os hackers 

Os hackers presos ontem pela PF invadiram centenas de celulares de jornalistas, autoridades do governo e pessoas ligadas a eles e não apenas ligadas à Lava-Jato. Ao que tudo indica, foi uma invasão geral do governo. É de grande dimensão, que evidentemente não pode ser taxada de amadora, como estavam dizendo. A partir da certeza de que foram eles, a PF quer saber por quem foram contratados, quem pagou e quem pode ter divulgado a parte ligada à Lava-Jato, além de quem repassou para o Intercept e o que foi feito com o material que não se refere à Lava-Jato. É um trabalho muito grande, com um esquema enorme de suporte, que  não pode ter sido feito em casa.
 
 

SPOOFING: 

O spoofing é um tipo de ataque no qual um hacker se passa por outro aparelho ou usuário de uma rede com o objetivo de roubar dados, disseminar malware ou contornar controles de acesso. Suas formas mais comuns são spoofing de IP, e-mail e DNS.

AVAST - acesse, saiba mais e como se proteger



Com a confissão e provável delação premiada de Walter Delgatti Neto, líder dos presos na Operação Spoofing, resta saber quem está por trás do hackeamento de mais de mil autoridades dos três poderes, pessoas ligadas a elas, e jornalistas. O sócio oculto da ação criminosa.  Se alguém pagou aos hackers pelo serviço, é preciso localizá-lo e saber qual sua intenção. Se essa pessoa repassou as informações sobre a Lava-Jato para o site Intercept Brasil, os editores não têm nada a ver com os crimes cometidos, e cumpriram sua função jornalística protegida pela Constituição. [receptação é o uso de produto de crime - no caso furto e outros - constitui crime, segundo o artigo 180 do Código Penal:
Código Penal:
"Receptação
        Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:            (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
        Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.            (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

        Receptação qualificada          (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
        § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:           (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
        Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.          (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
      
        § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:         (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
        Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.           (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
        § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.            (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
       ..." 
Pode o sigilo da fonte, assegurado pela Constituição, incentivar a prática de crimes - no caso furto e também receptação.
O código penal também pune o 'receber' e o recebimento tanto pode ocorrer a título gratuito quanto pago.]
Mesmo que alguns juristas entendam que, como esse tipo de informação só pode ser conseguido com autorização judicial, o órgão de imprensa deveria desconfiar que a origem era ilegal. Se tiverem pago pelas informações, há uma questão ética e outra jurídica. A ética, não parece estar ligada a nenhum crime. Mesmo assim, há uma dúvida sobre o momento do pagamento: antes do hackeamento, ou depois de o material obtido?  Se antes, podem ser considerados cúmplices. Também o período em que pagaram é importante na definição. Se pagaram por um pacote de informações depois de o crime ter sido praticado pelos hackers, e não receberam nenhuma informação adicional, não há como acusá-los.  Como o crime continuou a ser praticado até a véspera da prisão, com o celular do ministro Paulo Guedes sendo invadido, se o Intercept pagou por novas informações nesse período, pode ser considerado cúmplice.
A única mulher presa, Suelen de Oliveira, transaciona com bitcoins, e a Polícia Federal suspeita que parte do pagamento possa ter sido feita em moedas virtuais.   O editor do Intercept Brasil Glenn Greenwald comparou-se ontem a Julian Assange, fundador do site WikiLeaks,  atualmente preso em Londres, depois de viver sete anos exilado na embaixada do Equador na capital inglesa. Assange é o fundador do site Wikileaks, que publicou documentos sigilosos sobre a atuação dos Estados Unidos nas guerras o Iraque e Afeganistão. Vazados pelo soldado Bradley Manning, que hoje se chama Chelsea depois de uma operação de troca de sexo, os documentos foram publicados em vários grandes jornais do mundo.

Chelsea foi condenada por divulgar documentos de Estado sigilosos, mas teve a pena comutada em 2017 pelo presidente Obama.  Outro caso famoso é o de Edward Snowden, analista de sistemas que trabalhou na CIA e na NSA, e divulgou no  Guardian, de Londres, e no Washington Post, dos Estados Unidos, documentos detalhando programas do sistema de vigilância global de comunicações do governo americano. Foi acusado de roubo de propriedade do governo, comunicação não autorizada de informações de defesa nacional e comunicação intencional de informações classificadas como de inteligência para pessoa não autorizada.

Houve também os Pentagon Papers, documento sigiloso sobre a atuação militar dos Estados Unidos na guerra do Vietnã tornado público por Daniel Ellsberg, funcionário do Pentágono, primeiro pelo New York Times e em seguida pelo  Washington Post. O então presidente Richard Nixon tentou impedir a publicação dos segredos de Estado, mas a Suprema Corte considerou legítima a atuação dos jornais. Mais recentemente, durante as primárias do Partido Democrata em 2016, o Wikileaks divulgou e-mails da candidata Hillary Clinton.

Os democratas e técnicos em informática denunciaram que órgãos de inteligência da Rússia  hackearam os e-mails e os entregaram ao WikiLeaks, o que é negado por Julian Assange. Como se vê, em nenhum dos casos mais famosos os jornais foram punidos, e quando o governo tentou barrar a divulgação, prevaleceu a liberdade de imprensa e de informação. Mas todos os casos, com exceção do de Hillary Clinton, foram protagonizados por indivíduos que acessaram documentos oficiais para denunciar o que consideravam práticas indefensáveis dos governos. São os “wistleblowers” (literalmente “sopradores de apito”, os que alertam a sociedade). Os presos em São Paulo e seus antecedentes de estelionato e fraudes cibernéticas não parecem ser “whistleblowers”.  Não foram documentos oficiais divulgados, mas conversas privadas através de invasão de privacidade de cerca de mil autoridades e jornalistas.


Merval Pereira, jornalista - O Globo 


domingo, 16 de junho de 2019

#SanatórioGeral: Desempregado em pânico - No coração do poder

Boulos entra em parafuso ao pensar no tempo terá que trabalhar - caso comece a fazer hoje o que nunca fez na vida - se a nova Previdência for aprovada


Eles dizem que reformar a Previdência vai acabar com privilégios. Exigir 40 anos de contribuição para receber aposentadoria integral é combater privilégios ou sacrificar milhões de trabalhadores? #GreveGeral”. (Guilherme Boulos, líder do MTST, no Twitter, desesperado com o tempo que terá que trabalhar — caso comece a fazer hoje o que nunca fez na vida — se a nova Previdência for aprovada)

terça-feira, 11 de junho de 2019

A roupa íntima da Lava-Jato

Políticos se mobilizam para convocar Moro a depor na Câmara e no Senado, falam até na instalação de uma CPI da Lava-Jato, além da aprovação da nova Lei de Abuso de Autoridade”

Uma das teorias da linguagem na internet, desenvolvida ainda nos tempos da linha discada, com seus ruídos característicos, foi batizada com o nome de “roupa íntima”. Trata-se da contaminação da linguagem adotada pelos usuários da internet pela informalidade do contexto em que utilizavam o computador, nas primeiras horas da manhã ou tarde da noite, geralmente utilizando a roupa com que acordavam ou iriam dormir. Os especialistas advertiam que essa informalidade era um risco para as comunicações de natureza comercial, administrativa ou diplomática.

Essa teoria foi comprovada no escândalo do WikiLeaks, a organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, administrada pelo jornalista e ciberativista australiano Julian Assange, que divulgou em 2013 milhares de documentos secretos do governo dos Estados Unidos, que monitorou conversas telefônicas e mensagens de e-mail em dezenas de países, com comentários assombrosos e revelações escabrosas de diplomatas e funcionários sobre a atuação do Departamento de Estado no mundo. Entre os documentos divulgados mais recentemente, um vídeo de 2007 mostra o ataque de um helicóptero Apache dos marines que matou pelo menos 12 pessoas, dentre as quais dois jornalistas da agência de notícias Reuters, em Bagdá, no contexto da ocupação do Iraque.

Coincidentemente, o autor do “furo”, o jornalista Glenn Greenwald, então colunista do jornal inglês The Guardian, que publicou os documentos também no The Washington, é o responsável pelo site Investigativo The Intercept, que divulgou neste domingo conversas comprometedoras, no aplicativo russo Telegram, do ministro da Justiça, Sérgio Moro, então juiz da 13ª. Vara Federal de Curitiba, e procuradores federais da força-tarefa da Operação Lava-Jato, entre eles Deltan Dallagnol, sobre assuntos da investigação. Casado com o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), Greenwald mora no Rio de Janeiro desde 2005.

Suas revelações mobilizaram os advogados de Lula e o PT, que denunciam a suposta contaminação do julgamento de Lula por motivações políticas da Lava-Jato. No Congresso, políticos de diversos partidos se mobilizam para convocar Moro a depor na Câmara e no Senado, falam até na instalação de uma CPI para investigar a Lava-Jato, além da aprovação da nova Lei de Abuso de Autoridade. Greenwald diz que o volume de material obtido por ele neste caso supera o da reportagem que lhe valeu o prêmio Pulitzer, graças à parceria com o ex-agente da CIA e da NSA Edward Snowden, que está preso até hoje. [material ilegal, visto que foi obtido mediante interceptação telefônica não autorizada pela Justiça.
Portanto, sem valor probatório.]

Moro minimizou o fato e atacou os autores do vazamento: “Não vi nada de mais ali nas mensagens. O que há ali é uma invasão criminosa de celulares de procuradores, não é? Pra mim, isso é um fato bastante grave — ter havido essa invasão e divulgação. E, quanto ao conteúdo, no que diz respeito à minha pessoa, não vi nada de mais”, disse o ministro, após participar de evento com secretários de segurança pública em Manaus.

Diálogos
Na semana passada, Moro teve seu celular “hackeado”, mas o Intercept alega que obteve os diálogos antes dessa invasão. Segundo o site, as informações foram obtidas de uma fonte anônima. Em um dos diálogos, Moro pergunta a Dallagnol: “Não é muito tempo sem operação?”. O chefe da força-tarefa concorda: “É, sim”. Em outra conversa, Dallagnol pede a Moro para decidir rapidamente sobre um pedido de prisão: “Seria possível apreciar hoje?”. E Moro responde: “Não creio que conseguiria ver hoje. Mas pensem bem se é uma boa ideia”. Nove minutos depois, Moro adverte a Dallagnol: “Teriam que ser fatos graves”.


De acordo com o Intercept, procuradores traçaram estratégias para cassar a autorização judicial para o ex-presidente Lula ser entrevistado pelo jornal Folha de São Paulo, por temerem que influenciasse a eleição. O procurador Januário Paludo teria proposto: “Plano A: tentar recurso no próprio STF. Possibilidade zero. Plano B: abrir para todos fazerem a entrevista no mesmo dia. Vai ser uma zona, mas diminui a chance da entrevista ser direcionada”. Outro procurador, Athayde Ribeiro Costa, sugeriu que a Polícia Federal manobrasse para que a entrevista fosse feita depois das eleições. Quando a autorização para a entrevista foi cassada por uma liminar obtida pelo Partido Novo, Paludo escreveu: “Devemos agradecer à nossa PGR: Partido Novo!!”.

Não somente os advogados de Lula pretendem virar a mesa, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu o afastamento de Moro e Dallagnol dos respectivos cargos e as defesas de outros réus se preparam para pedir a nulidade dos processos, alegando que Moro e os procuradores, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (SDTF), não podem invocar as prerrogativas da magistratura como instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas. Seria prevaricação. [provas ilegais não anulam processos e a OAB não tem nada que intervir no assunto, Moro não está ocupando nenhum cargo privativo de bacharel em direito.
Assim, dificilmente, as supostas transgressões de Moro e dos procuradores chegarão a ser objeto de julgamento.]

 Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

 
 

domingo, 28 de abril de 2019

Mais quatro juízes reiteraram que Lula é corrupto e lavador de dinheiro e decidiram que a pena aplicada por Moro estava certa

STJ: o preso político de araque é um ladrão condenado em 3ª instância

No tempo em que vencia eleições, o PT se transformou no único partido do mundo que, além de não saber perder, tampouco sabia ganhar. Em vez de comemorar o triunfo de seus candidatos, a companheirada preferia celebrar a derrota dos outros — e substituir a festa da vitória pelo espetáculo do ressentimento, protagonizado por gente incapaz de ser feliz.

Nesta semana, a reação do PT à decisão tomada pelo Superior Tribunal de Justiça avisou que as coisas mudaram. Agora, a seita festeja derrotas do seu único Deus. Na terça-feira, o que aconteceu foi a condenação em 3ª instância do ex-presidente pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá.  Movidos pela cegueira voluntária, os devotos tentam enxergar na redução da pena a absolvição simbólica de um ladrão. Vale a pena ler a declaração de Gleisi Hoffmann, mais conhecida no Departamento de Propinas da Odebrecht pelos codinome Amante e Coxa: “O STJ se ateve a meras formalidades para não examinar o mérito e absolver Lula, mas, pela primeira vez, uma Corte superior apontou os abusos de Moro e do TRF-4 com a redução das penas em mais de 1/3”.

Conversa de vigarista. Os quatro Juízes do STJ reiteraram que Lula é corrupto e lavador de dinheiro, mas decidiram que 8 anos e 10 meses — ou 106 meses — são castigo suficiente. A temporada na gaiola será 39 meses mais curta que a determinada pelo TRF-4, mas apenas oito meses menor que a fixada em 1ª instância por Sergio Moro. A decisão do STJ, portanto, sepultou a maluquice do “preso político” perseguido por um juiz a serviço da CIA.

Como Lula está no xilindró há 13 meses, o PT já começou a festejar a libertação do chefão em setembro, quando terá cumprido 1/6 da pena. Outra falácia. O restante do acerto de contas com a Justiça será pago em regime aberto. Mas Lula manterá o status de preso. 

Para os petistas, portanto, não há motivos para celebrações, sobretudo porque vem aí o julgamento em 2ª instância da farra do sítio em Atibaia. O TRF certamente chancelará a condenação em 1ª instância. Se fizer isso depois de setembro, Lula voltará para Curitiba. Se fizer isso antes de setembro, Lula continuará em Curitiba.


Em qualquer das hipóteses, o chefão vai passar pelo menos mais um réveillon na capital paranaense. Numa cela e sem festinha.

terça-feira, 9 de abril de 2019

#SanatórioGeral: Entre o manicômio e o purgatório e o Gênio da raça

[o cara enlouqueceu - quanto ao purgatório está um estágio abaixo do que o ex-frei tem se esforçado toda a vida para ter direito = o inferno.]

Frei Betto revela que tem tido visões de "mobilizações pró Lula livre em todo mundo" e escutado aplausos para o ex-presidente presidiário


“Mil condenações jamais haverão de sombrear o seu protagonismo na história do Brasil e a força de sua liderança popular. Quanto mais tentam esmagá-lo, mais você cresce. Em todo o mundo há mobilizações pró ‘Lula livre’. 

Ao proferir conferências no exterior e dedicá-las em sua homenagem, seu nome tem sido efusivamente aplaudido. A prisão é um eremitério. Lugar de reflexão e aprofundamento. Sei que você tem aproveitado para avaliar acertos e equívocos dos 13 anos de governo do PT. Os acertos são sobejamente conhecidos”.

 (Frei Betto, em carta enviada a Lula, revelando que tem tido visões de “mobilizações pró Lula livre em todo mundo”, que tem escutado aplausos efusivos ao dizer seu nome em palestras e que o protagonismo do ex-presidente presidiário tem crescido durante a temporada atrás das grades, fazendo com que os brasileiros imaginem se o ex-frade merece uma temporada num manicômio por excesso de loucura ou no purgatório por excesso de mentiras)

#SanatórioGeral: Gênio da raça

Lindbergh chega à brilhante conclusão de que o YouTube faz parte do complô internacional contra Lula formado por Moro, Bolsonaro, Palocci, a CIA e Israel

“A gente decidiu lançar esse canal ‘À Esquerda’ porque, infelizmente, no YouTube há uma hegemonia muito grande da direita. E a gente acha importante ocupar esse espaço, que é um espaço de resistência a esse governo do Bolsonaro. É um espaço de quem defende a democracia, de quem defende a liberdade do Lula“.

 (Lindbergh Farias, sem emprego conhecido desde outubro, ao explicar por que criou um canal no YouTube em parceria com Vanessa Grazziotin, chegando à brilhante conclusão de que o canal de vídeos mais democrático da internet também faz parte do complô internacional contra Lula que inclui, entre outros indivíduos e entidades, a Polícia Federal, ministros do TRF-4, o Ministério Público, Sergio Moro, Jair Bolsonaro, Antonio Palocci, a CIA e Israel)